O Egito Antigo

Dedicado àqueles que estudam o verdadeiro Egito, investigadores incansáveis da verdade intangível. Estando à parte de qualquer imposição da liderança materialista que governa o mundo. O Egito é mais que isso. É a chave para o regresso ao nosso próprio eu espiritual, é a resposta a todas as nossas perguntas acerca desta "nave" chamada Terra, deste cárcere chamado "corpo", que nos educará no caminho rumo a Hórus.
Sejam bem vindos!

A antiga religião egípcia foi base para muitos dos movimentos religiosos que temos hoje em dia. Todos sabemos, por exemplo, a história do patriarca Moisés, que teria deixado o Egito sob o governo de Ramsés II, acompanhado de uma multidão de hebreus, em direção à Terra Prometida (Canaã). Postei este tópico para que todos possam contribuir com paralelos entre as grandes religiões de hoje (cristianismo, judaísmo e islamismo) e as origens egípcias desses credos. O que acham?

Acho que o maior paralelo que podemos encontrar na religião egípcia antiga, bem como na grega, é o fato da concepção sobrenatural de Hórus, na qual a união entre Ísis e Osíris se deu num plano não mortal, como foi o caso de Perseu, em que Zeus se disfarçou de chuva de ouro e assim fecundou a mãe dele, mulher virtuosa que havia fugido de suas artimanhas de toda forma. Isso é claro se considerarmos o fator sobrenatural da concepção nos dois casos, pois a questão da concepção de Jesus é um dogma de fé cristão, no qual a Virgem Maria foi fertilizada sobrenaturalmente pela sombra do Espírito Santo, conforme diz a Bíblia, e tal ato não se consubstanciou numa conjunção carnal, pois a mesma, outro dogma de fé cristão, permaneceu virgem antes, durante e depois do nascimento de Jesus. A propósito do mencionado sobre os hebreus terem sido escravos no Antigo Egito, o registro histórico dos fatos desmente este relato bíblico, pois nos diz que os estrangeiros viviam livremente no Egito, e eram trabalhadores livres, tanto que as grandes construções egípcias foram feitas por homens assalariados, e isto tanto é verdade que ao tempo da construção das tumbas do Vale dos Reis houve no Egito uma grande greve de trabalhadores da construção que reclamavam do Estado o fornecimento maior de maquiagem, pois é sabido que eles a utilizavam, tanto homens, como mulheres, como forma de se protegerem do forte sol daquela região, pintando os olhos de negro para conseguirem a mesma proteção que hoje obtemos por meio dos óculos escuros.

Diz-se que muitos elementos no culto à Virgem Maria foram inspirados na devoção a Ísis. Inclusive o tema mãe-com criança, tão presente na história da pintura e da escultura através dos tempos, surgiu retratando Ísis e o menino Hórus.

Hermes Trismegistus escreveu:A antiga religião egípcia foi base para muitos dos movimentos religiosos que temos hoje em dia. Todos sabemos, por exemplo, a história do patriarca Moisés, que teria deixado o Egito sob o governo de Ramsés II, acompanhado de uma multidão de hebreus, em direção à Terra Prometida (Canaã).

Na verdade as referências a faraós nos textos bíblicos focalizam-se no segundo intermédio, reinado de Apópis, onde o hebreu José cingiu a qualidade de Chanceler após prevenir o Egito dos infortúnios vindouros, isso antes da fundação da 18° dinastia. O êxodo promovido por Moisés ao final da 19° dinastia, levando Merneptah à morte, no Mar dos Sargaços, juntamente com seus melhores guerreiros (isso não consta na Bíblia, nem o nome desse Faraó), e por fim, um Faraó Núbio, na Época Baixa, no período de dominação Etíope (este, o único faraó que a bíblia enuncia o nome, não recordo-me em que parte).

Falando em Moisés e êxodo, existe uma explicação para as 10 pragas do Egito.

Segundo o texto bíblico do Livro do Êxodo, capítulos 7 a 11, dez são as pragas que Deus mandou sobre o Egito a fim de obrigar o faraó, que se reputa ter sido Ramsés, o Grande, a libertar os israelitas, as quais são:
Primeira praga - O rio Nilo vira sangue, que era o centro da vida egípcia;
Segunda praga - rãs, que atingem a casa do faraó, entrando em seu palácio, nas casas e quartos e até em sua cama, e nas casas dos ministros dele e de seu povo;
Terceira praga - mosquitos, que atacavam homens e animais;
Quarta praga - moscas, nuvens deste inseto invadem o território egípcio, infestando tudo;
Quinta praga - a peste, que ameaça atingir os animais de tração, os de produção e alimentação, mas só dos egípcios, poupando os animais dos hebreus;
Sexta praga - úlceras e chagas, que afetaram tanto homens quanto animais;
Sétima praga - chuva de pedras, destruindo animais e plantações, e ferindo de morte muitos homens;
Oitava praga - gafanhotos que comeram tudo o que sobrou da destruição provocada pela chuva de pedras ;
Nona praga - trevas, que cobriram o Egito inteiro por três dias, e
Décima praga - morte dos primogênitos do Egito, começando pelo filho do faraó, herdeiro de seu trono, até o filho dos mais humildes cidadãos egípcios.
Depois desta última, segundo relata o livro do Êxodo 12, 31-32, Ramsés mandou chamar Aarão e Moisés e lhes mandou sair do Egito com todo o seu povo e com tudo o que lhes pertencia (rebanhos, além de ouro, prata e roupas que eles teriam ganhado espontaneamente dos egípcios). Bem esta é história das Dez Pragas de Deus, conforme consta da Bíblia, e estão aqui as referências de onde tirei as citações, caso queira verificá-las.

Uma possível explicação para as pragas:

Curiosamente, em 1996, se não me engano, a região rural dos EUA sofreu uma série de catástrofes naturais muito parecidas com as chamadas 10 pragas do Egito, o que poderia dar uma luz sobre o evento real que teria dado origem ao relato do Êxodo. Acompanhem:

Primeira praga - O rio Nilo vira sangue. Aconteceu o mesmo com um rio dos EUA. Na verdade, uma bactéria contaminou os peixes e lhes causou feridas que sangravam, em pouco tempo o rio ficou vermelho-sangue.

Segunda praga - rãs. As plantações à margem desse mesmo rio ficaram infestadas de sapos e rãs, que fugiram de seu habitat natural nos charcos tentando escapar da infestação dos peixes.

Terceira praga - mosquitos. Esse insetos começaram a fugir em massa para as regiões habitadas, devido ao fato que os sapos e rãs (seus predadores naturais) começaram a infestar os pastos.

Quarta praga - moscas. Mesmo caso da terceira praga.

Quinta praga - a peste. Doenças trazidas pelas moscas e mosquitos em fuga afetaram os animais de pasto.

Sexta praga - úlceras e chagas. As mesmas doenças infecciosas atacam as pessoas.

Oitava praga - gafanhotos. A morte de milhares de sapos e rãs (infectados pela bactéria) provoca uma superpopulação desses animais, que destroem plantações inteiras.

Tudo isso realmente aconteceu. Claro, a praga das trevas, da chuva de pedras e da morte dos primogênitos ainda ficam inexplicadas, mas já é um começo interessante.

Eu vi o mesmo programa que você, em que tentaram fazer esta analogia com os fatos narrados no livro do Êxodo, e, se não me engano, foi no Discovery Channel, certo? Foi uma coisa muito curiosa o que aconteceu por lá, e, como você mesmo disse, as pragas sobre as trevas, a chuva de pedras e a morte dos primogênitos ainda permanecem sem explicação.

Deuses do Egito

Neter, o princípio divino encerrado em cada personificação dos diferentes aspectos da criação, edificado pelos primeiros (e verdadeiros, não manipuladores do povo) sacerdotes, que mantiveram a salvo a memória e o alto conhecimento da espiritualidade, que havia sido esquecida com o colapso da grande ilha.
Com o passar dos milênios, e o inflamar do ego dos governantes ante as maravilhas materialistas e a satisfação de dominar outros povos, a imagem do Neter se modificou, quando antes servia para exaltar um dado princípio cósmico, passou a ser objeto de adoração, servindo de bandeira encarnada num deus de metal precioso, que todos os caminhos abre usando de seu poder invisível. E assim surgiu a diversidade de deuses, não só no Egito, como em outras tantas nações, desfocando a verdade cósmica e mergulhando o povo na adoração ilusória.

Vocês conhecem a Deusa Bastet ?

Sabiam que Bastet é a deusa dos gatos e também a deusa da fertilidade? Que tal falarmos sobre ela?

A deusa de Bubastis

A Deusa Bastet, ou Bast em egípcio antigo, foi uma das mais importantes divindades, encerrando em sua personificação o princípio cósmico sagrado da fertilidade e de abundância, também ligada às cheias anuais do Nilo. Era a deusa protetora de Bubastis, uma cidade do grande Delta que em épocas terminais da civilização abrigou a capital do Império. Os gatos eram considerados sagrados por sua relação com Bastet, sendo animais aos quais eram atribuídos poder de afastar maus espíritos e infortúnios. Eram tão reverenciados que, após sua morte, eram também mumificados. Existe ainda uma raça de gatos até hoje, que lembram traços egípcios, chamada Egyptian Mau.

Thoth, da cabeça de íbis, inventor dos hieróglifos, dos dados, do Tarot e da matemática, escritor dos textos de magia que caíam à terra do Egito por janelas do céu, padroeiro dos escribas, mensageiros e magos...

Será que todos os escribas do Egito antigo se consideravam magos?
Esta é a pergunta que eu faria a Dr. Zahi Hawass, se algum dia eu o conhecer. Tenho uma leve impressão que sim, gostaria de ler mais sobre este assunto.

E aposto que certamente uma pergunta que o mulçumano Hawass desenharia um sorriso na face e tentaria respondê-la nos moldes da dominadora Ortodoxia. Para ele e seu séquito, onde os egípcios surgiram do nada, povo extraordinário que nasceu sabendo tudo, que após um vácuo histórico que abrangeu desde os últimos cataclismos recentes até os 4000aC, nada aconteceu. Não entendo como pode haver uma mente no mundo (e o incrível é que outras tantas a seguem) capaz de conceber uma teoria de geração espontânea (até mesmo instantânea) de Cultura, abrangendo todos os níveis, todas as diferentes etapas de evolução que se obtém com o correr dos séculos. Desculpem minha exaltação, respeito a opinião de todos, mas quando se trata de Hawass não me permito a não falar um pouco mais. O último dos seres a ocupar o cargo que ocupa.

Hermes Trismegistus escreveu:Eu vi o mesmo programa que você, em que tentaram fazer esta analogia com os fatos narrados no livro do Êxodo, e, se não me engano, foi no Discovery Channel, certo? Foi uma coisa muito curiosa o que aconteceu por lá, e, como você mesmo disse, as pragas sobre as trevas, a chuva de pedras e a morte dos primogênitos ainda permanecem sem explicação.

Tem um documentário chamado Êxodo Decifrado (The Exodus Decoded) produzido por James Cameron e dirigido pelo Simcha Jacobovici que pretende explicar todas as pragas do Egito de uma tacada só, mesmo esses que você citou que não tem uma explicação, só não sei se arqueologicamente falando este documentário é confiável. Eis o dito-cujo:

Aton e Akhenaton- parte1

Como em quase toda a totalidade da história da civilização egípcia, a terra de Khemi sempre foi politeísta, a aclamada Terra dos Deuses, e sem dúvida um dos grandes berços da civilização e, em minha opinião, o maior de todos os berços, uma vez que o Egito já "nasceu grande", com toda a sua estrutura de governo, agricultura, matemática, medicina, astronomia e filosofia bem fundamentados, como se tudo tivesse sido DADO A ELES, tivessem herdado todo o conhecimento. Mas este já é um outro assunto, que numa outra oportunidade eu gostaria de discutir também.
A infinidade de deuses existentes no Egito, no início de sua gloriosa história, tinha um propósito muito bem definido, o que norteou sua civilização de maneira esplêndida, dentro dos princípios de retidão de Maat, a verdade suprema. Em verdade, o Egito sempre foi monoteísta, mas apenas aqueles que encerravam-se no interior dos templos, que zelavam pelos grandes mistérios, de fato conheciam o grande Deus em todos os seus atributos. Os primeiros sacerdotes, remanescentes da última grande nação que submergiu no oceano, difundiram entre os sobreviventes que se instalaram no fértil vale do Nilo, os primeiros deuses. Como grandes observadores, captavam as mais sublimes manifestações da vida na natureza, e incutiam o novo atributo na alma do deus. Foi assim com os primeiros deuses. Não digo que dessa forma ocorreu com todos eles, pois à medida que os pequenos nomos foram crescendo, muitos outros deuses foram surgindo, sendo que cada aldeia tinha seu próprio deus, o que fez com que o politeísmo tomasse grandes proporções, não seguindo a filosofia original.
Tudo isso para dizer-vos que os vários deuses do Egito são manifestações, atributos, representações do Deus Único, Aquele que irradia vida a toda a Terra. A própria palavra egípcia para deus, ou deuses, que é Neter, ou Neteru, significa na verdade, no egípcio antigo, Atributo, Atributos.

Aton e Akhenaton - parte2

Dessa forma, o povo egípcio tinha acesso somente às manifestações, representadas pelos ídolos. Somente uma parte da verdade. Nunca a totalidade. Como civilização pragmática, não importava a fonte, e sim os resultados. Seus deuses deveriam servir a um propósito específico, que lhes fosse palpável, que lhes desse a farta colheita, a regularidade das cheias, a condução do morto até seu julgamento perante os juízes do além. Como imaginar um deus que não pudessem ver? Eles não estavam preparados para tal.
Akhenaton veio ao mundo em missão de antecipar o inevitável. Como civilização mais avançada da época, e mais espiritualizada, encontrava-se em condições ideais de servir como um verdadeiro Rá, a irradiar a verdadeira e suprema luz a toda a Terra. Era hora da verdade deixar a escuridão dos templos, e habitar o coração dos homens. Amenhotep IV então trocou de nome simbolizando o seu renascimento na verdade, e fez-se de fato "o Espírito Atuante de Aton", ou seja, Akhenaton. Não seria uma tarefa fácil contar que todos os deuses eram pequenas estrelas na imensa pupila Daquele que não se pode ver diretamente, Aquele que não criou a si próprio, mas então como fazê-lo? Como fazê-los sentir Aton, o Deus dos Deuses?
Ele o fez através do Sol, pois realmente é aquele que abraça toda a Terra, que a tudo dá a vida, até mesmo aos minerais, pois em suas moléculas vibram elétrons, naquilo que realmente significa "ter vida": energia. Chamou-o Aton. Um deus não muito conhecido, que significa "o completo", que representava o Sol no poente. Aton é o Deus Único, e já era hora dos homens conhecê-lo.
A questão delicada vem agora. A revolução espiritual que traria grandes benefícios para a nossa humanidade sucumbiu sim em parte pelo forte idealismo de Akhenaton, como dizem, mas não foi esse o grande motivo, ao meu ver. O grande erro das pessoas é o de julgar as coisas pelos fatos que lhes saltam aos olhos, sem avaliar muito bem a causa. E isso é ainda pior quando queremos julgar coisas que aconteceram num passado muito remoto.

Aton e Akhenaton - parte3

Não é certo afirmar que Aton não foi um bom deus para o faraó, e nem para o Egito. Se fosse essa a linha de raciocínio, Isis também não foi uma boa deusa, já que ela era a principal e mais cultuada divindade da época baixa, quando Cleópatra e sua Alexandria sucumbiram perante os romanos. Aton foi a grande chance de a humanidade evoluir, ainda num período remoto da história. O erro de Akhenaton foi a imposição PSICOLÓGICA, e não VIOLENTA, de uma nova forma de vislumbrar as forças criadoras do Universo, de amar a todas as obras de Aton, representadas no poderoso disco solar.
Faraó incompetente para assuntos bélicos? Concordo totalmente, pois este não era o objetivo dele. Como mensageiro da nova filosofia, pregava a libertação dos homens de sua ignorância através do amor e do conhecimento, era incoerente investir em guerras. A meta era levar a luz de Aton a todas as terras estrangeiras, pois sendo a luz acolhida, não haveria motivo para jogos de interesse nem derramamentos de sangue. Aton era um deus de amor, que se manifestava todos os dias, quando a terra era banhada por seus braços celestiais. Aqueles que eram incapazes de captar as mensagens diretamente Dele, o faziam através de Seu sacerdote e único representante, que era o Espírito Atuante de Aton. Os adeptos de Aton entendiam o amor do Deus Único, através do casal real e suas filhas. Administrador incapaz? Também acho que não totalmente. Se fosse tão ruim assim não teria erguido a principal cidade do mundo em 1338aC no meio do deserto do Médio Egito. Se administrar bem é gerir um Estado que se alimenta de tributos oriundos de disputas bélicas, que tanto ele repudiava, então realmente ele era um fracasso.

Sim, o hino a Aton, composto pelo grande faraó Akhenaton em época bem anterior, fala do Criador-Incriado, do Deus Único irradiador de todo o amor em tudo o que compõe o Universo. O Salmo 104 da bíblia guarda incrível semelhança com esse hino, o que nos remete a uma mesma fonte de inspiração, ou de iniciação. Para melhor observação, vocês podem vislumbrar um livro chamado "Os Superdeuses" ou ainda "As profecias de Tutancamon", escrito por Maurice Cotterell, engenheiro e grande investigador e pesquisador da influência dos conhecimentos solares nas civilizações antigas, como os Maias, Egipcios, Incas, e em sociedades secretas, como a Maçonaria.

Agora, sobre outro ponto de vista, sabemos que política e religião eram praticamente uma coisa só:

Hermes Trismegistus escreveu:Aton era um deus de amor, que se manifestava todos os dias, quando a terra era banhada por seus braços celestiais. Aqueles que eram incapazes de captar as mensagens diretamente Dele, o faziam através de Seu sacerdote e único representante, que era o Espírito Atuante de Aton. Os adeptos de Aton entendiam o amor do Deus Único, através do casal real e suas filhas.

Isso me pareceu meio dogmático e não preciso nem mencionar o quanto os dogmas atrasaram a humanidade nos últimos milênios.
Há muita beleza no politeísmo e quase todas as religiões politeístas tem a ideia de uma força UNA e SUPERIOR acima dos deuses. Para nós que somos monoteístas é tudo muito lindo pensar em Aton, mas as coisas não são tão simples assim. É um erro refletir o pensamento presente no passado. As coisas eram um pouco diferentes no passado...
É lógico que essa é só a minha opinião...respeito as outras...

Outro ponto de vista...

A intenção dele pode até ter sido boa, e até acredito que sim, mas eu acho que ele não teve o menor bom senso e pouca inteligência para por em prática, se Akhenaton tivesse continuado é obvio que o Egito iria ruir, os inúmeros povos inimigos teriam invadido sem o menor interesse em unificação universal ou evolução espiritual, a única verdade que os interessava era a de possuir todos os segredos e riquezas do país. Ser faraó significava ser o próprio Egito encarnado, ninguém é só espírito assim como ninguém é só corpo, somos os dois, abandonar um dos dois é ignorância. Com o Egito também era assim, o país estava com as fronteiras enfraquecidas, indícios de peste e fome foram relatados. Ninguém vive só de espírito (o que significa que não seja importante), “Se tencionar demais a corda, ela arrebenta, se afrouxar demais, o instrumento não toca”, já dizia Sidarta. Akhenaton não soube nem de longe conciliar o plano físico e o espiritual, função do faraó. Por isso ele caiu. Algumas gerações após seu fracasso veio Ramsés II, “tradicional e careta”, alguém discute sua eficácia??? Quanto a verdade, simplesmente há coisas que o todo não está preparado pra saber, assim era naquela época e assim é até hoje, a verdade é para quem a busca e ela se revela conforme o merecimento de possuí-la, se existem tradições ou lojas internas fechadas existe um claro motivo pra isso. Se é que havia mesmo necessidade dessas tradições serem quebradas acho que isso deveria ter sido feito de maneira mais inteligente.

Sobre um ponto de vista mais politico...1

Analisando os fatos sobre um aspecto político, o que eu acho meio complicado porque como eu disse antes, política, religião e filosofia eram uma coisa só, analisar fatos sobre um ponto de vista moderno, sempre é abordado um ponto de vista e é sacrificado o outro de igual importância na época.
Avaliando a situação política do Egito Antigo remanescente ao período do reinado de Akhenaton ( 1369 à 1344 a.C ) vejo que os motivos que levaram Amenhotep IV a tal “revolução espiritual” foi algo bem conhecido e compreendido nos tempos de hoje: Poder e fortuna.
A Décima Oitava Dinastia teve início por volta de 1570 a. C. e produziu muitos Faraós brilhantes, entre os quais Amoses, Tutmosis, Amenhotep III, etc... Nesse período o exército foi conduzido muitas vezes até a Síria e ao vasto deserto do nordeste, foram dominadas as cidades dos estados vassalos, derrotado o rei hitita em Kadesh. Tebas tornara-se a mais rica e poderosa cidade do mundo. Os templos do deus Amon estavam repletos de ouro, prata, bronze, cobre e pedras semipreciosas trazidas pelos guerreiros cruzados. Os estados vassalos continuavam a enviar seu tributo anual ao faraó. O Egito estava mais poderoso do que nunca antes. O deus Amon em Karnak fora igualado ao deus Ra. Os hicsos haviam sido expulsos. Paz na terra.
Com a riqueza que fluía das províncias conquistadas para Karnak, em Tebas, o poderio dos sacerdotes, guardiões dos tesouros do templo, quase que se poderia comparar ao do Faraó. Sob o reinado de Amonhotep III continuou imperando a paz suntuosa. Talvez Amonhotep III sentia-se preocupado com o crescente poder do sacerdócio de Amon e tornou a favorecer o deus-sol Ra, que fora adotado pelos reis do Antigo Reino. Ra era às vezes chamado de Aton, que significava o disco solar, o centro de um deus. Talvez tenha partido de Amenhotep III a ideia que mais tarde fora atribuída a Arkhenaton, já que este fora por muito tempo seu co-regente. Reinaram juntos por quatro anos.

Sobre um ponto de vista mais político...2

Talvez Amenhotep IV (Akhenaton), assim como o pai, achava que o poder dos sacerdotes sobre o povo e os reis deveria sofrer restrições e nova orientação, sentia que era preciso compensar o poder de Amon, havendo uma necessidade de um deus universal que fosse reconhecido não só no Egito, mas também nas províncias estrangeiras e assim, talvez a fidelidade dos povos submetidos pudesse ser mantida sem ser necessária o uso da força... ledo engano. Lembrando, o Egito estava mais poderoso do que nunca e em paz, a força demonstrada no passado e o mantimento dessa mesma força manteria sobre controle os povos das províncias sedentos de vingança, será que realmente era tão necessária assim a tal revolução ou era apenas disputa de poder egoísta? Como eu disse antes, a tal “revolução espírito-politica” do “faraó herege” deveria ter sido feita de maneira mais inteligente, mas realmente duvido, sua necessidade, uma revolução espiritual para derrubar o poder do sacerdócio foi uma ideia infeliz, o Egito estava perfeitamente bem estruturado nesse sentido, isso se reflete em sua arte que jamais sofrera alterações pois sua concepção e linguagens eram consideradas perfeitas, não há necessidade de mudar o que funciona a não ser que não agrade a um individuo isolado, o que não corresponde ao todo. Qual tem mais importância?
Akhenaton se mostrou ingênuo ou inconsequente, após o seu polêmico reinado e sua demonstração de fraqueza e incompetência militar o Egito caiu sob um grande período de sucessivas perdas e derrotas. Apesar das grandes conquistas e reestruturações militares realizadas por Ramsés II e seu extenso reinado, o Antigo Egito jamais fora o mesmo. A concepção de amor universal de Akhenaton é muito bonita, mas infelizmente não funciona. Bem ou mal, Aton marcara o Egito para sempre...

Já ouviram falar que as duas filhas de Akenaton tiveram hidrocefalia? Também Tut teria um pouco desse problema mas não chegou a morrer por isso como suas irmãs. Também por esse problema genético é que se diz que Nefertiti era irmã de Akenaton, seu marido. Mas parece que esse problema relacionado com a formação do crânio - menor que o normal, causando lesões ao cérebro e possível formação de coágulos -, era característico de Akenaton, e não teria sido formado pelo casamento consanguíneo, já que os faraós se casavam com as irmãs, gerando este ítem genético como um ponto importante para explicar as causas do enfraquecimento das dinastias e sua vulnerabilidade, como ocorreu posteriormente com os Ptolomeus, os Habsburgo ou os Sabóia (até que "acidentes" como Carlos II da Espanha ou Vítor Emanuel III os obrigaram a mudar de ideia). Acredito que a humanidade só se conscientizou dos riscos do casamento consanguíneo muito recentemente, apesar da Igreja medieval (dita "arcaica") ter feito complicadíssimas proibições que no fim evitaram desastres (mas o motivo dela era dinheiro).

Já que não há relatos da hidrocefalia em antepassados de Akenathon e todos os seus filhos a possuiam, acredito que a má formação genética seja recessiva ou tenha se dado na concepção de Akenathon. Supondo a doença recessiva, não foi o casamento consanguíneo que a provocou. A probabilidade de se ter doenças genéticas é maior em se tratando de casamento consanguíneo pelo fato de também a probabilidade um alelo defeituoso ter sido herdado por mais membros da família ser maior. Contudo, não é o casamento com parentes em si que traz risco, e sim portar ou não o gen com problema, seja recessivo ou dominante - pessoas fora do grupo familiar poderiam tê-lo. Quanto às mudanças de dinastias, haviam vários motivos, por exemplo, quando Tutankamom morreu não deixou herdeiros e parentes próximos haviam sido assasinados. Ainda que alguém tenha sobrevivido, não poderia reclamar o trono já que a população não mais queria ligação com o "Faraó herege". Akenaton não chegou a mudar a dinastia propriamente dita, apenas mudou de nome - Amenophis IV. As demais mudanças de que tenho conhecimento deram-se por fatores culturais e históricos, não genéticos!

Em tempo, muitos dos casamentos entre irmãos entre os faraós egípcios eram apenas de fundo ritualístico e simbólico. O futuro faraó era escolhido entre as dezenas de filhos do faraó com várias mulheres.