Atari, um estilo de vida

MacGyver escreveu:

007 escreveu:
A mais famosa de todas: Fita. Aquilo não era fita, era cartucho, mas todo mundo falava fita devido a alguns jogos terem sido lançados em fita. O engraçado é que ninguem conhecia o tal adaptador onde eu morava, mas falavam fita...

Jogos de Atari em fitas?

Sim, FITA mesmo, fita cassete e não cartuchos.

Alguém já teve um Atari com adaptador para rodar os jogos em fita cassete?
Naquela época, a pirataria de fitas estava em todas as lojas e grandes magazines. Eram muito mais baratas, mas tinha que ter paciência pra carregar os jogos.

Eu lembro desse acessório, mas nunca cheguei a ver um ao vivo. Porém, quem teve contato com computadores nos anos 80 e a linguagem BASIC, lembra bem das fitinhas, do gravador ligado no micro, e do comando LOAD.

Existia sim. Era um equipamento chamado SuperCharger fabricado/pirateado pela Canal 3. Eu devo ter alguma revista com foto dele. Na minha época de Micro MSX eu usava o K7 também para os programas pois um drive era muito caro. Lembro também que havia um programa na Rádio USP em SP que passava programa de computador pela rádio, imaginem o barulho que era.

O interessante seria ver funcionando. O barulho tipo fax. E ter um gravador K7 ligado ao videogame.

Existe o aparelho original americano da Stella chamado de Supercharger e alguns outros fabricados no Brasil (diferentes e não-compatíveis com o americano e, pelo que sei, entre si).
Aqui temos o Supercharger By Canal 3, o Comp-K7 da Splice, o Game Charger da VGS e o Copy Game da Micro Hard Equipamentos Eletronicos Ltda. Existia, pelo que sei, um outro aparelho similar fabricado pela Digitel chamado de Digigame K7.
O Copy Game era de certa maneira superior, pois com ele você podia ''copiar'' um jogo de cartucho para uma fita cassete, assim em uma simples fita cassete você poderia ter dezenas de jogos (era só pedir emprestado ou alugar o cartucho).

O sistema é similar ao usado nos antigos MSX, TK e outros. Você coloca o aparelho no slot como um cartucho e depois de ligar o Atari coloca para reproduzir a fita cassete (ou CD, MP3, etc.) através do cabo de áudio dele, daí ele ''lê'' ou ''carrega'' o jogo e depois você joga como com um cartucho.

Ovelha Negra escreveu:
Eu lembro desse acessório, mas nunca cheguei a ver um ao vivo.

2

Nem entendo disso, sou leigo total... mas me amarrava com esse lance das fitas cassete gravarem games.

James Halliday escreveu:

Eugene Hector escreveu:
Sobre o ''fim'' do Atari, o pior é que colocaram a culpa no jogo do E.T. O joguete não é tão ruim assim, apresentou até inovações pra época, como o rosto do E.T na tela de apresentação, e era tipo RPG, mas acho que faria mais sucesso se fosse estilo Bobby vai pra casa, Pitfall, Smufs...

Tem razão! Pura injustiça... Seu game designer, Howard Scott Warshaw, ficou com a imagem muito prejudicada, e olha que foi ele quem criou um dos meus games preferidos do 2600: Yars' Revenge.

Eu não sei porque o pessoal fala tanto mal do ET. É um dos poucos jogos com objetivo fixo e final. O objetivo do jogo é você conduzir o ET e achar as 3 peças para montar o telefone, juntá-las, chamar a nave e levar o ET para o local do pouso da mesma, a fim de ele voltar para casa. No jogo, Elliot aparece para ajudá-lo, e você tem que fugir do cientista e do agente do FBI que querem capturá-lo.
O problema maior, a meu ver, é que a maioria do pessoal não lia manual de instruções dos jogos. Aí, não dá. E outro fator também é que alguns jogos são mais de "estratégia" do que de ação e a maioria da molecada da época não queria saber de jogos muito "complexos", queria é jogos de ação, tiro, nave etc.
Mas não se pode condenar ou falar que é ruim simplesmente porque não se entente! Muitos jogos que eram mais de estratégia do que de ação caíram no descrédito do pessoal, como o ET mesmo, Riddle of the Sphinx, Raiders of the Lost Ark, e mesmo o Adventure, que até se sobressaiu um pouco.

Mas é isso, talvez hoje consigamos entender melhor certos jogos do que naquela época.

Acho o Adventure um dos melhores jogos pra Atari, tinha história, começo e fim e ainda conseguia fazer jogos com objetos colocados aleatoriamente pelo cenário na fase 3, dado os recursos dos jogos da época isso era um feito.

Agora ET é realmente ruim, principalmente a jogabilidade terrível, qualquer coisa a gente cai naquele buraco e pra sair é muito chato, acabou de vez com a Atari e alguns milhares de cartuchos desse jogo acabaram enterrados, ninguém queria esse jogo.

Uma vez, eu vi alguém jogando o Superman e também não entendi muita coisa. Num dado momento, você continua jogando mas parece que não tem mais nada pra fazer.

No jogo do Superman, depois de prender todos os bandidos, você tem que procurar pela cidade todos os pedaços daquela ponte que explode logo no começo do jogo (vocês devem lembrar, é um troço vermelho que explode meio sem sentido assim que se atravessa a tela em que ele está).
É só pegar todos os pedaços e levar até a tela onde estava a ponte, que ela se monta sozinha. Depois então, voar através da cabine telefônica e o Superman vai virar Clark Kent. Você então continua andando da esquerda pra direita, atravessa a ponte e entra no prédio do Planeta Diário, daí toca uma música de três notas e o jogo acaba.

James Halliday escreveu:
Existe o aparelho original americano da Stella chamado de Supercharger e alguns outros fabricados no Brasil (diferentes e não-compatíveis com o americano e, pelo que sei, entre si).
Aqui temos o Supercharger By Canal 3, o Comp-K7 da Splice, o Game Charger da VGS e o Copy Game da Micro Hard Equipamentos Eletronicos Ltda. Existia, pelo que sei, um outro aparelho similar fabricado pela Digitel chamado de Digigame K7.
O Copy Game era de certa maneira superior, pois com ele você podia ''copiar'' um jogo de cartucho para uma fita cassete, assim em uma simples fita cassete você poderia ter dezenas de jogos (era só pedir emprestado ou alugar o cartucho).

O sistema é similar ao usado nos antigos MSX, TK e outros. Você coloca o aparelho no slot como um cartucho e depois de ligar o Atari coloca para reproduzir a fita cassete (ou CD, MP3, etc.) através do cabo de áudio dele, daí ele ''lê'' ou ''carrega'' o jogo e depois você joga como com um cartucho.

É isso mesmo! Na época do Atari existiu o Starpath Supercharger e eram vendidos jogos específicos para ele em fitas cassete. Seu intuito era aumentar a capacidade de armazenamento para se produzir jogos mais elaborados e maiores e também diminuir o custo de produção, uma vez que as fitas cassete eram muito baratas e você só precisava de um único cartucho para servir de interface.

Necromante escreveu:
Agora ET é realmente ruim, principalmente a jogabilidade terrível, qualquer coisa a gente cai naquele buraco e pra sair é muito chato, acabou de vez com a Atari e alguns milhares de cartuchos desse jogo acabaram enterrados, ninguém queria esse jogo.

Cartucho do game de E.T. do Atari é desenterrado no Novo México

Escavadores encontraram o famoso jogo baseado no filme

A lenda é verdadeira. A Atari realmente enterrou cartuchos do game de E.T. - O Extra-Terrestre, famoso filme de Steven Spielberg. Escavadores desenterraram cópias do game em um aterro em Alamagordo, no Novo México.

A escavação, que ainda encontrou jogos como Space Invaders e Centipede, será tema de um documentário da Microsoft, a ser lançado ainda em 2014 no Xbox One e Xbox 360.

A Atari, então o fabricante mais importante de consoles e games, pagou milhões pelos direitos para fazer uma adaptação do blockbuster de Spielberg. O jogo foi um fracasso à época do lançamento, em 1982, e foi um dos responsáveis pela derrocada dos jogos de console.

Necromante escreveu:
Agora ET é realmente ruim, principalmente a jogabilidade terrível, qualquer coisa a gente cai naquele buraco e pra sair é muito chato, acabou de vez com a Atari e alguns milhares de cartuchos desse jogo acabaram enterrados, ninguém queria esse jogo.

O Atari 2600 terminou (falando em nível dos EUA) por causa de vários motivos, o jogo não teve nada a ver com isso. O último console era o chamado ''Atari 2600 Jr.'' e era bem menor. Aqui no Brasil a Milmar lançou um console com 128 jogos na memória que era uma cópia dele (no exterior também foram lançados vários similares com jogos na memória).

A empresa Atari foi vendida para a Warner que não soube manter o mesmo nível de produção e criatividade da empresa. Demoraram muito para lançar os consoles 5200 e 7800, assim como os computadores que eram superiores em imagem e áudio, fizeram o Atari Jaguar mas...já era tarde. Os japoneses chegaram com tudo e com tecnologia superior...
A quantidade de jogos e itens fabricados por várias empresas em todo o mundo para o Atari 2600 é que impressiona, talvez por isso e por ser o 1º grande console com tantos jogos e opcionais ele tenha tantos admiradores e colecionadores pelo mundo todo.

Eu soube que a Gradiente (depois que a marca Polyvox foi extinta) ia fabricar o Atari 7800 sob licença mas devido a descontinuação do console nos EUA a empresa usou as carcaças do console que foram fabricadas porém não montadas pra lançar o Phantom System.

A hegemonia do Atari no mercado internacional durou até aproximadamente 1984 (ano do crash dos videogames).

Aqui no Brasil durou um pouco mais. Até 1988, ano em que a Tec Toy lançou o Master System no Brasil. Na verdade, o Atari "estourou" no Brasil depois de morrer lá fora. Muita coisa que a gente se deslumbrava aqui, lá fora, longe da reserva de informática, já estava morto. Era o caso do Atari, Apple II, os TRS80 da vida, etc. Mas o videogame morreu para mim quando adquiri o meu primeiro computador, um MSX Gradiente.

Se não me falha a memória, o nintendinho veio a surgir aqui no Brasil em torno de 1988 ou 1989, aparecendo em seguida videogames como Phantom System, Dynavision, CCE 8 bits e outros, todos rodando na mesma plataforma (tinha a Gradiente, a Milmar, CCE, Dynacom, enfim, todo mundo queria tirar uma casquinha, mesmo que ilegalmente, do sucesso que o console da Nintendo fazia). No início dos anos 90 começou então a competição, e o fim da era da "compatibilidade". Começaram a surgir consoles como Master System, Mega Drive (16 bits), SNES (16 bits), cada qual rodando numa plataforma diferente, totalmente adverso dos tempos de Atari em que os jogos em sua maioria (Odyssey, por exemplo, era uma exceção) eram compatíveis, ou seja, os jogos rodavam em quase todos os consoles. Começaram a vir inovações como games portáteis (Game Boy e Game Gear) e consoles rodando cd (Sega CD). E por aí segue a evolução (pra resumir) até os games de hoje.

Então é isso... A Atari como produtora de consoles não existe mais. O fracasso do Jaguar selou o fim da empresa na área. Mas como publisher de jogos, ela sucedeu a Infogrames que depois passou a se chamar Atari Games.

Já pela Atari/Infogrames saiu uma versão do Pong para o Playstation (o PSX, ou PS1 no caso), mais tarde a empresa também lança jogos para o PS2,como Drive e outros...

ATARI: Detalhes técnicos

Chipset

CPU 6507 - 8bit, 1.19MHz
TIA 1A - Television Interface Adaptor Model 1A (Video, Audio, Input Ports)
PIA 6532 - (128 bytes RAM, I/O Ports, Timer)

CPU and Memory

CPU: 6507, 8bit, 1.19MHz (cutdown 6502 with only 8K address space)
RAM: 128 Bytes (additional 128 or 256 bytes in some cartridges)
VRAM: None (Picture controlled by I/O Ports only)
ROM: External Game Cartridge (usually 2KB or 4KB, or banked 2x4KB)

Video

Output: Line-by-line (Registers must be updated each scanline)
Resolution: 160x192 pixels (NTSC 60Hz), 160x228 pixels (PAL 50Hz)
Playfield: 40 dots horizontal resolution (rows of 4 pixels per dot)
Colors: 4 colors at once (one color per object)
Palette: 128 colors (NTSC), 104 colors (PAL), 8 colors (SECAM)
Sprites: 2 sprites of 8pix width, 3 sprites of 1pix width

Input/Output Ports, Audio, Timer

I/O: Two 8bit I/O ports, six 1bit Input ports
Timer: One 8bit Timer (with prescaler; 1,8,64,1024 machine cycles)
Audio: Two sound channels (with Frequency, Volume, Noise control)

Console Switches

Switches: Color/Mono Switch (PAL/NTSC only), and two Difficulty Switches
Buttons: Select Button, Reset Button (or Switches in older consoles)
Hardware: Power Switch, TV Channel Select Switch (not software controlled)

Connectors

Slot: One 24 pin Cartridge Slot (with 4K address bus)
Controls: Two 9 pin Joystick ports (also used for Paddles, Keyboards)
TV: One Cinch Socket (Video/Audio TV Signal)
Power: 9V DC, 500mA (internally converted to 5V DC)

Necromante escreveu:
Acho o Adventure um dos melhores jogos pra Atari, tinha história, começo e fim e ainda conseguia fazer jogos com objetos colocados aleatoriamente pelo cenário na fase 3, dado os recursos dos jogos da época isso era um feito.

Agora ET é realmente ruim, principalmente a jogabilidade terrível, qualquer coisa a gente cai naquele buraco e pra sair é muito chato, acabou de vez com a Atari e alguns milhares de cartuchos desse jogo acabaram enterrados, ninguém queria esse jogo.

Necromante escreveu:
Uma vez, eu vi alguém jogando o Superman e também não entendi muita coisa. Num dado momento, você continua jogando mas parece que não tem mais nada pra fazer.

Pô, Necromante, Superman do ATARI é, sabidamente, o único jogo do escoteiro azul que prestou até hoje, inclusive é um dos poucos no sistema a ter começo, meio e fim, como o colega acima citou.

E Adventure é um clássico, mesmo... Simplesmente o pai de todos os RPGs de console, que, por sinal, até hoje é um gênero subexplorado graficamente, veja que pela complexidade, os RPGs sempre tem um padrão visual inferior aos outros jogos da mesma geração, salvo algumas boas exceções.

Claro que não dá pra avaliar diversão, enredo, gráficos de um sistema VCS com os nossos olhos acostumados à computação gráfica reinante nos sistemas atuais.
Pra fazer isso, tem que pensar com a cabeça de 35 anos atrás.. Embora muitos jogos do Atari continuem divertidíssimos até hoje.

Para analisar os jogos do Atari 2600 é preciso tentar se situar no contexto daquele tempo onde computadores ainda eram, em sua maioria, de telas verdes. Mas mesmo naquele tempo havia os jogos podres que estavam mais para Telejogo do que para Atari. Mesmo no Playstation I, no começo, saíram alguns jogos podres, ou para o meu amado MSX. Faz parte. Como faz parte também o subjetivismo de se analisar jogos, pois gosto não se discute, se lamenta.

Por exemplo, um jogo terrível que não tinha nada a ver com o desenho da caixa (os desenhos que eram bons) era o jogo Zaxxon, que eu adorava jogar no fliperama, mas o do Atari nada tinha a ver.

Jogos Adultos (18+)

E os jogos eróticos do Atari? O pessoal comentava sobre eles como se fosse uma lenda. Mas eles existiam, mesmo.

Que eu me lembre, oficialmente só 3 fabricantes vendiam jogos eróticos ou adultos para o Atari 2600: Mystique, PlayAround e Universal Gamex. É claro que no Brasil várias empresas fabricaram carts com jogos deste tipo. A empresa PlayAround comprou os direitos da Mystique para fabricar e vender os jogos.

X-Man (Universal Gamex)




Custer's Revenge (Mystique)




Bachelor Party (Mystique)

Em 2007 foram encontrados 2 jogos para o VCS que nunca foram lançados: HAREM e ANDROMAN ON THE MOON.

Lembrando que HAREM é um jogo para maiores de 18!!!!!

Uma breve explicação sobre HAREM:
O objetivo é pegar as garotas nas diversas situações. Ao abordar a garota, você deve movimentar o joystick para frente e para trás em sincronia com os movimentos da garota (se você fizer certo, um som soará e você fará um ponto) e apertar o botão para partir para a proxima... porém, você não pode demorar muito com a mesma garota, senão algo de ruim acontece, e, dependendo da situação, você morre!
Na primeira garota, um atirador tentara impedi-lo de aproximar até ela, então você deve recuar e avançar um pouco novamente, e deve repetir isso até que por um momento o atirador dê uma pausa (como se estivesse recarregando a arma), só assim você chegará até ela.
Na segunda garota (na ilha), você deve avançar até a ponta da lagoa (você chega a pisar na água para obter êxito) e pressionar o botão para pular e conseguir alcança-la.
Na terceira (esta dentro de uma câmara ou algo assim), você estará no nível superior e deve passar pelo dragão quando ele não estiver soltando fogo (é meio dificil, mas não impossível!), e quando chegar ao buraco, apertar o botão para entrar na câmara onde se encontra a garota, mas você só deve entrar quando ela não estiver transformada em cobra!
A quarta e última garota está no próximo nível; você deve persegui-la tomando cuidado para não ser atingido pelos jatos de lava que as gárgulas soltam, e quando você estiver "grampeando" a garota e a gárgula estiver próxima para te atingir, você deve apertar o botão para fugir e persegui-la novamente quando estiver fora de perigo... e fica nisso até que você perca todas as suas vidas...

A cada 69 pontos, você ganha uma vida.

Eu tinha X-Man quando criança e esse jogo era repassado para amigos no bairro como se fosse algo ilegal, contrabando. Tinha todo um cuidado, um ritual para ninguém (pais) ver ou descobrir a existência do mesmo. Época muito boa.

Eu conheci 2 jogos eróticos na época. O X-man e esse do cowboy que tinha que cruzar a tela para... cruzar com uma índia.

Eu pensava que esse X-Man era um game dos mutantes "X-Men" para Atari.

Esse destruiu muitos controles e não é lenda.

Aliás, existe um macete REAL no X-Man que, se você segurar o Reset por alguns segundos (não sei quantos), o labirinto fica reto e você tem que comer duas mulheres. Não sei exatamente como faz isso, mas eu lembro que vi um garoto fazendo.