A mente interfere na matéria?

Amigos, alguns céticos e pensadores positivistas discordam que a mente possa influenciar partículas atômicas transmutando-as ora em fótons, ora em ondas. O que vcs dizem a esse respeito?

Físicos que se declararam positivistas como Stephen Hawking ou o brasileiro Marcelo Gleiser não vêem na Física Quântica nada de místico, transcedental ou influenciado pela mente. Eu discordo deles porque meu ponto de vista é o do Fritjof Capra, mas gostaria de saber a opinião de vocês.

Bom, existe um outro fisico, também brasileiro, que defende a tese de que nós não apenas modificamos a matéria a nível atômico, mas que também criamos matéria. É o professor José Pedro Andreeta (da USP), autor do livro "Quem se atreve a ter certeza". O problema é que físicos como ele e como o Capra sofrem com o preconceito daqueles que não possuem uma visão de mundo menos positivista, que não entendem um paradigma mais sistemico.

Para os defensores do paradigma positivista a dualidade onda/partícula é algo que não recebe qualquer influencia do observador. Já para Capra e para os defensores do paradigma emergente, a vontade do observador interfere, de fato, no experimento. Para o paradigma holistico, exatamente como ocorre no filme "Matrix" quando o menino iogue entorta a colher na frente do Neo, a mente e o objeto de observação são um. Nós interferimos nos experimentos por meio de nossa vontade consciente ou inconsciente.

A MENTE INTERFERE NA MATÉRIA

Nossa vontade, consciente ou não, interfere no mundo subatômico. É isso o que o novo paradigma defende e é nisso o que os misticos orientais acreditam.

Vocês já assistiram ao documentário "Quem somos nós?"? Não. Então não percam tempo, assistam.

Spin nulo

Resumindo o que o Capra diz: dois elétrons de spin nulo são separados a uma distância arbitrária. Quando vc mede o spin de um (independente do eixo escolhido) o outro apresenta um spin inverso.
Isso é indicado pelo Capra como uma evidência de que a consciência humana, ou o fato de alguém ter descoberto o spin de um elétron, determina o spin do outro elétron.
Os spins não são complementares independente da medição? Onde entra a consciência humana?

O fenômeno que o Fritjof comenta é sobre o paradoxo EPR, ou Paradoxo de Einstein-Podolsky-Rosen; um questionamento que Einstein e outros cientistas levantaram sobre as consequências da formulção quântica que entravam em contradição com as previsões da teoria da relatividade.
A mecânica quântica prevê partículas de naturezas diferentes como bósons e férmions. Dois férmions são proibidos de ocupar o mesmo estado simultaneamente enquanto aos bósons isso é permitido. Os elétrons são exemplos de férmions enquanto os fótons (quanta de luz) são bósons. Ambas partículas possuem spin, uma propriedade sem análogo clássico mas que se assemelha ao giro da partícula em torno de si mesma, provocando um momento magnético (como um ímã de dois pólos); sendo o spin do bóson representado por um número inteiro e o do férmion por um semi-inteiro. Os elétrons possuem spin 1/2, ou seja, podem estar no estado spin +1/2 (para cima) ou no -1/2 (para baixo).
A ocupação de elétrons num átomo tem de respeitar o princípio da exclusão, já q esses são férmions. Assim, se encontramos dois elétrons num dado orbital atômico eles estarão ocupando o mesmo estado físico a menos que seus spins sejam diferentes (contrários). Então se retiramos dois elétrons de um mesmo orbital atômico com certeza eles terão spins contrários, mas pelo não determinismo da mecânica quântica não podemos dizer qual está para cima e qual está para baixo até q seja realizada uma medida. Enquanto o sistema não é medido as probabilidades dos spins dos dois eletrons coexistem, isto é, tanto o primeiro quanto o segundo elétron pode ter o spin para cima ou para baixo com igual probabilidade, mas medido o spin de um elétron o outro necessariamente é contrario. Diz-se então q os estados dos dois elétrons estão emaranhados.
Agora entra o EPR: suponha q dois eletrons são retirados de um mesmo orbital, são separados e em seguida mede-se o spin de um dos eletrons.

Continuando...

A relatividade restrita de Einstein implica numa velocidade limite para a propagação de qualquer coisa que carregue informação, a velocidade da luz. Em suma, se alguma coisa se movesse mais rápido q a luz e pudesse acarretar mudanças físicas no universo um observador poderia ver o efeito dessa coisa antes da causa dela, e isso violaria um principio sagrado da ciência: o da causalidade.
Logo no EPR os eletrons emaranhados são separados por uma distância muito grande, depois mede-se o spin de um deles e em seguida mede-se o spin do outro, de modo que o intervalo de tempo entre as medidas seja menor que o tempo necessário para a luz viajar entre eles. Como o segundo elétron receberá a informação do spin do primeiro elétron? Segundo a teoria quântica o spin do primeiro elétron só é determinado após a medida, e instantaneamente o segundo spin é determinado, violando então a relatividade. A explicação quântica é que os elétrons estão conectados não-localmente, ou seja, a ligação entre eles não depende do espaço e foi criada no momento em que ocuparam o mesmo orbital.

Sobre a interpretação do papel da consciência humana chegamos há um ponto mais delicado onde a ciência ainda n se atreve a entrar. Mas muitos propuseram a ligação da consciência humana com a realidade física embasada no processo de medição quântica, que o fato da medida definir o estado de um sistema implica numa participação decisiva do observador na construção da realidade. Esse é o ponto de vista defendido pelo Fritjof mas não totalmente aceito no meio acadêmico.

Realmente, os budistas chegam a dizer que qualquer definição humana é ilusória, uma vez que o Universo é uno. As distinções, em última análise, não existem.

Confuso?

Eu também fiquei muito confuso com o conceito de spin no início mas entendi bem melhor depois de estudar o experimento de Stern-Gerlach, não sei se vocês já ouviram falar porém ele é de suma importância para a mecânica quântica.
O experimento consiste em passar um feixe de elétrons através de um imã de campo não uniforme e em seguida detectá-los num anteparo. Vamos considerar que nosso ímã esteja situado ao longo de um eixo z, estando o polo norte acima do polo sul e havendo um espaçamente entre os polos por onde os eletrons passam.
Tendo os elétrons um momento magnético associado, ao passar pelo campo do ímã eles devem sentir uma força magnética. O campo do ímã tem de ser não uniforme para realmente deslocar (transladar) os elétrons, se fosse um campo uniforme apenas os faria girar até se alinharem com o campo externo. Imaginem que os elétrons são pequenos ímãs, se eles tiverem o polo norte para cima o campo do ímã externo os desviará para baixo, se eles tiverem o polo norte para baixo serão desviados para cima. Segundo a teoria clássica, e ao pensamento convencional, os elétrons podem estar com seus momentos magnéticos apontados em qualquer sentido, ou seja, os pequenos ímãs podem ter o polo norte orientado em qualquer direção podendo inclusive estar na horizontal e não sofrer deflexão alguma do campo externo, ou possuir uma inclinação pequena e ser pouco defletido. O resultado do experimento seria então uma mancha contínua ao longo do anteparo detector, acusando as diferentes orientações do momento magnético dos elétrons.

Mas não é o q acontece! O resultado surpreendente é que só aparecem duas manchas separadas, uma acima da outra. Isso significa q os elétrons defletidos possuiam apenas duas orientações paralelas ao campo externo: uma com o momento magnético para cima e outra para baixo. Os pequenos ímãs não podem estar inclinados em qualquer direção, só podem estar ao longo do eixo z escolhido!

Continuando:

E o q aconteceria se tivéssemos escolhido outro eixo para o campo externo? Se tivéssemos colocado o ímã externo ao longo do eixo y por exemplo? Acontece exatamente o mesmo resultado sendo que as manchas são agora espaçadas ao longo do eixo y! Então não podemos mais pensar nos elétrons como pequenos ímãs com uma direção pre-determinada para o momento magnético, isso é uma visão clássica!
O momento magnético, ou spin, dos elétrons têm igual probabilidade de estar em qualquer direção, mas quando realiza-se uma medida ele assume apenas dois valores discretos cuja direção está ligada ao experimento; diz-se então q os elétrons assumem apenas os auto-estados associados ao experimento. No caso do ímã na direção z, os auto-estados possiveis para os elétrons são dois: um para cima na direção z e outro para baixo na mesma direção. A direção z surgiu apenas porque escolhemos colocar o ímã nessa direção, essa então é a importância do observador no experimento. Todavia, para qualquer direção escolhida, o spin do elétron pode assumir apenas dois valores, denominados de +1/2 e -1/2.
Pode-se ainda executar vários S-G (Stern-Gerlach) em série para entender melhor o comportamento do spin. Suponha que seja realizado um S-G na direção z, e que através de um capturador barremos a passagem dos elétrons desviados para baixo. O feixe de elétrons desviados para cima (z+) é em seguida passado por outro S-G na direção z. O resultado é que o feixe é apenas desviado para cima, pois os spins dos elétrons já haviam sido definidos na direção z como z+. Mas se ao invés de outro S-G na direção z colocássemos um na direção x? Teríamos um feixe de elétrons z+ passando por um ímã na direção x. Como os elétrons tem q assumir auto-estados do experimento (no caso o campo no eixo x) temos duas manchas separadas no eixo x! Ou seja, os spins z+ se decompõem em x+ e x-, mostrando mais uma vez que o spin é determinado pelo experimento!

S-G e EPR

Voltando para o caso do EPR vemos que os elétrons separados podem ter valor de spin em qualquer direção do espaço.
Podemos medir o spin de um dos elétrons com um S-G, por exemplo situado na direção z, se ele for desviado para cima é pq tem spin +1/2 se for desviado para baixo tem spin -1/2. Sendo um dos elétrons definido o outro necessariamente é definido! Se medimos o primeiro como z+ o segundo será necessariamente z-. Instantes antes da medida não podiamos dizer quais os valores de spin os elétrons possuiam mas sabíamos que eles eram contrários, independente do eixo escolhido. Daí vem a dúvida de Einstein: se o spin só é definido no momento da medida como a informação chega ao outro elétron?

Em eletrônica, eu percebi que não há medição sem efeito de carga. Na mecânica quântica isso parece ser exacerbado, e a medição que vc faz influencia o objeto de tal maneira que ela “produz” a resposta, ao invés de “revela-la”.

Voltando ao Capra, ele cita isso também: se vc faz uma pergunta sobre, digamos, economia com determinada abordagem, vc terá uma resposta para aquela abordagem. E ter consciência disso nos força a adotar uma postura mais livre para poder ser holística, no estilo bootstrap.

Acho que deu pra chegar no ponto de separar o joio do trigo: deu pra entender melhor o que o Capra quis dizer, e deu pra perceber a viagem dos auto-ajuda ao extrapolar isso para “aquilo que vc pensa é a realidade”.

"Se as portas da percepção de abrissem, tudo seria visto como realmente é " (William Blake)

Tudo é dito por um observador. A física quântica é referta de concepções portentosas, concepções estas que, em última instância, engendraram o paradigma espistêmico sobre o qual se funda a filosofia de Capra. Com fulcro na assertiva inicial, impende considerar que o papel do observador e a co-respectiva premissa epistemológica que o condiciona são fundamentais para a consubstanciação de quaisquer prismas sob os quais se intente a adequada inteligência da realidade, de modo que a carga axiológica do ego pensante - e nisso incluo todas as valorações de estirpe ética, mormente as religiosas, tendo em vista a natureza do debate - é primordial para a construção de sua visão de mundo. Portanto, creio ser impossível seccionarmos em ambiências estanques institutos que subsistem indissoluvelmente imbricados no espírito do ser que conjectura, que perquire, que faz ciência.

Saudações Senhor Treta

Senhor Treta disse: Físicos que se declararam positivistas como Stephen Hawking ou o brasileiro Marcelo Gleiser não vêem na Física Quântica nada de místico, transcedental ou influenciado pela mente. Eu discordo deles porque meu ponto de vista é o do Fritjof Capra, mas gostaria de saber a opinião de vocês.

Bom tópico - Tema. Parabéns !
Não sei se posso contribuir muito com o assunto.

Li suas ponderações e fiquei pensando... Veja, é só opinião mesmo...rs
Se seguirmos a lei do mentalismo: "O todo é mente, tudo é mental".

No plano físico a mente influencia o próprio corpo através do pensamento induzindo ordens ao mesmo.

Já na perspectiva de interferir em um plano fora do corpo. Creio não ter muita abstração para isso no momento.

Se formos ficar em interferências no próprio corpo, sim.

Gostaria de saber sua opinião?
Para depois avançar no assunto.

[Fraternos]

Segundo Capra, os místicos atingiram níveis de profundidade da matéria, através do inconsciente, que a ciência só atingiria com os recursos tecnológicos modernos, verdades que as tradições religiosas diziam da natureza foram alcançadas por insights, pelo irrupção do mundo inconsciente no nivel da consciência, caracteristicas da matéria que a Mecânica Quântica nos revelou eram afirmadas pelo taoismo, pelo bramanismo e pelo budismo em imagens de símbolos e deuses. A semelhança é tamanha que permitou a Capra um paralelismo e uma associação entre conceitos cientificos e categorias do pensamento místico. Mostrando que aquilo que está fora de nós na matéria objetiva está na mente, nós estamos no universo e o universo está em nós.

Segundo o Modelo Holográfico de David Bohm, é possível explicar a incompatibilidade entre a realtividade restrita e a MQ, aliás eu já postei um comentário que fala da reprodução do Universo em miniatura na nossa mente.
O nosso universo seria uma mera reprodução holográfica de uma ordem profunda, uma reprodução em miniatura que o nosso cérebro faz de frequências que recebe, a realidade externa pode ser apenas uma ilusão, um conjunto de impulsos sensoriais que formam imagens na nossa mente, que pode perfeitamente ser uma holografia, aliás já postei um comentário sobre isso e nós seriamos células que captam esses impulsos.
Como diz a Teoria da Consciência Universal, a única realidade existente é a Consciência Universal de onde surgem a mente individual e o Universo material.

Capra e o EPR

John Bell formulou um teorema, baseado na experiência EPR, que prova que a existência de variáveis locais ocultas é inconsistente com as previsões estatísticas da teoria quântica.
O teorema de Bell desferiu um golpe na posição de Einstein, ao mostrar que a concepção da realidade constituída por partes separadas, ligadas por conexões locais, é incompatível com a teoria quãnticia."
Em anos recentes, a experiência EPR foi repetidamente discutida e analisada por físicos interessados na interpretação da teoria quântica, porque esta é ideal para mostrar a diferença entre conceitos quânticos e clássicos.
...

No caso do electron, o spin está restringido a dois valores: a grandeza do spin é sempre a mesma, mas o electron pode rodar num sentido ou noutro, no sentido dos ponteiros do relógio ou no sentido inverso, para um determinado eixo de rotação. Os físicos denominam usualmente estes dois valores por spin para "címa" ou spin para "baixo".
Tal como os electrons mostram tendência para existir em determinados locais, eles também mostram tendência para rodarem em torno de certos eixos. No entanto, sempre que é feita uma medição para um desses eixos, o electron será encontrado a rodar num ou noutro sentido.
Por outras palavras, o ato de quantificação atribui à partícula, um eixo de rotação bem definido, mas antes de se, efectuar essa quantificação não se pode afirmar que a rotação se faz em torno de um determinado eixo; o electron apenas tem uma certa tendência, ou potencialidade de o fazer"
Com estes conhecimentos acerca da rotação do electrão podemos então agora examinar a experiência EPR e o teorema de Bell. A experiência envolve dois electrons que rodam em sentidos opostos, de tal forma que o spin total é nulo. Existem vários métodos experimentais que permitem colocar dois electres em tal estado, no qual o spin de cada partícula pode ser conhecido com precisão, sendo o spin combinado dos dois electrões definitivamente zero. Suponhamos agora que, por algum processo, se consegue separar estas duas partículas sem, no entanto, afectar o seu estado de rotação.
Mesmo ao se afastarem em direcções opostas, o seu spin, tomado como um todo, continua á ser nulo e, uma vez que estejam separados por uma grande distância, mede-se o spin de cada partícula.
Um aspecto importante da experiência é o facto de a distância entre as duas partículas poder ser arbitrariamente grande; uma partícula pode estar em Nova Iorque e a outra em Paris, ou então, uma na Terra e outra na Lua.
Suponhamos agora que o spin da partícula 1 é medido ao longo de um eixo vertical e se descobre que a sua orientação é para «cima». Como o conjunto do spin das partículas é nulo, esta medição indica-nos que o spin da partícula 2 deve ser para «baixo».
Assim, ao medirmos o spin da partícula 1 estamos a quantificar
indirectamente o spin da partícula 2 sem a perturbarmos de qualquer forma. O aspecto paradoxal da experiência EPR reside no facto de o observador poder escolher qual o eixo de medição. A teoria quântica diz-nos que os spins de dois electrões, relativamente a qualquer eixo, serão sempre opostos, mas que tal resultado existirá apenas como uma tendência, ou potencialidade, antes de se efectuar alguma medição.
Uma vez escolhido, pelo observador, um eixo concreto e efectuada a medição do spin, estará a ser fornecido às partículas um eixo de rotação definido. O ponto crucial é o de se poder escolher o eixo ao longo do qual se efectua a medição quando os electrões já se encontram bastante afastados, no último momento.

No instante em que se efetua a quantificação sobre a partícula 1, a partícula 2, que se encontra a milhares de quilômetros de distância, adquirirá um spin definido ao longo do eixo escolhido. Como é que a partícula 2 soube qual o eixo escolhido para a medição? Não houve tempo para a transmissão desse tipo de informação através de um sinal convencional.
É este o ponto capital da experiência EPR, e é aqui que Einstein discordava de Bohr. De acordo com Einstein, como não há qualquer sinal que possa deslocar-se mais rapidamente que a velocidade da luz, é impossível que a medição efetuada na partícula 1 vá determinar, instantaneamente, a direção do spin da outra partícula, que se encontra a uma enorme distância.
De acordo com Bohr, o sistema constituído pelas duas partículas é um todo indivisível, mesmo que estas se encontrem separadas por uma grande distância: o sistema não pode ser analisado em termos de partes independentes.
Apesar de os elétrons se encontrarem espacialmente afastados, eles estão, mesmo assim, ligados por conexões instantâneas, não locais. Estas conexões não são sinais no sentido de Einstein; transcendem a nossa noção convencional de transferência de informação.

Fonte - O Tao da Física de Capra

Segundo Wigner, se não houver colapso pelo observador, cada sujeito estaria um estado superoposto e a realidade indeterminada, a função de onda continuaria indeterminada, podendo gerar "n" estados do Universo, é preciso o colapso ocorrer para o primeiro observador, aquele que sabe o resultado real da medida, os demais possuem apenas probailidades, para sair desse paradoxo do sujeito que é gerado pela função de onda que vem concretizar, como um efeito que atua como causa de si, Goswami propõe que a consciência não é uma possibilidade da função de onda, mas "a" possibilidade supra-material. Essa Consciência dá coerência e unidade à realidade física. Se Everett propôs que existem N universos para cada observador, Goswami propõe um único observador com N possibilidades do Universo na mente.

Se ninguém sabe o resultado concreto da medição, exceto o Amigo de Wigner, todos os demais observadores estão numa sobreposição de estados, a função de onda não coalpsou, a realidade continua entrelaçada e pode ser interpretada como N universos paralelos para cada observador. Existem teorias como a de Everett, de Bohm e do colapso estocástico que tentam dar conta dessa indeterminação, além da Consciência Causa Colapso de Wheeler e Wigner e a versão metafísica de Goswami.

1) O modelo de Fröhlich diz que os microtúbulos possuem uma função cognitiva.
2) Segundo Popper, Eccles, Penrose e Hameroff, a mente independe do cérebro.
Hameroff apresentou evidencias experimentais de que o citoesqueleto tem uma função cognitiva.
3) A liberação de neurotransmissores é um processo probabilístico. Segundo John Eccles, a mente pode alterar as probabilidades de exocitose.
4) Causalidade descendente, conexão não local e movimento descontinuo podem explicar diversos fenômenos paranormais.

O que penso diante de todas essas suposições é de que existe uma sincronicidade em tudo e cada vez que nos for observado, mais ainda temos certeza dessa sincronia...