Radioatividade

Isso não é verdade. O teste do carbono-14 é viável para amostras no máximo com 60.000 anos de idade.

A única forma que vejo de alterar a quantidade de raios cósmicos que atingem a Terra são eventos astrofísicos. Mas eles acontecem em escalas de tempo da ordem de muitos milhões-bilhões de anos (estrelas nascendo nas proximidades, explosões de supernovas, mudanças significativas na atividade solar, etc.). 60.000 anos é um tempo muito pequeno.

Então dá pra garantir que as fontes de raios cósmicos hoje são as mesmas de 60.000 anos atrás e a taxa de absorção C-14 vem sendo praticamente constante.

Mudanças na quantidade de raios cósmicos realmente só acontecem quando há um evento cataclísmico no Universo.

Realmente, a atmosfera da Terra pode ser afetada por uma descarga de raios ocasionada pela explosão de uma estrela. Mas como as distâncias estelares são medidas por anos-luz, a influência dessa explosão levaria muito mais tempo para chegar aqui do que 60.000 anos... E se uma onda de raios (que podem ser de várias espécies) chegasse ao planeta, não seria somente o carbono 14 a ser afetado... O planeta poderia simplesmente se tornar inviável à vida.

Rei de Ouros escreveu:Pode haver amostras de C14 em fósseis?

Pode sim haver amostras de C14 em fósseis, mas este não é derivado de maneira alguma do fóssil em si, mas sim de contaminações.

Aliás, este tipo de afirmação que encontraste é só mais uma pérola dos criacionistas, entre tantas outras que eles adoram afirmar.

Rei de Ouros escreveu:E também, parem de afirmar que sabem algo sobre (Astro)Física, Química, e o que valha.
Admitam que uma certa informação, singela, mas muito importante para que a teoria pareça real, é um chute: não há como provar que a quantidade de raios cósmicos que penetra a atmosfera foi sempre a mesma, ou seja, no final de contas, que a quantidade de C14 formada nela foi sempre igual. Precisou-se ter Fé nesse "fato", simplesmente para não gerar confusão, por comodismo.

Chute foi essa afirmação. Bola fora, por acaso.
Há como afirmar o contrário. É sabido, dentro do método C14, que a quantidade de raios cósmicos não é sempre a mesma. Por exemplo, cito pelo menos o ciclo de intensidade solar a cada 11 anos. Outras dificuldades residem em fatores que já mencionei anteriormente.

No entanto, e de uma maneira geral, a atividade solar se manteve dentro dos parâmetros nos últimos 60.000 anos, ou senão teríamos assistido a mudanças drásticas na superfície terrestre. Tivemos glaciações e mudanças climáticas definidas por mudanças astronômicas neste período sim, e isso é levado em conta.

Além disso, o método está calibrado por séries de anéis de árvores em sequências dendrocronológicas que remontam aos 11 mil anos.

Contudo, como cabe a você o ônus de provar sua afirmação, poderia nos apontar algum fato que corrobore o que diz?

Isso sim é a diferença que reside entre ciência e religião, que você pretendeu afirmar que é a mesma coisa...

Geômetra escreveu:(...)Além disso, o método está calibrado por séries de anéis de árvores em sequências dendrocronológicas que remontam aos 11 mil anos.

Gostei. Você matou o problema do ponto de vista experimental.

Quem já estudou Física, entende que todas as substâncias radioativas que são encontradas naturalmente na superfície da Terra possuem uma vida média. Os experimentos para comprovação disso é feito em dois grandes aparelhos. Um se chama Betraton e o outro Wandergraf.

Quem sabe o que é um acelerador de partículas, sabe o que é um Betraton. É um aparelho que acelera os elétrons a uma velocidade assombrosa e, depois, os dirige para um determinado ponto, onde é colocada uma amostra da substância que se quer estudar.

Qual a função de um Betraton? É fazer com que se possa calcular muito mais rapidamente a vida média de um elemento químico radioativo.

Essas experiências aceleram a perda da radioatividade e, através de fórmulas simples, pode-se calcular quanto tempo um elemento leva, na natureza, para perder sua radioatividade...

Essas experiências estão sendo feitas há muitos anos.

Os métodos de datação radioativas e mesmo o carbono 14, utilizado para materiais orgânicos, determinam não a idade de alguma coisa, e sim sua atividade radioativa, ou de decaimento...

Ressuscitei este tópico apenas para questionar a metodologia usada para a datação de fósseis e rochas, e gostaria de opiniões...

É um dos métodos mais confiáveis. Isso porque se baseia na perda de radioatividade do Carbono 14, que sabemos perde radioatividade num mesmo ritmo, chegando à radioatividade do Carbono 12 (que é estável e não perde mais radioatividade) em cinco mil, setecentos e trinta anos.

Essas contagens passaram por inúmeras checagens e são corretas.

Agora... Se o objeto tiver mais de cinco mil, setecentos e trinta anos, esse método não poderá mais ser aplicado...

No caso do objeto ser mais antigo, quais os outros métodos de datação + - confiáveis?

Prof. Black e Marco Polo,

O método C14 pode datar até 50.000 anos de acordo com a curva de calibração Intcal09.

O assunto é meio complexo e depende de que material se trata e o intervalo de tempo. Usualmente em arqueologia o método mais aceito é o C14, que pode datar ossos, madeiras, conchas e qualquer outro material orgânico.
É baseado na premissa de que todo o ser vivo absorve uma quantidade de C14, e quando esse organismo morre, cessa a absorção desse C14, que é radioativo com uma meia vida de 5730 anos. Isso significa que passados esse tempo, a amostra original caiu pela metade. Passados mais esse tempo, cai a metade novamente, ou seja ao fim de 10460 anos, tem-se 25% do original... E assim sucessivamente até amostras residuais...

Outros métodos também usados são da termoluminescências (TL) e luminescência ótica estimulada (OSL), que podem datar cerâmicas, rochas. É baseado na premissa de que a partir da formação de um cristal há absorção de energia que poderá ser medida em laboratório.

Outros métodos de decaimento radioativo são das séries de Urânio e Potássio-Argon, contudo são mais usados na Geologia...

Meu nome não é Johnny escreveu:Os métodos de datação radioativas e mesmo o carbono 14, utilizado para materiais orgânicos, determinam não a idade de alguma coisa, e sim sua atividade radioativa, ou de decaimento...

Um relógio não determina a idade de alguma coisa, e sim a quantidade de oscilações.

Alguns métodos possíveis de datação:

-de base geológica:
variações dos glaciares
nível dos mares
nível das toalhas de água continentais
temperatura dos mares

-de base petrográfica
estudo granulométrico das areias e das cascalheiras
da progressão das estalagmites
pedológico
das pátinas

-de base arqueológica
estratigráfica
sincrônica
distributiva
tipológica
quantitativa
sequencial

-de base paleontológica
mineralização das ossadas
botânica
zoológica
antropológica

- datação em laboratório
carbono 14
Urânio 238
flúor
fosfato
azoto
ultra-sons

Eu sabia que havia um limite para a datação do C 14, mas não que eram 50.000.

O método foi melhorado, ou eu tive informações erradas??? Vou procurar a cópia do relatório que eu devo ter guardado e conto o local.

Há vários tipos de datação fora o C14:

A datação pela série U é o mais confiável método para datar o Quaternário (os últimos 2 milhões de anos), carbonato e sílica sedimentares, e material fóssil.

A datação do Quaternário provê um registro de mudanças climáticas e geologicamente recentes mudanças no meio ambiente.

A geocronologia por U-Pb de zircão, baddeleyita, e monazita é usada para determinar a idade de disposição de rochas ígneas de todas as composições, na faixa de idade do Terciário (últimos 65 milhões de anos) ao Arqueano Inicial (3,8 bilhões de anos).

Datação por U-Pb de minerais metamórficos, tais como zircão, titanita e monazita são usados para datar eventos térmicos, incluindo impactos meteoríticos terrestres, e para determinar histórias termocronológicas de terrenos.

Datação por U-Pb de zircão em sedimentos é usada para determinar a proveniência de sedimentos.

Estratigrafia de isótopos de estrôncio é um método que usa medidas extremamente precisas de isótopos de Sr de fósseis marinhos em conjunção com a conhecida composição isotópica de Sr da água do mar através do tempo para prover a datação do fóssil. Esta técnica pode também ser usada para determinar idades para outros processos geológicos, tais como a dolomitização.

40Ar/39Ar provê datações isotópicas variando de 10 mil a bilhões de anos de idade com 0,1-0,5% de precisão.

Datação potássio-argônio, assim como a datação argônio-argônio (40Ar/39Ar) são usadas para datar rochas metamórficas, ígneas e vulcânicas. São também usadas para datar camadas de cinzas vulcânicas ou sítios paleonantropológicos sobrepostos. O limite mais recente para o método argônio-argônio é de poucos milhares de anos. Devido a sua meia vida, a técnica potássio-argônio é mais aplicável para datar minerais e rochas com mais de 100 mil anos.

Tefrocronologia data cinzas vulcânicas e tufo numa faixa dos últimos 15 milhões de anos.

Termoluminescência provê idades em uma faixa de 100 a 800 mil anos.

210Pb tem uma curta meia-vida, e data material dos últimos 150 a 200 anos.

O principio do funcionamento dos relógios radioativos depende fundamentalmente dos r da determinação da quantidade de material radioativo existente no objeto a ser datado, e do percentual desse mesmo material que sofreu o processo de decaimento. Por exemplo, se estamos trabalhando com urânio, precisamos determinar quais os percentuais de urânio e de chumbo (que é o produto do decaimento do urânio) na amostra analisada.
Uma vez que a taxa de decaimento é conhecida, o tempo decorrido desde que o processo começou pode ser calculado para determinar a idade das rochas.
DECAIMENTO: Todos os elementos radiativos têm a propriedade de perder espontaneamente sua massa emitindo partículas ou radiações eletromagnéticas. A medida que emite estas partículas, o núcleo do átomo pode alterar-se, provocando o aparecimento de outro núcleo diferente. Quando uma substância se desintegra e o átomo formado é também radiativo, haverá novas desintegrações, que se sucederão até o aparecimento de um átomo estável, como o chumbo.
O problema é que para se realizar uma datação por este método, deve-se ter a garantia de que não havia qualquer quantidade de chumbo por ocasião da formação da rocha a ser datada, ou então, conhecer a quantidades inicial deste elemento, o que é totalmente impossível, costuma-se então lançar mão de hipóteses sobre tal quantidade dos percentuais iniciais.

Como se ter certeza de que nem chumbo, nem urânio ou tório foram acrecidos ao sistema ou dele retirados, desde a época de sua formação? Sabe-se que com o calor tanto o urânio quanto o chumbo podem se esvair das formações rochosas, sobre tudo se forem rochas sedimentares. O urânio também se esvai com água, por processo de lixiviamento, a medida que esta se infiltra e penetra no solo: mas o chumbo é praticamente preservado, por ser menos solúvel na água.
Bastaria, portanto, que, no passado, um vulcão tivesse entrado em erupção nas proximidades do local onde se encontrava a rocha, cuja idade está sendo pesquisada, e o calor produzido na região poderia permitir que grande parte do urânio e chumbo ali contidos se esvaísse para regiões mais profundas. As rochas situadas mais abaixo poderiam durante este evento ter recebido mais urânio e mais chumbo das rochas acima. Tais alterações, é claro, teriam se dado fora de qualquer controle e os percentuais finais de chumbo e urânio certamente não teriam mais nada a ver com os iniciais.
Alagamentos, chuvas excessivas, ou mesmo o efeito continuado das redes fluviais através dos anos, certamente permitiriam constantes alterações na quantidade de urânio presente no planeta. ASSIM É MUITO REMOTA A CHANCE DE QUE AS PROPORÇÕES HOJE DETECTADA EM LABORATÓRIO TENHAM QUALQUER RELAÇÃO COM AS INICIAIS. Utilizar-se do método urânio/chumbo ou qualquer outro método radioativo é sustentar a hipótese absurda de que a rocha a ser datada tenha estado na natureza, supostamente durante bilhões de anos, como se estivesse num laboratório apenas se processando a transformação urânio e chumbo.

Como vcs vêem que a energia nuclear deve (ou não) ser utilizada hoje em dia?

Sendo que hoje é praticamente inviável abandonar esta tecnologia mediante ao aumento da necessidade energética global e tecnologias alternativas como eólica ou até mesmo solar continuam caras demais para implantação em larga escala, ou seja, não há por enquanto sinal de que o uso por todo o globo da energia nuclear se restringirá a ser um modelo de transição.

Eu tenho lido bastante sobre o assunto. Sou um apenas um amador interessado, então levem isso em consideração ao ler o que escrevo.

Há importantes pontos contra e a favor:

A favor:
- gera bastante energia
- é tecnologia já desenvolvida
- não emite CO2 - pelo menos não na geração. Precisa de grandes estruturas de concreto, e aí tem alguma emissão.

Contra:
- o lixo atômico é um abacaxi sem solução, ainda. Não há maneira segura de se lacrar algo por 10mil ou 500 mil anos. Não sabemos se nossa civilização dura nem 500 anos...
- já li que as reservas de urânio são muito limitadas, e não durariam muito se a energia nuclear passasse a ser um ator principal nessa questão. Mas há outros minerais, como o Tório (acho que é assim que se escreve). Talvez dê pra encontrar alternativas.
- Se as reservas forem realmente limitadas, compensa mais investir em novas tecnologias (solar e eólica por ex) do que construir várias nucleares que teriam uso curto.

James Lovelock
O Gandhi nuclear
Autor da Teoria de Gaia, James Lovelock era herói dos ecologistas. Agora ele causa polêmica ao defender que só usinas nucleares podem nos livrar de um desastre



Por Eduardo Szklarz - Superinteressante (Brazil) - December 2004



Quem diria. A energia nuclear, alvo histórico dos protestos ambientalistas, pode ser a chave para nos salvar do aquecimento global. Mais surpreendente ainda: quem defende a idéia é o inglês James Lovelock, uma espécie de guru dos ecologistas. Aos 84 anos, o cientista afirma que precisamos interromper imediatamente a queima de combustíveis fósseis, que piora o efeito estufa. "A única forma de energia imediatamente acessível que não causa aumento de temperatura é a nuclear. Não temos tempo para experimentar", diz. A idéia logo foi rechaçada por organizações ambientais como Greenpeace e Amigos da Terra. E fez o cientista ver renegado o apelido que ganhou da revista New Scientist: "Gandhi da ciência".

Na teoria que o consagrou, Lovelock descreve a Terra como uma espécie de superorganismo formado pela superfície, ar e oceanos. O planeta funcionaria como um sistema vivo capaz de regular a composição atmosférica, o clima e a salinidade dos mares, o que o manteria sempre adequado para a vida. Fez um baita sucesso com os verdes. O problema é que agora o aquecimento global agiria como uma armadilha para Gaia: o calor proveniente do efeito estufa gera ainda mais calor, num círculo vicioso.

Químico com doutorado em medicina e biofísica, Lovelock foi um dos primeiros ambientalistas a falar do aquecimento global, num relatório elaborado em 1989 para o gabinete da primeira-ministra inglesa Margaret Thatcher. Best sellers como As Eras de Gaia o tornaram um dos cientistas mais influentes do século 20, com títulos de doutor honoris causa em diversas universidades ao redor do mundo. Lovelock concedeu esta entrevista de sua casa em Launceston, na Inglaterra.

continuação
Por que usar energia nuclear e não outras formas tidas como ecologicamente corretas, como a eólica e a solar?

Seria ótimo se pudéssemos contar somente com essas fontes de energia, mas elas não satisfazem nossas necessidades. Se houvesse 1 bilhão de pessoas no mundo, bastaria usar as energias solar, eólica, hidrelétrica e uma quantidade modesta vinda da queima de madeira. Mas já somos mais de 6 bilhões e a população continua aumentando. A energia nuclear é limpa e não provoca aquecimento. Uma estação pode ser construída em três anos. É também uma fonte de energia altamente disponível, não está acabando nem ficando mais cara, como o petróleo.

Um desastre como o de Chernobyl, na União Soviética, não seria suficiente para banir as usinas nucleares?

Há muita mentira em torno desse assunto. De acordo com informes da ONU, houve 45 mortos em conseqüência da explosão do reator em Chernobyl. Quase todos eram trabalhadores da usina, bombeiros e integrantes das equipes que sobrevoaram o fogo para apagá-lo. Os 45 morreram principalmente devido à radiação recebida pelo reator aberto e pelos escombros altamente radioativos que se espalharam ao redor dele. Aqueles que moravam perto da usina foram expostos à radiação, mas continuam vivos. É verdade que alguns podem morrer antes do esperado com cânceres provocados por radiação, mas lembre-se: em 1952, 5 mil pessoas morreram em Londres, num único dia, envenenadas por fumaça de carvão. Estima-se que centenas de milhares morreram desde então em decorrência de câncer do pulmão causado pela inalação de substâncias cancerígenas na fumaça. Mas a mídia não fala da queima de carvão como causa massiva de tumores.

Por que, então, há tanta oposição ao uso da energia nuclear?

As pessoas sempre têm medo de algo. Antes, eram fantasmas e vampiros. Hoje, energia nuclear. A oposição baseia-se numa ficção hollywoodiana, na mídia e em lobbies do movimento verde.

continuação
Você sempre foi considerado um guru dos ecologistas e agora não perde uma oportunidade para criticá-los. Qual é o motivo desse desentendimento?

Os verdes são importantes, mas estão errados. Eles se preocupam com as pessoas e esquecem da saúde da Terra. Não percebem que somos parte do planeta e dependemos dele. Eu mesmo sou um verde, mas tento mostrar que estão errados sobre energia nuclear.

Ao quebrar átomos, as usinas nucleares não alteram o equilíbrio de Gaia?

Ao contrário. Se você olhar para o Universo, verá que sua energia natural é nuclear. Toda estrela é uma estação nuclear, inclusive o Sol. O único método anômalo de obtenção de energia é a queima de combustíveis aqui na Terra. É muito mais natural usar energia nuclear do que queimar carvão e mandar gás carbônico para a atmosfera.

Você pede o fim da queima de óleo e carvão. Mas muitos países, como o Brasil, têm na água a maior fonte de energia. Como a troca que você propõe mudará um quadro com tantas variáveis?

Concordo que diferentes países terão soluções distintas para o problema. Mas, no momento, usar energia nuclear é a saída mais acessível e realista para o aquecimento global. Estados Unidos, China e Europa precisam cortar imediatamente 60% do combustível fóssil queimado para não termos conseqüências desastrosas. Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas, a temperatura no planeta aumentará em média 3,5 graus até 2100. Para comparar, na última era do gelo, que terminou há 12 mil anos, a média de temperatura era 3,5 graus menor que em 1900. Ou seja: a mudança até 2100 será comparável àquela entre a era do gelo e 1900. A floresta amazônica não existia naquele tempo. E ela pode também não existir no fim deste século.

finalizando
E o que faremos com o lixo atômico?

O volume de lixo atômico de alto nível produzido pelas usinas nucleares do Reino Unido, em seus 50 anos de atividade, equivale a 10 metros cúbicos. É tamanho de uma casa pequena. Se colocado numa caixa de concreto, esse lixo seria totalmente seguro e a perda de calor ainda poderia ser aproveitada para aquecer minha casa.

Você acredita que as multinacionais do petróleo podem encampar sua proposta e produzir energia nuclear?

Certamente. Elas não se consideram companhias de petróleo, e sim energéticas. Não lhes importa de onde a energia vem, mas o lucro que conseguem nesse preocesso. Creio que elas poderiam, inclusive, investir na construção e operação de usinas nucleares.

James Lovelock

• Tem quatro filhos e nove netos

• A organização de sua lotada agenda é feita pela mulher, Sandy, que mudou duas vezes a data da entrevista com a Super

• Gosta de escutar óperas de Wagner e Verdi

• Tem mais de 50 inventos patenteados. O mais importante deles é o Electron Capture Detector, uma caixinha capaz de medir poluição

• Acorda às 6 da manhã para escrever um livro sobre o aquecimento global e a energia nuclear