Covid 19

Seria possível contestar que bom senso e moral são fatores associados e inseparáveis? Seria possível contestar que atuar com moral dependeria de um princípio baseado no bom senso?
Essa pandemia chega ao paradoxo de mostrar que sim, que moral e bom senso podem chegar a ser antagônicos e até mesmo inimigos fatais.
Primeiro: A longa espera por atendimento, por vários dias, nas filas dos hospitais faz com que o estado de saúde de quem chegou ainda com chances de ser salvo, piore a ponto de que, quando afinal for atendido, estará em estado crítico, já com pouquíssimas chances de salvar sua vida.
A falta de pronto atendimento tem sido a principal causa do grande número de óbitos.
Seria então de bom senso atender por prioridade àqueles que chegam, por terem mais chance de serem salvos antes que alcancem um estado irreversível. Ou seja, uma fila às avessas.
Mas tal procedimento seria um abominável absurdo do ponto de vista moral.
Segundo: Os idosos são os mais vulneráveis ao contágio e menos resistentes, entretanto, em sua grande maioria, estão aposentados e portanto podem permanecer isolados.
Os jovens, que estão em idade produtiva, são mais resistentes, mas a maioria dos jovens trabalha e precisa estar em contato com outras pessoas, portanto mais expostos à contaminação. Em se contaminando, um jovem pode ser uma ameaça ao idoso com o qual se relaciona.
Observa-se que tem ocorrido uma grande mortalidade de jovens.
Seria então de bom senso vacinar prioritariamente os jovens, que estão expostos a alto risco enquanto que os idosos podem permanecer em segurança isolados.
Mas tal procedimento seria um abominável absurdo do ponto de vista moral.