Transtornos psiquiátricos

Alguém aqui sofre de algum transtorno psiquiátrico?

Fui ao psiquiatra hoje e me deram o diagnóstico de ansiedade generalizada e TDAH moderado.

Apocalipse escreveu:
Alguém aqui sofre de algum transtorno psiquiátrico?

Fui ao psiquiatra hoje e me deram o diagnóstico de ansiedade generalizada e TDAH moderado.  

Que pergunta estranha!!! RELAXA!!!!!!!!!

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA∞^∞^∞^{∞}^{HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA∞^∞^∞^{∞}...}...

Primeiro que MESTRE^MESTRE ALQUIMISTA não sofre de nada porque MESTRE^MESTRE ALQUIMISTA NÃO SOFRE!!!!!!!!!!!!

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK∞^∞^∞^{∞}^{KKKKKKKKKKKKKKKKKKK∞^∞^∞^{∞}...}...

Mas há algum tempo tentaram diagnosticar O^O ALQUIMISTA como tendo a Síndrome de Asperger, e foram QUATRO os profissionais que deram o mesmo diagnóstico: uma psicóloga clínica, dois psicólogos especializados em autismo e um psiquiatra também especializado em autismo.

Porém, isso é só a opinião deles, mormente considerando A COMPLEXIDADE dO^O ALQUIMISTA, que é deveras mais profundo do que esses laudos.

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA∞^∞^∞^{∞}^{HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA∞^∞^∞^{∞}...}...

Essa síndrome é um tipo de autismo? Tem algum tratamento químico?

Apocalipse escreveu:
Essa síndrome é um tipo de autismo? Tem algum tratamento químico?

Sim, faz parte do Espectro Autista, e ainda não tem tratamento químico, haja vista ser uma condição neurológica.

Para estar dentro do Espectro Autista, uma pessoa precisa apresentar dificuldades na seguinte tríade:

_Linguagem
_Social
_Rotinas

(É bastante comum também certas estereotipias, como a ecolalia).

Alguns autistas são afetados também quanto à INTELIGÊNCIA, mas no caso da Síndrome de Asperger, NÃO!

EU realmente manifesto dificuldades nas três. Quando era pequeno, tinha uma maneira peculiar de pronunciar certas palavras e meus pais me levaram numa fonoaudióloga. Fui até alvo de zombaria no colégio por causa disso, mas nada que se aproxime do bullying.

Digamos que um Aspie (como são comumente chamados os portadores de Asperger) é uma pessoa meio ''normal'' e meio autista, ou seja, em algumas situações ela causa a impressão de ser igual aos neurotípicos (o que traz muitos problemas para os Aspies), mas em outras apresenta comportamentos tipicamente autista.

Destarte, eles não são como aquela imagem padronizada de autistas que se vê nos filmes.

Sorte a sua não precisar tomar medicamentos, já meu psiquiatra me receitou um tarja preta. É dose.

Apocalipse escreveu:
Sorte a sua não precisar tomar medicamentos, já meu psiquiatra me receitou um tarja preta. É dose.

Estimo a sua melhora!

Mas não pense que tudo são flores na Síndrome de Asperger. Os aspies carecem de um negócio chamado Teoria da Mente, e a cegueira mental acaba por lhes trazer severos prejuízos no convívio social.

Black is like the silence of the body after death, the close of life.
-- Wassily Kandinsky, 1911

SINESTESIA:

Será que podemos melhorar nossa percepção musical/visual através da pintura/música? Será que os acordes (intervalos, tonalidades) podem ser *coloridos*?
Ou música e pintura *devem* ser apreciadas de forma pura apenas com olhar e audição?
Dúvidas e mais dúvidas?

Acredito que a compreensibilidade musical funcione de modo diferente para cada pessoa. A música é capaz de suscitar estímulos visuais, porque não? O problema só começa quando o ouvinte acredita que está de fato "vendo" o que só pode ser ouvido e, pior ainda, acredita que o colega ao lado deveria também "ver" o que ele "vê"... E não me refiro aqui a paisagens de gosto duvidoso ou abertamente kitsch como ocorrem em capas de discos, por exemplo. Por que não imagens abstratas, ou mesmo figuras geométricas? Nenhuma arte está totalmente livre de sinestesias.

O paralelo entre música e pintura já foi feito mais de uma vez. Harnoncourt, em "O discurso dos sons", compara toda a música romântica à pintura, por oposição à música barroca, que por sua vez é comparada à retórica.

Não sei exatamente o que o Freud quis dizer com "acordes coloridos" e coisas do gênero. Mas acho que o paralelo entre os materiais da pintura e da música poderia começar por suas unidades menores, não é? Nesse sentido, uma cor só assume um sentido por oposição a outra cor ou, em última análise, ao fundo da tela. Do mesmo modo, não acho que um som possa ser "colorido" em si mesmo, há que entendê-lo, no mínimo, dentro de um intervalo, no tempo ou no "espaço". Ou, simplificando ao extremo, como uma duração contra o silêncio.

Relações entre música e pintura também podem ser encontradas em Schoenberg (no op. 16, por exemplo) e Webern: é a famosa "klangfarbenmelodie", que entre nós ficou conhecida como "melodia de timbres". Aliás, pode não ter sido coincidência o fato de que, como Kandinski, Schoenberg também pintava.

Coincidentemente, ontem no almoço ouvi o "Prometeu, poema do fogo" de Scriabin. É uma obra para piano, orquestra, coro e canhão de luz. Isso mesmo. Scriabin é autor de uma teoria que relaciona diretamente sons e cores. Não sei quais são as relações exatas, mas acho que é possível obtê-las na internet.

Outro caso interessante de sinestesia é o de Messiaen. Ele associava cores a timbres e tons. Ouvi certa vez, em um documentário televisivo, o Simon Rattle contando o seguinte caso: estava o Rattle ensaiando a "Sinfonia Turangalîla" na presença do autor quando, em certo momento, Messiaen resolve dar instruções. O compositor queria que o regente fizesse a música um pouco mais "alaranjada", pois o resultado estava ficando "marrom" demais. Gostaria de saber como o Rattle se virou para atender o pedido.

Eu diria que a música pode despertar mais sentidos...

A música pode te lembrar um cheiro, te fazer visualizar alguma cena, ou figura geométrica, te remeter a outro som...

Nossa... Me lembro - e já relatei isso por aqui - quando eu comecei a cantar, uma das primeiras peças que cantei com o coral foi a Missa L'homme armé, de Josquin Desprez (isso justifica também a minha paixão pela música dele), e no 3º Agnus Dei, que ele constrói a 6 vozes (ou eram 8? nossa, faz tempo!) tem um momento em que todas as vozes se calam e entregam o som para os dois "cantus firmus", sempre - todas as vezes em que cantei ou escutei essa música - eu vejo, ouço e sinto uma cena de água correndo por pedras, em meio à mata, durante os dois compassos que duram esse transe...

O legal é que é uma sensação de paz muito legal...

E só eu sinto.

Assim como é comum dizermos que a voz de fulano é aveludada, a voz da cicrana é macia e caramelada...

He he he

E assim por diante... Para alguns a música dá sono, para outros ela acorda, excita...

Cada um entende e sente da sua forma...

Abraços

Tive um professor no colegial que vivia reclamando da voz dos alunos, para um ele dizia que sua voz era muito marrom, para outro que era alaranjada demais... Qual era a cor da minha voz? Era rosa...

Fiquei pensando nesse tópico, pois achei interessante essa coisa da cor. Para mim música não é cor, mas movimento. Posso associar algumas imagens (como faz o Trovador), mas cores soltas... Por outro lado, creio que consigo entender o que o compositor disse ao Rattle.

O Liszt também teria sido mais um exemplo de sinestesia na história da música. Segundo contam, lá em Weimar, ele tinha o hábito de, como o Messiaen, dar instruções ''cromáticas'' para os músicos da orquestra. Coisas do tipo: ''Está muito rosa!'', ''Um pouco mais de azul, por favor.''

Aliás, a sinestesia, dentre os distúrbios neurológicos, é dos mais interessantes. Uma das peças mais coloridas que conheço é o ''concerto para orquestra'' do Bartok. E imagino que para um sinestésico ela deve ficar ainda mais maravilhosa. Dá uma certa inveja...

Mas, se não podemos ter o distúrbio real, temos acesso a um ersatz que quebra um galho: são aquelas visualizações osciloscópicas dos softwares tocadores de mp3. Vale a pena experimentar! As do winamp são excelentes. Mas, cuidado, umas são tão estroboscópicas que podem fazer com que você tenha enjoo, tonturas e até vomite.

Ufa, então não é maluquice!
Obrigado pelas mensagens, amigos.
Bem, eu estava ouvindo a quarta de Sibelius e comecei a ter uma estranha sensação de amarelo e o mesmo tinha acontecido quando eu estava ouvindo a primeira sinfonia de câmara de Schoenberg. E um fato me intrigou: todas as duas musicas são ordenadas por intervalos e acordes de quarta aumentada (bem, é o que dizia o libreto) e daí pensei haver alguma relação - ainda mais depois que li a frase de Kadinsky. Enfim, com as mensagens de vocês, entendi que a "intuição amarela" não tem ver com a quarta aumentada em si, mas é apenas mais um dos mistérios do meu inconsciente.

Cada fantasma estranho que a gente tem, não é?!

Diferença entre Asperger e Autismo clássico:

Asperger é um autista funcional, no qual a deficiência em entender a linguagem corporal, a interação não verbal e a dificuldade intuitiva são os maiores problemas.
O autista clássico vive no mundo dele. Quem tem asperger vive no mundo dos neurotípicos, apenas tem uma percepção diferenciada.

Acredito que quem sofre da Síndrome de Asperger está mais próximo a um neurotípico do que um autista clássico. Aspeger é classificada como autismo por ser um transtorno comportamental na esfera social (deficiência em se socializar). É claro, e dependendo do grau da síndrome, outros comportamentos como inquietação, mudanças repentinas de humor, depressão, stress, antissocialismo - que pode ser classificado como sociopatia - podem se desenvolver.

"Ó céus! Acaso há homens mais felizes na terra que os comumente chamados de loucos, insensatos, bobos e imbecis? Em primeiro lugar, eles não temem de modo nenhum a morte, o que, certamente, não é uma pequena vantagem. Não conhecem nem os remorsos devoradores de uma má consciência, nem os vãos terrores que as histórias do inferno inspiram aos outros homens... Jamais o temor dos males que os ameaçam, jamais a esperança dos bens que podem obter seria capaz de perturbar por um só instante a tranquilidade da alma deles.(...) E, se são bastante felizes para chegar muito perto da estupidez dos brutos, têm ainda a vantagem, segundo os teólogos, de ser impecáveis." [Erasmo de Rotterdam (1469-1536)]

"Louco" é aquele que vive em sua própria realidade dissociada da realidade comum, a loucura do filósofo faz dele um amante sedento de verdade, é o que o faz pensar e analisar.
Erasmo de Roterdã em seu ensaio "Elogio da Loucura" compara a loucura a um dos deuses(as), filha de Plutão e Frescura, educada pela Inebriação e Ignorância, cujos companheiros fiéis incluem Philautia (amor-próprio), Kolakia (elogios), Lethe (esquecimento), Misoponia (preguiça), Hedone (prazer), Anoia (Loucura), Tryphe (falta de vontade), Komos (destempero) e Eegretos Hypnos (sono morto).

Também teríamos que comparar loucura com genialidade?...rs

Não dizem que de médicos e loucos todos nós temos um pouco?

Percepção da loucura....

Esta frase poderia ser exemplificada pelo julgamento de Sócrates, pois ele preferiu ser encarado como louco e criminoso a trair as suas ideias. Um contra exemplo seria o julgamento de Galileu, que para se salvar da fogueira negou as suas teorias, tomando-as como loucuras sem valor.
A sociedade impõe regras de convivência e padrões de conduta, que são seguidos por uma grande maioria. Aqueles que se negam a seguir as regras sociais vindo a transpor as marcas limítrofes do socialmente aceito, são interpretados como loucos ou criminosos. Os desviantes são vistos como indivíduos sem condição de viver em sociedade, são internados em manicômios ou presídios. O que nos diferencia dos loucos e dos criminosos é apenas a percepção dos limites, pois capacidades e desejos ''insanos'' e ''criminosos'' são uma constante na vida de boa parte das pessoas, inclusive na minha.

Trecho do livro ''O futuro da Humanidade'' de Augusto Cury.

''Classicamente loucura é toda desagregação duradoura da personalidade que foge aos parâmetros da realidade. Mas quais são esses parâmetros? São psicóticas as pessoas que se sentem perseguidas por personagens criados em seu imaginário. Mas as pessoas que perseguem personagens reais, como generais que deflagram guerras, soldados que torturam, policiais que matam, políticos que controlam, o que são? São psicóticas as pessoas que têm delírios de grandezas, que acham que são Jesus Cristo, Napoleão, Buda. Mas e os mortais que se sentem deuses pelo dinheiro e poder que possuem, que não se importam com a dor dos outros, são o quê? Para mim há uma loucura racional aceita pela sociedade e uma loucura irracional condenada por ela.''