Segredos da Memória

Não sou tão aprofundado quanto os colegas foristas, mas gostaria de debater um fato que considero interessante.

Há vários tipos de memória ou, melhor expressando, de memorização. Quando falo nesses vários tipos estou me referindo aos sentidos do ser humano: Memória visual, auditiva, sensorial, tátil, cognitiva entre outras....

Gostaria de discutir aqui o fato do porquê algumas pessoas têm grande facilidade num desses tipos de memorização e, por outro lado, têm dificuldade em outro?!

Eu por exemplo possuo péssima memória visual, guardo com muita dificuldade imagens e rostos, tenho uma não tão boa memória auditiva, entretanto tenho uma ótima memória cognitiva, pois consigo abstrair com muita facilidade.

Há alguma explicação para isso? Existem métodos ou técnicas para suprir as deficiências? Outra dúvida: pelo que vejo das técnicas menmônicas o segredo é a associação de uma coisa a outra, será por isso que consigo ter uma boa memória abstrata onde um raciocínio leva a outro?

Grato.

Não acho que seja de relevância prática saber quais os diferentes tipos de memória existentes. Esse âmbito é mais da neurociência e mesmo assim sempre são feitas algumas alterações teóricas.

Creio que a genética seja um dos melhores locais para busca de respostas. Gianni Golfera, uma das grandes expressões das mnemotécnicas atuais parece ter herdado do pai e do avô essa característica. Tanto ele como o savant Kim Peek foram submetidos a diversos testes (tomografias computadorizadas especialmente) para análise destas peculiaridades mentais.

O bom é procurar um método que melhor encaixe nos seus propósitos!

Discordo apenas do ponto em que você afirma que há pouca utilidade prática para essa diferenciação. Acredito que há, e muita. É a partir do auto-conhecimento de facilidades e dificuldades individuais que cada um poderá evoluir sua qualidade de armazenamento de informação. O que acham?

Legolas escreveu:
É a partir do auto-conhecimento de facilidades e dificuldades individuais que cada um poderá evoluir sua qualidade de armazenamento de informação.

Legolas, este "auto-conhecimento" é o que disse de encontrar a técnica mais adequada às peculiaridades psicológicas individuais. Não necessariamente seria a forma mais científica ou que contivesse mais estudos sobre o cérebro.

Acompanho notícias sobre estudos neurológicos em algumas revistas e sites sempre que possível, noto informações altamente complexas e empiristas. Algumas pesquisas científicas indicam, por exemplo, serem úteis passatempos para evitar doenças degenerativas de memória. Contudo isto não nos leva a ganhar campeonato algum de memorização ou mesmo a conseguir memorizar um texto de interesse, um poema, uma apostila para concursos.

São distintos os lados "prático" e "teórico" acerca da mnemotécnica. Resta dizer que sobre cada um destes lados é possível especular simultaneamente e em certos casos, sem ligações.

Abs!

MEMÓRIA FOTOGRÁFICA

Isso existe ou é lenda???
Seria apenas uma memória bem treinada ou alguém em um estado de consciência diferenciado que naturalmente se lembraria de tudo????

Dizem que o grande problema da memória não é nem questão de genética, mas sim de estado mental. Uma pessoa hipnotizada consegue falar sobre tantos detalhes que conscientemente não conseguiria. Tem cursos que trabalham isso, uma forma de auto-hipnose, ou algo assim que facilite o acesso à memória que esteja na região subliminar ou no subconsciente mesmo.

Que técnicas posso utilizar para memorizar por exemplo:
Textos
Mapas mentais
Números

LOCI
Consiste em formar uma "jornada", com locais que vc conheça (casa, padaria, ponto de ônibus,...).
Quando for memorizar algo, trasforme-o em uma imagem bizarra ou exagerada e coloque nestes pontos.
Ex: Lembrar da lista
1-peixe
2-salame
3-mel
Processo: Consiste em "depositar" a lista na "jornada".

O item 1 (peixe), bastaria imaginar um peixe gigante invadindo sua casa, destruindo os móveis (bem exagerado, tem de ser vista na mente as imagens!)

O item 2 (salame), vc vai na padaria como sempre, mas quem te atende é um salame que pergunta o que deseja

3 (mel), esperando o ônibus, vc vê o motorista lambuzado de mel, chegando no ônibus, mas abelhas tentam ferroa-lo.

Para mais objetos o processo seria análogo, mas deveria haver mais locais. O importante é o bizarro, exagerado, usar a imaginação que é uma parte do cérebro que por vezes deixamos de lado.

CASTELO DA MEMÓRIA
Baseia-se no Loci
Cria-se "salas" (quartos conhecidos, cozinha, etc), locais que sejam preferencialmente fechados. Em cada sala monta-se uma quantidade de "locais" ou marcos, que serão para "depósito" do que vai ser memorizado.
Para melhor organização é recomendado que cada sala tenha um número padrão de locais (que podem ser objetos, móveis,...).

Se a primeira sala é seu quarto, os marcos podem ser sua cama, a mesinha, o guarda-roupas, o computador, etc.
Nas salas que uso, padronizei 10 locais.

Memorizando: basta fazer como na técnica LOCI, usar a imaginação e colocar as listas, números, etc nos pontos referenciais.

O método para números associando cada algarismo a uma imagem é muito "pesado".

Uma forma de condensar a informação é montar imagens de números dois a dois (montagem baseada no alfabeto fonético).
O Power Memory e outros sistemas usam objetos, o Dominic O'Brien creio que usa "personagens".

A lista seria com os números:
00, 01, 02, ..., 98, 99

Para memorizar números de quatro algarismos, basta concatenar os dois objetos ou personagens.

Homem Vitruviano escreveu:
MEMÓRIA FOTOGRÁFICA

Isso existe ou é lenda???
Seria apenas uma memória bem treinada ou alguém em um estado de consciência diferenciado que naturalmente se lembraria de tudo????

Não existe Memória Fotográfica.

O que existe é a chamada Memória eidética, que é uma ''memória fotográfica'' que existe em crianças de até 5 ou 6 anos de idade.

Mas daí o leitor poderia perguntar por que quando ele fecha os olhos ele se lembra de uma paisagem que viu, com nuances e detalhes como uma foto?

As pessoas tem a impressão que memória é simplesmente sentar, colocar uma fita no VHS (espero que os leitores ainda se lembrem o que é um VHS ), dar um play e ir se recordando, mas memória não é isso.
A aquisição da memória sensorial existe apenas no momento do fato. É como se a sua memória fosse um quebra-cabeça; as peças começam a cair com o passar do tempo e seu cérebro vai substituindo as peças que caíram por desenhos que parecem com aquilo. Então essas peças começam a sair e seu cérebro vai substituindo por novas peças que no final você tem a impressão que foi o que você viu mas que realmente não foi aquilo que você viu exatamente, tanto que é por isso que existe a chamada MEMÓRIA FALSA.

Um exemplo clássico vem do próprio Jean Piaget que relata que ele tinha lembrança viva na sua mente de que ele foi sequestrado quando criança, e percebeu depois que foi uma memória imputada.

Homem Vitruviano escreveu:
Que técnicas posso utilizar para memorizar por exemplo:
Textos
Mapas mentais
Números

Dê uma lida aqui:

A Arte da Mnemônica

Respondendo ao primeiro post do tópico, sugiro ao colega que dê uma olhada a partir daqui:

https://mestredoconhecimento.forumeiros.com/t117p50-ouvido-absoluto#4634

O MÉTODO DA VINCULAÇÃO OU LIGAÇÃO

Esse método é a chave para qualquer técnica de memorização, simples e eficiente, com este método você conseguirá memorizar qualquer sequência de informação: uma lista de compras, um conjunto de nomes, de conceitos, de objetos de instruções etc. Basta ter uma imaginação criativa. Ele consiste em ligar ou vincular pares de informação por meio de uma estória ridícula, com cores vibrantes, som, textura e gosto.

1º PASSO:

Aqui há um par de informação a ser memorizada:

1-Papel
2-Telefone
3-Creme dental
4-Mesa
5-Balão
6-Computador
7-Cesta
8-Aranha
9-Cadeira
10-Janela

Vamos lá memorizar essa tabela de informação:

Como eu disse você teve criar uma estória ridícula, com cores vibrantes, som, textura e gosto.

Imaginemos então o seguinte:

Um papel ofício com mãos, pernas e boca, telefonando, só que quando ele vai falar vomita um creme dental, daí você pega esse creme dental e abre a tampa e espreme só que ao invés de sair creme sai uma enorme mesa, você pega essa mesa e joga para o alto e acerta um balão, esse balão estoura e aparece um computador na tela do computador está desenhado uma cesta cheia de aranhas, uma cadeira pega essa mesma cesta pela janela quebrando o vidro imagine (o som de vidro quebrado).

Para exercitar, aumente o números de itens da lista. 1º com 10 itens, 20, 30, 40...

Sistema fonético de memorização

Dando continuidade ao assunto, aqui vai uma técnica muito importante para memorizar números.

Bem, a técnica consiste em transformar números (informações abstratas) em concatenações (substantivos). Vamos lá:

Alfabeto fonético

Dígito

1 T, D

2 N, NH

3 M

4 R, RR

5 L, LH

6 CH, G (FRACO)*, J, X

7 C (FORTE)**, G(FORTE)**

8 F, V

9 P, B

0 C (BRANDO), Ç, S, SS, Z

* Fraco como na palavra gelo, girafa, cidade, cedo, cebola.

** Forte como gato, gostosa, casa, cavalo ect.

Dicas para memorizar o alfabeto:

1 se assemelha com T, D

2 o N tem duas pernas

3 Três pernas

4 A palavra quatRo possui R, se tem R tem RR

5 50 Em Roma é LH

6 Escreva seis com Xeis e Cheis

7 Lembra as fitas K-7

8 8-FV sigla

9 P e B de cabeção para baixo

0 a palavra oSSo só trocar pelo 0, Zero lembra o número

Aplicabilidade:

Aqui vai uma sequência de números a ser memorizada usando o alfabeto numérico

983457823943

Vamos transformar esse número em imagens

98 será PaVão

34-MuRo

57-LeGo

82-FeNo

39-MaPa

43-ReMo

Agora vamos utilizar a técnica da vinculação.

Um pavão vomita um muro de lego de cor vermelha, um enorme feno cai em cima do muro, você tira o feno de cima e vê que há um mapa com um remo desenhado no meio do oceano atlântico.

Exercício tente agora memorizar os seguintes números:

76352847

12428475

9785640931

Vai uma lista para ajudar:

00-SaCi
01-SeTa
02-SiNo
03-SuMô (Lutador)
04-ZoRRo
05-SeLo
06-SuSHi
07-SaCo
08-SoFá
09-SoPa
0-oSSo
1-Teia
2-Noé
3-Maiô
4-Rã
5-Lua
6-Chá
7-Cão
8-Véu
9-Pá
10-Taça
11-DaDo
12-Tina (nome próprio)
13-TAM (avião)
14-TeRRA
15-TeLa
16-Ducha
17-TaCo
18-DiVa (estátua)
19-TuBo
20-Noz
21-Nata
22-NiNHo
23-Nome (qualquer pessoa)
24-NeRo (Imperador Romano)
25-ANel
26-NaJa (cobra)
27-Nike (tênis)
28-Navio
29-NaBo (verdura)
30-MaSSa
31-MoTo
32-MiNa
33-MaMão (Fruta, idade de jesus)
34-Muro
35-MaLa
36-aMeiXa
37-MaCa
38-Máfia
39-MaPa
40-Rosa
41-Rato
42-RaiNHa
43-ReMo
44-HoRáRio (Relógio)
45-RoLo
46-Rocha
47-Régua
48-RiFa
49-HarPa
50-LaÇo
51-LaTA
52-LoNa
53-LhaMa (animal)
54-LouRo
55-LuLa
56-LiXo
57-LeGo
58-LuVa
59-LoBo
60-GiZ
61-ChiTa
62-ChiNa
63-CHaMa
64-JaRRO
65-JauLa
66-CHuCHu
67-JeGue
68-CHaVe
69-CHaPéu
70-CaSa
71-GaTO
72-CaNo
73-CaMa
74-CaRRO
75-GaLo
76-CaiXa
77-CoCo
78-CaFé
79-CoPo
80-VaSo
81-FoTo
82-FeNO
83-FuMo
84-FeRRO
85-VeLa
86-FiCHA
87-FaCa
88-FoFão (personagem)
89-FuBá
90-PoÇo
91-BoTA
92-PeNa
93-PuMa
94-BaRRA
95-BaLA
96-PeiXe
97-PaCA
98-PaVão
99-PaPA

Se um elemento da concatenação é esquecido, os seguintes também o são. Para sanar esse defeito, deve-se dividir e compor - recomendação que Carruthers cita extensamente, atribuindo-a a autores medievais. Aliás, acabo de ler "Tricks of the Mind", de Derren Brown, cuja terceira parte é sobre memória. Embora não cite sua demonstração de memorização, é evidente que usa o método "loci".

O uso das técnicas de memória não torna o estudo mais fácil. Na verdade, as técnicas tornam os estudos mais eficientes. Não existe uma técnica para memorizar livros que seja rápida e eficiente.

Abraços!

Concordo plenamente, deve-se procurar ler com interesse, se for um material didático, algo que está fugindo ao seu interesse, não há método de memorização que o ajude, neste caso procure dar crédito ao que está lendo. Lembre-se que é uma nova informação e todos nós adoramos coisas novas. Tente ver o livro com outros olhos. Veja bem, quanto mais se ler mais rápido absorve-se as informações. Ler é o melhor exercício de memorização!

Os principios básicos da memória se chama EDNA. EDNA é um acrônimo das seguintes palavras:

Emoções - Nossa mente tende a guardar aquilo que nos emociona (Nível de envolvimento emocional alto).

Desenho - Nossa mente funciona através de imagens. Exemplo disso é a nossa facilidade de lembrar faces e a dificuldade de lembrar nomes.

Nós - Tendemos a lembrar aquilo que acontece conosco porque passa por todos nossos sensos.

Ação - Tendemos a lembrar coisas que tenham ações amplas e rápidas.

A vinculação de pares aleatórios de informação consiste em pegar duas informações na forma de desenhos nítidos, vivos e detalhados. Coloca-los na mesma tela mental de maneira engraçada, ofensiva, emocionante (emoção)... E cola-los usando uma ação ampla que envolva você.

Ex. Rato e Abacaxi

Imagine que você está batendo com muita força e rapidez um abacaxi enorme na cabeça de um rato cinza que tem o tamanho de um cachorro.

OBS.: Quanto mais os desenhos ocupam a nossa tela mental, mais fácil será para lembrar-los. Isso ocorre porque a imagem mental é parecida com imagens formadas na tela do seu computador. Sendo que, em vez de pixels (pequenos pontos coloridos que formam uma imagem), são os neurônios que formam a imagem. Então, quanto maior o desenho que você imagina, maior a quantidade de neurônios utilizados, e quanto mais neurônios mais fácil será de lembrar.

Isso resulta em um elo forte. Quando você pensar em abacaxi logo virá a imagem de um rato, ou vice versa - isso é bidirecional.

Isso é aplicado em quase tudo

Ex.: Linguas - Green/verde
     Capitais - Turquia/Ancara

Muita coisas no aprendizado são pares de informação. Aprendizado consiste em pegar uma informação nova e vincula-la com uma antiga.

PERGUNTA:

Bem, se já tem alguém no fórum que domina essa técnica, eu gostaria de saber como fazer pra vincular pares de informação de maneira rápida - 15 pares em 1 min, por exemplo - e sem perder a qualidade do EDNA?

Respondo sua pergunta: PRÁTICA. A medida que praticar a vinculação vai ficar mais rápida chegando até a 2 segundos no máximo.

Quando começei a praticar demorava mais de 4 minutos para memorizar uma lista com 20 itens. Hoje memorizo mais de 50 itens em 1 minuto utilizando a mesma técnica. Mas não foque na velocidade, e sim na qualidade de suas vinculações. Velocidade vai vir naturalmente com a prática devida.

Boa sorte!

"L'arte della memoria di Giordano Bruno"

O seguinte trecho do "L'arte della memoria di Giordano Bruno" escrito por Ganni Golfera trata da organização de locais em salas:

All'inizio della terza parte del De umbris, viene chiesto al discente, come imprescindibile premessa di un qualsiasi sistema mnemotecnico degno di tale nome, ancora uno sforzo, consistente nella formazione di un sistema ordinato di subiecta, ovvero loci che dovranno accogliere le immagini, siano esse immagini rerum o verborum.

A tal riguardo Bruno fornisce delle precise inidcazioni: "Prendiamo ad esempio un subiectum comune e cominciamo col suddividerlo nelle sue parti principali, che, almeno nel disegno di chi opera, si devono concatenare logicamente; queste parti principali più sopra sono state definite come subiecta più specifici. Poi si procede nella suddivisione, in modo che queste parti vengano a loro volta determinate e percepite in una successione ordinata che sostituisca la contiguità fisica, oltre a determinare convenzionalmente altre parti che sono i subiecta più specifici in assoluto e sono individuali, i quali vanno ingranditi in base alla dimensione dei subiecta più specifici e alla possibilità di potervi collocare agevolmente qualsiasi cosa capiti."

Affinchè questo passo possa essere comprensibile, esso va integrato con la classificazione dei subiecta operata da Bruno stesso nella Seconda Parte della ars memoriae del De umbris: "Un tipo di questi subiecta è assai comune, nel senso che può estendersi per tutto lo spazio che può essere abbracciato dalla fantasia, la quale è in grado di aumentare a piacere le dimensioni di un determinato cerchio, anche se non, ovviamente, di diminuirle all'infinito. Un altro è pure comune, in quanto formato dal cumulo delle regioni conosciute del mondo. Un altro ancora è meno comune, in quanto, diciamo, così, politico, ovvero urbano. Un altro è specifico, se vuoi economico, nel senso he è racchiuso nello spazio domestico. Un altro ancora è più specifico, poichè è formato da quattro o cinque elementi. Un altro poi è estremamente specifico, poichè costituito di un unico elemento, atomo ovviamente non in senso fisico, bensì ai fini della presente arte."

Vediamo come vanno intese queste indicazioni:

a
Come mostrato all'inizio della trattazione dei subiecta, questi sono ordinabili in una scala che parte dai subiecta comuni, che, al limite, potrebbero consistere in tutte le parti conosciute del cosmo, ma in genere sono città o edifici utilizzati come sistemi di loci; all'altro estremo della scala troviamo i subiecta più specifici, quelli composti da quattro o cinque elementi ( come stanze, CONTRASSEGNATE DA 5 LUOGHI, di cui quattro negli angoli e uno al centro, ma si potrebbe utilizzare anche la figura umana, sintetizzata nelle sue 5 estremità degli arti e del corpo) o i subiecta "atomi", così definiti non in senso fisico, ovviamente, ma perchè formati di un solo elemento. L'idea di utilizzare stanze ciascuna organizzata in cinque loci come subiectum è derivata da trattati precedenti( gigotec:-)?), in particolare quello anonimo riportato in un manoscritto viennese della metà del XV secolo che abbiamo preso in esame nel corso della nostra analisi sui trattati rinascimentali.

b
Si prende dunque un subiectum comune e lo si ripartisce nelle sue parti principali, che, a loro volta, vanno ulteriormente segmentate in modo da ottenere dei loci "atomi", ovvero indivisibili;
tutte queste parti, sia quelle principali, sia quelle "atome" dovranno essere percepite senza alcuna esitazione come succedentisi l'una all'altra, secondo un ordine reale o fittizio; non dovremo cioè avere dubbi sull'ordine delle stanze in cui abbiamo ripartito un edificio, né su quello dei loci all'interno di ciascuna stanza; poco importa se abbiamo aggiunto dei subiecta artificiali o abbiamo stravolto l'ordine di quelli reali: l'importante è che l'occhio dell'immaginazione possa vederli tutti e ordinati come loci reali: "Di qui, si proceda nella suddivisione, così che queste parti siano percepite come confinanti lo'una con l'altra e ordinatamente succedentisi l'una all'altra, in luogo della contiguità vera o positiva".

Supponiamo, ad esempio, che vogliate utilizzare la vostra abitazione come sistema di loci; fisserete dunque un ordine delle stanze, magari iniziando dalla cucina per poi passare al soggiorno, allo studio, al bagno ed infine alla camera da letto; è ovvio che tale ordine potrà essere del tutto arbitrario, giacchè poco importa che tali stanze siano realmente disposte secondo questa successione o fra loro comunicanti: L'MPORTANTE è che non abbiate alcun dubbio su questa successione da voi organizzata. Supponiamo poi di dividere ognuna delle parti in 10 subiecta atomi, come direbbe Bruno, segmentandole cioè in 10 luoghi:
in cucina , ad esempio, il luogo n. 1 potrebbe essere la porta, in n.2 il tavolo, il n.3 il bidone dei rifiuti, il n. 4 il frigorifero, il n. 5 la finestra, e così via fino al 10. A questo punto, per comodità e rapidità di ordinamento, potreste decidere di assegnare lo stesso numero di unità, cambiando ovviamente le decine, ai luoghi simili che si trovano in altre stanze. Per capirci: la cucina, abbiamo visto, contiene i luoghi dal n. 1 al n. 10, il soggiorno conterrà dal n. 11 al numero 20, lo studio dal numero 21 al n. 30 e così via. Potrei decidere che la porta del soggiorno sia il luogo n. 1 del soggiorno stesso e che quella dello studio sia il luogo n.1 appunto dello studio, così che tutti i "numeri 1" 1, 11, 21, 31.. siano porte; allo stesso modo tutti i numeri 5( 5, 15, 25, 35, etc.) saranno finestre. Supponiamo che la mia stanza da bagno sia priva di finestre: è a questo punto che può entrare in gioco la creazione di luoghi artificiali, giacchè, invece di assegnare il n. 35 ad un subiectum diverso dalla solita finestra, non faccio altro che collorare una FINESTRA IMMAGINARIA.

Allo stesso modo, se ho la necessità di aumentare il numero di loci, posso aumentare con l'immaginazione le stanze della mia casa; l'unica precauzione da tenere presente sempre ben presente consiste nel ripercorrere mentalmente assai spesso i subiecta fittizi, come suggerisce Bruno: "Cosa impedisce infatti all'immaginazione di far svanire da qui i subiecta vecchi e sostituirli con altri costruiti da sé? Tuttavia questi non vengono posseduti con la medesima facilità con cui vengono formati; ad essi infatti bisogna applicarsi con il pensiero, tanto da farli diventare così consueti, da non differire in nulla da quelli veri".

c
Questi loci atomi vanno allargati, ingranditi, aumentati di dimensioni fino a farli diventare dell'ordine di grandezza dei subiecta "più specifici", ovvero di quelli formati da quattro- cinque elementi.

Questa ulteriore trasformazione, a prima vista priva di senso, necessita di un chiarimento, dal momento che tanti studiosi ha tratto in inganno. Nella nostra ipotetica abitazione, il luogo n. 3 era rappresentato dal bidone dei rifiuti; se le immagini di memoria fossero sempre poche piccole formae, non si porrebbe mai alcun problema di spazio; disgraziatamente, nella seconda pratica ci imbatteremo anche in adiecta delle seguente complessità:

Apis tesse un tappeto, vestito di stracci, con ceppi ai piedi.
Sullo sfondo una donna che protende le mani,
a cavallo di un idra dalle molte teste.

Il che, potete ben immaginare, ben difficilmente può accadere dentro un bidone lungo 30, largo 40 e alto 50 cm. Perciò I LOCI ANDRANNO FATTI " A MISURA DI SCENA", in modo che ognuno di essi possa contenere un piccolo quadretto di memoria, cioè(attenti qui molti del gruppo memoforum hanno frainteso:-)) una MINI-STORIA, un MINIFILM . Nulla vieta l'utilizzo di un interruttore, di un vaso, di un tagliacarte o di un posaceneri come loci: l'importante è che essi possano fungere da scena, da contenitore per l'immagine e che quindi siano ingranditi fina alle dimensioni di una stanza,o , perlomeno, in misura tale che azioni come quella presa in esame possano svolgersi agevolmente al loro interno.

Será que alguém poderia traduzir isso para o grego arcaico?

Cientistas do Hospital San Rafael de Milão (Norte da Itália) querem estudar a molécula da memória, que ninguém sabe onde se encontra. Para isso, começaram a observar o caso de um jovem de 26 anos com uma memória prodigiosa. O anúncio foi feito pelo professor italiano Antonio Malgaroli, durante um curso de fisiologia realizado esta semana no hospital milanês.
O sonho do catedrático italiano, que convidou o jovem, Gianni Golfera, a fazer uma demonstração de sua extraordinária capacidade para memorizar números e textos, é o de chegar a estudar, com técnicas superavançadas, a memória no Dna (Ácido Desoxidoribonucléico), o cartão de identidade genética de todos os seres vivos. ‘‘Uma ideia que poderá ser posta em prática a longuíssimo prazo, mas estamos no bom caminho’’, assegurou o professor.
Golfera conhece de memória 261 volumes de textos de filosofia, que vão desde os neoplatônicos até o renascimento europeu, aplicando muitas das técnicas empregadas pelo sábio e herege italiano Giordano Bruno, que aprendeu no século XVI em um convento as técnicas ocultas para desenvolver a memória.
‘‘Enquanto a maioria das pessoas que goza de uma memória tão prodigiosa tem problemas psicológicos, Golfera estuda e organiza sua memória, que ao que parece é um dom de família’’, assegurou Malgaroli ao jornal La Repubblica.
‘‘Talvez no futuro as características genéticas dessa família possam ser estudadas e analisadas com técnicas tais como um microchip no sangue’’, disse o cientista.
O pai e o avô de Golfera, os dois pilotos de avião, têm uma memória excepcional. Enquanto o avô sabe de memória todos os poemas dos clássicos gregos, o pai, de 42 anos, pode pilotar um avião sem os mapas, já que os conhece de memória.
O jovem, que exercita sua memória desde a infância, como também o fizeram seus parentes, repetiu ante os universitários milaneses sem titubear os 48 números exigidos pelos estudantes durante menos de três minutos, repetindo-os com os olhos vendados do início ao final e vice-versa.

Fonte consultada: https://www.folhadelondrina.com.br/geral/cientistas-buscam-a-molecula-da-memoria-390040.html