Como a Música Erudita salvou a Música Popular do passado?
2 participantes
Página 1 de 1
Como a Música Erudita salvou a Música Popular do passado?
Vários militantes de música popular perguntam: ‒ por que não se fala dos músicos populares da antiguidade?
Indivíduos por vezes insinuam que existe um lobby da Música Erudita, o que é uma idiotice extrema!
A causa disto é que nos círculos de Música Popular existem uns boçais autodidatas de ouvido – que se acham prodígios sem estudar.
Mas esse culto popularesco acabou por quase destruir o passado dos músicos populares, pois suas performances foram vistas e ouvidas apenas por pessoas próximas. Entretanto essas memórias se apagaram com a morte dos admiradores contadores de histórias.
De sorte alguns músicos eruditos registraram em partitura algumas cantigas de autoria anônima. No Brasil temos como exemplo: O Cravo e a Rosa, Escravo de Jó, Atirei o pau no gato, e outras. No campo erudito um exemplo é o primeiro documento musical encontrado no Brasil no Estado da Bahia: um "Recitativo e Ária" datado de 1759 (RICARDO BERNARDES, 2001).
De resultado, o pouco da música do passado anterior ao vinil foi preservada em forma de “alguma partitura”, e mesmo que toscas ajudaram. E isto foi feito por músicos entendedores da escrita dos sons.
Como consequência as músicas não registradas antes de 1877 (ano da invenção do fonógrafo por Thomas Edison) “foram esquecidas em maioria”.
Militantes da Cultura Popular argumentam que existe um bom número de partituras de obras populares.
Sim! No entanto é uma quantidade “minúscula” se comparado ao número “incontável” de partituras eruditas.
Vou humilhar:
Alguém consegue lembrar de 100 cantigas de roda?
- Bach (1685 - 1750) escreveu mais de mil títulos em partituras extensas, uma delas "A Arte da Fuga", é subdividida em 22 subpartituras, ou seja, 22 músicas para para dar nome à "uma".
- Villa-Lobos (1887 - 1959) também escreveu mais de mil obras extensas, uma delas "Guia Prático" para piano, é uma coletânea de 137 arranjos "dele" para cantigas populares do folclore brasileiro.
- Nos lados da balança temos Godzilla e Calanguim.
Outros vários Titãs da Música Erudita também passaram dos mil títulos, mas paro aqui para não estender.
Retomando. Portanto, é perfeitamente visível que o pedantismo nada inteligente dos tocadores orelhudos do passado foi uma burrice devastadora para com a música que eles próprios produziram!
Concluo que o analfabetismo musical do passado evaporou grandes músicas ao vento! As poucas que sobraram foram "salvas" pela misericórdia de alguém que estudou partituras.
REMEDIM DA MAMÃE AOS MAGOADOS: este que vos fala já fez bom dinheiro tocando de ouvido com bandas de Rock e MPB (e continuo fazendo!) e só depois da Graduação em Música Erudita adquiriu habilidade com as partituras, logo, este fragmento de opinião não é uma supervalorização da Música Erudita e/ou desvalorização da Música Popular, mas somente uma verdade.
REFERÊNCIAS
https://ecleticamusica.wordpress.com/tag/guido-darezzo/
http://livros01.livrosgratis.com.br/mre000134.pdf
http://musiteca.com.br/aguarde/origem-da-notacao-Músicalpartitura/
https://www.mymusictheory.com/reference/345-the-evolution-of-music-notation
Indivíduos por vezes insinuam que existe um lobby da Música Erudita, o que é uma idiotice extrema!
A causa disto é que nos círculos de Música Popular existem uns boçais autodidatas de ouvido – que se acham prodígios sem estudar.
Mas esse culto popularesco acabou por quase destruir o passado dos músicos populares, pois suas performances foram vistas e ouvidas apenas por pessoas próximas. Entretanto essas memórias se apagaram com a morte dos admiradores contadores de histórias.
De sorte alguns músicos eruditos registraram em partitura algumas cantigas de autoria anônima. No Brasil temos como exemplo: O Cravo e a Rosa, Escravo de Jó, Atirei o pau no gato, e outras. No campo erudito um exemplo é o primeiro documento musical encontrado no Brasil no Estado da Bahia: um "Recitativo e Ária" datado de 1759 (RICARDO BERNARDES, 2001).
De resultado, o pouco da música do passado anterior ao vinil foi preservada em forma de “alguma partitura”, e mesmo que toscas ajudaram. E isto foi feito por músicos entendedores da escrita dos sons.
Como consequência as músicas não registradas antes de 1877 (ano da invenção do fonógrafo por Thomas Edison) “foram esquecidas em maioria”.
Militantes da Cultura Popular argumentam que existe um bom número de partituras de obras populares.
Sim! No entanto é uma quantidade “minúscula” se comparado ao número “incontável” de partituras eruditas.
Vou humilhar:
Alguém consegue lembrar de 100 cantigas de roda?
- Bach (1685 - 1750) escreveu mais de mil títulos em partituras extensas, uma delas "A Arte da Fuga", é subdividida em 22 subpartituras, ou seja, 22 músicas para para dar nome à "uma".
- Villa-Lobos (1887 - 1959) também escreveu mais de mil obras extensas, uma delas "Guia Prático" para piano, é uma coletânea de 137 arranjos "dele" para cantigas populares do folclore brasileiro.
- Nos lados da balança temos Godzilla e Calanguim.
Outros vários Titãs da Música Erudita também passaram dos mil títulos, mas paro aqui para não estender.
Retomando. Portanto, é perfeitamente visível que o pedantismo nada inteligente dos tocadores orelhudos do passado foi uma burrice devastadora para com a música que eles próprios produziram!
Concluo que o analfabetismo musical do passado evaporou grandes músicas ao vento! As poucas que sobraram foram "salvas" pela misericórdia de alguém que estudou partituras.
REMEDIM DA MAMÃE AOS MAGOADOS: este que vos fala já fez bom dinheiro tocando de ouvido com bandas de Rock e MPB (e continuo fazendo!) e só depois da Graduação em Música Erudita adquiriu habilidade com as partituras, logo, este fragmento de opinião não é uma supervalorização da Música Erudita e/ou desvalorização da Música Popular, mas somente uma verdade.
REFERÊNCIAS
https://ecleticamusica.wordpress.com/tag/guido-darezzo/
http://livros01.livrosgratis.com.br/mre000134.pdf
http://musiteca.com.br/aguarde/origem-da-notacao-Músicalpartitura/
https://www.mymusictheory.com/reference/345-the-evolution-of-music-notation
MultiVerso- Mensagens : 6
Re: Como a Música Erudita salvou a Música Popular do passado?
Tens toda razão, meu caro!
Hoje o músico que se dedica a resgatar as cantigas populares e folclóricas do Brasil, impressionantemente, é o músico erudito e não o popular. É o preço que pagamos pelo esnobismo dos últimos de primar pelo ouvido musical, em detrimento ao estímulo e difusão do conhecimento e estudo de pautas musicais, e quem paga o pato é a cultura musical brasileira.
O Maestro Ricardo Kanji tem trabalhado muito pelo resgate da tradicional música brasileira que, apesar de não ser a popular, é a que mais se aproxima desse gênero, como as modinhas do século XVIII e XIX.
Confira estas joias gravadas por ele no CD O Amor Brasileiro:
Maravilhoso, não é mesmo?!
Última edição por Alquimista em 7/8/2017, 14:10, editado 1 vez(es)
Re: Como a Música Erudita salvou a Música Popular do passado?
Confira e saboreie isso aqui também:
Estupendo!
Tópicos semelhantes
» Ocultismo na Música
» Música Colonial do Brasil
» Mundo da Música
» Música Medieval
» Música Clássica e Cinema
» Música Colonial do Brasil
» Mundo da Música
» Música Medieval
» Música Clássica e Cinema
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos