Tecnologias do Arco da Velha

Tópico exclusivamente criado para saudosistas de carteirinha de tecnologia arcaica.

Televisão antiga valvulada da marca Vozzo. Final da década de 60!



Demorava uns ''10 anos'' para a imagem aparecer!

Calculadora Divisumma 24 Olivetti:

Vou falar de uma das minhas grandes dúvidas, o que é melhor: vinil ou CD? Bem eu não sei, depende muito, pra você achar bons vinis você tem que garimpar um monte sebos por aí, mas eles saem baratinhos (alguns nem tanto), o som desses até que não é tão ruim, mas o aparelho conta muito. Aqui em casa é horrível, tenho um aparelhozinho de vinil muuuuuuuuuuuito ruim (sabe né, com esse salário fica difícil ter um high end ), inclusive ele tá com problema com timbres madeirísticos, quando estes tocam notas a partir de uma oitava acima do La padrão, mas na casa de minha namorada fica tudo uma beleza, aí o som julgo até melhor que do CD, parece que o espectro é maior (como não entendo muito de acústica fica difícil falar).

Sds. vinis

Estive pensando, em um CD MONO caberia mais áudio do que um STEREO? Por que se for verdade, todo esse negócio de gravações históricas na mesma quantidade de CD's é uma grande picaretagem.

Aliás, uma pergunta meio idiota, mas interessante, qual o CD mais longo que vocês tem? O meu é um com o concerto para violino e o concerto para piano no. 5 do Beethoven 78'43, depois são os três concertos para piano do Bartók 77'59.

Sds.

Não sei se existem verdadeiras "vantagens" do vinil sobre o CD. Mas acho que eles valem muito para apreciadores de música, como nós. Eu, particularmente, tenho um grande acervo de música erudita incluso nas velhas coleções gravadas em vinil, e não me desfaço delas por nada, nem vejo motivos para trocá-las por CDs.

OK, o CD é mais fácil de encontrar em lojas, é portátil, funciona com qualidade semelhante em qualquer aparelho e é unanimidade entre as gravadoras atuais. Mas outro dia comprei um vinil com as Partitas de Bach (por R$1,50) e fiquei muito contente com a qualidade da gravação.

Pra mim é isso que importa: aceitar a inovação, mas não desprezar o glorioso passado.

Sobre CDs monos, tenho um causo para contar. Um dia eu estava na casa de um amigo que tem uma imensa coleção de CDs (mais de 1500, presumo), além de milhares (sim, cerca de 5000) de fitas de rolo. Nessa ocasião ele mostrou pra mim um álbum curiosíssimo. Era uma ópera de Mozart (não me recordo qual) que cabia inteira em apenas um CD por estar gravada em mono-dois-canais. Sabem o que é isso? A primeira metade da ópera é gravada no canal da esquerda e a segunda metade no canal da direita. Para escutar, você coloca o balanço na posição certa, totalmente na esquerda ou totalmente na direita. Esse truque não causa diferença nenhuma no som, porque ele é mono mesmo. Hehehehehe, cada coisa que inventam...

Acredito que, para caber mais músicas em um CD, devemos diminuir as taxas de compressão de áudio das faixas, como no caso que citei acima. O CD mono, pela teoria, deve ocupar metade do espaço gravado com dois canais, o estéreo. Sabemos que com os MP3 dá certo, e o resultado é um espaço menor ocupado pelos arquivos. No CD, deve ser o mesmo esquema. A qualidade vai cair, porém, o espaço é mais aproveitado.
Mas acho que essa preocupação vai ser superada daqui alguns anos. O DVD comporta 8 (isso mesmo, oito!) horas de áudio e vídeo em altíssima qualidade, sendo que o áudio é dividido em seis canais. Já tive contato com isso, e o resultado é impressionante. Dá vontade de passar a vida toda ouvindo música!
Nosso amigo Claudio Abbado gravou as sinfonias de Beethoven no formato DVD-Audio. Pela teoria, todas cabem num disco só, mas não acredito que a gravadora vai fazer isso.

Cara, se você tiver disposto a gastar uma grana em uma aparelhagem High End de alta qualidade vai perceber que o vinil é igual (ou melhor) que o CD.
Posso dar meu testemunho, noutro dia eu fui na casa de um amigo de meu tio que tinha um fantástico toca discos (se eu não me engano era TEAC) sendo "empurrado" por um pré-Marantz e um Macintosh valvulado. O cara fez um móvel onde só a "cara" do Mac aparecia e eu perguntei a ele: "Pô, esse treco é valvulado? Cadê as ampolas?''. Cara, ele abriu uma portinha acima da criança e lá estavam, um monte de Empire State Building's subindo de dentro do aparelho, então ele rapidamente ligou e disse: "Pô, tu estuda flauta e gosta de clássicos, né, cumpadi? Escuta ai o Borodin", e tascou de colocar discos e mais discos (vinil) de sua coleção no aparelho. Enquanto eu ouvia só percebia que era vinil por causa das capas que ele jogava falando "Lê aí as contracapas..."
A qualidade era realmente inacreditável... Se eu comprasse um aparelho destes, invadia um destes sebos e levava tudo, mas acontece que eu não tenho toca discos e, PIOR AINDA, tenho uma boa coleção de CD's, mas NENHUM VINIL.. Talvez pelo fato de eu ser uma criança quando eu comecei a consumir, já foram os CD'S. Mas a vantagem inegável do CD é que tu compra um aparelho com uma boa qualidade sem gastar grana, o CD coloca uma gravação de ótima qualidade na sua casa sem ser caro (ao contrário do vinil, uma aparelhagem barata NÃO VALE NADA). Além disso, os CD's são mais portáteis (se bem que as capas grandes dos vinis eram muito mais "arte") e exigem menos cuidados.
Se eu tivesse umas bolachas aqui em casa até me animava a colocar uma pick-up na sala, mas como não tenho discos...

Só mais um detalhe, na época do lançamento dos CD's teve muito idiota por aí se desfazendo dos discos de vinil para trocar pelos relançamentos em CD, PUTZ!! Se o teu vinil não estiver em mau estado (com os lendários arranhões He He) não tem porque trocar!! Isso é burrice cara!!

Aí vai meu testemunho a respeito do assunto:
ouvir Tebaldi no disco de vinil é muito melhor do que ouvi-la em CD. Tenho um discão dela cantado árias de Puccini, e uma Turandot em CD com ela fazendo a Liú, sendo que as árias dessa personagem no vinil são tiradas dessa gravação. Pô, que diferença... A voz, no vinil, é muito mais presente, com quilos de "squillo" que você não nota no CD... Só com esse discão eu me dei conta plenamente da grandeza dessa artista.

Galera, apesar de parecer o contrário, detesto bancar o chato, mas... lá vou eu:
Começo meu "testemunho", como disse um colega, dizendo que, ao contrário da maioria aqui ao que parece, eu comecei a consumir música no tempo do LP, fui formado como ouvinte, pelo LP, em suma eu sou do tempo do LP (o que não torna a minha opinião melhor que a de ninguém), e para começo de conversa vou logo rotulando: AQUILO ERA UMA MERDA! sonzinho micha, "fritura", aquela complicação toda de braço, agulha... argh! Não tenho saudade nenhuma daquilo e nunca ouvi música tão bem como ouço hoje.
Flautista, meu caro, discordo de você: nem em uma aparelhagem hig-tech, state-of-art, um LP é melhor que um CD. Toda essa conversa de "os graves do Lp são insuperáveis...", "o espectro sonoro dos LPS é mais amplo", "o som do Cd é metálico" e coisas afins que ouço desde o aparecimento do cd são esperteza da indústria que se aproveita dessa "mística" para vender bem caro pratos caríssimos de 200 KGs, agulhas de 1000 dólares (lembro-me no tempo do lp de um amigo meu que usava a grado-signatura, uma agulha de US$800!), aparelhos valvulados (outra bobagem) e infinitas empulhações.
Que existem cds mal remasterizados e portanto cuja versão em Lp é superior isso existe. Mas que a tecnologia do cd é infinitamente superior a do Lp isso é. Desafio alguém a pegar um super-equipamento desses para LP, e se meter a ouvir uma segunda de Mahler, por ex., e logo depois ouvir a obra num aparelho de cd apenas médio, nada fenomenal não, e me dizer que no cd não obteve melhor resultado...
Abraços

Eu concordo com o Incógnito. O som do LP é muito ruim, o manuseio é complicado, os discos exigem uma manutenção chata, sem falar da horrível troca de lado que um LP exige.

Eu escuto muito que as capas de LPs eram muito mais bonitas, pelo tamanho. Eu discordo. As capas de LPs são, para mim, *muito* grandes. Não gosto daqueles letreiros gigantescos, B E E T H O V E N K A R A J A N, em letras garrafais, de alguns LPs que eu conheço. Para mim, capa de LP é coisa bem típica da tropicália ou dos anos 60. Prefiro coisas menos extravagantes.

Os americanos vivem falando de um "warm, smooth sound" que só o LP tem, e que o CD tem um "harsh, mettalic sound". Não faz sentido. CD nada é mais que um modo diferente de se guardar o mesmo sinal sonoro: mudamos de sulcos no vinil para zeros e uns. Se tal CD tem som metálico, não é culpa da mídia em si, mas da remasterização ou da gravação. A tecnologia de reprodução nada tem a ver com isso.

Para mim, a única vantagem do LP é que você encontra discos muito baratos em sebos. Mas para mim isso não é lá muita vantagem. O toca-discos que eu tinha quebrou faz tempo e não tenho a menor vontade de consertá-lo.

O Alquimista tocou em um ponto importante. A qualidade na hora de digitalizar o som.

É interessante fazer uma comparação. Tenho gravações que foram realizadas em 1980 em equipamento analógico. Aí remasterizaram e lançaram em Cd em 1997, com uma tecnologia já amplamente evoluída. Esse som é MUITO melhor e mais agradável do que um CD que foi gravado em modo digital completo em, digamos, 1982, logo no início da tecnologia, os chamados DDD.

Não tem como comparar um aparelho de CD de quinze anos atrás com os atuais. E esse pessoal que ama o som "natural" dos LPs tem como base de comparação muitas vezes um aparelho de CD antigo ou mesmo atual de péssima qualidade (que é a imensa maioria).

Só para complementar o que o Frederico disse:

- Eu tenho vários discos que juntam remasterizações novas de gravações mais antigas e remasterizações antigas de gravações mais novas. Após uma audição e uma conferida no encarte, a pergunta é inevitável: "como essa gravação de 60 soa tão melhor que essa outra de 68?". Não é a gravação, é a remasterização (todo encarte tem não só a data de gravação, mas também a data de remasterização, é fácil conferir isso). Remasterização faz sim uma diferença brutal.

- A maioria dos aparelhos de CD atuais são de baixa qualidade. Eu tenho um CD player Philco de 15 anos atrás, acho que o primeiro que a fábrica lançou no Brasil. Apesar de um probleminha secundário (a gaveta fecha sozinha), é o melhor CD player da casa, disparado. E os outros três são bem mais novos. Se você abre o manual e compara os dados técnicos, é uma vergonha. Pelos recursos, o de 15 anos atrás é que parece o mais moderno.

Se agora estamos falando em qualidade sonora e, consequentemente, remasterização, temos que concordar que a baixa qualidade não é exclusiva dos vinis. Existem muitos, mas muitos mesmo, CDs com qualidade sonora lamentável, pra não usar palavrões.

Então fica difícil falar sobre qualidade sonora, tendo que já foi citada a má qualidade dos aparelhos atuais. Tenho uma vitrola importada antiga que toca LPs de boa qualidade com qualidade sonora superior a que meus aparelhos de CDs alcançam com algumas gravações.

Tudo bem, o vinil tinha o problema do ''chiado'' e do fato de você ter que ficar virando (pra mim, a pior parte) mas não trocaria minha Carmina Burana em vinil (EMI) por gravações em CD como a da Philips, que você tem que ouvir em um volume considerável se quiser apreciar as bruscas mudanças de dinâmica ocorrentes na obra.

Olá pessoal, estou vendo que o debate esta ficando bom...

Incógnito, se você é da "'época" do LP então acho que sua opinião é importante sim, eu tenho nos LP's uma espécie de nostalgia de uma época em que não vivi. Não tenho a menor dúvida que o CD é muito mais prático de se guardar, os aparelhos são muito mais baratos mas o meu testemunho continua valendo, eu (como já falei) tive a oportunidade de ouvir Vinil em um equipamento muito bom e não percebi nenhuma diferença para o CD, muito pelo contrário, me pareceu até bem melhor... Mas pessoal, eu não estou aqui para defender o vinil até porque eu nem tenho toca discos, o que eu acho mais importante é considerar que os aparelhos mais "antigos" que eu escuto não são necessariamente inferiores aos de hoje.
Uma coisa são as facilidades de operação que os equipamentos digitais de hoje te oferecem como equalizadores de trocentas bandas ao alcance do controle remoto (o que a mim não parece lá grande vantagem), Multiroom, processadores digitais, etc, etc... Outra coisa é a qualidade de som (e aqui eu estou considerando os aparelhos mais avançados do mercado)... O fato é que as facilidades dos aparelhos digitais de hoje colocam eles anos luz dos bichos da década de 70, meu pai tinha um gravador de rolo e ele achava "aquilo" a oitava maravilha do mundo por causa de seus recursos, he he... hoje em dia os tais "recursos" são uma piada, qualquer aparelhinho de última geração tem...
Mas se você pegar um aparelho de última geração e comparar EXCLUSIVAMENTE O SOM com outro a parelho de 1975 também topo de linha vai perceber que não evoluímos muito assim no que diz respeito a qualidade final do som, uma prova disso é que grande parte dos fabricantes de caixas de som high end não mexeram nos seus projetos mais clássicos e além disso certos equipamentos antigos hoje valem muito mais que os novos... Não estou aqui escrevendo somente sobre tecnologia mas sobre "arte"... por exemplo: existe ate uma "safra" de caixas de som de uma fabricante inglesa que num determinado ano (início da década de 80) alcançou a perfeição (devido a vários fatores como materiais, madeira, etc).

Concordo plenamente com vocês a respeito da digitalização do som no CD, algumas são uma porcaria já outras mais recentes excelentes... Porém, gostaria de saber o que vocês consideram como "Aparelho de CD de alta qualidade"?
Lamentavelmente eu nunca tive a oportunidade de ouvir um aparelho de CD montado com o Transporte e o DAC em módulos diferentes, alguém já ouviu um aparelho destes??? Eu tenho muita curiosidade a respeito disso.

Mas Incógnito, chamar os aparelhos valvulados de bobagem!! Eu não posso em hipótese nenhuma concordar com você porque eu já ouvi muitos e achei todos excelentes!! Você já ouviu música num valvulado?? É claro que (as revistas geralmente tocam neste ponto) algumas pessoas gostam mais do som das válvulas que outras (afinal de contas ouvir música é uma experiência muito particular de cada um), mas amei ouvir música que vem das ampolas. (mais uma vez eu repito, não estou aqui para defender as válvulas porque também nem tenho um aparelho desses...)

Bom resumindo, só posso falar pelo que eu conheço e não pelo que desconheço, até hoje não tive a oportunidade de sentir um aparelho híbrido (válvulas e transistores) e nem um cd com DAC e transporte montado separadamente, alguém aí já ouviu música num bicho desses??

Opinião de engenheiro:

Prestem bem atenção: todo sistema de digitalização COMPRIME os dados em função da carga disponível, em outras palavras, se todos os dados de interesse no som não cabem naquilo que foi disponibilizado pelo sistema, bem, alguns serão cortados. Com certeza, se vocês fossem cachorros, iriam perceber imediatamente a ausência de infra e ultrassons, mas como não é o caso, tranquilizem. Há apenas um pequeno problema: como o modo de gravação analógico é, em última análise, uma reprodução MECÂNICA do que está gravado, pode-se dizer que a gravação analógica é RECONSTRUTIVA, ou seja, é como se os músicos estivessem tocando de novo. Daí, é óbvio que entra a questão da qualidade de captação, da sensibilidade da agulha de gravação, etc. Mas, em geral, audiófilos reclamam da ausência de HARMÔNICOS nos CD's. De forma que, pelo menos em tese, É IMPOSSÍVEL TER REPRODUÇÃO DE MELHOR QUALIDADE DO QUE NUM APARELHO VALVULADO COM VINIL RECÉM PRENSADO!!!!!!

É isso aí! Concordo com todas as vírgulas, e ainda vou comprar um ampolado para mim... Eu já ouvi muito, e achei ótimo...
Mas Paranhos, abusando de você, tenho duas perguntas (p/ vc ou p/ quem quiser responder):
1º Já ouviu um CD com transporte e DAC separados? É realmente melhor?
2º E se a criança tiver um bom CD e resolver ligar num Amp Valvulado, vale a pena?
3º E os híbridos? Valem a pena também?

Lembro até hoje da primeira vez que ouvi o som de um CD. Eram dois álbuns que um amigo emprestou, o primeiro foi o The Razors Edge do AC/DC logo de cara com a incendiária Thunderstruck, e o segundo foi o Black Album do Metallica com Enter Sandman. Putz!
Opinião pessoal: nunca tinha ouvido nada tão nítido até então em termos de qualidade sonora. Não deu outra: os primeiros CDs que adquiri foram o Master Of Puppets do Metallica, o Angel Dust do Faith No More e uma coletânea do Black Sabbath, e com o tempo fui trocando meus vinis por CD e olha que eu tinha uma coleção considerável de bolachas, desde King Diamond, Mercyful Fate e Venom até Scorpions, Rush e Pink Floyd.

Lilith, a roqueira.

Hoje me arrependo amargamente de ter desfeito das minhas bolachas.