Berserkers

Desde o século 18 os estudiosos tentam explicar esse comportamento frenético dos berserkers (chamado de berserkergang). Uma das mais populares, principalmente após os anos 1960, era a de que utilizavam alucinógenos (o cogumelo Fly acaris, por exemplo, comum entre os xamãs da Lapônia) ou bebidas alcoólicas. Testes químicos e experimentos com voluntários reproduzindo situações de batalha concluíram que os efeitos colaterais derivados da ingestão destes produtos (náuseas, vômitos, tonturas), em vez de ajudar, acabaram prejudicando as ações humanas. Atualmente, portanto, são teorias descartadas.

Só um comentário: Deve ter surgido daí a ideia da sopa mágica dos quadrinhos do "Asterix e Obelix".

Os homens de Odin avançam para as frentes sem armaduras, onde tão loucos como cachorros ou lobos, mordem seus escudos, e são tão fortes quanto ursos ou bois selvagens e matam pessoas com um golpe, mas nem o ferro nem o fogo os detém”, na famosa descrição de Snorri da Saga dos Ynglingos (escrita no século 13 d.C.).

Sobre as questões levantadas:

1. O caldeirão de Asterix foi influenciado pelo caldeirão de Dagda dos Celtas, sem relação com os berserkers.
2. O termo berserker é de origem nórdico-antiga e aparece em fontes islandesas dos séculos XI a XIV d.C., mas a mais antiga citação é um poema escandinavo composto no século IX chamado Haraldskvaed. Em germânico antigo, século VIII, aparece o equivalente: wolfhetan.
3. Os nórdicos não eram totalmente analfabetos: pelo menos uma parte da população conhecia a escrita alfabética rúnica e existem vários textos rúnicos preservados em estelas, inclusive com trechos das Eddas.
4. A história dos vikings pode ser recuperada plenamente através da vasta literatura islandesa, que é de origem oral pré-cristã e foi transcrita a partir do século XI.
5. Se você considerar o termo falar como proficiência (ler e falar), eu somente leio, a nível médio-intermediário o islandês antigo. A única pessoa de origem brasileira que conheço que possui proficiência no islandês antigo e atual é a professora Patricia Boulhosa, atualmente residindo na Inglaterra. O recente tradutor do livro Três sagas islandesas, de Curitiba, prof. Borba Moosburger, somente lê islandês antigo, não fala e nem entende.

O termo berserk se aproxima e coincide mais com a tradução para o português "pele de urso"... assim como ulfserk se aproxima à "pele de lobo"... claro, nada confirmado...

Berserk = urso + manto, capa. Guerreiros famosos pela fúria. Sim, pode indicar frenético.
Assim como existiam os wulfserk = lobo + manto, esses talvez tenham dado origem ao mito do lobisomen. Essas são hipóteses e claro baseadas apenas no estudo linguista.

Os Bersekers e semelhantes

Eu estava lendo o artigo do Dr. Johnni Langer sobre os Bersekers, e achei interessante abrir uma discussão sobre isso aqui. Os Bersekers eram guerreiros movidos pela fúria e entravam num estado de êxtase que os transformavam em máquinas de matar, intimidadoras.
Qual a relação dos Bersekers Vikings com os Cães de Culann Celtas? Se formos analisar, são guerreiros semelhantes, movidos pela crença em um Deus e ambos entram em êxtase para o combate (vistos na mitologia Celta como "guerreiros" do deus Chuchulainn, assim como os Bersekers são inspirados na fé em Odin). Se levarmos em conta a relação Celta / Viking na Irlanda por exemplo, devem existir muitas relações entre esses personagens (talvez os Cães de Culann sejam inspiradores dos Bersekers?)

Segue o trecho do "The Táin" (mitologia Celta, explicando a "fúria", o "frenesi" de Cuchulainn):

"The Warp-Spasm overtook him: it seemed each hair was hammered into his head, so sharply they shot upright. You would swear a fire-speck tipped each hair. He squeezed one eye narrower than the eye of a needle; he opened the other wider than the mouth of a goblet. He bared his jaws to the ear; he peeled back his lips to the eye-teeth till his gullet showed. The hero-halo rose up from the crown of his head.

—Thomas Kinsella (translator), The Táin"

Ah, outra coisa, devem existir outros guerreiros com características semelhantes por outras partes da Europa Medieval, alguém poderia me informar quais?

Eles eram loucos, nos combates aterrorizavam as tropas inimigas, botavam qualquer um para correr, exceto os romanos.

Lutavam por Odin, já que a cultura nórdica inspirava o combate e as habilidades individuais dos guerreiros.

Os nórdicos acreditavam que, quanto mais inimigos matassem e quanto mais bravos e honrados com a sua palavra fossem, ao morrer bravamente em batalha seguiriam para o Valhalha (Valhöl) onde lá, comeriam, beberiam, treinariam e fariam sexo por toda a eternidade. Pensando assim todo homem lutaria como um louco, sem falar que para eles lutar por Odin era a maior honra de todas, é a mesma coisa que alguém lhe dissesse que o caminho para se encontrar com o Deus, Criador era matando todos os inimigos do teu povo.

Quanto a estratégia de combate, só tinha uma, fazer pequenos cortes nos braços na frente das tropas inimigas, despir-se e ficar somente com uma "calça", e depois agir feito um louco. Ensandecido, o Berseker dançava e gritava até a hora de atacar. A caminho das tropas inimigas eles gritavam, berravam e ao ataca-los o faziam com fúria indomável e assustadora. Boa parte das tropas com que os Bersekers se enfrentavam, corriam de medo antes mesmo deles chegarem perto...

Na mitologia Nórdica já conta dos bersekers.

Conta que no nascimento(*) do mundo Odin teria já se encontrado com Bersekers.
Fato que demonstra o quanto os bersekers estariam ligados à cultura normanda.
Berseker significa Pele de lobo.

Os nossos amigos Vikings atribuíam grande vitalidade e força aos lobos, por isso o detalhe de pele de lobo, eles, ao vestir a pele de lobo, para as batalhas, diziam se tornar um com Tyr, uma espécie de Tyr na terra, Tal fato se deve a Tyr ser o deus da guerra e da palavra.


Curiosidade:
O interessante é que na cultura deles, um dos maiores inimigos dos deuses é um lobo, Fenris, justamente o lobo que devorou a mão direita de Tyr.
Conta-se que Tyr fez uma "aposta" em que colocaria a mão na boca de Fenris e não tiraria, pois Fenris se gabaria de não poder ser capturado, por poder cortar qualquer corda a qual o amarrassem.
No final da história Tyr teve oportunidade de retirar sua mão, perante a boca de Fenris, que se fechou, esmagando sua mão. Porém não o fez, pois se a tirasse, perderia a sua palavra.

Ainda hoje temos os costumes de dar a mão direita, os vikings não portavam espadas na mão esquerda, pois tal fato era considerado traição, por isso cumprimentar-se com a mão direita vazia significava estar desarmado, ou seja, atitude amigável.

Até hoje tal lenda tem relevância, pois até hoje nos cumprimentamos usando a mão direita, e até hoje temos a fechadura boca-de-lobo.

Todas as culturas bárbaras, na idade antiga ou média, valorizavam mais o furor individual do que a disciplina ou coesão da formação. Todos guerreiros bárbaros eram "berserkers" em potencial, constantemente desobedeciam ordens do seu general ou chefe tribal e iam ao ataque frontalmente contra o inimigo, para provar sua coragem.

E praticamente todos tinham suas "versões" de "berserkers" (na verdade os "berserkers" que são versões dos guerreiros bárbaros do mundo antigo).

Os bretões (certas tribos costeiras, ao menos), possuíam guerreiros que se pintavam com "tatuagens mágicas" azuis e lutavam praticamente nus.

A cultura trácia tinha os guerreiros armados com a temível falx ou com a romphaia.

As tribos celtas tinham os gaesatae, os quais Políbio descreve. Usavam amuletos e pinturas no corpo, e entravam em um furor assassino em combate.

Os falantes do proto-germânico do mundo antigo tinham várias tropas que entravam em frenezi, entre eles os Senmone Sachaz (nome esse que está em proto-germânico e eu esqueci a tradução).

Até onde sei, os vikings são a "versão medieval" dos címbrios da idade antiga, que ocuparam a Jutlândia e parte da Escandinávia (e não há nenhuma fonte escrita a respeito do que havia nas outras partes da Escandinávia, talvez fontes arqueológicas, mas arqueologia não é meu forte).

Interessante notar que os címbrios eram guerreiros destemidos que não tinham nenhum medo da morte. Todos os germânicos eram assim, e todos os guerreiros bárbaros, em menor escala, também, mas os címbrios eram mais ainda, segundo fontes romanas.

Os "nórdicos" (moradores da Escandinávia e norte da Jutlândia) da Idade Média são basicamente o retrato do que seriam TODOS os povos germânicos, no período, se eles não tivessem absorvido parte da cultura e da civilização romana. Foram o último foco de "resistência" da "cultura bárbara original" de todos povos germânicos, já que, na Alta Idade Média, francos, godos, borgúndios, lombardos, saxões e toda essa tigrada germânica já haviam adotado o cristianismo e a "civilização" (isso se pudermos chamar algo na Europa medieval de "civilizado").

Merin, como sempre já disse quase tudo.

1) Vikings são mais uma ocupação que o nome de um povo.
Basicamente são ALGUNS escandinavos (germanos do norte) que não tinham se romanizado mesmo no século IX, quando todos os outros já tinham ganho pelo menos uma tintura de cultura cristã romana ocidental. VIKING ("rei do mar?") seria o escandinavo que durante o inverno, descia para o sul europeu como pirata naval (marítimo e fluvial) e voltava para sua terra no verão, quando voltava a ser caçador, pescador, ferreiro ou camponês.
Em termos de nome de povo podiam ser danos, suecos ou noruegueses. Enquanto faziam bico como pirata, descobriram a Islândia, a Groelândia e o Canadá.
2) Quanto aos berserker e ulfdinirs, guerreiros possuídos por furor divino (Odin ou Tyr ou Thor), isto não tem nada de específico dos vikings ou dos escandinavos, TODOS OS GERMANOS TINHAM ALGUNS MALUCOS DESTE TIPO NO SEU BANDO GUERREIRO. Falo bando porque esta "instituição cultural" é muito antiga, da época em que haviam predominantemente bandos entre os germanos (exército sem disciplina é bando), da época que se valorizava muito individualmente o guerreiro o que dava margem ao romano afirmar que "o germano sabia tudo de guerrear e nada de fazer guerra". O fenômeno é muito antigo mesmo e também ocorre versões dele entre outros povos de raiz indoeuropéia e não-germanos, principalmente os celtas e os protogregos (aqueus). Certos indivíduos em um grupo de pictos, eram malucos pintados. O herói Cuchulain (celta) e Herakles (grego) tem o perfil. Heróis da Roma primitivíssima semilendária, Múcio Scaevola, Camilo Fúrio também se enquadram como entusiasmados ("com um deus dentro"). Odin era chamado de Wothanaz ("rei dos loucos/embriagados"). A efetividade de guerreiros que não temem a morte e que, na fúria cega, não obedecem a comandos e podem ferir seus companheiros, já era conhecida como baixa e indesejada por SunTzu na obra Pin Fa (arte da guerra).
Berserker prima por ações individuais e ocasionalmente heróicas, mas no estilo individual, sou mais os samurais.

E lembrar que a força Viking decaiu quando os Reis da Europa se uniram e decidiram transformar a Noruega e Suécia em um Reinado, e isso fez com o que o Cristianismo crescesse na região e a crença na força dos Deuses Nórdicos caisse, mas os Vikings conquistaram grandes feitos e acho que tirando a vez em que tentaram invadir a América do Norte e estabilizar uma colônia (no Canadá) eles tiveram que desistir que iria demorar muito para tropas novas chegarem...
Mas os Berserkers lutavam apenas com pele de urso e eles entravam em "transe" durante a batalha motivados por seus deuses e saiam quebrando tudo que tinha na frente deles...
E sobre Arqueiros, os Vikings dominaram a Inglaterra durante 200 anos, senão me engano entre 900 e 1100.
E a jogada para acabar com essa rica cultura foi ter criado um Reino da Noruega e Suécia (unificados).

Só para corrigir o Marco, os Vikings não dominaram a Inglaterra em nenhum momento.

Quem dominou a Inglaterra na Idade Média foram os saxões e, posteriormente, os normandos.

Os Vikings estabeleceram, sim, alguns assentamentos nas ilhas britânicas, mas nada além disso. E assim que eles se assentaram, se dedicaram ao comércio, deixando, assim, se serem "vikings". E, muito provavelmente, os assentados adotaram o cristianismo e se misturaram étnica e culturalmente com as etnias locais (pictos, anglos, saxões, normandos, bretões, escotos, etc etc). Uma das evidências a favor dessa "desvikinzação" deles é o fato do idioma nórdico antigo, falado por eles, ter deixado algumas marcas na língua anglo-saxã e, consequentemente, no inglês também.

Merlin, ao que eu saiba os dinamarqueses dominaram um bom pedaço da Inglaterra, sim, ao menos durante algum tempo. Ver http://en.wikipedia.org/wiki/Danelaw

Canuto, o Grande, foi Rei da Inglaterra entre 1028-1035
Embora a Inglaterra já tivesse partes dominadas, como você destacou.
Canuto era filho de Svend I da Dinamarca e seu irmão mais velho virou Harold virou rei da Dinarmarca senão me engano... Mas ele era proveniente da região originária dos Vikings que é a Dinamarca/Noruega, por isso falei que ele era Viking...

"Viking" era originalmente uma ocupação. Mas no decorrer dos anos passou a ser a denominação de daneses, noruegueses, suecos, enfim, dos habitantes da Escandinávia.

Com relação aos berserkers (o nome é de origem escandinava, realmente) eles eram mesmo guerreiros nórdicos, mas como o Merlin citou, existiram guerreiros similares entre os germânicos e outros povos - Merlin, eram os pictos, e não os bretões, que pintavam a pele com isátis (o tal pigmento azul) e lutavam furiosamente (eles tinham até uma denominação especial de guerreiros ensandecidos, os Cães de Cullan) - e eles eram realmente temidos. Claro, numa época em que o que contava era a habilidade na espada, no machado e em outras armas de combate corporal, e não havia muita cavalaria para apoiar, táticas elaboradas ou estratégias de combate avançadas, deveria ser fenomenal o impacto que uma turba de guerreiros fanáticos, furiosos, que atacavam qualquer criatura que cruzasse seu caminho e sequer sentia os golpes que lhe eram desferidos. E fenomenal não só psicologicamente, pois eles causavam grandes danos às fileiras inimigas. Li uma vez um texto que narrava relatos de um historiador que servia numa legião da Bretanha. Houve uma batalha às margens de um riacho, entre forças celtas e romano-bretãs. A vitória da cavalaria romana sobre a picta não compensou o fracasso total da sua infantaria frente aos Cães de Cullan, que "após soltarem terríveis brados, como só animais ferozes são capazes, saíram das folhagens e avançaram com ferocidade sobre os filhos da bretanha romana, atravessando apenas com suas armas e seus músculos, escudos, placas de metal e a carne dos infelizes legionários". E ao final da batalha, o historiador de campanha completa: "ao cair da noite podíamos ouvir, vindo do acampamento do inimigo, os cânticos rituais e os hinos de triunfo sendo entoados com furor".

AH!, olha aí: O Galahad citou o herói celta Cuchulain, que tem ligação direta com os Cães de Cullan (até porque, segundo a mitologia, ele foi O "cão" do ferreiro Cullan), os "berserkers" celtas.

Carlos Magno ao tentar tomar a região "germânica" da floreste negra, enfrentou a fúria dos saxões e por consequência alguns guerreiros "semelhantes" e/ou " bersekers". Eles retoavam lendas nórdicas e adoravam tanto o Rio Reno (lugar de muitas lendas) como a árvore da vida (uma árvore sagrada no meio da floresta).

Digamos o cristianismo foi o único golpe mortal para tirar estes guerreiros do campo de batalha de maneira definitiva.

Não é de se estranhar que Wagner, impulsionado pelo militarismo prussiano, visando o Grande imperador Alemão, tirou do fundo do Reno a inspiração para "O anel de Nibelungo".

Eles só acabaram com a cultura pagã dando Reinos Cristãos para a Dinamarca/Noruega e fazendo assim aumentar o poder do cristianismo nestes locais acabando com o poder do povo nórdico pagão...

Trocadilho

Há também um trocadilho no nome berserker, que já era notado na época. O sujeito era um "pele de urso" porque se vestia apenas com ela, mas também era ele mesmo a pele, o invólucro, a embalagem de um urso. "Havia um urso, um lobo, um deus, qualquer poder suprahumano "DENTRO DELE" (Pierre Leveque).

Danelaw

Assim era chamado o território da ilha da GrãBritânia controlado por dinamarqueses nos séculos IX e X, tanto faz se os dominados fossem saxões (no sul - atual Inglaterra) ou celtas (no norte - atual Escócia), Merlin. Mas mesmo no auge de seu poder não dominaram toda ilha, mas tinham vários enclaves separados entre si por saxões e celtas hostis. Não sei mesmo se os dinamarqueses do Danelaw mereceriam o nome de "vikings".

Normandos

Traduzindo ao pé da letra, "homens do norte", foram piratas (portanto vikings) noruegueses que periodicamente vinham encher o saco do reino franco ocidental (futura França) que na época estava com um de seus reis mais fracos da dinastia carolíngia. Mesmo locais afastados do mar poderiam sofrer seus saques, porque eles subiam os rios Sena e Loire. Paris chegou a ser atacada. Num dado momento do século X, um desses piratas, Rollon, resolveu vir para ficar em terras do norte francês com seu bando, famílias e gado e conseguiu com certa facilidade a cessão oficial daquelas terras pelo rei franco (mais tarde poderei consultar minhas fontes para o nome do mané) em troca de vassalagem.
Este território passou a ser conhecido como ducado da Normandia. Culturalmente ele se afrancesou muito rápido, mas politicamente manteve uma tradição de independência plena do governo central francês.
As ambições políticas dos normandos aumentaram muito quando um de seus líderes por casamento e diplomacia ganhou a Aquitânia e o Anjou (outras regiões importante do reino franco ocidental) e tomou militarmente toda Inglaterra (Guilherme/William conquistador), conseguindo o que os vikings danos ou o rei norueguês não conseguiram.
O duque normando passou a ser muito mais poderoso que seu "amo", o rei francês da dinastia dos capetos.
Em última análise, aí está a raiz da guerra dos 100 anos e da rivalidade anglo-francesa posterior.

Sobre religião, civilização e guerreiros fanáticos

Devemos lembrar, como fez o próprio Galahad, que a ocorrência de "berserkers" (guerreiros destemidos, que geralmente entravam em furor ou fúria e se preocupavam pouco com a própria segurança) é uma constante em muitos povos falantes do indo-europeu, incluindo ancestrais gregos e romanos. Estes "guerreiros furiosos" aparecem inclusive na mitologia helênica e romana, assim como na mitologia "bárbara".

A partir daí notamos que foi a civilização e não a religião sozinha que moveu a transformação cultural e militar dos povos helênicos e dos romanos. Eles mantiveram a mesma religião ao efetuar a transição de "bandos furiosos sem disciplina" para unidades organizadas, coesas e disciplinadas, capazes de manobrar com algum sucesso e lutar em formação.

O que ocorreu com relação aos nórdicos da Idade Média deve-se sobretudo ao contato com a "civilização medieval" (muito atrasada em relação à romana, em quase todos aspectos, mas ainda assim uma "civilização"). E, no geral, a civilização veio junto com o cristianismo. A religião deve, sim, ter tido algum efeito na "pacificação" deles, mas com certeza seu peso é menor que a questão da civilização, como mostra a própria experiência de transformação que os povos indo-europeus sofreram com o avanço da civilização pela Europa.

Refael, os bretões pintavam também seus corpos com "tatuagens mágicas" na cor azul, e este comportamento (de pintar "tatuagens" como proteção) é bem comum entre muitos povos celtas.

Está nos comentários de Gaius Julius Caesar (e em outras fontes também):

Todos os Bretões, porém, se pintam com um pastel que produz uma cor azul, e têm por isso aspecto bem horrível na guerra. São de cabelos compridos e corpo todo raspado, exceto a cabeça e o lábio superior.

Obrigado pelas informações a respeito de Danelaw, eu realmente desconhecia a existência deste... hum... "reino" viking por ali.