Qual o seu gênero musical favorito?

Demorei, mas escavei esse assunto láááááááá do fundo!

Eu tenho dois gêneros musicais pelos quais eu sou fanática: o Rock e a música Erudita.

Eu acho que tem tudo a ver uma pessoa gostar de rock e de música erudita!! São duas formas de expressão dos sentimentos humanos mais profundos. E são as mais aceitáveis, na minha opinião!

É claro que não estou falando de Los Hermanos, LS Jack ou Sugar Ray...

Meus preferidos são os Pixies. Real mistura de letras decentes (um tanto rebeldes, é verdade...) e bons acordes.

Gosto também do Pavement, considerada por muitos a maior banda de rock alternativo. O vocalista é desafinado que dói, mas seus acordes também são bons.

Ah, sim, tem também o Porno for Pyrus, o Possum Dixon e o conhecido do público Radiohead (graças àquela baladinha do comercial da síndrome de Down).

A pena é que essas bandas, assim como os gênios eruditos, são pouco conhecidos do público...

Tô me lixando pra eles! Eles não sabem o que é bom!

Saudações rockeiras!

Também gostaria de saber a opinião dos senhores sobre a união do Rock e a música Erudita facilmente encontrada em composições do Emerson, Lake and Palmer, Rick Wakeman e algumas bandas de Heavy Metal de hoje como o Dream Theater e Stratovarius.

Olá!

Sou guitarrista e meus músicos favoritos são o Pat Metheny, Frank Zappa e Allan Holdsworth, isso não quer dizer que meu gênero musical favorito seja apenas o jazz ou o fusion.  

Gosto muito de música erudita também, mas não conheço muito pois estou começando a ouvir, pra falar a verdade bandas como estas que vc citou que me levaram a ouvir música erudita, mas na maioria das vezes essas bandas mesclam a música erudita mas de uma forma às vezes meio infantil.
O Piano Concerto no.1 do Keith Emesom por exemplo a tecnica daquele concerto é praticamente popular do começo ao fim, o segundo movimento achei meio preguiçoso, o terceiro já gostei bastante apesar de reconhecer que ele é bem simples, já gosto mais de Rick Wakeman acho as composições mais maduras principalmente na jornada ao centro da terra.
Já as bandas de metal eu gosto de poucas e a maioria usa sampler e não a orquestra em si, vc provavelmente deve ter pensado em Rhapsody mas eles não são tão originais assim, aquilo é praticamente Bach e Vivaldi puro misturado com guitarras, prefiro muito mais uma proposta como a de Rick Wakeman na "jornada ao centro da terra" parte I e II.
Mas de uma coisa tem que se concordar perto de qualquer bom compositor erudito essas bandas ficam pequenas mesmo porque muitas vezes acabam não trabalhando a ideia direito...
Essa é a minha opinião!

Falow!

O chamado Rock Progressivo foi uma tentativa de avançar o rock, de torná-lo uma arte. Apesar de algumas bandas terem sido bem sucedidas, acho que a idéia de rock como arte não funciona muito em termos de aceitação.

O Rock Progressivo acabou se mostrando complexo demais para o povão, que não suporta músicas que duram mais que 4 minutos, e simples demais para os mais exigentes, que preferem a rebeldia de Beethoven, Wagner, Stravinsky...

Eu admirava muito as "suítes" do Pink Floyd, Jethro Tull, ELP, Triumvirat, e outros. Para mim, que só ouvia rock, era uma coisa totalmente diferente, uma música longa, que segue uma trama, percorre vários caminhos diferentes sem perder a coerência. Uma verdadeira viagem.

Quando descobri que Mozart, Beethoven e dezenas de outros faziam isso muito melhor, o encanto desapareceu.

Eu já ouvi Dream Theather, Rapsody e outros... mas devo admitir que eu realmente não gostei, talvez meu ouvido esteja acostumado a ouvir música clássica e rock separados e quando juntos ainda não aceita o som. Mas na minha opinião eu prefiro os dois estilos separadinhos como sempre.

Eu AMO rock progressivo. Yes, ELP, Genesis são realmente 10. Aliás nada como um Royal College of Music para fazer músicos fantásticos. Cada componente do Yes, em separado, tem também trabalhos maravilhosos. Wakeman nem precisa falar. Anderson também é excepcional. Howe altamente Jazzistico.
No Brasil há o ótimo Scare Souls, para variar, mais conhecido lá fora do que aqui. E o Sagrado Coração da Terra nada fica a dever aos supra citados.
Há um tempo atrás, vi o show da Annie Haslam (Renascence). Sem comentários.

Bem, eu não sou a melhor pessoa para falar disso, aliás eu não sou bom pra falar de nada, eu sou absurdamente radical e intransigente, o Aiatolá Sombriobyte.
Bem, devo confessar que sou xiita na minha religião (o eruditismo), você não conhece?
Para ser um eruditista, você tem de acreditar na trindade (Bach - Mozart - Beethoven), tem que fazer uma vez na vida uma peregrinação a Viena, e não deves acreditar em outro Deus musical que não for da trindade.
O ano 0 do meu calendário é 1827, ano da "ressureição" de Bach, liderada por São Felix Mendelssohn Bartholdy.
Quanto a esse tópico, infelizmente, tenho de declarar o JIHAD (Guerra Santa), vocês estão misturando o sagrado com o profano! Isso é inadmissível! Principalmente com essa música artificial chamada rock.
Quanto a misturas de rock com erudito eu lembro de uma frase:
"Ouvir uma banda de rock tocando com uma orquestra é igual comer caviar com angu."

Ps: Desculpem pelo radicalismo.
PPS: Desculpem pela falta de graça.

Sds. eruditas

A propósito, lembro de ler uma entrevista da Charlotte Church onde ela dizia que, na Inglaterra, falar de música clássica pra um rapaz de 15 anos faz ele exclamar: "urgh!" Eu morri de rir. Como se o gosto da, até agora chamada, supostamente, de "maioria" fosse bom. É preciso separar os fatos lógicos. Já debati esse tema do gosto em discussões de ética e filosofia na faculdade. Gosto se discute, sim. Não para mudar o gosto de alguém, mas para orientá-lo. Aprecio música clássica por que ela é perfeita e encerra nela tudo o que é música. Não preciso de mais nada. Pink Floyd, Rolling Stones, Elvis, Beatles. Pra quê? É um fator de educação. Se já vi a perfeição, pra que vou ver outra coisa? Bem, voltando ao assunto, olhe para esses jovecos? Tem um gosto bom? O futuro deles significa evolução? Que evolução é essa que às vezes tem drogas embutidas e violência na família? Não me interessa se eles gostam de pop. Vejam o cérebro deles. Não significa nada essa afirmação. O que importa é o bom gosto. Esse fica. O que é transitório, passa.
Se querem ver se pop é bom para esses jovens, vejam seu comportamento. Eles falam por si mesmos.

Meu gênero musical favorito? Música Erudita.

Compositores que mais gosto? Mozart e Vivaldi.

Sombriobyte:

Você foi um pouco duro com as outras tribos...

O fato do senhor gostar da perfeição não quer dizer que não possa "olhar para baixo" e reconhecer a criatividade dos outros.

"Tudo vale a pena se a alma não é pequena..."

Graaande Fernando Pessoa!

A música erudita é perfeita para nós, ocidentais. Os árabes, os indianos, os chineses, com certeza não acham o mesmo...

O rock acrescentou muitas coisas boas à história do século XX. Daqui a 50, 100 anos, muitos nomes serão lembrados.

O que não quer dizer que ele seja superior à música erudita, longe disso!

Tenha felizes audições!

Amigos,
como artista e musicista tenho como meta me despir de TODOS os preconceitos. Eu acho a música popular brasileira fenomenal. A seresta, o choro, o samba de morro, a música caipira, a bossa nova etc...
Meu professor sempre diz que não existe gênero ruim e sim músicas ruins. Eu não discuto se Tom Jobim é melhor que Ravel, da mesma forma que café e cerveja tem gostos diferentes, temperaturas diferentes, horários apropriados diferentes!
Eu deleguei uma abertura em minha visão musical e com isso estou aprendendo muito mais!! Agora, por exemplo, eu estou ouvindo a cantata 146 de Bach, mas estou consciente que neste mesmo instante lavadeiras baianas estão cantando para o Senhor do Bonfim ou que em alguma tribo africana os aborígines estão explorando novos ritmos sincopados em tambores estranhos. E é nesse multi-facetado mundo da música que eu quero cantar e ter orgulho de minha arte.

Gosto da boa MPB, como Jobim, Vinícius, Edu Lobo, Ari Barroso, Lupicínio Rodrigues, e assim por diante...

Os chorinhos também são maravilhosos.

Tenho uma coleção de discos de chorinho muito boa. Entre eles dois do Grupo Vou Vivendo, muito bons instrumentistas.

Att.

Pois é, esse tipo de música também deve figurar nesse patamar de músicas não eruditas que são boas.

Lilith, ainda acho que é um fator de educação.

É preciso ponderar um fator educacional aí. Muitas pessoas AINDA não gostam de clássicos porque NÃO foram educados pra isso. É uma lástima. É questão de valorização cultural. Não de gosto. É preciso saber o que é bom. Só isso. É preciso dar o devido valor às coisas.

Sei que tem música ocorrendo nos quatro cantos da terra, mas a música *artística* só ocorre maquela feita com partitura, isso é claro para mim. As outras formas de música são grandes manifestações *culturais*, não artísticas. Da mesma forma que um pote de cerâmica pintado por índios Pataxó se difere do Davi de Michelangelo, para mim é a mesma coisa.

Necromante,
Eu discordo de você. A MPB é mais uma manifestação comercial que artística, é o que acho. E você já ouviu um chorão bem tocado?

Sds. Monteverdianas

PS: Mas nenhuma música popular supera o Vespro della Beata Virgine...

Sombrio,

Tu já ouviste a música Jararaca-Boto de Tom Jobim?

É boa música sim. Agora se é melhor ou não que música erudita é questão de gosto. Eu também prefiro um oratório de Handel, uma ária de ópera de Mozart, ou uma cantata de Bach.

Mas não posso deixar de admirar uma música popular bem feita. Já tivestes a oportunidade de ouvir o chorinho Odeon de Ernesto Nazareth?

Abraços

Sombrio,

Sou obrigada a discordar. Considerar que a música "artística" é só aquela em que há registro em partitura? É o mesmo que desconsiderar a música pré-medieval, por exemplo, onde ainda não havia a notação musical. Uma obra não tem seu valor artístico diminuído ou desconsiderado em virtude de não ser registrada em partitura.

Pessoal,

Na realidade minha percepção de música é entre música boa e música ruim, independente do seu estilo. Aprecio obras do Legião Urbana, do Milton Nascimento, Tom Jobim e da Zizi Possi, como também odeio obras de Johann Strauss, Richard Wagner, e outros do estilo erudito. Enfim, minha visão musical me orienta àquilo que me sensibiliza e me emociona, independente do gênero, e apesar de que acabo invariavelmente me guiando quase sempre rumo ao erudito. 99% das obras que escuto são da música erudita, mas isso não implica que tenho preconceito à música popular, apenas minha sensibilidade me orienta para esse gênero musical. (É difícil para mim explicar às pessoas que convivem comigo que isso não é preconceito! Aliás a incompreensão sempre foi a maior geradora de guerras na história da humanidade, Hitler, por ex., julgava superior a raça ariana)

Eu não gosto da MPB, aqui no brasil gosto do Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti e do popular gosto dos choros de violão (CHORO, não chorinho de cavaco) e da moda de viola de Minas, mas é triste que conheço muito pouco a cultura do meu país...

Opa, opa, opa!

Estão falando de música artística e não conceituaram arte!

Algo ser artístico não é elogio. Algo não ser artístico não é nenhum desmerecimento. Simplesmente, o que é arte é arte, o que é artesanato é artesanato. Não há juízo de valor nesses conceitos. Há arte ruim e artesanato bom.

Mas... primeiro conceituem arte, e depois briguem pela música artística. Se é que vale a pena brigar por isso.

Lilith,
Então eu coloco Morango do Nordeste ou Anitta na pauta e elas viram uma obra de arte?!?!?!?
O fato de uma música ter ou não registro em partitura não é critério para classificar seu valor!!!!

Pois é Arcano, daí nós entramos na velha discussão entre música arte X música ciência.

A música colocada na partitura, simplesmente, é ciência pura. Agora, quando ela é realmente interpretada, aí sim ela vira arte.

Agora, cá entre nós, afirmar que Zizi Possi é melhor que Richard Wagner é, antes de tudo, uma completa ignorância musical.

Eu acho que a arte (no sentido em que alguns aqui colocaram) só pode existir quando temos um criador individualizado.

-Arte é algo artificial. Cultural. E inerente ao homem. A interpretação humana do mundo.

Dessa forma existem três tipos de Arte: Arte de Elite, Arte popular e arte de massa.

Acho que alguns classificam a Arte como eu classificaria a Arte de elite.

Vamos à definições:
Arte de elite: Arte que tem valor estético indiscutível, isto é, sustenta a apreciação estética de um público com sensibilidade treinada, exigindo conhecimentos específicos sobre arte e sobre linguagens artísticas.

A arte de elite tenta captar o significado da existência humana; exige do público uma mudança no modo de enxergar o mundo; envolve o desenvolvimento da linguagem artística e envolve a expressão PESSOAL do artista.

Arte popular (Folclore)
É produção artística de um setor da população que não é intelectualizada nem urbana (logo a arte de elite é tipicamente urbana). Não possui um criador individualizado, é fruto de colaborações de vários artistas através dos tempos (vocês já viram como a letra de "Escravos de Jó" muda de acordo com a região?). Ela traduz a visão de mundo e os sentimentos coletivos do grupo em que ela se originou (logo é coletiva, não individual como a arte de elite). E seu público é o próprio grupo criador.

Por consequência desse fato a produção folclórica não é um espetáculo para um público exterior. Ele é a expressão genuína de uma população, é a reprodução de suas ambições, de suas raízes e de seu modo de vida.

Agora uma colocação interessante feita por Arnold Hausser:
"Se pensarmos na produção artesanal de uma região, ou de um grupo étnico, veremos que em toda essa produção é nítida a repetição de padrões tradicionais. A maneira como é fabricada um artesanato é sempre a mesma. E por ser sempre a mesma, ele sabe exatamente como será o trabalho depois de pronto.
O artista já não sabe como terminará seu trabalho, este envolve a criação, a descoberta de uma nova combinação de elementos. Assim quando começa seu processo de criação ele não sabe ao certo como terminará seu trabalho. Ele pode, no caso da música, até inventar novas técnicas para chegar ao fim."

A arte de massa.
Essa é muitas vezes confundida com a arte popular. Em nosso mundo a música mais apreciada, e mais acessível, pertence a esse grupo.

A arte de massa é feita pela indústria cultural (a maior parte do cinema americano entra nisso, embora seja difícil a classificação do mesmos) e se destina ao consumo e visa responder ao gosto médio da população de um país ou, como vemos mais recentemente, do mundo.
Esta arte é:
-Produzida por um grupo de profissionais que pertence a uma classe diferente do público alvo (seja dito, a arte de elite é da elite para a elite)
-é dirigida pela demanda, ou seja, passa por modismos
-é feita para um público semiculto e pacífico
-visa o divertimento como meio passar o tempo.

Pois bem. Chico Buarque e similares podem ser facilmente enquadrados no terceiro exemplo. Mas Tom Jobim, em alguns momentos, não produz uma música (classificada por Adorno de Ligeira), seu fim já não é tão claro assim, isso eu vejo claramente no Urubu. Bem, como eu classifico esse disco (Urubu), eu digo: Não sei. Já Mozart compunha algumas músicas nitidamente para a diversão da "plebe", vamos chamar Adorno: "A Flauta Mágica foi a última união entre música séria e música ligeira." Mozart conseguia unir em algumas óperas suas, algumas cançonetas de fácil apelo, junto com um tratamento sério da música. Depois disso música séria (erudita, artística, de elite) se separou definitivamente da música popular/de massa.

Mas eu não desmereci a música de Chico Buarque, mas os objetivos de uma música de Hindemith são bem mais amplos que os objetivos da música de Djavan, por exemplo, e acho que é a ambição e o objetivo que fazem a diferenciação entre música erudita e popular. Porque se a música de Caetano Veloso não tivesse apelo junto ao público, ele simplesmente não seria Caetano Veloso.

Bem, falar desse assunto é como pisar em brasas, há de se ter muito cuidado com o que se diz, porque a definição não é óbvia e nem universal, varia bastante de autor para autor. Mas eu acho esse assunto fascinante. E confesso que podem existir erros conceituais, mas eu tentei, espero ter dado minha contribição.

Sds. Frankfurtianas