Mestres do Conhecimento
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O Inferno Grego

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Mensagem por Hermes Trismegistus 14/3/2021, 03:28

E durante longo tempo o velho Anquises lhe falou dos acontecimentos que haveriam de lhe suceder, a ele, seu filho, da guerra que travaria na Itália, das suas vitórias, dos seus futuros e famosos descendentes, os reis de Alba, Remo e Rômulo, o fundador de Roma, Brutos, que libertaria a cidade dos tiranos, e muitos homens sábios e valentes. E mostrou-os cada um deles, que beberiam a água do Létes. Mostrava-os todos, entre guerreiros, pastores, poetas e reis, muitos reis.

— Teus filhos dominarão o mundo!

Anquises prenunciou orgulhosamente. E terminou por exaltar as glórias e porvindouras façanhas dos romanos. Após essa profecia, conduziu Enéias até a saída de acesso, por onde deveria regressar, e dele se despediu amavelmente. Enéias foi-se encontrar com a Sibila, e regressaram a Cumas. Ao ver-se de novo sob a luz do Sol, Enéias separou-se da Sibila e voltou até o seu amigo, o rei Acates, a fim de seguir viagem com seus navios.

Enéias continuou a costear e foi desembarcar num porto aberto, hoje localizado entre o cabo Circeo e Nápoli e as ilhas de Ischia e Pontina. Ali faleceu, após o desembarque, Caieta, a velha e fiel nutriz de Enéias. Sepultaram-na solenemente antes de prosseguirem viagem. Finda a piedosa cerimônia, Enéias batizou aquele lugar de Caieta, onde haveria de nascer a cidade do mesmo nome, hoje chamada Gaeta, na região do Lácio.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 14/3/2021, 03:29

O Inferno de Dante

O Inferno, segundo a concepção de Dante Alighieri, abre-se qual uma voragem, até ao centro da Terra. Rios de danação, como o Aqueronte (Aquéron), o Flegetonte (Flégeton) e o Estige, envolvem-no em suas micidais correntes, muralhas altíssimas, vales pedregosos, rochedos intransponíveis, separam um do outro os nove “círculos”, verdadeiros giros, que se propendem para o abismo, no qual as almas penadas, os danados, pagam seus pecados, enquanto miríades de demônios e de criaturas monstruosas, que Dante muitas vezes vai buscar na mitologia pagã, circulando pelas espessas trevas que recobrem seu reinado pavoroso, fazem com que os pecadores não tenham, por um átomo sequer, qualquer repouso. Minos, o antigo rei de Creta, célebre pelo seu legendário senso de justiça, é o guardião geral do Inferno, e Dante, com severo julgamento, imagina que ele deva ter contribuído às penalidades segundo a lei do “contrapasso” ou de “Talião”.

Acrescenta, outrossim, grande dramaticidade à visão dantesca o fato de que o poeta não titubeia em situar, entre os danados, personagens conhecidos, mortos naqueles anos ou célebres na Antiguidade, cuja evocação imprime um tom fortemente realístico à fantástica descrição do Inferno. Primeiros entre todos, Dante descreve os indolentes, fracos e egoístas, que ele coloca no anti-inferno, como seres arrastados por um vento turbilhonante, sempre perseguindo um ponto jamais alcançado, para que eles se recordem da inconstância e da incerteza de opiniões demonstradas outrora. Seguem-se os pagãos e os não batizados, que, não tendo conhecido a palavra de Cristo, não merecem gozar a suprema ventura da visão de Deus, mas nem a dor de sofrer qualquer punição infernal. E Dante, atendo-se à mais legítima tradição evangélica, situa-os no Limbo, um lugar aprazível, em contraste com a paisagem que o circunda, mas do qual a visão paradisíaca está excluída.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 14/3/2021, 03:30

Atormentada e desesperada, desfila ante os olhos de Dante e Virgílio a longa legião dos condenados que enlanguescem nos nove círculos infernais: primeiro, os luxuriosos, arrastados no segundo círculo por um vendaval que lhes recorda a vida perturbada pelas paixões que os dominavam; depois os glutões, no terceiro círculo, mergulhados na lama e obrigados a experimentar-lhe o nauseabundo sabor, como lembrança dos apetitosos pratos, sempre cobiçados, durante sua vida; os avaros e os pródigos, no quarto círculo, são, ao invés, imaginados por Dante carregando enormes blocos de pedra, para que se lembrem de que, em outros tempos, demasiado os primeiros e bem pouco os segundos, amaram os bens terrenos, pois fizeram mau uso deles. Finalmente, o poeta e seu guia, embora as Fúrias (Erínias) infernais tentem impedir-lhes o acesso, entram na cidade de Dite, onde são castigados os pecados mais graves. Aqui, Dante pôs os hereges (isto é, aqueles que se afastaram dos retos ensinamentos doutrinários da Igreja) e os condena a ficarem enterrados vivos, em sepulcros chamejantes.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 14/3/2021, 03:31

Entre os hereges, surgindo das sepulturas, aparece a Dante um “condottiere” gibelino, o soberbo Farinata degli Uberti, e Cavalcante dei Cavalcanti, pai daquele Guido dei Cavalcanti, que foi amigo de Dante e seu companheiro Virgílio. No primeiro giro do sétimo círculo, custodiado pelo Minotauro, são castigados aqueles que exerceram violência contra o próximo (entre os quais Dante põe os tiranos da Antiguidade e alguns bandidos e tiranetes da Idade Média), que, vigiados incessantemente pelos Centauros, estão mergulhados num rio de sangue fervente. No segundo giro do sétimo círculo, uma horrível visão espera o poeta: aqui, realmente, são punidos os suicidas, que, por haverem desprezado a vida, o sublime dom do Senhor, foram transformados em árvores e em arbustos: justa condenação para quem, como eles, não souberam enfrentar todas as responsabilidades inerentes ao ser humano. No oitavo círculo, dividido em dez bolgie, são punidos em dez diferentes maneiras os fraudulentos: e, entre estes, os sedutores, os aduladores, os simoníacos, os adivinhos (charlatães), os trapaceiros, os hipócritas, os maus conselheiros. Entre estes últimos, encerrados numa pequena chama bifurcada, estão Ulisses e Diomedes, que, como todos sabem, sugeriram a tomada de Tróia mediante um ardil.

Numerosos são os episódios que enriquecem os últimos cantos do Inferno, porque, mais nos avizinhamos do centro da Terra, onde Lúcifer (Satanás), o rei das trevas, pontifica num mar de gelo, que é a eterna condenação para os traidores, e, mais os pecados que se castigam são graves, mais as penas são impiedosas, mais fantástica e sugestiva se torna a descrição de Dante.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 14/3/2021, 03:31

As portas dos Infernos

Há uma lista de alguns lugares conhecidos:

- a caverna Zeríntio, na Samotrácia
- o lago Averno, na Itália
- o rio Aqueronte e o cabo Averno, na Lacônia
- o rio Cocitos, afluente do Aqueronte
- o rio Flégeton, na Tesprótia, que unia-se ao Cocitos
- o rio Estige, que se lançava no Crátis, rio do golfo de Corinto
- o lago Aquerúsia, próximo de Heliópolis, no Egito
- a caverna de Aquerúsia, sobre a borda do Póntos Euxinos (mar Negro)
- a caverna do cabo Tênaros, na Lacônia
- a fonte Castália, no Párnassos (ligada ao Estige)
- o lago Amsanctus (hoje Moffete), no Samnium
- às margens do Céfisos, perto de Atenas
- os pântanos de Lerna, na Argólida

Haviam outras entradas que não podemos localizar, como a exemplo das entradas que ficavam na Ciméria, junto da caverna das Graias, ou ainda no antro de Medusa. Hádes abriu um acesso perto de Elêusis, quando raptou Perséfone, mas se fechou em seguida.

Nota-se que há alguns rios Infernais conhecidos, mas cada um deles equivale a um rio existente hoje, cujos leitos desaparecem em algum ponto de seu percurso. Essas são entradas para o reino de Hádes, onde os rios se encontram, e desaguam no mar em algum ponto conhecido geograficamente.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 14/3/2021, 03:32

Os rios infernais

AQUERONTE (Akhéron) = hoje Mavro-pótamos ou Phanariotikós ou Verlichi, no Épiro
COCITO (Kôkytós) = hoje Margariti
ESTIGE (Styx) = hoje Mavro-nero ou Drako-nero
LETE (Lethe) = hoje Trikkalinos
PIRIFLEGETONTE ou FLEGETONTE (Phlaígeton) = no Épiro, equivalente não identificado
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