A Atlântida existiu?

Foi exatamente o que eu disse... Fluxo piroclástico é uma avalanche extremamente quente, que se origina da cratera de um vulcão colapsando...
Em Herculano, a cidade sofreu um impacto direto de um desses fluxos.
Durante muito tempo, a falta de restos humanos em Herculano fez os arqueólogos pensarem que lá deu tempo da população fugir. Mas, há pouco tempo, foram encontrados os restos de um porto, com inúmeras salas de depósito, onde foi, infelizmente, encontrada a população, que acreditou que se escondendo ali estaria a salvo. Todos foram imediatamente queimados pelo fluxo.
Já em Pompéia, a erupção começou com lapilli caindo como uma nuvem de cinzas. Poeira de cinza vulcânica, que era facilmente tirada da roupa com tapinhas...
Depois, essas pedras começaram a ficar maiores e maiores. Os telhados não aguentaram o peso e as ruas foram totalmente cobertas. E a população, que não imaginou que o desastre era grave, foi também em grande parte dizimada.

Somente em Pompéia foram encontrados esses moldes dos corpos de lapilli endurecido. E os arqueólogos os preencheram com gesso, motivo pelo qual sabemos mais ou menos a aparência de um pompeiano de 79 d.C.
Em Herculano não caiu lapilli (pedra pome moída). Foi um fluxo piroclástico extremamente veloz e imensamente quente. As pessoas foram praticamente incineradas instantaneamente. Lá só foram encontrados esqueletos, alguns tão calcinados que se desfizaram e os arqueólogos não conseguiram recuperar...

A descoberta de Herculano se deveu à abertura de um poço para água. Só que os escavadores foram parar justamente no palco do teatro de Herculano, onde havia muitas estátuas romanas.

Antes dessa erupção, houve outra, uns dois mil anos antes, que também foi enorme.
Nessa época, mais ou menos dois mil anos antes de Cristo, os habitantes da região viviam em pequenas aldeias de agricultores e criadores de cabras. Foi encontrada uma dessas aldeias, com casas circulares. E também encontraram dois esqueletos. Um homem mais velho e uma moça bem nova. Provavelmente pai e filha. Nessa ocasião, a erupção teve a direção para o noroeste do Vesúvio, tendo atingido também a região de Nápoles, que é uma região atualmente densamente povoada. E o Vesúvio ainda está ativo.
Vou ver se encontro algum site a respeito dessa erupção antiga...

Praticamente, o estudo da Arqueologia começou quando Herculano e Pompéia foram redescobertas. E todos os Arqueólogos conhecem de cor a história da erupção de 79 d.C. No entanto, a erupção de Avelino, que aconteceu mil e quinhentos anos antes e que soterrou a região da atual cidade de Nola, ao norte do Vesúvio, essa é praticamente desconhecida de muitos arqueólogos. Por isso a citei.

A Atlântida era um reino imenso, que ficava no centro do Atlântico, parte do Rio-Oceano acreditado pelo antigos. Cada ilha hoje existente entre a América, a África e a Europa era um pico de suas mais altas montanhas. Porém, ainda antes teve uma localização diferente, entre as Cíclades e a ilha de Creta. Outrora, em torno de 9.000 anos a.C, ou 11.500 anos atrás (segundo fontes de Platão), um pobre casal, cujos nomes eram Évenor e Leódice (ou Lêucipe), viviam na parte central de uma colina, em uma grande ilha pedregosa do Oceano (no caso o mar Egeu), com sua filha, Clito. Mas Évenor e Leódice morreram, e a jovem Clito ficou sozinha. Poseidon, deus do mar, ficou enfeitiçado pela beleza de Clito. Ela foi possuída pelo deus, e teve cinco pares de gêmeos. E o deus, satisfeito, resolveu fazer aquela morada digna de sua noiva, cercou a terra com nove muralhas circulares e fossos cheios de água, tornando-a bem maior. Em seguida, dividiu-a em dez lotes, que dividiu entre seus cinco pares de filhos gêmeos. A parte central foi entregue ao filho mais velho, Átlas, que passou a reinar sobre os demais irmãos. Assim, o país passou a levar o nome de Atlantís (Atlântida).

O povo de Atlântida era sábio na arte da paz e da guerra e logo liderava os povos vizinhos, sobre todo o Arquipélago. Todos os reis da ilha contribuíam para o estoque de riquezas do país. A ilha foi embelezada com cidades magníficas, cheias de pontes, canais, passagens subterrâneas e verdadeiros labirintos, tudo com o objetivo de lhes facilitar a defesa e incrementar o comércio. O lado de fora do muro da cidade de Atlântida era revestido de bronze, e o lado de dentro, de estanho. O palácio no centro e o Templo de Poseidon eram cobertos de ouro. Os edifícios eram construídos de pedras brancas, pretas e vermelhas; às vezes uma única cor, às vezes, com combinações intricadas. Um grande porto se abria para o mar, e pontes foram construídas entre os cinturões colossais da terra. Assim era Atlântida nos seus dias de glória.

Anualmente, os dez reis se reuniam e o primeiro ato que praticavam em comum era a caçada ritual ao touro. Essa caçada e captura do animal sagrado se faziam no próprio témenos do deus, isto é, porção de território com um altar ou templo consagrado à divindade. Após garrotearem o animal, decapitavam-no, qual o tauróbolo da Creta Minóica, cerimônia em que a perseguição precedia à oblação final da vítima. O sangue do touro era cuidadosamente recolhido e com ele os dez reis se aspergiam, porque o animal era identificado com a divindade. Após esse rito inicial, os reis, revestidos de uma túnica azul-escura, sentavam-se sobre as cinzas ainda quentes do sacrifício e davam início à segunda parte da reunião sagrada. Apagados todos os archotes, mergulhados em trevas profundas, os reis faziam sua autocrítica e julgavam-se reciprocamente durante uma noite inteira.

Segundo uma crença tardia, os terríveis Gigantes não passaram de experiências genéticas dos Atlantes. Teriam escapado da Atlântida e invadido a terra habitada pelos homens, e os deuses teriam se incumbido de dar cabo de suas ousadas pretensões de dominar o mundo.

POSEIDON E MEDUSA

Quando os homens começaram a formar suas cidades, todos os deuses do Olimpo decidiram adotá-las. Mas aconteceu que Atena e Poseidon apaixonaram-se pelo mesmo lugar: a Acrópole, o primeiro sítio de Atenas, na época chamada Cecrópia, já que Cécrops era o rei. Eles levaram a disputa ao Conselho dos deuses. Zeus e os demais deuses decidiram, declararam que Atena seria a protetora da cidade, pois havia plantado a oliveira naquelas terras, garantindo assim o seu direito.

Ofendido, injuriado, Poseidon perdeu a cabeça. Inundou todas as planícies das redondezas do reino, destruindo tudo o que estivesse entre ele e a cidade. Desse dia em diante, Atena se declarou sua inimiga.

Vários anos mais tarde, depois do Dilúvio e do reinado de Crânaos e quando governava em Cecrópia o rei Anfictíon, filho de Deucálion e Pirra, Poseidon apaixonava-se por uma bela ninfa, filha de Fórcis e Ceto. Olhos acinzentados, cabelos encaracolados, lindos de serem vistos, Medusa era a mulher mais formosa que Poseidon já havia visto. Apaixonou-se quando ela foi banhar-se em suas ondas à luz do luar. Poseidon tomou a forma de uma ave e, raptando-a, levou-a ao Templo de Atena, causando a indignação da deusa. O amor de Poseidon foi correspondido, até que se uniram e viveram muitos momentos felizes.

Foi então que Atena surgiu para vingar-se das mortes que ele tinha provocado em suas terras. Desceu do Olimpo, dirigiu-se à caverna a beira do mar onde estavam Poseidon e Medusa, e exigiu que o deus a abandonasse, a fim de fazê-lo infeliz. Discutiram violentamente, e Atena ergueu sua lança mágica para atingi-lo. Medusa se pôs na frente do amante, tentando defendê-lo.

Atena, esquecendo-se de sua bondade natural, fez um gesto mágico e transformou-a num terrível dragão, abominável e demoníaco, causando horror a Poseidon, que a viu transformar em pedra seus animais aquáticos. Totalmente desesperado, foi esconder-se em seu reino, no Arquipélago, enquanto Atena, sem saber se arrependia-se ou se ria, voltou às pressas ao Olimpo.

Poseidon invocou Hécate, a deusa da magia, e implorou-lhe que tentasse quebrar aquele encanto. Mas os poderes ou pragas de Atena eram insuperáveis. Vendo-o tão triste e só, Hécate consolou-o dizendo-lhe que Medusa teria dois filhos: um gigante e um belíssimo cavalo alado. Eles nasceriam mesmo que Medusa morresse, e só nasceriam nessa condição. Seu nascimento seria a prova de que o amor produziria sempre bons frutos, mesmo por um amor impossível.

Medusa foi transportada para um grupo de ilhas bem distante, para além da Líbia e dos limites mais ocidentais do mundo antigo, onde se escondia um povo de monstros similares, as Górgonas, espécie de fantasmas que surgiam de repente para atormentar a vida dos seres-humanos.

AS FILHAS DE ÁRES E HARMÔNIA

Cadmos, um príncipe da Sidônia, acompanhado de sua gente, viajou para o Ocidente com o objetivo de recuperar sua irmã Europa, raptada por um touro branco, e foi o último a desistir de sua missão, alcançando a Hélade. Depois de vencer um terrível dragão pertencente ao deus Áres, construiu uma cidade, e a chamou de Cadméia. Os deuses concederam-lhe uma esposa, Harmônia, filha de Zeus e Electra, com quem se casou e teve filhas: Ino, Sémele, Idótea, Autónoe, Agave, e o varão Polidoros. Fizeram parte de sua festa de núpcias seus cunhados Iásion e Dárdanos.

Cadmos reinou por um bom tempo. No entanto, tendo que entregar o trono a seu servo Equíon, partiu para a Trácia, acompanhado de sua esposa Harmonia, a fim de cumprir o seu destino durante os noventa e nove meses, como servo do deus Ares, para expiar o crime contra o seu animal sagrado, e evitar que outras desgraças se abatessem sobre seus descendentes. E foi nessa ocasião que o deus, aproveitando momentos de solidão de Harmônia, levou-a para a Acmônia frígia e fê-la mãe das primeiras rainhas das Amazonas.

Ainda na Trácia, com o retorno de Harmonia aos braços do esposo, este teve com ela mais um filho: Ilírios, onde cresceu e viveu. E, a fim de torná-lo forte, os deuses acalentaram o menino entre os anéis de uma serpente.

LÍSIPE

As Amazonas, chamadas de Eórpatas pelos citas, formavam uma curiosa raça de mulheres acostumadas à guerra, cujas primeiras rainhas nasceram da união entre Áres e a náiade Hermíone, nos vales da Acmônia frígia. À princípio, fundaram um reino junto ao rio Amazônios, depois chamado de Tânais. O jovem Tânais cultuava entre os deuses apenas a Áres, seu pai, e detestava mulheres, ignorando os dons de Afrodite. A deusa, para puni-lo, fê-lo se apaixonar pela própria mãe, a amazona Lísipe (Lysippe). Censurado por sua mãe, e desesperado, o herói lançou-se no rio Amazônios que, a partir de então, passou a se chamar Tânais. Hoje, esse mesmo rio chama-se Don, cujas águas cortam a parte leste da Europa. Para se penitenciar da morte de seu filho e dar descanso à sua alma, Lísipe conduziu as suas filhas ao redor do Póntos Euxinos (hoje o mar Negro) até chegar junto do rio Termódon, na Ásia, onde formou três tribos e cada qual com sua cidade e sua rainha.

Lísipe, então, em lembrança da morte de seu filho, outorgou que não houvessem mais homens misturados entre seu povo, exilando-os para uma região vizinha de pouco acesso. Tornaram-se guerreiras e empregaram, pela primeira vez, o cavalo como montaria. Fabricaram arcos de bronze e escudos pequenos em forma de meia-lua, e seus elmos, couraças e calçados foram feitos com a pele dos animais selvagens.

Então, antes de empreender as primeiras batalhas pela Ásia Menor, para conquistar espaço, Lísipe fundou uma grande cidade, Temiscira (Themiscyra), para servir de sede às três tribos existentes. Iniciou guerras com outras tribos até o Tânais, na Cítia, para ampliar o seu Império, e com o botim de suas campanhas, erigiu templos a Áres e outros a Ártemis-Taurópola, cujo culto ali estabeleceu.

Suas descendentes estenderam o Império Amazônico desde a Frígia até a Trácia. Três famosas rainhas, Marpessa, Lâmpadis, Hipe e Mírine, se apoderaram de grande parte da Ásia Menor e da Síria e fundaram Esmirna, Círene, Mírine, Thiba, Sinope e Éfesos, em memória de uma de suas rainhas, Ápase, cuja comprovação se encontra hoje nos relevos do templo Adriano, nas ruínas da cidade.

Marpessa (ou Marpésia) iniciou uma vitoriosa batalha no Póntos Euxinos e logo conquistou a Trácia e a Síria. Depois, acompanhada da rainha Hipe, marchou através de Éfesos e Círene, alcançando finalmente o mar Arquipélago, a ocidente da Ásia Menor. Assim que se estabeleceu como rainha naquela região, foi de novo chamada ao campo de batalha e perdeu sua vida em combate.

Quanto à rainha Hipe, “cavalo”, por sua vez, depois da conquista da Ásia Menor e da Síria, confeccionou uma imagem de madeira em honra de Ártemis, e instalou-a perto de uma árvore em Éfesos, onde as Amazonas, entre danças e rituais, passaram a golpear a terra, uníssonas, acompanhadas de flautas, entoando uma melodia selvagem com acordes guerreiros.

MÍRINE E AS GÓRGONAS

Bátea era uma rainha das Amazonas que habitavam a Ásia Menor, mais precisamente no Ponto, perto da costa do Euxinos (o Mar Negro), onde constituía um reino independente. Atribui-se-lhe a fundação de cidades asiáticas como Éfesos, Sinope e Esmirna. Segundo o seu próprio nome — era também chamada de Esmirna, foi sem dúvida alguma a maior heroína entre as guerreiras Amazonas. Seu nome parecia significar “deusa Mírine”.

A respeito da construção de Éfesos, Mírine e suas Amazonas tiveram a ideia de opor-se a Dionisos, neto de Cadmos, que vinha em expedição vitoriosa da Ásia, levando a cultura da vinha e expandindo o seu culto. Foram vencidas pelo poderoso exército de Mênades e Sátiros. E Mírine, acompanhado de um bom número de sobreviventes, fugiram para a costa oeste da Ásia Menor, onde Éfesos foi erguida.

As Amazonas organizadas em muitos clãs, Mírine conseguiu centralizar o seu poder; ela que descendia das que viveram outrora nas margens do Meótis (o mar de Azov), nas costas setentrionais do Euxinos, e fundou uma cidade: Quersonesos. Pelas suas conquistas, foram chamadas de Antianiras, “que lutam como varões”, ou Andróctones, “assassinas de homens”, e ainda Hieródulas, “as assistentes das divindades”.

Bátea ou Esmirna, ou melhor Mírine, como era conhecida por sua fama de deusa, já havia conquistado a Cítia, a Trácia, as ilhas do Arquipélago e a Capadócia, e decidiu ir além de suas conquistas, conduzindo um grandioso exército de 20.000 cavaleiras e 3.000 infantes. Guiada por forças divinas invejosas, levou-as ao combate contra o longínquo reino de Atlântida, para além da Líbia e do país do gigante Átlas. Conquistou Cerne (hoje a ilha de Madeira, no Atlântico), o primeiro dos dez reinos dos Atlantes. Avançou sobre a capital, destruiu-a e passou todos os homens válidos a fio de espada, levando em cativeiro as mulheres e as crianças.

Os nove reinos restantes de Atlântida, aterrorizados, renderam-se imediatamente. Mírine foi generosa e fez aliança com eles. Construiu uma cidade dando-lhe seu nome divino, Mírine, no lugar da que havia destruído, e franqueou-a a todos os prisioneiros e a todos que desejassem habitá-la.

Então, os Atlantes, vassalos, pediram à denodada rainha das Amazonas que os ajudasse na luta contra as Górgonas, que saíam de um grupo de ilhas vizinhas para atormentá-los: as ilhas Gorgônidas (hoje ilhas de Cabo Verde), que habitavam próximas das Ninfas Hespérides, da ilha de Antilia. Tinham a faculdade de tornarem-se invisíveis, se assim desejassem, por isso eram invencíveis, e uma delas, Medusa, que não possuía essa característica, podia transformar qualquer um que trocasse um olhar com ela em pedra. Depois de uma batalha sangrenta, após perder muitas de suas guerreiras, Mírine triunfou brilhantemente, apesar de muitas Górgonas conseguirem escapar com vida. Três delas conseguiram chegar à longínqua ilha de Thule, nas terras geladas do Setentríon: Euríale, Esteno e Medusa (a única que podia ser sempre vista por olhos humanos).

Certa noite, as Górgonas prisioneiras no acampamento das Amazonas lograram apoderar-se das armas das sentinelas e mataram grande número de guerreiras. Recompondo-se rapidamente, as comandadas de Mírine massacraram as rebeldes. Às Amazonas mortas foram prestadas honras de heroínas e foi erguido um túmulo suntuoso com o intuito de perpetuar-lhes a memória, e ainda na época histórica foi conhecido como o Túmulo das Amazonas.

A NOVA ATLÂNTIDA

Por muitos anos, os reis atlantes governaram sabiamente e bem, cada um passando sua sabedoria para seu herdeiro. Mas à medida que as gerações se sucediam, o sangue divino dos reis se tornou mais fraco e eles caíram, cada vez mais, sob a influência das paixões mortais e desejos mundanos, virando as costas para a Divindade, entregando-se à magia negra para atingir seus objetivos. Talvez fosse devido ao contato com o mundo externo que os cercava. Quando antes valorizavam os tesouros, apenas por sua beleza, agora eram presas da Cobiça. Onde antes o povo tinha vivido em amizade e harmonia, agora disputavam pelo poder e pela glória. Chegaram mesmo a tentar subjugar o mundo e foram vencidos pelos Atenienses.

O grande Zeus, vendo sua raça favorita se afundar, dia-a-dia, no poço das ambições e vícios humanos, repreendeu Poseidon por deixar tal coisa acontecer. E Poseidon, magoado e furioso, agitou o Mar e a Terra. Um grande vulcão assolou o país e uma onda colossal cobriu Atlântida, e a ilha submergiu para sempre sob as águas, dando lugar a um pequeno atol, quase perdido, próximo à grande ilha de Creta, e deu lugar à ilha circular de Théra (hoje Santorini).

Mas Poseidon ainda amava aquele povo, e pretendeu preservar a civilização. Retirou das águas turbulentas uma parte daquele povo e levou-os para o Extremo-Ocidente, para além do mundo conhecido, no meio das águas do Rio-Oceano, não muito longe da ilhas das Ninfas Hespérides e das antigas Górgonas, o mais longe possível do alcance da cobiça humana. Lá, construiu um novo Império, ainda mais grandioso, mais imponente e mais rico. O povo era igualmente sábio e pacífico. O deus dos mares abençoou-os, deu-lhes leis e governantes sobre dez grandes cidades, a exemplo da velha Atlântida, cada qual cercada por inexpugnáveis muralhas ciclópicas, cuja sede, Poseidonis, ficava no centro da ilha, edificada no alto de três montanhas e que era conhecida por “Cidade das Portas de Ouro”.

Deu-lhes prosperidade. E, por fim, para mantê-la invisível, cercou-a com uma densa cortina nebulosa. E várias raças, como a dos Semitas, Toltecas, Turanianos, Tlavatis e Mongóis, juntaram-se aos Atlantes.

Porém, de certo modo, tragado pela fúria do Rio-Oceano, o novo continente também submergiu, dando origem a uma ilha menor de nome Pequena Atlântida e outras como as atuais Cabo Verde, Canárias, ilha da Madeira e Açores, que se tornaram os picos mais altos do continente submerso.

A existência da Atlântida é atestada por desenhos e símbolos gravados em pedra, fábulas e lendas referindo-se aos mesmos acontecimentos e costumes, monumentos do México semelhantes aos do Egito, hieróglifos semelhantes no México e na China Antiga, reproduzidos pelo sábio Fo Hi, petrografias brasileiras (na Bahia, Piauí e ilha de Marajó) desses mesmos ideogramas, provando que um único povo deu origem a esses outros, sem contar que essa teoria foi defendida pelos egípcios, a civilização dada como a mais antiga. No Egito e entre a cultura Inca foram encontrados objetos e hieróglifos que lembram aeronaves; quando testados em túneis de vento, apresentaram aerodinâmica perfeita.

Provavelmente, os refugiados Atlantes deram origem aos Astecas, Incas, Maias e indígenas da América, a não ser pela hipótese de migração dos povos asiáticos que viveram na época do rei Ninos (Nemrod) e o evento da Torre de Babel. Teriam, também, dado origem aos egípcios, na África Setentrional, e fundiram-se com povos da mesma raça no continente Hiperbóreo. Foi mencionado qualquer coisa a respeito no mito de Midas e Sileno, que narrou as viagens de Dionisos pela África, Ásia, Europa e, segundo o sátiro, por um continente chamado Eusébia (do outro lado do Atlântico). Seriam os Atlantes?

Amigo ALQUIMISTA.

Sei pouco sobre o assunto. Mas a Tauromaquia realmente se desenvolveu em Creta e ilhas adjacentes, provavelmente em Théra, onde foi descrita uma das localizações da Atlântida. Pois, de alguma forma, os povos dessas ilhas tinham influência cretense, pois Radamantes, após ter sido vencido por Minos na disputa do trono de Knossos, tornou-se senhor absoluto das ilhas Cíclades. E o mito do Touro de Creta pode ter passado para as ilhas através de seu rei.

Mas é bom firmar bem que os cretenses não adoravam ao touro, mas sim à serpente, através da representação divina da Grande-Mãe. A imagem do touro foi constantemente usada para representar o povo de Creta, mas não o tinham como um deus como os egípcios e os persas.

Quanto à Théra, realmente explodiu, ou melhor, implodiu, pois a ilha toda se tornou um atol, por causa da explosão de seu vulcão, e tal catástrofe abalou também a ilha de Creta, tornando-a, em uma de suas partes, estéril. Se ali existiu uma Atlântida, ela, de certa forma, foi tragada pelo mar.

De fato, o touro foi mencionado com muita frequência na Mitologia dos Minóicos, que teve uma forte relação com os gregos. Em verdade, Creta se tornou província grega. Um dos primeiros reis de Creta foi grego.

Até fiz essa série de posts sobre Creta para passar informações mitológicas. Mencionei o que tenho sobre as sucessões dos reis de Creta, os mitos relativos ao touro, suas conquistas e derrotas, sua participação na expedição dos Argonautas e na Guerra de Tróia.

Apenas para concluir, também creio que os Cretenses acreditavam em inúmeros deuses, que os livros de História não mencionam; sendo um território grego, originalmente, é certo que cultuassem também deuses gregos.

Sobre mitologia cretense, o que é possível saber a partir dos registros que eles deixaram e dos possíveis reflexos nos micênicos e gregos?
Qual seria o panteão minóico?
Não é muito simplista dizer que era centrado na deusa-mãe e no deus-touro e pronto?
Além disso haviam diferenças regionais, certo? Como por exemplo a deusa-abelha e a esfinge, encontrado só na cidade de Malia.
Que deuses e heróis deles sobreviveram nos mitos gregos?
A história de Minos é criação dos atenienses dominados ou é um reflexo dos mitos cretenses?
Os titãs e deuses primordiais da Teogonia podem ter sido cultuados pelos minoanos e isso ter sido representado na mitologia grega pela sucessão Ouranos->Khronos->Zeus?

Rei de Ouros escreveu:Não é muito simplista dizer que era centrado na deusa-mãe e no deus-touro e pronto?

Sim. acho também.

Além disso haviam diferenças regionais, certo? Como por exemplo a deusa-abelha e a esfinge, encontrado só na cidade de Malia.

A esfinge é um motivo recorrente em todo mundo mediterrâneo oriental. Egípcios, assírios, hititas e até hebreus tem suas versões de esfinge.

Que deuses e heróis deles sobreviveram nos mitos gregos?

Quase todos os Olímpicos, especialmente as deusas! Zeus, pelo próprio mito grego, foi, quando bebê, escondidinho, salvo de ser comido pelo pai e criado pela cabra e pelos Curetes em Creta, um Zeus mais ctônio. O mais brabo é localizar os pré-olímpicos (geração de Urano e de Kronos).

A história de Minos é criação dos atenienses dominados ou é um reflexo dos mitos cretenses?

Os mitos de Minos e de Teseu tem grandes chances de refletir realidade histórica da vassalagem de Atenas jônica pelos cretenses pré-aqueus.

Os titãs e deuses primordiais da Teogonia podem ter sido cultuados pelos minoanos e isso ter sido representado na mitologia grega pela sucessão Ouranos->Khronos->Zeus?

Isso que é o brabo! Houve uma época que se fazia uma dualidade entre os deuses gregos clássicos herdados dos aqueus indoeuropeus e dos cretenses minóicos. Porem, até os cretenses minoicos são um ramo (mais antigo, é verdade) anatólico de indoeuropeus. A contribuição dos deuses hurritas, inclusive a sucessão que você citou. Se ela é reflexo de uma realidade histórica, isto é, se houve seguidores de Kronos ou Urano, isso é anterior a 2000aC e os cretenses já teriam recebido o pacote mitológico-religioso pronto sem seguidores de um deus Kronos.

Reia, mãe de Zeus, tinha lugar de destaque no panteão minoico.
Resta saber se era considerada mais um avatar da deusa-mãe-Terra (Gaia, Reia e Demeter estariam no mesmo saco?) ou um indivíduo divino bem diferenciado.
O molde original da Reia cretense é a Kubaba/Cibele, senhora dos animais hurrita que por sua vez tem raiz suméria.
A mitologia grega bem posterior é que se ressincretiza com os deuses da Anatólia, e acaba adotando Cibele bem tardiamente, como se fosse algo diferente da Reia.

Junito Brandão faz uma revisão boa do panteão cretense.

Larry Bi escreveu:

Rei de Ouros escreveu:Além disso haviam diferenças regionais, certo? Como por exemplo a deusa-abelha e a esfinge, encontrado só na cidade de Malia.

A esfinge é um motivo recorrente em todo mundo mediterrâneo oriental. Egípcios, assírios, hititas e até hebreus tem suas versões de esfinge.

Sério que eram nesses locais todos?
Não sabia. Mas que eu saiba, em Creta a única cidade onde esse tipo de figura foi achada foi em Mália.
Será que foi inspirada em alguns relatos de mercadores que visitaram o Egito?

Que deuses e heróis deles sobreviveram nos mitos gregos?

Quase todos os Olímpicos, especialmente as deusas! Zeus, pelo próprio mito grego, foi, quando bebê, escondidinho, salvo de ser comido pelo pai e criado pela cabra e pelos Curetes em Creta, um Zeus mais ctônio. O mais brabo é localizar os pré-olímpicos (geração de Urano e de Kronos).

Eu sempre pensei que os titãs fossem representações dos deuses minóicos e micênicos. Mas podem ser também criações posteriores ou simples descrições mitológicas já que não eram cultuados, né?
E Zeus poderia ser o tal touro tão representado em Creta? Seria um deus celeste que vira um touro pra acasalar com várias rainhas cretenses, como os mitos gregos (Europa, Pasífae) nos mostram?

A história de Minos é criação dos atenienses dominados ou é um reflexo dos mitos cretenses?

Os mitos de Minos e de Teseu tem grandes chances de refletir realidade histórica da vassalagem de Atenas jônica pelos cretenses pré-aqueus.

Mas será que já isso já foi no período de dominação de Creta pelos Micênicos? (Ou seja, os micênicos de Creta dominando os Micênicos de Atenas, já que segundo o mito, Minos viveu nos tempos de Hérakles e poucas décadas antes da Ilíada).

Os titãs e deuses primordiais da Teogonia podem ter sido cultuados pelos minoanos e isso ter sido representado na mitologia grega pela sucessão Ouranos->Khronos->Zeus?

Isso que é o brabo! Houve uma época que se fazia uma dualidade entre os deuses gregos clássicos herdados dos aqueus indoeuropeus e dos cretenses minóicos. Porem, até os cretenses minoicos são um ramo (mais antigo, é verdade) anatólico de indoeuropeus. A contribuição dos deuses hurritas, inclusive a sucessão que você citou. Se ela é reflexo de uma realidade histórica, isto é, se houve seguidores de Kronos ou Urano, isso é anterior a 2000aC e os cretenses já teriam recebido o pacote mitológico-religioso pronto sem seguidores de um deus Kronos.

Minóicos eram indo-europeus?
Tem certeza? Sempre li que eles tinham uma linguagem diferente, como a dos Sumérios, Etruscos (que talvez tenham vindo dos Cretenses) e Bascos!
Será que aquela deusa-serpente não era Gaia, ou a deusa que os gregos chamaram assim (pois os mitos de Gaia envolvem serpentes e uma árvore sagrada, como a que se vê sendo recolhida por uma deusa-navegadora em alguns selos minóicos). E Ouranos não seria o Touro solar? Talvez até Kronos tenha entrado no meio, com a castração do boi ou algo assim...não sei...

Larry Bi escreveu:Reia, mãe de Zeus, tinha lugar de destaque no panteão minoico.
Resta saber se era considerada mais um avatar da deusa-mãe-Terra (Gaia, Reia e Demeter estariam no mesmo saco?) ou um indivíduo divino bem diferenciado.
O molde original da Reia cretense é a Kubaba/Cibele, senhora dos animais hurrita que por sua vez tem raiz suméria.
A mitologia grega bem posterior é que se ressincretiza com os deuses da Anatólia, e acaba adotando Cibele bem tardiamente, como se fosse algo diferente da Reia.

Qual origem suméria? Ki?
Reia parece mesmo ter alguma coisa com os minóicos, por causa do culto de cavernas, de deusas segurando bebês, de pedras sagradas etc... Mas é possível saber com mais precisão?

Alguém sabe dizer o que é ISSO?