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Os Verdadeiros HERÓIS da Pátria

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Mensagem por Alquimista 30/11/2018, 01:43


Vitoriano Veloso, o único negro da Inconfidência Mineira:

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Fotografia feita pelo Alquimista
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Mensagem por Alquimista 9/12/2018, 04:04


Peças da forca de Tiradentes e Panteão dos Inconfidentes - Museu da Inconfidência de Ouro Preto (antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica)

Todas fotografias feitas pelo Alquimista

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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 14:46


TIRADENTES

Os Verdadeiros HERÓIS da Pátria 93596910

Hoje, 12 de novembro de 2019, dia do batizado do alferes Joaquim José da Silva Xavier ocorrido na capela de São Sebastião do Rio Abaixo na vila de São José del Rei, hoje cidade de Tiradentes.

Embora a cidade de Tiradentes foste o primeiro núcleo urbano da região das Vertentes em 1702, só adquiriu o foros de vila em 1718, enquanto o arraial novo (São João del Rei), de 1704, adquiriu o foros de vila em 1713, portanto nestes cinco anos, o território do arraial velho de Santo Antônio ficou subordinado a recém criada vila de São João, mas em 1718 o Conde de Assumar cria a vila de São Jose del Rei, com as seguintes divisas: todas as terras à margem esquerda do Rio das Mortes continuariam sobre o domínio de São João, e as terras da margem direita passariam agora a pertencer à vila de São Jose del Rey, atual cidade de Tiradentes. Portanto, a partir desta data a Fazenda do Pombal passa à jurisdição de São José del Rey, e em 1746, ano de nascimento do alferes, a mesma se encontrava sobre este domínio.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 14:53


Aos onze anos, quando fica órfão de pai e mãe, muda de vez para a sede da vila de São José, onde sempre moraram suas tias maternas, visto que sua mãe também era natural de São José, e sob a proteção também de seu padrinho de batismo, Sebastião Ferreira Leitão, com quem aprende a função de extrair dentes, portanto nascendo também nas ruas da antiga São José sua alcunha "tira-dentes". Seu pai foi nomeado pela câmara de São José del Rey em 1748, e anos mais tarde é eleito vereador desta vila. É um grande devoto da SS Trindade, santuário até hoje presente na cidade de Tiradentes, portanto fica muito difícil falar do alferes sem citar sua forte ligação com sua cidade natal, a antiga Vila de São José del Rey, hoje "cidade de Tiradentes", conforme o terceiro decreto do governo Republicando Cesário Alvim de 06/12/1889.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 15:01


A CERTIDÃO DE BATISMO do Tiradentes:

O assentamento de batismo de Joaquim José da Silva Xavier (documento de caráter religioso que naquela época substituía o ainda inexistente registro civil) se deu no dia 12 de novembro de 1746, na Capela de São Sebastião do Rio Abaixo, filial da Matriz de Nossa Senhora do Pilar da Vila de São João d’El-Rey-MG.

Mas só que segundo a carta de criação da vila de São José del Rey, em 1718, esta capela, embora pertencesse a paróquia do Pilar, estava em solo são-josefense, ou seja, Tiradentino, pois a igreja nunca respeitou as divisas de vila (ou hoje cidade) para dividir suas paróquias, portanto pode-se afirmar que o Alferes foi batizado em solo Tiradentino, e, mais ainda, seu padrinho Sebastião Ferreira Leitão também era morador da Vila de São José.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 15:09


CERTIDÃO EMITIDA APÓS A EXECUÇÃO DE TIRADENTES:

CERTIDÃO DE TER SIDO EXECUTADO, NO CAMPO DE SÃO DOMINGOS, A PENA QUE FOI CONDENADO JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER, O TIRADENTES. Francisco Luiz Alvares da Rocha, Desembargador dos Agravos da Relação da Cidade do Rio de Janeiro-Brasil, e escrivão da Comissão expedida contra os Réus da Conjuração, formada em Minas Gerais.
''CERTIFICO que o réu JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER, natural da Vila de S. Jose Del Rey, nascido no sítio do Pombal em 12 de novembro de 1746, foi levado ao lugar da forca levantada no campo de São Domingos e nele padeceu morte natural e lhe foi cortada a cabeça e o corpo dividido em quatro partes: e de como assim passou na verdade lavrei a presente certidão e dou a minha fé. Rio de Janeiro, 21 de abril de 1792."


Como se vê, o que consta em Portugal, no Instituto de Altos Estudos Militares, situado em Pedrouços, através da extração da certidão lavrada por um Desembargador português, no Rio de Janeiro, no dia em que foi enforcado Tiradentes, "Escrivão da Comissão expedida contra os réus da Conjuração formada em Minas Gerais", claramente ficou escrito que Joaquim José da Silva Xavier era natural da Vila de São José Del Rey (atual cidade de Tiradentes-MG).
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 15:45


Trecho do livro "Perfil Parlamentar: Tancredo Neves''

"Tancredo viveu a sua infância em São João Del Rei. A cidade tinha - como ainda tem - forte tradição politica. Em seus ARREDORES, nas margens do Rio das Mortes, travou-se o controvertido combate da Guerra dos Emboabas, movimento que levou ao primeiro governo autônomo da América, a ditadura de Manuel Nunes Viana, no território das Minas, ainda em 1709. A Inconfidência encontrou na cidade Aurífera um dos centros de conspiração, e, bem ao lado, em SÃO JOSÉ, nasceu Tiradentes."

Este texto vem contribuir com os fatos históricos ocorridos na região no século XVIII, quando Aécio Neves diz "Em seus arredores, nas margens do Rio das Mortes, travou-se o controvertido combate da Guerra dos Emboabas", ele quis dizer que naquela época as únicas vilas da comarca eram a vila de São João Del Rei, sede da comarca do Rio das Mortes, e a Vila de São Jose Del Rei, hoje a atual cidade de Tiradentes, e que este movimento ocorreu desde o espigão da SS Trindade até o bairro de Matozinhos e, ao finalizar, ele foi claro e, acredito eu, cercado de farta documentação, ao afirmar "e, bem ao lado, em São José, nasceu Tiradentes", fica claro mais uma vez que o alferes Joaquim José da Silva Xavier é natural da antiga São Jose del Rei, atual cidade de Tiradentes - MG.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 15:58


CONCLUSÃO:

Fatos históricos passam a ser publicizados, a existirem, a partir de algum marco de interesse. Por esta razão, qualquer contestação, a qualquer tempo é sempre bem vinda até para possibilitar a reavaliação daquele objeto sob outro aspecto. Deste modo a polêmica levantada neste caso, local de nascimento de Tiradentes, só tem cunho de acréscimo aos fatos ora contestados. O importante nisto tudo é que sejam divulgadas e popularizadas todas as informações passíveis de avaliação, oportunizando a cada um daqueles que a elas tenham acesso, que possam chegar as suas próprias conclusões. Não podemos é ignorar fatos que somente hoje estão sendo observados, atemporais, portanto, isentos de manipulações políticas ou paixões, o que os tornam merecedores de novas apurações. Sabemos que os registros ora existentes são antagônicos, o que justamente nos assegura a retomada da discussão. Chega de engolirmos "goela abaixo" aquilo que sempre nos foi imposto. Que maravilha termos a possibilidade de abrirmos um canal para esta discussão. O que depreende do documento "Auto de Criação da Villa de San Joseph", se Tiradentes nasceu na Fazenda do Pombal, localizada à margem direita do Rio das Mortes e a margem direita do referido rio foi denominada de Vila de São José, hoje Tiradentes, então o verdadeiro local do nascimento do Joaquim José da Silva Xavier, na verdade, é Tiradentes, e não São João del Rey, independentemente de onde haja sido batizado. O que parece ocorrer aqui, é uma simples confusão da paróquia a que pertencia a igreja onde o mesmo teria sido batizado, fato que não valida as afirmações históricas hoje existentes de que o Tiradentes seria natural de São João del Rey. Sendo assim, podemos afirmar com precisão que Tiradentes é terra natal de Joaquim José da Silva Xavier e tantos outros como José Basílio da Gama, Botânico Frei Veloso, Manoel Dias de Oliveira e, dos 17 inconfidentes, 11 eram naturais ou moradores da antiga São José del Rey.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 16:10


A Matriz de Santo Antônio:

A obra começou a ser construída em 1710. A fachada foi projetada pelo Mestre Aleijadinho num belo exemplar do estilo barroco brasileiro. E o que se vê lá no alto é um relógio de sol.
A igreja tem o segundo maior altar de ouro do Brasil. O primeiro fica na igreja de São Francisco em Salvador, na Bahia.
O ambiente é deslumbrante. Os altares foram revestidos de ouro em 1756 e assim a igreja se tornou num dos mais belos templos barrocos do país.
Lá dentro tem também um órgão de 1785. Um dos mais importantes do mundo.

Último Trabalho do Aleijadinho em Tiradentes - MG

A Fachada da Matriz de Sto Antônio foi um dos últimos projetos do Mestre Aleijadinho em Minas Gerais. Ele estava tão doente que somente fez o projeto, não podendo mais executar os trabalhos. A Matriz de Sto Antônio foi iniciada em 1710 e ganhou sua bela fachada em 1810, portanto 100 anos após sua construção. Sua ornamentação de ouro ocorreu em 1756, e nesta Matriz casaram em 1738 Domingos da Silva Santos e Antônia da Encarnação Xavier, pais do Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 16:27


PADRE TOLEDO E SEU CASARÃO EM TIRADENTES - MG

Este casarão é do século XVIII, com grande valor arquitetônico, pois é a construção que mais concentra forros de gamela pintado em Minas Gerais, destacando o forro dos cincos sentidos. Nos seus porões ainda podemos ver sinais da vida dura dos escravos nas antigas senzalas. O mesmo ainda apresenta grande valor histórico, pois foi neste casarão que ocorreu a primeira reunião dos ''inconfidentes'' da região de São José com o pretexto de fazer a festa de batizado de José Dasmaceno, filho da são-joanense Bárbara Heliodora e Alvarenga Peixoto, batizado este ocorrido na Matriz de Sto Antônio em 1778, surgindo dessa ocasião a famosa senha dos conjurados "tal dia é o batizado", que na realidade seria a reunião, o que coloca a vila de São José como o Berço da Liberdade Brasileira. Dos ''inconfidentes'', onze eram naturais ou moradores da Comarca do Rio das Mortes e nove eram de São José del Rey (hoje cidade de Tiradentes).

Um pouco sobre seu morador:
Padre Carlos Correa de Toledo e Melo nasceu em 1731 em Taubaté - SP. Com seus 50 anos muda-se para São José como vigário colado da freguesia de Sto Antônio, envolvendo-se no movimento da Inconfidência Mineira, sendo considerado por muitos historiadores como mentor intelectual deste. Além desta casa e escravos, o mesmo ainda possuía duas casas e mineração no arraial do Laje (Resende Costa), termo de São José na época.
Ao saber do fracasso do movimento libertário do julgo português, disse a célebre frase: "mais vale morrer com uma espada nas mãos, que como carrapato na lama", tentando animar seu amigo Francisco de Paula.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 16:37


DOCUMENTOS:

Documentos que colocam a Fazenda do Pombal em São José:

Transcreverei a seguir trechos da carta de criação da vila de São José del Rey, atual Tiradentes.

A vila de São José foi criada meio que sob pressão dos moradores, pois nesta época a vila de São João não aceitou a divisão de seu território, portanto tentou mudar esta demarcação por várias vezes. Assim, quando é citado em algumas épocas que o território da fazenda pertencia a São João, é que foram demarcações feitas pela câmara de São João, portanto, sem efeito na lei maior feita pelo Conde de Assumar, D. Pedro de Almeida.

Vou citar a seguir alguns trechos desta carta de criação.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 16:52


Ano de nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos e dezoito anos. Aos vinte e oito dias do mês de janeiro do dito ano, em o Arraial Velho, Freguesia de Santo Antônio, onde eu, Escrivão da Ouvidoria Geral, vim, com o coronel Antonio de Oliveira Leitão, que de presente serve de Ouvidor Geral, por impedimento do doutor Valério da Costa Gouveia, e sendo aí presente a nobreza, clero e povo, mandou o dito Ouvidor, em virtude de despacho de Dom Pedro de Almeida Portugal, Governador e Capitão Geral de São Paulo e Minas, posto em uma petição que lhe fizeram os moradores do mesmo Arraial, cuja cópia é a que se segue: Dizem os moradores da freguesia de Santo Antônio do arraial velho que eles se acham com grande prejuízo e impedimentos para tratarem os seus negócios na vila de São João del Rei por estarem da outra parte do Rio das Mortes, cujas passagens são muito arriscadas e perigosas, principalmente no tempo das águas em que as suas enchentes o impossibilitam a recorrer à vila de São João del Rei e fica todo este povo sem aquele recurso para as partes, além de ter experimentado que muitas pessoas, que neste tempo se arriscaram a passar, se afogaram, por não haver canoas em que, com segurança, passassem, e perdem não só os seus negócios particulares, senão também os do bem público, e como esta freguesia é uma das maiores das Minas e está mais distante da vila, com muita largueza de matas para roças, como de lavras e faisqueiras permanentes, etc.... tem os moradores as suas casas quase todas cobertas de telha, por estarem as olarias perto da freguesia e para que melhor se possa fazer o serviço de sua majestade, assim na arrecadação dos seus quintos, pois é sem dúvida que quantas mais pessoas nesta diligencia se empregarem, tanto mais fácil será a dita cobrança e se não experimentarão que sucedeu este ano em algumas Minas que pertencem a seus distritos excessivamente dilatados viram restos mais crescidos por cobrar, com grande detrimento e despesa da fazenda real na dilação da frota do Rio de Janeiro, como também serão mais bem obedecidas as ordens que Vossa Excelência for servido distribuir, cuja execução ficará mais pronta e facilitada, por haver muitos moradores e poderosos nos quais se poderá conservar uma boa vila, das maiores destas minas, sem desfalque da vila de São João del Rei, pode-lhe ficar ainda um grande direito, e porque justificativas razões que apontam, fizeram o mesmo requerimento ao antecessor de Vossa Excelência, ao que não
foram deferidos, por se mandar informar de algumas pessoas que não tinham conveniência em que se erigisse em vila o dito arraial de Santo Antonio, suposto que de nenhum modo esta matéria prejudica a terceiros, antes redunda em mais utilidade do serviço de sua majestade e bom regime dos povos, esperamos da reta justiça de Vossa Excelência que, informado de pessoas desapaixonadas, seja servido dar-nos o despacho que esperamos. Portanto, pedem humildemente à Vossa Excelência que, atendendo ao referido e por evitar algumas desuniões entre estes moradores e pela utilidade do serviço de El-Rei lhe faça mercê mandar erigir a dita freguesia em vila e receberão mercê.
Vistas as razões alegadas pelos suplicantes e as informações que delas tirei, concedo o que me pedem, para que o dito arraial de Santo Antonio seja erigido em vila, com o nome de São Jose, e o doutor ouvidor Geral da comarca do Rio das Mortes, ou quem em seu lugar servir, levantará o pelourinho e dará a posse na forma do estilo, começando o distrito da nova vila da BANDA DE LÁ do Rio das Mortes.

Termo de repartição do distrito desta vila:
Aos três dias de fevereiro deste presente ano de 1718 anos, nesta vila de São José nas casas da Câmara dela, estando presente o ouvidor Geral desta Comarca com os oficiais da Câmara dela, o juiz ordinário, o capitão Manoel Dias de Araújo, o capitao-mor Manuel Carvalho Botelho, também vereadores, o capitão Domingos Ramalho de Brito, Manuel da Costa Souza, Constantino Alves de Azevedo e, por impedimento do procurador, assistiu o Sargento-mor Silvestre Marques da Cunha, que para isso pelos ditos oficiais da câmara foi chamado, e sendo aí, pelos ditos oficiais da Câmara foi dito e requerido ao dito Ouvidor Geral que, em virtude do despacho da petição do senhor Geral, lhe nomeasse o termo que devia ter esta vila, o que, visto pelo dito Ouvidor, lhe nomeia por termo de divisa o RIO DAS MORTES da banda de cá, entrando pelo ribeirão chamado do Alves, por ser a verdadeira madre do dito Rio das Mortes, e que os mais eram braços do tal rio e que, outrossim, eram os moradores do dito rio fregueses desta freguesia de Santo Antonio, a que chamavam Arraial Velho, e que assim os moradores da banda do dito rio para cá seja sujeitos a esta vila, em esta forma houve o termo dela divisado e de como os ditos oficiais assim o aceitaram, e o dito ouvidor assim lhe repartiu, foi este termo, em que assinaram, e eu, Luis de Vasconcelos Pessoa, escrivão da Ouvidoria Geral e correição que o escrevi.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 17:02


CARTA DE EMANCIPAÇAO DO ALFERES TIRADENTES

CONDE DA CUNHA, vice-rei no Rio de Janeiro: Carta de emancipação de Joaquim José da Silva Xavier, expedida ao Provedor da Real Fazenda da Comarca do Rio das Mortes. ref.S. Arquivos particulares, cod.24-IV.

FAÇO SABER A VÓS, PROVEDOR DA COMARCA DO RIO DAS MORTES, que Joaquim José da Silva Xavier me representou, por sua petição adiante escrita, a que juntou certidão e inquirição de testemunha de ter vinte anos completos, nos quais se acha com capacidade e entendimento para se governar e aos seus bens, e visto o que alega HEI POR BEM que, sendo-vos esta apresentada, façais ir perante vós ao mesmo Suplicante, e por ele e inquirição de testemunhas que sobre isto perguntareis, saibais a verdade do que diz: e achando que é assim, que tem juízo e entendimento para se governar e aos seus bens, vós o havereis por emancipado e de idade legitima e cumprida: e mandareis fazer ao mesmo uma certidão nas costas desta para que conste do juiz de Órfãos em como foi justificada a pessoa do suplicante, e ao mesmo mando que, sendo-lhe apresentada a dita vossa certidão, faça ir perante si ao Escrivão em cujo poder estiver e se tenha feito o inventário dos ditos bens, e deles lhe faça dar a sua direita parte de imóveis como de rés e todos os mais que lhe pertencerem por qualquer outro principio, fazendo escrever tudo ao mesmo Escrivão, não poderá vender nem ceder os seus bens de raiz sem autoridade de minhas justiças, segundo a forma da Ordenação....
Pagou desta certidão 970 rs., e der egistro 640 rs.,na forma do Regimento da Secretaria do Estado do Brasil. Rio de Janeiro, 15 de julho de 1767, o Guarda-Mor da relação, Sebastião Leite Gomes de Brito, a fez escrever.
EMENTA: Para Vossa Majestade ver, por despacho da mesa do desembargo do paço, de nove de julho de 1767.

PETIÇÃO: SENHOR: Diz Joaquim José da Silva Xavier, filho legítimo de Domingos da Silva Santos, natural da Vila de São JOSÉ, Comarca do Rio das Mortes, Distrito das Minas Gerais, que ele, Suplicante, se acha com vinte anos completos, como consta da certidão de idade inserta no instrumento junto; e porque está vivendo tratando de negócios de fazenda, e tem capacidade para governar e administrar seus bens, como justificou perante o juiz de Órfãos daquele Distrito, do que se lhe passou o dito instrumento junto, e como quer se digne Vossa Majestade conceder-lhe provisão de suplemento de idade, dispensando-lha na lei, para com ela poder requerer a entrega a sua legítima, pede a Vossa Majestade seja servido conceder-lhe a dita provisão. E.R.M.(lugar do selo) Joaquim Alves Moniz.
Pagou na chancelaria 88 rs ; Rio de Janeiro, 20-07-1767, Castelo Branco.

Tiradentes foi batizado na freguesia de São Sebastião do Rio Abaixo a 12-11-1746; nasceu na Fazenda Pombal, próxima ao arraial de Santa Rita do Rio Abaixo, pertencente ao termo da Vila de São José, por sua vez compreendida na Comarca do Rio das Mortes com sede em São João Del Rei. Perdeu a Mãe, D. Antônia Da Encarnação Xavier, com 9 anos 1755, e o Pai, Domingos da Silva Santos, aos 15 anos de idade 1761. Eram sete irmãos dos quais três mais velhos que Tiradentes: Domingos da Silva Xavier e Antônio da Silva Santos eram seminaristas em Mariana, e Maria Vitória já se casara com Domingos Gonçalves de Carvalho (1759). Tiradentes, portanto, era o mais velho dos que permaneciam na companhia paterna. Seus irmãos menores eram José da Silva Santos (n.1747), Eufrázia (n.1749) e Antônia Rita (n.1751). As meninas devem ter passado a viver em Prados, na companhia da irmã casada, ou do tio afim por linha materna, José Veloso do Carmo. Eufrásia se casou com Custódio Pereira Pacheco (Prados, 1768), e Antonia Rita com Francisco José Ferreira de Souza (1772), radicados em Santo Amaro (atual Queluzito, MG).

Fonte de pesquisa: "Autos da devassa da Inconfidência Mineira", Vol.09, páginas 12, 13 e 14.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 17:09


Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes (São José, 1746 - Rio de Janeiro, 21 de Abril de 1792), dentista prático, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político brasileiro.

Filho de pequenos proprietários no vilarejo de São José (hoje cidade de Tiradentes, próxima a São João del Rei), tentou várias atividades para melhorar a sua condição social, como as de dentista prático, tropeiro, minerador, comerciante e engenheiro, até alistar-se na VI Companhia de Dragões de Minas Gerais, no posto de alferes (equivalente a segundo-tenente).

Integrou o movimento conhecido como Conjuração Mineira (Inconfidência Mineira), que buscou realizar uma conflagração que rompesse com o jugo do regime português, que cobrava impostos excessivamente altos à extração do ouro na região das Minas Gerais. O projeto dos conspiradores baseava-se no sucesso e ideais da Independência Americana, e pensavam ser possível realizar o mesmo em território nacional.

O movimento fracassou devido à delação de Joaquim Silvério dos Reis, originalmente um dos inconfidentes. Coronel do Exército português, Silvério dos Reis foi recompensado pela Coroa portuguesa: teve suas dívidas perdoadas, recebeu um título de fidalgo e luxuosa casa.

Condenado pela Coroa por alta traição, Joaquim José da Silva Xavier foi executado e posteriormente esquartejado.

Os Verdadeiros HERÓIS da Pátria 220px-Tiradentes_escuartejado_%28Tiradentes_supliciado%29_by_Pedro_Am%C3%A9rico_1893
Tiradentes Esquartejado - Pedro Américo (1893)

Tiradentes permaneceu, após a Independência do Brasil, uma personalidade histórica relativamente obscura, dado o fato de que, durante o Império, os dois monarcas, D. Pedro I e D. Pedro II, pertenciam à linha masculina da Casa de Bragança, sendo, respectivamente, neto e bisneto de D. Maria I, que havia emitido a sentença de morte de Tiradentes. Foi a República - ou mais exatamente, os ideólogos positivistas que presidiram à sua fundação - que buscaram na figura de Tiradentes uma personificação da identidade republicana do Brasil, mitificando a sua biografia. Daí a sua iconografia tradicional, de barba e camisolão, à beira do cadafalso, vagamente assemelhada a Jesus Cristo e, obviamente, desprovida de verossimilhança. Como militar, o máximo que Tiradentes poder-se-ia permitir era um discreto bigode. Na prisão, onde passou os últimos três anos de sua vida, os detentos eram obrigados a fazer a barba.

Tiradentes foi enforcado - com a barba feita e o cabelo raspado - no dia 21 de Abril de 1792.

Tiradentes nunca se casou, mas teve dois filhos, João com a mulata Eugênia Joaquina da Silva, e Joaquina, com a ruiva Antonia Maria do Espírito Santo, que vivia em Vila Rica (atual Ouro Preto).

Tiradentes é considerado atualmente Patrono Cívico do Brasil, sendo a data de sua morte (21 de Abril) feriado nacional.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 17:17


Tiradentes e os ''acadêmicos'' escroques do império

Integrante de um notório antro de escribas de aluguel fundado e sustentado pelos Rockefellers, o colonialista anglo-ianque Kenneth Maxwell deforma grosseiramente a História do Brasil e tenta difamar o herói da ''Inconfidência'' e seus companheiros. É o que o leitor poderá conferir na matéria que republicamos hoje, em edição revista e ampliada.

SÉRGIO CRUZ

Temos assistido, ultimamente, em alguns jornais brasileiros - ou, talvez seria melhor dizer, publicados em português, ou numa língua algo parecida - a uma certa figura, de nome Kenneth Maxwell, emitindo as mais diversas opiniões sobre o Brasil. Não só sobre os fatos atuais, mas também sobre alguns dos mais importantes eventos históricos ocorridos no país. Desde “conselhos” ao presidente da República de como melhor adequar a economia do país aos interesses de Wall Street e da Casa Branca, até comentários sobre os motivos que levaram à Inconfidência Mineira e o papel desempenhado por Tiradentes à frente do movimento.

Kenneth Maxwell, nascido na Inglaterra, atualmente vive nos Estados Unidos, onde presta serviços de “consultoria” ao governo George W. Bush. Sua função é municiar Washington com “estudos acadêmicos” sobre a realidade política sul-americana e brasileira. O financiamento para os “estudos” de Maxwell vêm do Council on Foreign Relations Latin América Studies Programs (Estudos Latino-Americanos do Conselho de Relações Exteriores de Nova Iorque ), um dos antros criados pelos Rockefellers.

Na década de 70, já sob esse desinteressado mecenato, Maxwell publicou um livro intitulado “Conflicts and Conspiracies: Brazil & Portugal”, traduzido por aqui como “A devassa da devassa”. O título da edição em português é uma referência aos “Autos da Devassa da Inconfidência Mineira”, isto é, às atas dos interrogatórios de Tiradentes e seus companheiros, feitas pelos inquisidores da Coroa portuguesa.

DIFAMAÇÃO DOS REVOLTOSOS

Os “Autos da Devassa” foram compilados e publicados pela primeira vez em 1936, por decisão do presidente Getúlio Vargas. Em suas mais de 3 mil páginas, estão os depoimentos de todos os participantes do movimento, inclusive todos os interrogatórios a que Tiradentes foi submetido durante os três anos em que esteve preso no Rio. O texto é mais do que conhecido.

No entanto, o que Maxwell diz a respeito dos autos da devassa tem muito pouco - essencialmente, nada - a ver com o seu verdadeiro conteúdo, exceto por tomar o partido dos interrogadores. Quase todos os principais episódios da Inconfidência Mineira são manipulados, isto é, falsificados, pelo autor. O que Maxwell faz é claro: advogar a favor do acintoso assalto perpetrado pela Coroa portuguesa no Brasil. Na verdade, essa advocacia é exatamente a de que o Brasil deve se submeter - antes, à Coroa e aos colonialistas ingleses; hoje, aos Rockefellers e Bushs. O Brasil independente não é coisa viável. Bom mesmo para o país são os traidores e submissos - daí, ele recorre à pura e simples difamação dos revoltosos do século XVIII, especialmente o principal deles, ao mesmo tempo que deturpa e omite informações dos “Autos” para promover o traidor Silvério dos Reis, segundo ele, um “injustiçado”. Por último, e não menos importante, seu objetivo é claramente quebrar a auto-estima brasileira, apresentando a nossa História como algo de que devemos nos envergonhar, e não nos orgulhar.

É dele a versão, bastante difundida em alguns meios “acadêmicos”, de que os inconfidentes não passavam de “oligarcas e exploradores”. A maioria deles teria participado do movimento, segundo o autor, apenas para escapar do pagamento de suas dívidas com a Coroa Portuguesa. Como se essas dívidas não fossem somente um corolário do parasitismo da Corte lusitana - em suma, como se elas não fossem mera pilhagem sobre o Brasil e os brasileiros.

O próprio Tiradentes, era um aventureiro e boquirroto que apenas serviu de “bode expiatório” para a “oligarquia mineira”. Já a Coroa portuguesa, em sua opinião, teria cometido apenas um erro grave: ter permitido que brasileiros assumissem postos na administração pública da colônia.

O assalto praticado contra o Brasil pelas potências econômicas da época, a extorsão praticada por Portugal, inviabilizando qualquer atividade econômica na colônia, não passava, para Maxwell, de uma simples e legal “cobrança de impostos”. O que ocorria de escandaloso, em sua opinião, era uma “inaceitável” corrupção praticada no país, pasmem, pelos funcionários brasileiros!! Para Maxwell, os criminosos não eram os portugueses e nem seus amos, os ingleses, que assaltavam o Brasil, mas sim os brasileiros, ou, mais especificamente, os inconfidentes, “oligarcas exploradores”. “A conjuração dos mineiros”, diz ele, “foi, basicamente, um movimento de oligarcas e no interesse da oligarquia, sendo em nome do povo invocado, apenas como justificativa”.

Na verdade, em sua opinião, a culpa por toda a crise que se abateu sobre a colônia na década de 70 do século XVIII foi do Marquês de Pombal que, ao anteceder a desastrada administração de D. Maria I, permitira um certo desenvolvimento econômico na colônia e, também, a ascensão de brasileiros a alguns cargos da administração pública de Minas Gerais.

Dos primórdios da mineração até 1820 foram subtraídos do Brasil, pela Coroa, em torno de 772.500 quilos de ouro - quase metade de todo o ouro produzido no mundo nesse mesmo período - e 7.577.173 quilates de diamante. Mas, sobre isso, nenhuma palavra. Curiosamente, suas críticas se concentram exclusivamente sobre as personalidades que, de uma ou de outra forma, estavam envolvidas na Inconfidência.

“O sistema de propinas“, dizia ele, “proporcionava uma cobertura ideal para o suborno e a corrupção, especialmente para homens como João Rodrigues de Macedo [mineiro, contratador, e simpatizante da causa dos inconfidentes] que muitas vezes atuavam como banqueiros”. “A lassidão da Junta na cobrança das dívidas”, acrescenta Maxwell, “permitia que homens como Macedo usassem tanto os lucros contratuais quanto os montantes devidos em suas próprias especulações, enquanto o controle das receitas alfandegárias, feito por um dos maiores negociantes locais facilitava a manipulação e a evasão desses tributos...”.

Vejam a seguir como o consultor da Casa Branca se indigna com a “frouxidão” dos portugueses no controle do assalto e no destino dado ao ouro: “Apesar da gritante evidência da maior eficácia da administração direta dos contratos pela Junta (órgão da Fazenda de Minas, controlada pelos portugueses) e das muitas denúncias do sistema feitas ao ministro (Assuntos Ultramarinos), em Lisboa, continuava o descalabro administrativo e admitia-se o acúmulo de atrasos dos contratantes”, reclama Maxwell.

Como se vê, ele mostra-se bastante irritado com o fato de estar havendo contratos com brasileiros para a exploração do ouro no Brasil. Maxwell, com o bestunto típico de um colonialista inglês agora colonizado pelos ianques, não se conforma com o fato e propugna - com mais de 200 anos de atraso - por uma fiscalização implacável, com punição rigorosa a qualquer desvio de ouro para destino que não fosse encher os cofres portugueses - melhor dizendo, da Inglaterra, pois o processo de industrialização inglesa foi bancado, em boa parte, com o ouro de Portugal, isto é, brasileiro.

Na segunda parte do livro, o autor parte para o ataque direto aos inconfidentes. Assim ele se refere a um dos mais combativos inconfidentes mineiros, o padre José de Oliveira Rolim, vigário da região de Tejuco, hoje município de Diamantina: “O padre de Tejuco, com a face marcada por uma fina cicatriz era um inescrupuloso padre, traficante de escravos e de diamantes. Era pessoa de prestígio no Distrito Diamantino, onde mantinha-se no ramo de emprestar dinheiro... Ele fora denunciado à Fazenda e era apontado como exemplo da ostensiva corrupção reinante entre os influentes caixas locais do governo”, descreve Maxwell.

Bem ao contrário do que diz Maxwell, o padre Rolim era um dos mais importantes integrantes da Inconfidência. Representante de um setor combativo do clero, ele era um dos apoiadores mais próximos de Tiradentes. O vigário do Tejuco participaria do levante com mais de 200 homens muito bem armados e com um grande estoque de pólvora, produzida por ele mesmo. Donatelo Griecco, em seu livro “História Sincera da Inconfidência”, constata: “O padre Rolim era odiado pelos governantes portugueses, mas era muito querido pelo povo de Minas Gerais”.

Também o poeta e jurista Cláudio Manoel da Costa, o “amigo Doroteu”, das Cartas Chilenas (poema do também inconfidente Tomás Antônio Gonzaga), não escaparia das insinuações de Maxwell. Morto durante as sessões de tortura em Vila Rica, Cláudio Manoel da Costa, segundo a versão dos algozes (há certas coisas que não mudam, por exemplo, as versões dos torturadores sobre a morte de suas vítimas), se suicidara. Mas, segundo Maxwell, ele morreu por obra de seus “companheiros de conjuração”, que teriam arquitetado a sua morte “para que ele não os incriminassem”. Como praticamente em tudo que afirma, não existe nem cacoete de prova. Se houvesse, aliás, os torturadores seriam os primeiros a descobri-las e propalarem-nas. Porém, Maxwell achou que os últimos foram muito incompetentes...

ALVARENGA PEIXOTO

Sobre Alvarenga Peixoto, Maxwell insinua que o que o teria motivado a participar do movimento não foram suas convicções patrióticas e nem o seu amor pelo país, mas sim algumas questões menores, de cunho “particular”. Suas dívidas pessoais, por exemplo, provocadas pelo fracasso de suas investidas em busca de ouro. “A motivação de Alvarenga Peixoto para se envolver no complô era mais direta”, afirma Maxwell. “Há muito endividado, em 1788 estava diante de uma situação crítica. O fracasso das caras instalações hidráulicas realizadas nas suas numerosas lavras auríferas, e que não davam resultados compensadores, juntara-se à sua vertiginosa lista de dívidas para prejudicar seu crédito...”. Prova, outra vez, nenhuma. Apenas a projeção da sua mesquinharia de mercenário dos Rockefellers. Porém, é esta a questão: é evidente que as dívidas com a Coroa nada tinham de legítimas. Eram produto, exclusivamente, de saque, de pilhagem, de decretos da Coroa que obrigavam os empreendedores brasileiros a transferir para os seus cofres magnitudes crescentes do que extraíam - pois os “impostos”, na medida que o ouro passou a escassear se tornaram um peso insuportável. Era uma dívida tão ilegítima quanto a atual, consequência apenas da exploração dos monopólios financeiros, dos quais o maior pertence aos patrões de Maxwell, os Rockefellers. Em suma, era perfeitamente justa a revolta contra essas dívidas, isto é, contra o monopólio parasitário da Coroa.

JUSTIFICANDO O ROUBO DE PORTUGAL

É evidente que a maioria dos brasileiros, naquela época, estava endividada. Muitos brasileiros que haviam prosperado nas fases iniciais da mineração, diante das pressões e dos confiscos promovidos pelas autoridades portuguesas, foram levados à bancarrota. Muitos procuraram empreender outras atividades como o comércio e a produção industrial. O Brasil inteiro, diante da sangria insaciável promovida por Portugal, encontrava-se em dificuldades. O que era o melhor motivo possível para empreender a libertação do país.

Pois as restrições cada vez maiores às atividades econômicas na província (D. Maria I proibiu em 1785 a existência de qualquer fábrica no Brasil) e o aumento acelerado do roubo e da sangria externa, tornaram devastadora a crise na província. Com o esgotamento da produção aurífera, Portugal decidiu intensificar o assalto. Com isso, não só os juristas, mas poetas, militares, fazendeiros, perceberam que essa política não levaria o Brasil à lugar algum, exceto à catástrofe. É nesse contexto que o povo brasileiro, liderado por Tiradentes, decide lutar pela independência.

Porém Maxwell não descreve nada disso. Seu objetivo central continua sendo justificar o roubo de Portugal e caluniar os revoltosos. O padre Carlos Correa de Toledo, por exemplo, um dos primeiros articuladores do movimento, autor do lema: “mais vale morrer com a espada na mão que como um carrapato na lama”, foi pintado por ele como um “rico e ambicioso proprietário de terras e senhor de escravos que teria se envolvido no movimento porque perdeu, por decisão de Lisboa, a jurisdição paroquial de sua cidade, São José, sobre a localidade de Tamanduá, uma rica e florescente comunidade, onde, segundo Maxwell, o padre teria “interesses particulares”. Por que o padre perdeu a sua paróquia? Por se submeter à Coroa, certamente que não foi. Quanto aos “interesses particulares”, será que somente os Rockefellers - ou a nobreza lusitana - podem ter interesses particulares?

O coronel Francisco de Paula Freire, cunhado do engenheiro e inconfidente José Álvares Maciel, e comandante do Regimento de Cavalaria Auxiliar de Minas Gerais, é ridiculamente atacado como um militar “corrupto”. Por que ele não ficou do lado da Coroa, em torno da qual voejavam os corruptos d’aquém e d’além mar, é coisa verdadeiramente inexplicável.

Para Tiradentes, o homem que doou a sua vida pela liberdade, que foi capaz de elaborar o programa revolucionário mais avançado da época, que incluía desde a independência do país e a proclamação da república, até a abolição dos escravos, passando pela industrialização, pelo incentivo à ocupação do território, pela mudança da capital e pela criação do ensino público e gratuito, além de universidades por todo o país, segundo Maxwell, não passava de “um recalcado”. E, além disso, e contraditoriamente, o líder que durante as sessões de tortura respondeu calmamente a seus carrascos que, se possuísse dez vidas, as daria todas pela liberdade de seu país, é classificado por Maxwell como um mero “bode expiatório da oligarquia”, “ingênuo”, “boquirroto”, etc. “Queria a independência apenas de Minas e não do Brasil”, diz esse pseudo-intelectual de meia-tigela, não explicando porque razão ele foi preso no Rio, onde arregimentava apoio e adeptos.

SUBMISSÃO

E, aí, temos a inversão típica dos canalhas: segundo ele, o inconformismo de Tiradentes seria apenas “porque não conseguia ser promovido na carreira militar”. A questão, novamente, é porque ele “não conseguia ser promovido”. Tiradentes encontrou realmente dificuldades em sua trajetória militar, dificuldades devidas à perseguição por suas ideias, sua independência de espírito, sua solidariedade aos escravos e outros humildes, e ao preconceito contra um homem do povo dentro de uma corporação aristocrática, feudal e colonial. Porém, Maxwell inverte as coisas, julgando Tiradentes por sua própria submissão ao poder dominante e decadente, sua própria covardia e sua própria sofreguidão por galgar cargos, títulos e postos bem remunerados.

Sem dúvida, essa não é a primeira vez que Tiradentes foi caluniado. Antes de Maxwell o monarquista Joaquim Norberto Souza e Silva também escreveu, em 1873, a sua “versão” sobre a Inconfidência. Seu livro “A História da Conjuração Mineira”, da mesma forma que o do anglo-ianque, foi muito badalado pelos invertebrados da época. Sua intenção era a mesma: atacar os inconfidentes e, particularmente, atingir a imagem de seu líder maior. Naquele período, o movimento Republicano - Abolicionista havia resgatado a figura de Tiradentes e dos demais inconfidentes. A ala mais caduca do monarquismo escravagista resolveu, então, reagir através de Norberto, segundo o qual “Tiradentes era pretensioso, leviano e irresponsável”. Isso, em 1873. Hoje, com a República proclamada e a escravidão abolida, o livro de Norberto tem como leitores apenas alguns ratos e traças.

DEFESA DO TRAIDOR

Quanto a Maxwell, além do já dito, faz malabarismos inusitados para tentar “provar” que Silvério dos Reis não teria traído o movimento. Sua grande “descoberta histórica” foi que a vergonhosa delação de Silvério só teria sido feita após a decisão do governo de suspender a derrama. E que, portanto, segundo ele, a delação não teria tido nenhuma interferência nas ações repressivas de Barbacena e no desfecho do movimento. Isso é absolutamente o contrário do que consta nos “Autos da Devassa”. Porém, Maxwell passa um capítulo inteiro a “provar” que Silvério teria sido “injustiçado”. Para chegar a essa conclusão, ele baseia-se na data da visita oficial de Silvério ao Palácio do governo - 15 de março de 1789. Para ele, essa seria a data da delação. E, como a carta à Câmara de Vila Rica, anunciando a suspensão da derrama, teria sido feita com a data de 14 de março, concluiu que a delação de Silvério “não havia interferido na decisão de suspender a derrama”.

Parece até que o governador tinha algum interesse em queimar o seu informante... Se ele suspendesse a derrama no dia seguinte de uma visita oficial de Silvério ao palácio, este estaria literalmente torrado. Barbacena não poderia mais usar Silvério. Mas, o fato é que ele permaneceu no movimento, delatando tudo até a prisão de Tiradentes, em 10 de maio, no Rio de Janeiro.

Apesar de datada de 14 de março, somente no dia 17 de março a carta foi recebida pela Câmara de Vila Rica. Ou seja, dois dias após a delação de Silvério. Por que a carta demorou três dias para ir do palácio até a Câmara? Porque, tudo indica, a carta foi antedatada para não revelar a traição de Silvério. No entanto, Maxwell omitiu essa informação – de que a carta só chegou na Câmara no dia 17 de março - de seus leitores. Preferiu insistir na ”tese” de que a decisão de suspender a derrama teria sido tomada um dia antes da delação de Silvério.

O que pretendia Maxwell com isso? “Provar” que a “oligarquia” que liderava o movimento teria sido corrompida, ou seja, que a decisão de suspender a derrama teria sido tomada em conluio com os líderes do movimento. Entre eles estariam Álvares Maciel, Freire de Andrade e outros - todos condenados e deportados pela Coroa. O destino dos inconfidentes - desterro, confisco e humilhação, o assassinato de Cláudio Manoel da Costa e a execução de Tiradentes - e as condecorações e honrarias dadas a Silvério dos Reis falam por si mesmos.

É certo, caro leitor, que essa deformação grosseira da nossa História não demandaria muita discussão não fosse a insistência de alguns meios de comunicação e de alguns integrantes do chamado “meio acadêmico”, de ficar repetindo essa idiotice toda. Ou, o que é ainda pior, que acabe indo parar nas telas de cinema, como ocorreu recentemente com o filme “Tiradentes”, do diretor Osvaldo Caldeira. Uma repetição mecânica e, por sinal, de péssimo gosto, de tudo o que foi inventado pelo apaniguado de Bush. E, mais grave ainda, alguns setores acabam, por conta de sua subserviência, querendo, como vimos durante a invertebrada administração tucana, mudar o ensino de História para inculcar essa aberração nos currículos escolares brasileiros.

Matéria escrita no jornal HORA DO POVO: www.horadopovo.com.br
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 17:21


Viagem de Tiradentes à França

Viagem de Tiradentes à França articulou apoio para a luta de libertação nacional.

O artigo que aqui publicamos é o resumo de anos de pesquisa e estudo do seu autor, mineiro como Tiradentes. Há muito, vários indícios da viagem de Tiradentes à França, para procurar apoio de revolucionários de outros países para a independência do Brasil, apareceram em diversas obras sobre a Inconfidência. Aqui é apresentada a evidência documental existente sobre a visita do herói da Nação brasileira à França em pleno Século das Luzes

Atualmente muita coisa se sabe sobre os momentos derradeiros da Inconfidência Mineira. Detalhes sobre a traição de Silvério dos Reis e a cruenta repressão que se abateu sobre os revolucionários mineiros são conhecidos de todos. Por outro lado, também é bastante conhecida a altivez e a determinação de seu líder que, com sua convicção e serenidade, derrotou política e moralmente os seus algozes. No entanto, só recentemente vieram à tona alguns aspectos fundamentais sobre os primeiros passos do movimento, sua organização, as relações internacionais e, sobretudo, sobre o papel de Tiradentes durante todo este período.

Estes fatos revelam que o alferes, ao contrário de ser apenas um “inocente útil” como destilaram os monarquistas, foi, como veremos, um dos maiores líderes revolucionários que o Brasil já conheceu. Ele buscou e conseguiu o apoio das principais forças mundiais para a luta de libertação nacional. Foram feitos contatos com os dois movimentos mais avançados de sua época: a independência americana e a Revolução Francesa.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 17:22


MISSÃO CLANDESTINA

A pesquisadora Isolde Helena Brans, em seu trabalho “Tiradentes Face a Face”, apresenta importantes provas sobre a existência de contatos dos inconfidentes com Thomas Jefferson, líder da independência americana, e com os representantes da burguesia revolucionária francesa. Esta, além de ter apoiado a luta da libertação da colônia inglesa, estava, naquele momento, em ritmo acelerado para a derrocada da Corte de Luiz XVI. Segundo Isolde Brans, entre 1786 e 1788, Tiradentes participou clandestinamente de uma missão brasileira à Europa para um encontro com Jefferson, então embaixador americano em Paris.

As reuniões entre os brasileiros e Thomas Jefferson foram realizadas na França. Uma delas, certamente a mais importante, ocorreu nas ruínas da cidade histórica de Nimes, em março de 1787. Delas participaram, além dos emissários brasileiros, os estudantes que já se encontravam na Europa: Álvares Maciel, Joaquim da Maia e Domingos Vidal Barbosa.

A missão da qual Tiradentes participou, que recebeu nome de “Operação Vendek”, fez contato também, por indicação de Jefferson, com os empresários de Bordéus, na costa atlântica da França. Estes haviam apoiado com homens e armas a independência americana e eram participantes ativos da revolução francesa em preparação. Todos esses encontros, como veremos, tiveram como objetivo principal a obtenção de apoio internacional para o movimento revolucionário brasileiro.

O depoimento do Capitão do Regimento de Cavalaria Auxiliar de Vila São José, João Dias da Mota, nos autos da devassa, comprovou também que Tiradentes vinha atuando ativamente desde os primeiros dias do movimento e desmentiu a tese, aceita pela maioria dos historiadores, de que o alferes só teria aderido ao movimento em julho de 1788. O capitão informou aos inquisidores que Tiradentes havia dito a ele que já estava preparando o levante há pelo menos quatro anos, ou seja, desde 1785. O depoente afirmou também que ouviu Tiradentes garantir que “o Brasil poderia ser livre do domínio português” e que para conseguir isso “já temos a nosso favor a França e Inglaterra” - nota-se, neste caso, que o capitão provavelmente confundiu Inglaterra com a ex-colônia inglesa.

O ano de 1785, data em que, como vimos, teria sido dado início aos preparativos para o levante, coincide com a decisão de comerciantes e intelectuais do Rio de Janeiro de credenciar o estudante brasileiro matriculado em Coimbra e depois em Montpellier, José Joaquim da Maia, para que este entrasse em contato com lideranças européias, com vistas a um possível apoio à independência do Brasil. Esta mobilização foi uma resposta à edição da Carta Régia, pela Rainha Maria I, proibindo a existência de qualquer manufatura em território brasileiro.

Logo depois houve, segundo informações contidas na correspondência do Visconde de Barbacena ao Ministro de Assuntos Ultramarinos, Martinho de Melo Castro, um encontro secreto de estudantes brasileiros na Universidade de Coimbra. Nela foi firmado um pacto de luta pela independência do Brasil. Este encontro, que provavelmente já era fruto da missão de Maia, burlou a vigilância do chefe de polícia de Lisboa, Pina Manique, e ficou conhecido como o “Pacto dos Doze”. Entre os participantes, além do carioca Joaquim da Maia, estavam os mineiros Domingos Vidal Barbosa e Álvares Maciel. Este último formara-se em filosofia, especializando-se em química e mineralogia; era cunhado do comandante das tropas do regimento de cavalaria de Vila Rica, coronel Francisco de Paula Freire, superior de Tiradentes.

Logo após a reunião, em julho de 1785, Maciel partiu para a França, onde se comunicou com Thomas Jefferson. Este contato foi confirmado pelo próprio Maciel em conversa com Felisberto Caldeira Brant Pontes Oliveira, o Marquês de Barbacena, quando este viajou à Angola, durante o exílio do inconfidente. Também foram encontradas, segundo o Marquês, na casa de Maciel, cartas do embaixador americano dirigidas ao inconfidente.

De Paris, Maciel mandou uma mensagem ao seu cunhado, Paula Freire, pedindo que este enviasse à Europa um emissário com informações sobre a situação política e econômica do Brasil. Era necessário, na opinião de Maciel, convencer Jefferson a apoiar o movimento brasileiro. Tiradentes seria designado para cumprir esta missão.

Logo após, Jefferson também teria tomado providências, apresentando uma proposta de tratado comercial de seu país com Portugal. Ele redigiu a seguinte carta a James Monroe, seu correligionário da Virgínia, ministro de George Washington e, depois, sucessor do próprio Jefferson na presidência dos EUA: “(...) não seria prudente mandar um ministro a Portugal? Nosso comércio com aquele país é muito importante, talvez mais do que com qualquer outro país da Europa. É possível, também, que eles possam permitir nossos navios de pesca da baleia reabastecerem-se no Brasil...”. A proposta de Jefferson jamais foi aceita pela Coroa portuguesa.

Um fato importante que comprova que Tiradentes cumpriu sua missão é que de agosto de 1786 até meados de 1788, ele permaneceu afastado de seu regimento em Vila Rica. Ninguém soube de seu paradeiro. Estava tão “ocupado” que nem mesmo ao batizado de sua filha, Joaquina, marcado por ele para 30 de agosto de 1786, cujo padrinho seria seu amigo Domingos Abreu Vieira, ele compareceu. Há fortes indícios de que nesta data Tiradentes já estava na Europa.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 17:24


MISSÃO VENDEK

A “Missão Vendek” dirigiu a primeira carta a Jefferson em 9 de outubro de 1786 e a segunda em 21 de novembro de 1786. Tanto nas cartas como nas respostas de Jefferson já se pode perceber claramente a presença das informações trazidas por Tiradentes:

“Eu sou brasileiro e vós sabeis que a minha infeliz Pátria geme em assustadora escravidão, que se torna cada dia mais insuportável depois da época de vossa gloriosa independência, pois que os bárbaros portugueses nada poupam para tornar-nos infelizes com medo de que sigamos as vossas pisadas; e como sabemos que estes usurpadores, contra a lei da natureza e da humanidade, não cuidam senão de oprimir-nos, nós nos decidimos a seguir o admirável exemplo que acabais de dar-nos e, em consequência, a quebrar as nossas cadeias e a fazer reviver a nossa liberdade, que está de todo morta e oprimida pela força - que é o único direito que os europeus têm sobre a América. Monsieur, eis aqui pouco mais ou menos o resumo das minhas intenções e é para me desempenhar desta comissão que vim à França, visto como eu não poderia na América deixar de suscitar suspeitas naqueles que disto soubessem. Cumpre-vos agora ajuizar se elas são realizáveis e, no caso de quererdes consultar a vossa nação, estou em condições de vos dar todas as informações que julgardes necessárias. Tenho a honra de ser com a mais perfeita consideração, Montpellier, 21 de novembro de 1786.

O encontro inicial em Nimes entre Jefferson e os inconfidentes ocorre em março de 1787. Dali o embaixador prossegue – provavelmente acompanhado dos brasileiros – em direção a portos franceses e italianos. Depois, quando chega a Marselha, em maio, envia ao seu país um amplo relato das aspirações revolucionárias do Brasil, detalhando os meios disponíveis para um levante e aguarda instruções de seu governo. Segue um pequeno trecho deste relatório:

“O Brasil tem tantos habitantes quanto Portugal, que são: portugueses, brancos nativos, escravos pretos e mulatos e índios civilizados e selvagens... Os portugueses são poucos, casados ali pela maior parte. Perderam de vista o país em que nasceram, assim como a esperança em tornar a vê-lo, e estão dispostos a tornar-se independentes....”, diz um trecho da carta de Jefferson a Jonh Jay. E prossegue:“ há 20 000 homens de tropas regulares... O povo não se acha muito sob a influência dos seus padres; a maior parte sabe ler e escrever, possui armas... Os homens de letras são os que mais desejam uma revolução...”, diz Thomas Jefferson. Em outro trecho o embaixador relata ao ministro John Jay ter dito aos brasileiros que “uma revolução bem sucedida no Brasil não podia deixar de interessar-nos”.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 17:24


LIBERDADE AINDA QUE TARDIA

A análise da situação da colônia, solicitada por Maciel, havia sido elaborada em Vila Rica por Tiradentes com a ajuda de José Joaquim da Rocha. As informações e os argumentos levantados pelo alferes acabaram sendo decisivos para mostrar a Jefferson e aos franceses que o Brasil já estava pronto, aliás, convenhamos, há bastante tempo, para um movimento de independência. Dois fatos comprovam isso. O primeiro são as afirmações do Conde de Assumar, então governador das províncias de São Paulo e Minas, ao constatar aflito, já em 1720, que a revolução se aproximava: “nesta terra só se pensa e só se fala em rebelião”, dizia. O segundo fato foi a inscrição escolhida para a bandeira do movimento: “Liberdade ainda que tardia”

Este material produzido pelo alferes serviria também, como se pode concluir da delação de Basílio de Brito Malheiros, como instrumento de agitação e propaganda dentro do Brasil. “Eu também vi e julgo que viu a maior parte da gente de Vila Rica, Tiradentes com uma lista de todas as almas que tem esta capitania, que o trazia na algibeira e a mostrava sem temor”, disse Basílio de Brito... E continuou: “Quando Tiradentes a mostrava dizia: Ora, aqui tem todo esse povo açoitado por um só homem... se fosse outra nação já se tinha levantado. E eram perto de 400 mil pessoas divididas pelas suas respectivas classes, brancos, pardos e negros, machos e fêmeas...”, completou Malheiros.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 17:25


DEPOIMENTO

Outros dados esclarecedores sobre os encontros realizados na França também foram obtidos no depoimento do coronel do Regimento de Cavalaria Auxiliar da Vila de São João Del Rei, Antonio Carlos de Oliveira Lopes, primo de Vidal Barbosa. É interessante registrar que este depoimento, que publicamos abaixo, na íntegra, foi desconsiderado pela Devassa de Vila Rica; aliás, misteriosamente, ele foi retirado dos relatórios oficiais, por ordem direta de Barbacena. Somente em 1936 ele seria incluído nos autos. Vejam o que revela o depoimento do coronel Antônio Carlos de Oliveira Lopes:

“E perguntando-lhe ele, Testemunha, o que era lhe tornou o dito seu primo: “que andando nos estudos em Montpellier, conhecera dois sujeitos que se diziam enviados. Um deles, filho do Rio de Janeiro ao pé da Lapa (Joaquim da Maia). E que estes foram mandados por certos comissários daquela cidade a tratar com o embaixador da América Inglesa um levante na dita cidade do Rio. E que, falando com o referido embaixador, este lhe respondera que ele escrevia à sua nação a este respeito. E, com efeito, tornando os ditos enviados, lhes respondera aquele ministro (Thomas Jefferson) que a sua nação estava pronta a provê-los de naus e gente, contanto que se lhes pagassem os soldados e recebessem o seu bacalhau e trigo. A cuja proposta respondeu um dos ditos enviados: “que tinham cá muita terra que dava muito trigo”. E o ministro lhe tornou: “que devia ser só aquelas condições”.

E dizendo-lhe os ditos que esperariam a conjuntura de algum tributo para então se levantarem, lhes replicou o embaixador: “se não iam cá dinheiros de umas terras para outras, como os quintos”. E dizendo-lhes os enviados que sim, continuou o ministro: “pois é toma-lhes e eis feito o levante; e que logo que isso se fizesse, lhe mandassem aviso, que se poria tudo pronto como estava justo...; e que não temessem a lei do Papa, porque havendo cem balas ardentes, nada entrava no Rio de Janeiro”... E declara ele, Testemunha, que o dito seu primo lhe dissera ter assistido a uma das conferências e dado os sinais do mesmo embaixador. E que o mesmo seu primo viera de França haverá ano e meio, com pouca diferença. E mais não disse; e aos costumes declarou ser primo do referido Dr. Domingos Vidal de Barbosa. E sendo-lhe lido o seu juramento, o assinou com o dito ministro”.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 17:26


AUTOS DA DEVASSA

Nos autos da devassa, no entanto, ficou registrada apenas a versão dada por Domingos Vidal Barbosa que, habilmente, disse em seu depoimento que Thomas Jefferson teria se encontrado somente com Maia e que a reunião tinha fracassado. “Jefferson não deu atenção ao interlocutor e os entendimentos não prosperaram”, disse Vidal. Seu objetivo era claro: não comprometer o embaixador americano e nem seus camaradas de luta. O estudante carioca, já morto, foi apontado como único participante dos encontros.

A presença de Tiradentes na Europa foi reforçada também por uma série de documentos encontrados pelo historiador português, Manuel Rodrigues Lapa, no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa. Um deles mostra que, em janeiro de 1788, o alferes vai à presença da Rainha com o pretexto de solicitar uma renovação de licença para permanecer em Lisboa – fato que não tinha a menor necessidade, pois ele já tinha recebido, em setembro de 1787, uma autorização para permanecer por um ano em Portugal – e consegue fazer com que D. Maria I envie três Ordens Régias ao Vice-Rei no Brasil, D. Luiz de Vasconcelos e Souza, para que este analise propostas de obras a serem feitas por Tiradentes no Rio. Seguiram também as cópias dos pedidos. Um deles era para construir um armazém (trapiche) no cais do porto daquela cidade e um outro de moinhos nos rios Andaraí e Maracanã com vistas ao abastecimento de água para a região central da cidade.

Vejamos agora a cronologia apresentada por Isolde Brans sobre os pedidos feitos por Tiradentes à Rainha e a sua relação com a missão Vendek. De julho de 1787 até janeiro de 1788 será o tempo de espera pela resposta do governo americano à consulta de Jefferson. Em janeiro, quando são apresentadas as condições para o apoio (pagamento dos soldados, compra de milho e de bacalhau americanos), Tiradentes toma providências imediatas para atendê-las e, a pretexto de renovar sua licença, vai novamente à Rainha em janeiro obter autorização para a construção de um armazém no porto do Rio – provavelmente para receber o trigo americano e exportar carne, já que em uma das cartas de Jefferson ao seu governo ele fala da “fartura” de carne desta terra. “Eles matam o gado apenas para arrancar-lhes o couro”, disse ele.
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Os Verdadeiros HERÓIS da Pátria Empty Re: Os Verdadeiros HERÓIS da Pátria

Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 17:27


AUTOR E CABEÇA

Em outro documento, encontrado no Rio de Janeiro, que depois foi confirmado ser o rascunho das petições do advogado de defesa dos inconfidentes, José de Oliveira Fagundes, há sobre Tiradentes a seguinte frase, que praticamente comprova sua presença na Europa: “era autor e cabeça... preterido 4 vezes sendo bom militar, pobre, tudo confessou, entusiasta pela América Inglesa, chegara da Europa e ocupava-se em um trapiche...”. Fagundes acabou não usando esta informação – da chegada do alferes da Europa – em sua defesa. Muito provavelmente porque ela atrapalharia a sua linha de defesa, aliás bem típica: “Tiradentes não passava de um “visionário” e que “suas atitudes não tiveram maiores consequências práticas...”.

Sobre as providências tomadas após as discussões na França, para atender a outra condição dos americanos: o pagamento dos soldados, vale a pena reler este trecho do depoimento do coronel Antônio Carlos de Oliveira Lopes. “E dizendo-lhe os ditos que esperariam a conjuntura de algum tributo para então se levantarem, lhes replicou o embaixador: - “se não iam cá dinheiros de umas terras para outras, como os quintos”. E dizendo-lhes os enviados que sim, continuou o ministro: - “pois é tomar-lhes e eis feito o levante; e que logo que isso se fizesse, lhe mandassem aviso, que se poria tudo pronto como estava justo”.

Vejamos, então, o que fez o alferes sobre o assunto. Em abril de 1789, Tiradentes está no Rio de Janeiro entre outras coisas, buscando, segundo relato de Domingos Vidal Barbosa, ajuda para impedir que os Quintos fossem levados à fragata, prestes a aportar ali para receber a carga e transportá-la à Corte. “A fragata que recolherá os quintos chegará nos próximos dias, precisamos nos apressar...”, teria dito o alferes a Silvério dos Reis, no encontro ocorrido na estrada para o Rio, antes da traição. Era a “apreensão dos Quintos”, tal qual sugerira Jefferson.

Outro detalhe reforça que Tiradentes e Jefferson se encontraram pessoalmente na França. É o pedido do alferes a Simão Pires Sardinha, feito no Rio de Janeiro, dias antes de sua prisão. Ele procurou Sardinha para pedir que este traduzisse um texto. Veja o que este diz a respeito, em seu relato à devassa: “...e o mesmo Alferes um dia destes me levou um diário que declara como foi o levante na América Inglesa, para eu traduzir certas passagens...”. Sardinha era irmão de Chica da Silva e tinha sido contemporâneo de Maciel em Coimbra; estudara na Inglaterra, cujo idioma conhecia muito bem. O diário era, portanto, escrito em inglês. O texto fora elaborado por Jefferson e entregue a Tiradentes.

Tudo indica que Joaquim da Maia também participou ativamente de toda a missão Vendek, mas, seguramente, não foi ele quem dirigiu os trabalhos. Maia vivia há muitos anos na Europa e conhecia pouco sobre a realidade de seu país. Já Tiradentes, ao contrário, além de profundo conhecedor da realidade brasileira, foi também, como vimos, o principal responsável pela elaboração da análise da situação política e econômica da colônia. Certamente, ele não redigiu diretamente as cartas a Jefferson, afinal elas foram escritas em francês e o alferes não dominava este idioma. Mas, seguramente, foi ele quem elaborou toda a linha política que as norteou.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 17:28


SILÊNCIO

O fato é que boa parte da verdade sobre a Inconfidência só começou a ser conhecida dos brasileiros a partir da década de 80 do século XIX, como resultado do avanço da revolução republicana/abolicionista. Mesmo após o “7 de Setembro”, foi imposto, pelo Imperador, um silêncio sobre o assunto. Mas, a marcha dos republicanos trouxe consigo um grande interesse pela figura de Tiradentes. O seu heroísmo, sua determinação na luta pela liberdade, assim como sua pregação republicana e abolicionista, incendiaram os corações dos republicanos e o alferes tornou-se o símbolo maior da nova geração de revolucionários brasileiros.

A iniciativa de Pedro Bandeira de Gouveia de erguer um monumento em homenagem ao herói na cidade do Rio de Janeiro, em 1872, gerou, por parte da reação monarquista, uma violenta campanha de difamação contra o líder inconfidente. Na ponta de lança da campanha estava o livro “A história da Conjuração Mineira”, do monarquista Joaquim Norberto. Nele é destilada uma série infindável de mentiras e calúnias contra o comandante da Inconfidência.

Por diversas razões este livro de Norberto permaneceu por muitas décadas como a única fonte existente no país sobre a Inconfidência Mineira. Desta forma, todos os nossos escritores, Gilberto de Alencar, Ronald de Carvalho, João Ribeiro, Afrânio Peixoto, Eduardo Frieiro, Afonso Arinos, Pedro Calmon etc. escreveram sobre Tiradentes e a Inconfidência com base exclusivamente na “História da Conjuração Mineira”.

Inclusive, recentemente, tivemos a oportunidade de mostrar no nosso artigo “Tiradentes e os acadêmicos do imperialismo”, publicado pelo ”HP”, que o escritor anglo / americano, Kenneth Maxwell, no livro “A Devassa da Devassa”, de 1973, tentou reviver as calúnias contra Tiradentes, reproduzindo amplamente todas as afirmações falsas de Norberto sobre a Inconfidência sem, no entanto, mencioná-lo uma só vez em sua bibliografia.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 17:29


REVOLUÇÃO DE 30

Mas a campanha monarquista começa a desmoronar com a Revolução de 30. No ano de 1936 são publicados, por iniciativa do presidente Getúlio Vargas, os documentos dos Autos da Devassa. Este fato, somado a outras iniciativas do chefe da Revolução de 30 (além da publicação dos autos da Devassa, Getúlio criou o Panteón dos Heróis, em Ouro Preto, e trouxe de volta para o Brasil os restos mortais dos inconfidentes) abriu uma nova fase nas pesquisas sobre o movimento de 1789.

Embalados pelas ações de Getúlio, são lançados os trabalhos de Augusto de Lima Júnior, M. Rodrigues Lapa, Francisco Antônio Lopes, Luiz Wanderley Torres, Herculano Gomes Mathias, entre outros. Da obra desses autores começa a surgir uma nova imagem de Tiradentes.

E, agora, com as revelações de Isolde Brans, e o resultado da análise mais aprofundada que pudemos fazer nos 12 volumes dos Autos da Devassa, um passo decisivo poderá ser dado para restabelecer definitivamente a verdade sobre o papel de Tiradentes à frente da Inconfidência.

Ao lado de Getúlio, Tiradentes foi um dos maiores revolucionários de toda a história do Brasil. Suas idéias, que se concretizaram 30 anos após o seu martírio, seguirão servindo de exemplo para todos aqueles que sonham com um Brasil livre, próspero e soberano. Ele dedicou a sua vida ao povo e ao seu país. E fazia isso com serenidade e alegria, como fica claro em seu diálogo com Ana Maria da Silva, poucos dias antes de ser preso no Rio. “Sou o homem mais feliz do mundo”, disse o alferes. “E também hei de fazer essa terra feliz”, completou.
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Mensagem por Alquimista 12/11/2019, 17:31


Hino da cidade de Tiradentes MG

No passado foste grande, foste altiva
Te cobriste de riquezas e de glórias.
Ficaste de maneira decisiva
Gravada para sempre em nossa história
Aqui junto da Serra permanente.
Foi que o sonho de um herói floriu um dia.
Sonhou a nossa Pátria independente
A liberdade ainda mesmo que tardia.

Tiradentes, ouro antigo na Igreja Matriz
Água pura em chafariz
Oficinas de arte de prata,
Gente nova buscando ideais
Casarões coloniais, velhos sonhos que a Serra retrata.
Tiradentes, Tiradentes.

Agora que o passado é uma lembrança
Tu vives teu presente com bravura.
Seu povo com fé e segurança
De um futuro bem maior vai à procura
Guardando com valor as tradições
De arte, de grandeza e de heroísmo.
Mostrando para as novas gerações
Exemplo de trabalho e de civismo.
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