O Leão e o Poder

Em várias sociedades da Europa, do Oriente Médio e na Índia o leão foi um símbolo de poder, nobreza e força ao longo da história. Ao passo que no Extremo Oriente é o tigre que ocupa tal posição. Mas enfim, como que teria surgido essa associação do leão com o poder??.Ela, pelo que eu sei, é muito antiga, e remonta aos tempos do Egito antigo, da Mesopotâmia e da antiga Pérsia e depois passou a ser adotado por gregos e romanos. E depois ao que me parece passou a ser adotada pelo cristianismo com Cristo e São Marcos e até mesmo na China, aonde o leão nunca existiu, existem os leões de pedra da Cidade Proibida que a guardam.

O leão também é um símbolo solar, acho que a associação passa por aí também.

Será???
Vemos o leão como símbolos em culturas muito antigas. E parece que ele nunca saiu desse lugar de destaque. Alguns dizem porque ele representa a força e a coragem. Agora, o colega aí de cima diz que tem conotação com o sol.
Eu ainda não estou convencido.

Mas a ideia central é esta mesma.
Ruivão, com fios da juba imitando raios solares saindo da cabeça do Sol, no topo da cadeia alimentar de pesos pesados da África, a ideia é identificar Sol=Leão=Realeza. Eu particularmente questiono se o tigre não tem melhor posição para isso, mas o comportamento social do leão (ele realmente reina sobre sua família numerosa de leoas e filhotes) tem mais relação com liderança social, como a dos reis. Não com o solitário predador listrado.
Já a divinização dos felinos em geral pode estar associada aos seus poderes de passar instantaneamente do silêncio absoluto à trovoada de seus rugidos e gritos sexuais e da sua imobilidade majestosa (imagem da preguiça para os incautos) a uma explosão de velocidade e agilidade, saltos de grande distância e altura.

Então, mas no caso do Ocidente em particular vale ressaltar que durante muito tempo o tigre foi um animal vagamente conhecido. Os gregos só vieram a conhecê-lo durante as campanhas de Alexandre na Pérsia e na Índia e os romanos só no século I antes de Cristo, quando suas fronteiras chegaram às proximidades da Pérsia. O tigre esteve presente nas lutas de gladiadores em Roma mas logo após o fim do Império Romano do Ocidente sua memória caiu em esquecimento, ainda mais diante do isolamento feudal da época. E detalhe, os tigres eram trazidos para as arenas romanas dos confins orientais do Império (Curdistão, Iraque, leste da Turquia), área esta que foi de constante conflito entre romanos e persas até o começo do século VII. E também os poucos lugares da Europa aonde o tigre existiu (Cáucaso, costa leste do Mar Negro, áreas costeiras do Mar Cáspio) durante muito tempo foram domínio de povos nômades das estepes tais como os citas, sármatas, hunos, cumanos/polovtsi, a Horda Dourada de Batu Khan e a Horda Nogai. Na era medieval o tigre geralmente era representado em bestiários como um leopardo azul com manchas brancas, ou então laranja só que sem listras. Só depois do século XIII e ainda mais após as Grandes Navegações é que o tigre passou a ser mais conhecido pelos europeus. Marco Polo inclusive viu tigres na corte de Kublai Khan. Ao passo que o leão chegou a existir em épocas antigas na Grécia (até por volta do ano 100) e nas cercanias da Europa (norte da África e Oriente Médio) até o começo do século passado. Mas no Extremo Oriente o tigre ocupa grande parte dos lugares que o leão ocupa no imaginário ocidental.

As correspondências principais do leão são o ouro e o sol, como o deus Mitra, o "Sol Invencível".

No Egito acreditava-se que o leão presidia as inundações anuais do Nilo, pela correspondência do fenômeno com a entrada do sol no signo zodiacal do leão. Na alquimia, o leão corresponde ao enxofre. Como o rei dos animais na terra, contrapõe-se ao rei dos céus, a águia. Símbolo do senhor natural, é o possuidor da força e do princípio masculino. O leão pertence ao elemento terra e o leão alado ao elemento fogo. Ambos simbolizam a luta contínua, a luz solar, a manhã, a dignidade real e a vitória.

Simbolizou inicialmente os evangelistas, até fixar-se em São Marcos. Mas seus significados variam: o leão jovem corresponde ao sol nascente. O leão velho ao enfermo, o sol no ocaso. O leão vitorioso representa a virilidade, o leão domado corresponde a expressão existencial paralela. Jung disse que, como animal selvagem, indica paixões latentes e pode aparecer como sinal do perigo de ser devorado pelo inconsciente. A devoração também é um simbolismo do tempo. A leoa selvagem é um símbolo da "Magna Mater".

Quinto signo zodiacal, corresponde à força solar, à vontade, ao fogo e a luz clara. Está ligado aos sentimentos e emoções.

Em sociedades ancestrais, de coletores e caçadores, o desempenho social reconhecido é o do feiticeiro, que mantém uma relação especial com o animal e espíritos das florestas, controlando-os em benefício da tribo. Reforçando o seu poder identificava-se com o felino, o melhor caçador, o rei dos animais. Assim o xamã transformava-se num espírito felino: o guerreiro sobrenatural e o caçador dono das almas. Mitologias de várias povos contam-nos de xamãs que eram homens-tigres, homens-leopardos ou jaguares, quando dirigiam as atividades do mundo espiritual. O conceito do homem-jaguar espalhou-se pelas selvas, foi um das associações mais duradouras entre humanos e felinos, que persistiu na História.

Salomão tinha o trono sustentado por leões. No Egito o Faraó, recém-coroado, sentava-se no “Trono do Leão”. Osíris pranteado por Ísis e Néftis está sobre uma cama em forma de leão. A esfinge egípcia, símbolo da realeza, tinha o corpo do leão com a cabeça do faraó, e era a protetora dos umbrais.

Na Mesopotâmia, desde seus primórdios, o leão era identificado com a realeza, refletindo-se na arquitetura, decorações de interiores, posteriormente, desde o início da escrita. Na Babilônia, três leões decoravam a sala do trono de Nabucodonosor. Gilgamesh foi eternizado em grandes estátuas de pedra e também em selos cilíndricos com um leão, sob seu jugo. Estas cenas de lutas com leões, durante muito tempo foram frequentes na Mesopotâmia, envolvendo heróis e leões.

Durante milhares de anos a caça aos grandes felinos era reservada apenas aos reis e membros da família real. O faraó Amenófis III matou mais de duzentos leões no primeiro decênio do seu reinado. Ramsés II entrou em combate acompanhado de um leão. O rei assírio Assurbanipal foi representado em vários relevos na cidade de Nínive subjugando um leão.

Alexandre Magno identificava a si próprio com a figura de Heracles, e em várias representações estava sempre com um capacete em forma de cabeça de leão. Os festivais e competições após a sua morte contavam com um grande número de leões, leopardos e tigres.

Os romanos herdaram dos helênicos as tradições de exibição dos grandes felinos. Eram sacrificados e posteriormente tornaram-se atração no circo, lutando contra eles mesmo e depois contra humanos, entretenimento que culminou com o confronto entre leões e cristãos. Era uma metáfora da conquista e domínio imperiais. Assim o leão e o leopardo desapareceram da zona mediterrânea no século II.

No México asteca, a chegada ao poder de um novo imperador estava igualada à simbologia do jaguar, como nas antigas crenças dos xamãs. Os incas, em tempos remotos, teve no puma símbolo da realeza.

Até pouco tempo, no Benim, os leopardos eram propriedade e privilégio dos reis, que vestiam sua pele e possuíam suas crias, como símbolos de realeza.

Durante o século VII, o chamado tapete de tigre tibetano concedia poder e autoridade aos que o usavam. Uma pele de tigre cobria o trono tibetano, os oficiais da corte usavam roupas bordadas com desenhos de tigres e os animais eram pintados sobre suas sepulturas.

O uso de nomes de felinos nos títulos de reis também foi uma prática muito difundida, como Hailé Selassié, o Leão de Judá.

Sobre o assunto, trago esta passagem, tirada da Enciclopédia da Vida Selvagem, volume Savana I, página 22:
"SÍMBOLO DE FORÇA,DE CORAGEM E DE BELEZA
A figura do leão, pela sua imponência ou pelo seu rugido, esteve sempre presente em histórias e lendas. As pinturas rupestres dos primeiros homens são testemunho da presença do leão e também das lutas travadas pelos nossos antepassados com este animal. Há 3000 anos, os egípcios esculpiam leões em baixos-relevos e nos túmulos dos seus faraós. Na mitologia egípcia, Sekhmet, deusa do Amor e da Guerra, é representada com uma cabeça de leão. O oposto, uma cabeça humana que emerge de um corpo leonino, caracteriza a Esfinge, criatura enigmática e simultaneamente solene que, no Egito, personificava o deus Sol, guarda dos túmulos. A mais célebre das esfinges, com 39 m de comprimentos e 17 de altura, está localizada ao lado das três grandes pirâmides de Gizé, perto do Cairo. Muitos reis persas foram representados nos seus tronos em companhia de leões domesticados. O Império Romano utilizou muito o leão como símbolo de poder. Presos aos carros dos vencedores, eles participavam do seu triunfo: Pompeu desfilou com 600, Júlio César com 400. Os gladiadores lutavam com eles na arena e muitos mártires cristãos morreram devorados por leões propositalmente esfomeados. O leão passou a ser também o símbolo de São Marcos Evangelista. Sinal de coragem para os valorosos cavaleiros da Idade Média, o leão encontra-se representado em muitos brasões. No final do século XII, Ricardo I da Inglaterra, que participara da 3ª Cruzada, foi cognominado 'Coração de Leão'. Da China ao Oriente Médio, reis e poderosos escolheram o leão como símbolo de força. Na China, aonde eles nunca existiram, estátuas de pedra cheias de nobreza e poder mágico, transformavam-no em guardião de templos e palácios. Na Europa, foram criadas ordens de cavalaria do Leão ou da Leoa. O leão sobressai nas armas dos reis da Inglaterra e da Dinamarca e de cidades como Veneza, Zurique ou Luxemburgo. Cabeças e patas de leão ornamentavam o trono de Dagoberto, rei dos francos.

Na célebre tapeçaria A Dama do Licorne, um leão e um unicórnio jazem sentados de cada lado do trono da dama. No estilo Império, que se inspirou na Antiguidade Clássica, os braços ou os pés das poltronas estavam, muitas vezes, adornados de patas de leão em bronze dourado. Como símbolo da beleza selvagem, o leão inspirou grandes artistas como Dürer, Rembrandt, Gustave Doré, Delacroix e Fragonard, que exprimiram a força e a agilidade do grande felino e o retrataram 'triste' ou 'enraivecido'".

Desde sua aparição nas pinturas rupestres da idade da pedra que os felinos causam fascinação. Um dos mais antigos monumentos com esta representação encontra-se no povoado neolítico de Catal, sul da Turquia, por volta de 6000 a.C.. Ali o leopardo é a própria divindade ou protetor de uma divindade feminina da fertilidade.

Na Babilônia o leopardo era símbolo de Istar, deusa da guerra. A avenida que conduzia ao seu templo era guardada por cerca de 120 leões esmaltados, nos muros que ladeavam a entrada. Grandes leões de pedra protegiam também as fortalezas hititas e em Micenas encontrava-se a espetacular Porta do Leão.

A arte e as inscrições hieroglíficas do Egito são uma fantástica e bem documentada coleção de crenças relativas à adoração dos felinos. Uma representação do Médio Império mostra uma representação do sol Nascente como um disco entre dois leões, de costas um para o outro. Grande fascinação concentrava-se em duas divindades antropomórficas (ou deveria dizer felinomórficas?): Sekhmet, a deusa com cabeça de leão, e sua irmã Bastet, com cabeça de gato. Ambas eram os olhos de Ra, o deus-sol. A associação de Sekhmet com Rá a definia como a destruidora dos seus inimigos. Posteriormente tornou-se a protetora da retidão. Era representada com o disco solar sobre a cabeça. Bastet era mais benigna. Seu culto só desapareceu em 392, quando todas as formas de paganismo foram proibidas no Império Romano.

No templo de Rá, em Heliópolis, praticava-se o culto ao leão. Seus sacerdotes eram muito fiéis e chegavam a decretar dias de luto com a morte dos animais sagrados. Os leões foram significativos na cosmologia egípcia e na do seu sucessor, o reino núbio de Kush, onde a divindade suprema, Apedamak, era representada com a cabeça de leão.

Heracles era identificado com o leão, e a deusa Artemísia identificava-se com uma leoa. É mesmo possível que houvesse leões em alguns de seus santuários nos bosques. Cirene era a ninfa da água que dominava os leões.

Dioniso, deus do vinho, tinha como animal de culto um leopardo, aparecendo em um mosaico na Macedônia envolto na pele deste animal. Na Casa das Máscaras, na ilha de Delos há um mosaico, de cerca de 100 a.C., uma associação com a caça, a festa dionisíaca e o erotismo.

Na Grécia Clássica o símbolo do leão também estava associado à água, à fertilidade e aos mortos, relação muitas vezes frequente em outras partes do mundo. Parece que sacerdotes prestavam culto ao leão vestidos com suas peles. Nas placas dos túmulos era comum a efígie do leão, principalmente em Atenas e arredores. No cemitério de Kerameikos e nos túmulos comemorativos que flanqueavam estradas para Atenas, por volta do século IV a.C, erigiram-se leões em mármore de quatro a cinco toneladas. Eram protetores dos túmulos e assinalavam o valor nobre dos defuntos.

O leão surgiu também na construção das fabulosas bestas mitológicas como a Esfinge, o Grifo e a Quimera, que foram “montadas” de forma a representar qualidades como a inteligência, a força, o temor e a divindade.

A Esfinge egípcia tinha o corpo de leão e a cabeça humana, representando o predador vindo das trevas para aterrorizar e devorar os habitantes de Tebas, até que Édipo acabou com a farra. Também decorava o capacete de Atenas e protegia as sepulturas nas placas de identificação, contra os espíritos do mal.

O Grifo tinha o corpo de leão alado e cabeça de águia, vivia no norte da Grécia, no país dos hiperbóreos, guardando enorme tesouro em ouro. Eram os “cães” de Zeus e Hera, aparecendo em seus santuários em Olímpia e Samos.

Segundo Homero a Quimera, que lançava chamas pela boca, tinha três cabeças: leão, cabra e serpente. Às vezes era representada com a parte dianteira de um leão, torso de cabra e cauda de serpente. Vivia no alto de uma montanha em Lícia, na Turquia e Belerofonte, cavalo alado de Atenas, a matou.

Há cerca de 3 000 anos artesãos do antigo centro de culto em Chavin de Huantar fizeram em pedra e cerâmica esculturas de animais, uma boa parte felinos. Talvez divindades de um antigo panteão, aparecem em muitas zonas da costa do pacífico. Dizem que a forma de “U” de muitos templos antigos do Peru reproduz o maxilar de um jaguar. Reza a lenda que Cuzco foi desenhada à imagem de um puma.

Mais recentemente, o vínculo sobrenatural entre humanos e felinos encontra-se ente os índios norte-americanos da região dos Grandes Lagos, onde os animais muitas vezes aparecem com grandes chifres de búfalo.

Continuando...

na Índia a pele de leopardo e tigre eram consideradas símbolos sagrados de Siva. Para os budistas e para os hindus sentar-se numa pele ou tapete de tigre simbolizava o domínio do indivíduo sobre os tigres-espírito, isto é, sobre os desejos que não se podem conter.

Sua imagem aparece com muita frequencia em pinturas tibetanas, onde se vê iogues em contemplação sobre peles de tigres, que os protegiam dos descalabros mundanos. Havia também peles de tigre em ambos os lados da entrada para o trono do Dalai Lama, em Llhasa, numa vinculação deste líder com os felinos.

Bem, obviamente o Leão seria usado como simbolo, por pessoas que tinham contato com a fauna onde se encontra este felino.

Esta bela espécie animal passaria consequentemente a ser adotado por outros povos que o conhecesse posteriormente. O que não devemos confundir é a influência do Leão como símbolo com a natureza do homem de atribuir símbolos.

Na mitologia ioruba existe também histórias de gatos:

certa vez Orunmila (orixá que é a divindade da profecia) mandou que todos os bichos só atravessassem uma floresta depois de fazerem sacrifícios. Junto com o sacrifício, deveriam preparar um tipo de pasta e aplicar abaixo dos olhos. Nenhum bicho fez o que Orunmila pediu a não ser o gato. Todos os bichos que atravessaram a floresta foram mortos pelas bruxas, menos o gato pois as bruxas, ao verem as marcas debaixo dos seus olhos, pensaram que ele fosse uma delas também.

Os leões e os Germanos

"Os germanos eram assustadores, e esse adjetivo não é força de expressão."

Numa das primeiras vezes em que os romanos depararam com eles ocorreu o seguinte: os germanos emergiram das sombras da Floresta Negra urrando feito selvagens que eram, um som horrendo, como se predadores monstruosos investissem sobre a legião. Detrás de seus escudos de madeira revestida com bronze, os romanos viram correr em sua direção aqueles homens de estatura descomunal, desenvolvidos pela vida ao ar livre, pelas caçadas e pelas eternas guerras tribais. As longas cabeleiras amarelas e vermelhas dos germanos esvoaçavam e davam uma aparência ainda mais ameaçadora aos seus rostos barbados.

Por um momento, os legionários ficaram petrificados debaixo de seus elmos. No momento seguinte, não vacilaram: giraram em cima das sandálias e correram com devoção a fim de salvar suas peles latinas. Veni, vidi, corri.

Depois que os romanos se acostumaram com a visão pouco ortodoxa dos guerreiros germanos em ação, não entraram mais em pânico e até passaram a derrotá-los, isso graças à disciplina tática das legiões. Mesmo assim, os germanos jamais se submeteram completamente ao Império, nem quando o Império os absorveu. Por volta do ano 200 da Era Cristã, o imperador filósofo, Marco Aurélio, já nem morava mais em Roma, vivia nas fronteiras, vigiando os movimentos inquietos e inquietantes dos bárbaros.

Um dia, o imperador teve uma ideia: mandou buscar leões da África e, numa batalha perto de Vindobona, a atual Viena, açulou-os sobre os germanos. Calculava, Marco Aurélio, que os bárbaros ficariam aterrorizados com o ataque daquelas feras das quais nunca nem tinham ouvido falar. De fato, numa época sem National Geographic, os germanos não conheciam leões, e essa foi a sorte deles. Acreditando que fossem apenas cães enormes, os louros guerreiros da Alemanha não só não fugiram como chacinaram os bichos a golpes de espada, lança e clava, pouco se importando com a repercussão entre os protetores dos animais.

Nos dois casos, como se viu, o medo foi decisivo. Os romanos só bateram os germanos quando perderam o medo deles; os germanos mataram os leões porque não tinham medo deles. O medo, muitas vezes, é o que faz diferença na batalha.