Dúvidas perturbadoras

Por esse motivo é que os casamentos aconteciam na primavera, quando se tomava banho uma vez ao ano. Ao contrário do que nós pensamos e sabemos hoje, acreditava-se, na Idade Média, que o banho abria os "poros" para a entrada de doenças.

Leonardo da Vinci e Nostradamus até chegaram a propor avanços nesse sentido, porém foram ignorados.

A Igreja considerava como pecados o estudo da anatomia e a dissecação de cadáveres. Algo que era comum nas escolas de medicina dos árabes.

O livro The Phisician, sobre um médico inglês (um "barber") lá pelo ano 1.000 dC, descreve o seu espanto, ao perceber que um antigo cliente havia curado sua catarata, através de uma cirurgia feita por um médico árabe misterioso proveniente da Espanha. Essa surpresa provoca seu interesse pela técnica, e a posterior viagem a uma universidade na Pérsia. Só o relato sobre a viagem da Inglaterra ao atual Irã, que durou mais de 3 anos, já vale a leitura do livro.

O drama turbulento e, por vezes, divertido, de um homem dotado do poder quase místico de curar, que tem a obsessão de vencer a morte e a doença, é aqui contado desde o obscurantismo e a brutalidade do século XI na Inglaterra ao esplendor e sensualidade da Pérsia, detalhando a idade de ouro da civilização árabe e judaica.
A história começa quando Rob Cole, órfão, aprendiz de um barbeiro-cirurgião na Inglaterra, toma conhecimento da existência de uma escola extraordinária na Pérsia, onde um famoso físico leciona. Decidido a ir a seu encontro, descobre que o único problema estava no fato de que cristãos não tinham acesso às universidades muçulmanas durante as Cruzadas. A solução era Rob assumir a identidade de um judeu, ao mesmo tempo em que se envolvia com uma avalanche de fatos verdadeiramente impressionantes. Mais que uma recriação histórica magistral, aqui está também a história fantástica de uma vocação para a medicina. O romance de Noah Gordon recria o século XI de maneira eloquente e cheia de detalhes sobre a vida e a cultura medievais.
Fonte: Sinopse de "O Físico".

Sobre saneamento, me intriga que as técnicas romanas fossem abandonadas. Existem até hoje aquedutos em pleno funcionamento, construídos há mais de 2 milênios. Havia casas de banho públicas em quase todas as cidades romanas, com banhos sofisticados, e as cloacas eram bem elaboradas. Na Grécia houve arquitetos fantásticos, e os romanos foram excelentes engenheiros.

E sobre os "odores íntimos"... Na vagina da mulher existe uma bactéria encontrada em peixes mortos... será que o pessoal já nascia com um filtro especial no nariz? Talvez fosse o contrário... ficavam excitadíssimos ao passar numa peixaria!

Quanto a jogarem o conteúdo de um pinico pela janela, eu não queria ser um cara passeando na rua com a namorada nessa hora!

A partir de 476 DC., com a queda do Império romano, iniciou-se o período medieval, que duraria cerca de um milênio, e desgraçadamente para o Ocidente, caracterizou-se por uma fusão de culturas clássicas, bárbaras e ensinamentos cristãos, centralizado em Constantinopla. Grande parte dos conhecimentos científicos foram deslocados pelos cientistas em fuga, para o mundo árabe, notadamente a Pérsia, dando início na Europa, a uma substituição deste conhecimento por uma cultura a base de superstições, gerando a hoje denominada Idade das Trevas (500-1000 DC.). Como a ênfase de que as doenças eram castigos divinos às impurezas espirituais humanas e seus tratamentos eram resolvidos com procedimentos místicos ou orações e penitências, as práticas sanitárias urbanas sofreram, se não um retrocesso, pelo menos uma estagnação. Neste período, no Ocidente, como o conhecimento científico restringiu-se ao interior dos mosteiros, as instalações sanitárias como encanamentos de água e esgotamentos canalizados, ficaram por conta da iniciativa eclesiástica. Como exemplos desta afirmativa, pode-se citar que enquanto no século IX a cidade do Cairo, no Egito, já dispunha de um serviço público de adução de água encanada, só em 1310 os franciscanos concordaram em que habitantes da cidade de Southampton utilizassem a água excedente de um convento que tinha um sistema próprio de abastecimento de água desde 1290.

A iniciativa de pavimentação das ruas nas cidades européias, com a finalidade de mantê-las limpas e alinhadas, a partir do final do século XII, exemplos de Paris (1185), Praga (1331), Nuremberg (1368) e Basiléia (1387), tornou-se o marco inicial da retomada da construção de sistemas de drenagem pública das águas de escoamento superficial e o encanamento subterrâneo de águas servidas, estas inicialmente para fossas domésticas e, posteriormente, para os canais pluviais.

Sabiam que Versalhes, enorme, suntuosíssimo, não tinha banheiros? Papel higiênico... quê isso?

Bem, em primeiro lugar, antes de o colega falar ou até criticar os serviços de saúde e saneamento básico na Idade Média, é preciso saber no que ele se respalda para fazer tais afirmações, ou seja, quais foram as pesquisas que realizou para chegar a tais conclusões.
Em segundo lugar, é bom que se saiba que é inútil querer analisar uma época anterior à nossa somente com as "lentes" nossas de hoje, isto é, cada época é uma época e cada momento é um momento.
Finalmente, mais uma vez aqui, percebo que se trata de mais opiniões e comentários preconceituosos em relação ao referido período. Ao invés de ficarmos ''chutando'' opiniões infundadas ou até maldosas, devemos procurar conhecer mais e pesquisar melhor.
Cito aqui alguns nomes de historiadores medievalistas especialistas no assunto que podem ajudar em tudo isso: Jacques Le Goff, Georges Duby, Regine Pernoud, Hilário Franco Júnior, etc...

Tomar banho não era, literalmente, um pecado ("Tomou banho hoje? Dez aves-marias!" não, isso não existia). Mas que era visto com certa desconfiança e associado ao pecado pela Igreja, não há dúvida. Banhos em "excesso" (o que era "excesso" dependia da época e lugar) eram no mínimo sinais de vaidade e frequentemente também de luxúria. Supostos santos orgulhavam-se de nunca tomar banho...

Mas é verdade que, na prática da Idade Média, a gente laica sem pretensão à santidade e com meios para isso tomava banho com certa regularidade, assim como faziam muitas outras coisas que os padres não aprovavam... A maioria das cidades tinham casas de banho... Na verdade, a reputação dos banhos piorou no começo da Idade Moderna, por influência do ascetismo exigente do protestantismo e da Contra-Reforma e a higiene só começou a recuperar seu prestígio no século XIX...

As casas de banho estavam presentes nas cidades medievais. A questão está na palavra "excesso". Tomar banhos demais, como foi dito acima, poderia representar vaidade, ou um apego demasiado ao material em detrimento do espiritual.

Numa introdução a um livro que traz a peça "Romeu e Julieta" de Shakespeare, é dito que o trágico romance entre Romeu e Julieta (narrado, entre outras obras, na peça do bardo inglês da Renascença) teria sido um caso real que teria acontecido nos primeiros anos do século XIV.

Entretanto, não consegui encontrar ainda maiores informações sobre o casal que teria fornecido inspiração às obras que tratam da dramática história de Romeu e Julieta.

Alguém saberia dizer seus nomes, se viviam em Verona, ou outros quaisquer detalhes sobre este casal?

O túmulo e o balcão de Julieta e os castelos dos Montecchio e Capuleto são invenções de guias turísticos - que, aliás, já começaram no tempo de Shakespeare. Ao menos é uma fraude com história. Já no tempo do Bardo, um sujeito chamado Giralomo della Corte contava para todos os visitantes que passavam por Verona, que a tal história era de fato real e que teria ocorrido em 1303.

Mas nem Shakespeare nem seu editor consideravam os amantes como historicamente existentes. A história de Shakespeare foi apenas a mais famosa de várias versões do mesmo conto. A mais antiga é o poema Mariotto e Gianozza de Siena, de Masuccio Salernitano, que é de 1476. Ou seja, Romeu não era Romeu, Julieta não era Julieta e Verona não era Verona. Foi um outro autor, Luigi da Porto, que em 1530 mudou o cenário de Siena para Verona, mudou o nome dos personagens e lhes deu os sobrenomes de Montecchio e Capuleto, provavelmente baseado em uma alusão de Dante, na Divina Comédia, aos ''Montecchi e Cappelletti" como facções políticas da Itália medieval - só que, segundo o comentário de Piero Alighieri, filho de Dante, os Montecchi eram um partido de Verona (oposto ao partido dos "Conti") e os Cappelletti eram de Cremona (oposto ao partido dos Troncaciuffi ou Barbarasi)

Também o conto de Salernitano não era provavelmente verídico e sim uma adaptação do mito grego de Píramo e Tisbe.

Os Montecchi eram o partido político burguês de Verona, contra o partido aristocrático dos Conti ("Condes"). O nome do partido vinha de uma reunião que o organizara no castelo de Montecchio, em Vicenza (perto de Verona, mas outra cidade). Os Cappelletti eram o partido Guelfo de Cremona e o nome vinha dos chapéus que usavam. Cremona e Verona eram distantes e nunca houve conflito entre os dois grupos. Foi por acaso que Dante os pôs no mesmo verso.

Mais tarde, no século XV, o nome de Cappelletti foi de fato adotado por uma família de Verona, mas foi só no final do século XVI, já em tempos modernos, que houve uma mulher com o nome de Giulia nessa família.

A casa onde costumam mostrar o "balcão de Julieta" é medieval, mas só ganhou essa fama por ficar numa rua chamada Via Capelli (tudo a ver com Cappelletti...). E como não tinha balcão, tiraram um de outra casa para colocá-lo nessa e ficar mais de acordo com a versão de Shakespeare.

E se alguém quer mesmo saber toda a verdade, a suposta tumba de Julieta é um cocho medieval para gado...

Alquimista, puxa..... Você acaba com o romantismo de qualquer um; kkkkkkk
Mas, realmente, quando a gente estuda Shakespeare, uma das coisas que os professores mais chamam a atenção é que toda a obra do bardo inglês é produto único e exclusivo de sua incrível imaginação...

Não obstante, gracias pelas informações!

Não é bem assim, Art3mis. Muitas das maiores obras de Shakespeare, inclusive Romeu e Julieta e Hamlet, são remakes de obras de autores mais antigos. O que ele fez foi representá-las de maneira mais atraente e profunda.

Qual é o estado FÍSICO do fogo?

Lembrando que luz é composta também por matéria, e já me certificando que o fogo não é considerado uma forma gasosa, qual seria o estado físico dele?

Você mesmo respondeu!

É somente isso mesmo: luz e calor, subprodutos de uma reação química oxidativa (combustão). 'nuff said.

O fogo se encontra no quarto estado da matéria, que seria o plasma. É o mesmo estado em que se encontra a aurora boreal.

O que é plasma?

Levando em consideração que a luz é composta de matéria e onda, sofre distorção quando emitida próxima dum "buraco negro" (o que comprova que a luz é matéria), então ela tem que possuir um estado físico.
Referente ao plasma, gostaria que explicasse o que é plasma, se vem do mesmo radical do plasma sanguíneo ou se é algo relativo a colóide.
Referente a estrela: não domino o assunto, mas sei que o sol é uma junção de gases.

Outra indagação: o elétron possui massa também (acredito ser matéria sólida dentro deste conceito), que é 0,0000blablablá elevando a alguma potência negativa... Ponto! A partir daí conhecemos a energia elétrica que nada mais é do que a transferência de elétrons de um átomo para outro (transferência de massa). Energia elétrica é matéria sólida? Massa?

No universo, o que não é matéria é o que? Energia? (fisicamente sem entrarmos na filosofia, para mais tarde eu indagar isso dentro da filosofia).

Os elétrons tem sim sua massa.

Porém um corpo extremamente carregado de elétrons e o mesmo sem estar carregado de elétrons não irá fazer diferença substancial na massa. Já que todos sabemos que a massa do elétron é desprezível.

Neste caso!

Como estamos tratando de um conceito, e não de um lado prático, nada é desprezível...

O fogo é um gás levemente ionizado. Logo, um plasma.
Plasma é um estado da matéria (o mais abundante no universo) onde temos átomos ionizados.
Energia elétrica na sua tomada NÃO se dá por transferência de elétrons. Os elétrons em um condutor caminham a uma velocidade de algumas poucas dezenas de centímetros por segundo no máximo.
O que se transfere é uma onda eletromagnética que transporta energia e momento linear (repare: transporta NÃO é energia).
O fóton NÃO tem massa e é um Bóson. O termo matéria (que tem pouca utilidade no nível das partículas por ser impreciso) é (ainda por tradição) aplicado aos férmions que, em sua maioria, são massivos (existe uma dúvida se alguns neutrinos são massivos ou não).
NÃO existe nenhuma inconsistência em não ter massa e possuir momento e energia: E² = (pc)² + (mc²)².
Se m=0 E = pc.

Einstein chegou à conservação do quadrimomento p^{\mu}p_{\mu} = m^2 c^2.
Escrito em notação de trivetores: E^2 = (pc)^2 + (mc^2)^2.
"O conteúdo energético de uma partícula em seu referencial de repouso é dado pelo produto de sua massa pela velocidade da luz ao quadrado"
Traduzido do artigo original de Einstein

A popularização do resultado APENAS do caso massivo leva a muitas confusões.

O fogo possui estado físico?

Para um material se classificar como sólido, líquido ou gasoso, ele precisa primeiramente ter matéria, esse não é o caso do fogo, considerando que se trata de uma forma de energia. A dúvida surgiu com a proposta de que o fogo teria dois estados físicos: gasoso e plasma.

Para quem não conhece, o plasma se caracteriza pela presença de íons superaquecidos que constituem o chamado gás ionizado, uma forma diferente do estado gasoso. Cientistas o batizaram de quarto estado físico da matéria. Na composição das estrelas, do cosmo, podemos encontrar matéria nesse estado.

Não é preciso ir ao espaço para ver de perto, podemos encontrar substâncias no estado físico de plasma em nossa própria casa, um exemplo é o material presente no interior das lâmpadas incandescentes (lâmpadas de Tungstênio).

Retomando as propriedades físicas do fogo, como sabemos, trata-se de uma energia liberada pela reação de oxidação entre um combustível e um comburente, dando origem às reações de combustão. Se você reparar nas chamas produzidas durante o processo, vai notar a presença da coloração azul e vermelha.

Essa foi a questão que deu espaço para a suposição de que no fogo poderíamos encontrar matéria em dois estados físicos: a chama vermelha estaria no estado gasoso e a azul no estado de plasma. Mas como já vimos, o fogo é energia e não se encaixa nessa classificação.

A diferença na coloração implica na intensidade da chama, as chamas azuis são mais quentes, podemos conferir esta propriedade no fogão da nossa cozinha: a chama produzida tem coloração azul.

https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/o-fogo-possui-estado-fisico.htm