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Música Medieval

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Mensagem por Arcano 16/4/2020, 02:09

Na música, muitas vezes uma obra era atribuída a alguém, mesmo que esse só tivesse composto uma voz ou uma cláusula, por exemplo.
Não havia um pensamento como o atual, de que uma obra deve ser preservada como seu original, mas a obra sacro-erudita tinha uma finalidade maior de servir a Deus, logo, o autor, ou o meio que Deus usou para concretizá-la era menos importante.
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Mensagem por Fabiano Venâncio 10/7/2021, 04:55

Olá para todos!
Gostaria de informações sobre Hildegard von Bingen (acho que é assim que se escreve).
Gostaria de contar com vossa ajuda.
Muito obrigado.
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Mensagem por Euterpe 10/7/2021, 06:27

Ela nasceu em 999, e era a abadessa do convento de Bingen na Alemanha. Ela era também uma mulher muito culta, avançada para a época. Era compositora, médica, cientista, etc. A maior parte de suas composições são para vozes femininas. São músicas litúrgicas, mas algumas não se aplicam à liturgia normal da igreja (como uma peça que mostra o confronto entre uma religiosa e o diabo). Tem coisas bem legais, algumas cansam em função de serem "meditativas" (várias estrofes de texto com a mesma melodia).
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Mensagem por Marco Polo 26/11/2021, 00:13

Eu estava pesquisando sobre o Trovadorismo e li sobre a cantiga de escárnio e a cantiga do mal dizer. Na cantiga de escárnio, o eu-lírico faz uma sátira a alguma pessoa. Essa sátira era indireta, cheia de duplos sentidos. As cantigas de escárnio (ou "de escarnho", na grafia da época) definem-se, pois, como sendo aquelas feitas pelos trovadores para dizer mal de alguém, por meio de ambiguidades, trocadilhos e jogos semânticos, num processo que os trovadores chamavam "equívoco". O cômico que caracteriza essas cantigas é predominantemente verbal, dependente, portanto, do emprego de recursos retóricos. A cantiga de escárnio exigindo unicamente a alusão indireta e velada, para que o destinatário não seja reconhecido, estimula a imaginação do poeta e sugere-lhe uma expressão irônica, embora, por vezes, bastante mordaz. E já na A Cantiga de Maldizer, ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer traz uma sátira direta e sem duplos sentidos. É comum a agressão verbal à pessoa satirizada, e muitas vezes, são utilizados até palavrões. O nome da pessoa satirizada pode ou não ser revelado. E a minha pergunta é o seguinte, aquele estilo musical feitos pelos repentistas nordetinos tem uma certa relação com o trovadorismo? Eu estou falando isso pois sei que aquele ritmo dos repentistas surgiu também na mesma época que o trovadorismo e também surgiu na mesma região que é Provence (na França).
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Mensagem por Senhor Galandum 7/12/2022, 21:44

Isso me faz relembrar os estudos que fiz de música antiga: notação diastemática, guidoniana, gregoriana; neumas, anthens, ars nova, madrigali, etc...

Leoninus e Perotinus, músicos da ars antiqua são dois pilares da Escola de Notre Dame. Leoninus (ou Leonin) foi o célebre autor do "Magnus Liber Organi de Graduali et de Antiphonario", coleção esta de 90 organi para duas vozes. Menciono de tabela as Escolas de Franco e Escola de Petrus de Cruce (metade e fim do século XII, respectivamente).

Interessante notar que Perotinus (ou Perotin) aumentou o número de vozes do organum, acrescentando a terceira e quarta parte (organum triplum e quadruplum) e escreveu mais de 500 clausulae, predecessores do Motete muito usado pelos compositores entre 1250 e 1300.
Ficaria uma hora escrevendo sobre isso (porque gosto bastante deste assunto), mas deixo aos Mestres do Conhecimento complementarem...
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Mensagem por Senhor Galandum 7/12/2022, 21:49

Quanto aos compositores do inicio da Idade Media, Leonin e Perotin foram os mais importantes no sentido histórico e até; mesmo revolucionário.
Em Notre Dame, esses padres revolucionaram a música criando a polifonia.

Missas e composições religiosas eram sempre cantadas em uníssono, mas como padres são conhecidos por seus atributos religiosos e não musicais, reza a lenda que em varias ocasiões eles cantavam em quintas, oitavas e quartas - Mas pensavam que estavam cantando em uníssono. Eu como péssimo cantor, posso atestar a veracidade desse fato. Enfim, compositores da época notaram as sonoridades "interessantes" dos corais de padres, e Leonin foi um dos compositores que revolucionaram o ORGANUM.
Depois Perotin veio e acrescentou vozes chegando a 4 partes distintas. Daí em diante o pessoal se animou e a musica sacra foi ficando mais e mais complexa, chegando ao absurdo de composições para 20 ou mais partes diferentes, em línguas diferentes!!!

A Igreja resolveu acabar com a farra e banir polifonia do serviço religioso, mas Palestrina salvou a pátria. Daí em diante o Barroco chegou e o resto é historia...
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Mensagem por Senhor Galandum 7/12/2022, 21:52

Gravação recomendada:

Sacred Music from Notre-Dame Cathedral
LÉONIN (c.1163-1190) Viderunt Omnes
PEROTIN (c. 1180-1225) Beata Viscera; Sederunt Omnes;
ANON: Plainchant: Viderunt Omnes; Motet on Dominus; Vetus abit littera
SCOLICA ENCHIRIADIS: Non Nobis Domine
Joanna Forbes (soprano)
Rebecca Hickey (soprano)
Kathryn Oswald (contralto)
Alexander L'Estrange (counter-tenor)
Richard Eteson (tenor)
Alexander Hickey (tenor)
Timothy Watson (tenor)
Francis Brett (bass)
Tonus Peregrinus/Antony Pitts
rec. Chancelade Abbey, Dordogne, France, 5-9 Jan 2004. DDD
NAXOS 8.557340 [70.04]

Música Medieval - Página 3 B0009SQC8W.03.MZZZZZZZ
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Mensagem por Masery 6/7/2023, 06:11

Escrevi recentemente um artigo sobre este assunto. Estou contente por ter encontrado um serviço que me ajudou nesta questão. Foi de alta qualidade e económico

Masery

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Mensagem por Senhor Galandum 30/12/2023, 14:13

Lamento di Tristano

O Lamento de Tristão é uma dança bipartida (estampie) do século XIV, de um autor anônimo presumivelmente italiano, que faz parte do Manuscrito de Londres. A primeira parte tem um ritmo cantabile, a segunda parte chamada La Rotta, é uma variação animada que se tornou muito popular e ainda hoje é frequentemente executada com instrumentos de época.
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Mensagem por Senhor Galandum 30/12/2023, 14:18

É interessante ressaltar alguns nomes de obras virtuosísticas do repertório italiano medieval:

Belicha (A mulher guerreira)
Parlamento (Conversa)
Tre fontane (Três fontes)
Ghaetta (A mulher alegre)
In pro (Por favor)
Principio di virtu (Princípio de virtude)
Chominciamento di gioia (Início da alegria)
La manfredina
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Mensagem por Lobo do Leste 8/2/2024, 00:06

Sobre
Tovadorismo

O trovadorismo é a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Seu surgimento ocorre no mesmo período em que Portugal começa a se despontar como nação livre, no século XII; porém, as suas origens dão-se na Provença, de onde vai se espalhar por praticamente toda a Europa. Apesar disso a lírica medieval galego-portuguesa vai possuir características próprias e um grande productividade e número considerável de autores conservados

As Origens do Trovadorismo Galego-Português

A mais antiga manifestação literária galego-portuguesa que se tem notícia é a "Cantiga da Ribeirinha", também chamada de "Cantiga da Garvaia", composta por Paio Soares de Taveirós provavelmente no ano de 1189 (ou 1198, há rasuras na datação).
Por essa cantiga ser a mais antiga registrada, convem-se datar daí o início do Lírica medieval galego-portuguesa. Ela se estende até o ano de 1418, quando se inicia o Quinhentismo em Portugal e na Galiza se inicam os chamados Séculos Escuros.
Trovadores eram aqueles que compunham as poesias e as melodias que as acompanhavam, e cantigas são as poesias cantadas. Quem tocava e cantava as poesias recebia o nome de Jogral (normalmente o Jogral era o próprio trovador).
As cantigas eram manuscritas e colecionadas nos chamados Cancioneiros (eram livros antigos, que reuniam grande número de trovas). São conhecidos três Cancioneiros: o "Cancioneiro da Ajuda", o "Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa" e o "Cancioneiro da Vaticana".
Os Tipos de Cantigas
Dentro do Trovadorismo galego-português, as cantigas costumam ser divididas em:
a) Líricas: Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo 
b) Satíricas: Cantigas de Escárnio e Cantigas de Maldizer A cantiga mais antiga é a da Ribeirinha,
A Cantiga de Amor
Neste tipo de cantiga, o eu-lírico é masculino, e ele sempre canta as qualidades de seu amor, à quem ele trata como superior, para ele:
ela é a suserana 
ele é o vassalo
reproduzindo, portanto, o sistema hierárquico feudal.
Ele canta a dor de amar e não ser correspondido (chamada de coita), e é a sua amada a quem ele se submete, e "presta serviço", e, por isso, espera benefício (escrito ben nas trovas).
A Cantiga de Amigo
Este tipo de cantiga não surgiu em Provença como as outras, teve suas origens na Península Ibérica. Nela, o eu-lírico é uma mulher (isso não quer dizer que quem a compunha era mulher), que canta seu amor pelo amigo (amigo = namorado) e se encontra acompanhada de sua mãe e amigas.
Normalmente, ela lamenta nas cantigas a ausência do amado. Outra diferença da cantiga de amor, é que nela não há a relação Suserano x Vassalo, ela é uma mulher do povo.
A Cantiga de Escárnio
Na cantiga de escárnio, o eu-lírico faz uma sátira:
1º a alguma pessoa;
2º de forma indireta;
3º cheia de duplos sentidos;
4º o nome da pessoa satirizada não é revelado.
A Cantiga de Maldizer
Ao contrário da cantiga de escárnio, a cantiga de maldizer traz:
1º uma sátira direta e sem duplos sentidos;
2º é comum a agressão verbal à pessoa satirizada;
3º e muitas vezes são utilizados palavrões;
4º o nome da pessoa satirizada pode ou não ser revelado.
Trovadores
Na lírica galego-portuguesa destacam-se:
- Dom Dinis
- Dom Duarte
- João Garcia de Guilhade
- Paio Soares de Taveirós
- Meendinho
- Martim Codax
Trovadorismo (Portugal:1189/1198-1418)
Período compreendido entre os séculos XII e XV correspondente à Idade Média, caracterizado por um sistema social denominado feudalismo.
Três camadas rigidamente distintas marcam a hierarquia da sociedade feudal:
Nobreza - detinha o poder sobre as terras e as pessoas que nela trabalhavam (vassalagem)
Clero - extremamente rico, graças à posse de grandes extensões territoriais
Povo - classe numericamente maior porém politicamente a menos importante
Os senhores feudais (nobres) eram proprietários dos feudos, aldeias circundadas por terras cultiváveis; nessas terras o povo trabalhava.
A terra era o índice da fortuna de um homem e era disputada constantemente através de guerras.
Para se defender os nobres contratavam guerreiros, formando espécie de exercito, que eram pagos em terra.
Dessa troca, surge a figura do vassalo, homem que, ao receber o feudo, jurava fidelidade e serviço ao seu senhor e essa relação denominas-se vassalagem.
A possibilidade de passagem de uma classe para outra era praticamente impossível, pois qualquer tentativa nesse sentido eqüivalia a contrariar a vontade de Deus.
A figura de Deus domina toda a cultura da época, gerando uma visão de mundo baseada no teocentrismo, ou seja, Deus como o centro do Universo.
A Igreja medieval exprimia o modo de pensar da classe dominante e se baseava na idéia de que a natureza humana é apenas uma expressão da vontade divina.
A autoridade da Igreja, dominando a cultura medieval, levou a uma concepção de mundo segundo a qual todas as coisas terrenas estão ligadas ao mundo divino.
O homem é colocado num plano subalterno, sendo a salvação da alma sua preocupação básica.
O poeta da época era chamado trovador e as poesias eram feitas para serem cantadas, e por isso chamadas de cantigas.
Haviam dois tipos:
a) lirico-amorosa: cantiga de amor e cantiga de amigo
b) satírica: cantiga de escárnio e cantiga de maldizer
Uma cantiga, que ficou conhecida como "A Ribeirinha", escrita por Paio Soares de Taveiros dedicada a Maria Pais Ribeiro, escrito em 1198, é o mais antigo documento escrito em língua portuguesa.
O fim desse período é didaticamente determinado pela data de 1418, ano em que Dom Duarte nomeou Fernão Lopes como conservador do arquivo do Reino (Guarda-Mor da Torre do Tombo).
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Mensagem por Lobo do Leste 8/2/2024, 00:07

Sobre
Paio Soares de Taveirós
 

Paio Soares Taveiroos
 (ou Taveirós) foi um trovador da primeira metade do século XIII, de origem da pequena nobreza galega.
Foi o autor da célebre Cantiga da garvaia, durante muito tempo considerada a primeira obra poética em língua galaico-portuguesa. É uma cantiga de amor plena de ironia, e por isso atualmente considerada por diversos autores como uma cantiga satírica.
Mesmo perdendo o seu estatuto de mais antiga cantiga conhecida, em favor de uma outra do trovador João Soares de Pávia, continua no entanto a desafiar a imaginação dos críticos, ainda em desacordo quanto ao seu real sentido, e nomeadamente no que diz respeito à personagem a quem é dirigida: uma filha de D. Pai Moniz, por muito tempo identificada como D. Maria Pais Ribeiro, a célebre Ribeirinha, amante do rei português D. Sancho I.
A constatação da existência, na época, de várias personalidades chamadas Pai Moniz, ou Paio Moniz, bem como a origem galega de Paio Soares, parecem, no entanto, contrariar esta hipótese, hoje muito discutível.
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