O Nome da Rosa
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Re: O Nome da Rosa
Qualquer semelhança com frei Guilherme de Baskerville não é mera coincidência.
Esse franciscano (Ockham) foi muito importante para o desenvolvimento da lógica e das ciências exatas, que foram muito ajudadas por uma teoria sua chamada "Navalha de Ockham", na qual é escolhida a causa mais simples dentre várias concausas de um problema.
O próprio frei Guilherme em ''O nome da rosa'' usa essa teoria para desvendar o segredo de Venâncio.
Esse franciscano (Ockham) foi muito importante para o desenvolvimento da lógica e das ciências exatas, que foram muito ajudadas por uma teoria sua chamada "Navalha de Ockham", na qual é escolhida a causa mais simples dentre várias concausas de um problema.
O próprio frei Guilherme em ''O nome da rosa'' usa essa teoria para desvendar o segredo de Venâncio.
Giordano Bruno- Mensagens : 183
Re: O Nome da Rosa
Qual o nome da rosa?
Qual o nome da moça com quem Adso teve sua primeira e última relação amorosa?
Qual o nome da moça com quem Adso teve sua primeira e última relação amorosa?
Art3mis- Mensagens : 188
Re: O Nome da Rosa
hehe
Você não prestou atenção no sonho que ele teve, descrito no livro...
Você não prestou atenção no sonho que ele teve, descrito no livro...
Martinho Lutero- Mensagens : 186
Re: O Nome da Rosa
Acabando com o mistério, eis o Nome da Rosa
Sexto Dia
Terça
Onde Adso, escutando o Dies irae, tem um sonho ou visão como se queira dizer.
(...)
"E uns serviam mal, uns bebiam bem, uns morriam rindo e uns riam morrendo, uns traziam ampolas e uns bebiam nos copos dos outros. SUSANA gritava que nunca daria seu belo corpo branco ao despenseiro e a Salvatore por um mísero coração de boi..."
Como se sabe, a moça fora encontrada com um coração de boi e suspeitava-se que ela tinha sido trazida do vilarejo para satisfazer os interesses do despenseiro...
Primeira e última vez que o nome aparece no livro. Eco faz o leitor ficar no lugar de Adso, que dispõe de tudo em sua frente mas não capta o sentido das coisas, nem de seus sonhos.
Sexto Dia
Terça
Onde Adso, escutando o Dies irae, tem um sonho ou visão como se queira dizer.
(...)
"E uns serviam mal, uns bebiam bem, uns morriam rindo e uns riam morrendo, uns traziam ampolas e uns bebiam nos copos dos outros. SUSANA gritava que nunca daria seu belo corpo branco ao despenseiro e a Salvatore por um mísero coração de boi..."
Como se sabe, a moça fora encontrada com um coração de boi e suspeitava-se que ela tinha sido trazida do vilarejo para satisfazer os interesses do despenseiro...
Primeira e última vez que o nome aparece no livro. Eco faz o leitor ficar no lugar de Adso, que dispõe de tudo em sua frente mas não capta o sentido das coisas, nem de seus sonhos.
Martinho Lutero- Mensagens : 186
Re: O Nome da Rosa
Permita-me discordar.
Se não me engano, esse sonho Adson teve num momento no qual sua mente estava um pouco "perturbada", confusa, com todos os estranhos acontecimentos aos quais ele estava presenciando. Por isso, o sonho foi muito igualmente muito confuso, e, fica claro, que ele mistura muitas coisas que o personagem vinha vivenciando e que já havia vivenciado, durante sua passagem no mosteiro e por toda sua vida.
Leia atentamente a parte em que Guilherme lhe ajuda a interpretar o sonho. Na verdade, Adson havia sonhado com uma espécie de Santa-Ceia às avessas, se é que é possível dizer isso. E pena eu não ter a citação aqui para lhe esclarecer.
Ou seja, com isso, acredito que sua tese não se solidifica, já que Susana, como todos sabem, é um nome bíblico, e pode ter aparecido no sonho de Adson, assim como todas as outras coisas, graças a grande confusão que se formara em sua mente jovem.
E um conselho: Não se apegue muito a questão do nome da moça. Veja o nome da rosa como uma metáfora muito maior, que ajuda a decifrar essa obra e, ao mesmo tempo, a deixá-la mais misteriosa ainda.
Forte abraço!
Se não me engano, esse sonho Adson teve num momento no qual sua mente estava um pouco "perturbada", confusa, com todos os estranhos acontecimentos aos quais ele estava presenciando. Por isso, o sonho foi muito igualmente muito confuso, e, fica claro, que ele mistura muitas coisas que o personagem vinha vivenciando e que já havia vivenciado, durante sua passagem no mosteiro e por toda sua vida.
Leia atentamente a parte em que Guilherme lhe ajuda a interpretar o sonho. Na verdade, Adson havia sonhado com uma espécie de Santa-Ceia às avessas, se é que é possível dizer isso. E pena eu não ter a citação aqui para lhe esclarecer.
Ou seja, com isso, acredito que sua tese não se solidifica, já que Susana, como todos sabem, é um nome bíblico, e pode ter aparecido no sonho de Adson, assim como todas as outras coisas, graças a grande confusão que se formara em sua mente jovem.
E um conselho: Não se apegue muito a questão do nome da moça. Veja o nome da rosa como uma metáfora muito maior, que ajuda a decifrar essa obra e, ao mesmo tempo, a deixá-la mais misteriosa ainda.
Forte abraço!
Ivanhoe- Mensagens : 128
Re: O Nome da Rosa
O Ivanhoe está correto.
O Umberto Eco fez uma metáfora bem bacana. Tal como nós estamos aqui loucos em busca "do nome da rosa", assim está o homem eternamente em busca de respostas para seus questionamentos. Essa busca não para nunca. O nome da rosa de fato não interessa. Ele não é o fim. O corpo de conhecimento formado a partir desta busca é que é importante. Ele cresce sempre, por isso sempre buscamos mais.
O Umberto Eco fez uma metáfora bem bacana. Tal como nós estamos aqui loucos em busca "do nome da rosa", assim está o homem eternamente em busca de respostas para seus questionamentos. Essa busca não para nunca. O nome da rosa de fato não interessa. Ele não é o fim. O corpo de conhecimento formado a partir desta busca é que é importante. Ele cresce sempre, por isso sempre buscamos mais.
Conde de Monte Cristo- Mensagens : 226
Re: O Nome da Rosa
Na verdade a palavra ''rosa'' do título do filme/romance carrega em si tantas significações que acaba por não ter significação nenhuma.
Monalisa- Mensagens : 121
Re: O Nome da Rosa
Tem razão!
E eu adoro esta sua interpretação. É a que carrego comigo há um bom tempo!
Beijos!
E eu adoro esta sua interpretação. É a que carrego comigo há um bom tempo!
Beijos!
Norman, o herege- Mensagens : 155
Re: O Nome da Rosa
Se não me engano, tem essa frase no final do filme:
"Permanece, pois o nome da rosa, sem a qual não existiremos".
É mais ou menos isso!
Na verdade, a rosa seria o AMOR, não somente pela garota a qual ele se relaciona, mas o amor por qualquer coisa, sem essa ''força''’ que nos impulsiona a vida, não existiríamos, não teríamos motivo para isso!!!
Bom...essa é a minha opinião!!!
"Permanece, pois o nome da rosa, sem a qual não existiremos".
É mais ou menos isso!
Na verdade, a rosa seria o AMOR, não somente pela garota a qual ele se relaciona, mas o amor por qualquer coisa, sem essa ''força''’ que nos impulsiona a vida, não existiríamos, não teríamos motivo para isso!!!
Bom...essa é a minha opinião!!!
Art3mis- Mensagens : 188
Re: O Nome da Rosa
Stat rosa pristina nomine...
Nomina nuda tenemur
(Permanece a rosa antiga pelo Nome. Temos apenas o vazio dos nomes).
O nome da rosa tem motivo filosófico.
A obra de Umberto Eco aponta duas tendências filosóficas diametralmente opostas, que se combatem e ao mesmo tempo se atraem.
No livro ele dizia, "como se cada buscasse o aplauso do outro", e os dois eram inimigos, e ao mesmo tempo se admiravam.
Guilherme (William) de Baskerville simboliza a filosofia nominalista, que deu origem a maioria das pseudofilosofias de hoje, como o ceticismo, o relativismo, o marxismo.
O monge cego (Jorge de Burgos) simboliza a filosofia neoplatônica (gnóstica), que Umberto Eco lança como se fosse a filosofia católica, que não aparece nem no livro, nem no filme.
A filosofia católica é aristotélica-tomista.
Estas escolas apareceram na ordem:
1 - Neoplatônica (até o século XI);
2 - Aristotélico-tomista (século XII e XIII);
3 - Nominalista (meados do século XIII);
Surgiu um problema filosófico: a questão dos universais, que geralmente se estuda em Lógica.
A questão é: o universal existe?
Os neoplatônicos afirmam que existe apenas no reino das ideias, de forma divina. Para eles, bom é o ideal, e o que existe na realidade material é deficiente. Levando às últimas consequências, acabam odiando a matéria. Foi a posição de Jorge de Burgos, o velho cego.
A posição nominalista do frei de Baskerville diz que a ideia é bobagem, e apenas o material vale. Então despreza o universal e endeusa o palpável, o concreto. Caindo no extremo da valorização da matéria, chega ao panteísmo. É o sistema-raiz de todas as filosofias ateias, cientificistas e materialistas que conhecemos.
Permanece a rosa antiga pelo nome. Para os neoplatônicos, nome significa o ideal, o divino, então, "temos apenas o vazio dos nomes" seria neste sentido.
Para os nominalistas, nome significa apenas algo vago. O vazio dos nomes significa nada.
Existem duas interpretações porque Eco é semiótico.
Nomina nuda tenemur
(Permanece a rosa antiga pelo Nome. Temos apenas o vazio dos nomes).
O nome da rosa tem motivo filosófico.
A obra de Umberto Eco aponta duas tendências filosóficas diametralmente opostas, que se combatem e ao mesmo tempo se atraem.
No livro ele dizia, "como se cada buscasse o aplauso do outro", e os dois eram inimigos, e ao mesmo tempo se admiravam.
Guilherme (William) de Baskerville simboliza a filosofia nominalista, que deu origem a maioria das pseudofilosofias de hoje, como o ceticismo, o relativismo, o marxismo.
O monge cego (Jorge de Burgos) simboliza a filosofia neoplatônica (gnóstica), que Umberto Eco lança como se fosse a filosofia católica, que não aparece nem no livro, nem no filme.
A filosofia católica é aristotélica-tomista.
Estas escolas apareceram na ordem:
1 - Neoplatônica (até o século XI);
2 - Aristotélico-tomista (século XII e XIII);
3 - Nominalista (meados do século XIII);
Surgiu um problema filosófico: a questão dos universais, que geralmente se estuda em Lógica.
A questão é: o universal existe?
Os neoplatônicos afirmam que existe apenas no reino das ideias, de forma divina. Para eles, bom é o ideal, e o que existe na realidade material é deficiente. Levando às últimas consequências, acabam odiando a matéria. Foi a posição de Jorge de Burgos, o velho cego.
A posição nominalista do frei de Baskerville diz que a ideia é bobagem, e apenas o material vale. Então despreza o universal e endeusa o palpável, o concreto. Caindo no extremo da valorização da matéria, chega ao panteísmo. É o sistema-raiz de todas as filosofias ateias, cientificistas e materialistas que conhecemos.
Permanece a rosa antiga pelo nome. Para os neoplatônicos, nome significa o ideal, o divino, então, "temos apenas o vazio dos nomes" seria neste sentido.
Para os nominalistas, nome significa apenas algo vago. O vazio dos nomes significa nada.
Existem duas interpretações porque Eco é semiótico.
William de Baskerville- Mensagens : 397
Re: O Nome da Rosa
Os crimes se irradiam a partir da biblioteca do mosteiro - a maior biblioteca do mundo cristão, cuja riqueza ajuda a explicar o título do romance, O NOME DA ROSA (Expressão utilizada na idade média para denotar o infinito poder das palavras).
Gárgula- Mensagens : 175
Re: O Nome da Rosa
Adso (Christian Slater) não teve aquele relacionamento sexual com aquela mulher que catava lixo??? Então... durante o filme todo não se soube a identidade dela...E vc pode perceber que no final, quando Adso relata alguma coisa a respeito dela, percebe-se que ele acabou por se apaixonar por ela sem procurar saber seu nome...daí o motivo: O NOME DA ROSA.
Lilith- Mensagens : 217
Re: O Nome da Rosa
Também creio que seja a garota, se não me engano no fim do livro ele relaciona isso.
Quando Adso estava cometendo seu 'pecado carnal' com a mulher, mencionou que ela tinha a pele como a de uma ROSA!
Depois no fim mencionou que nunca soube o nome dela. Aí fica a incógnita 'o nome da rosa'.
Quando Adso estava cometendo seu 'pecado carnal' com a mulher, mencionou que ela tinha a pele como a de uma ROSA!
Depois no fim mencionou que nunca soube o nome dela. Aí fica a incógnita 'o nome da rosa'.
Legolas- Mensagens : 348
Re: O Nome da Rosa
O nome da rosa, devido ao poder das palavras!
Aliás, a história reúne muitos outros enigmas interessantes.
O personagem Guilherme de Baskerville é baseado num filosofo medieval também chamado Guilherme!
Um prato cheio!
Aliás, a história reúne muitos outros enigmas interessantes.
O personagem Guilherme de Baskerville é baseado num filosofo medieval também chamado Guilherme!
Um prato cheio!
Eugene Hector- Mensagens : 147
Re: O Nome da Rosa
A história da mulher que "pecou" junto com Adso vem para reforçar o tema da trama. Mas não foi isso que deu origem ao nome do filme.
Um abraço!
Um abraço!
Eugene Hector- Mensagens : 147
Re: O Nome da Rosa
A garota não teve importância? (ahm? Era só pra encher linguiça?)
O Livro de Aristóteles também não tem?
Na verdade a história também não tem então?
O que é história?
Pode ser resumida em um parágrafo? O título pode ter causa única?
Ahm?
O Livro de Aristóteles também não tem?
Na verdade a história também não tem então?
O que é história?
Pode ser resumida em um parágrafo? O título pode ter causa única?
Ahm?
kbr- Mensagens : 131
Re: O Nome da Rosa
Bem, segundo algumas leituras este título foi inspirado em um discurso de Aristóteles e hoje é conhecido como "Nominalismo" (algo como "dar nome aos bois").
Todos sabemos o que é uma rosa. Se eu pedir para vocês imaginarem uma rosa, conseguirão fazê-lo sem esforço algum. Agora o que aconteceria se todas as rosas do mundo acabassem? Restaria apenas "O Nome da Rosa", ou seja, o conceito do que é uma rosa.
Neste filme temos a cena em que a biblioteca está em chamas. O que se pretendia? Acabar com os livros que representavam algum perigo, naquela época, à Igreja (segundo concepção de alguns monges).
Porém, ao acabar com os livros, o que restou? O conhecimento acerca dos fatos a que os livros se referiam.
Daí o título "O Nome da Rosa", pois o que realmente importa é o significado, aquilo que conseguimos reter de conhecimento acerca das coisas que nos cercam.
Espero ter ajudado mais que confundido.
Todos sabemos o que é uma rosa. Se eu pedir para vocês imaginarem uma rosa, conseguirão fazê-lo sem esforço algum. Agora o que aconteceria se todas as rosas do mundo acabassem? Restaria apenas "O Nome da Rosa", ou seja, o conceito do que é uma rosa.
Neste filme temos a cena em que a biblioteca está em chamas. O que se pretendia? Acabar com os livros que representavam algum perigo, naquela época, à Igreja (segundo concepção de alguns monges).
Porém, ao acabar com os livros, o que restou? O conhecimento acerca dos fatos a que os livros se referiam.
Daí o título "O Nome da Rosa", pois o que realmente importa é o significado, aquilo que conseguimos reter de conhecimento acerca das coisas que nos cercam.
Espero ter ajudado mais que confundido.
Freud explica- Mensagens : 184
Re: O Nome da Rosa
Creio ser super delicado tentar atribuir um significado ao título de uma obra em que o próprio autor bateu o pé na escolha (era para se chamar ''A Abadia do Crime''). Eco, mesmo em seu pós-escrito, alerta para a preocupação que tinha com a escolha do título, chegando a dizer que se pudesse escolher não TERIA feito. "Um título não deve disciplinar as ideias e sim confundi-las", com essa afirmação do próprio autor, também extraída do pós-escrito, fica claro que seria um erro tentar definir o título da obra.
Na verdade o que Eco menos queria era atribuir interpretações através do título, daí a genialidade deste. "Uma rosa tem tantos significados que quase não tem mais nenhum".
Na verdade o que Eco menos queria era atribuir interpretações através do título, daí a genialidade deste. "Uma rosa tem tantos significados que quase não tem mais nenhum".
Zardoz, o Mágico- Mensagens : 138
Re: O Nome da Rosa
A rosa antiga permanece...
Acabei de assistir mais uma vez. Não lembro direito, mas talvez seja a oitava vez que vejo esse filme. E posso dizer: a emoção continua renovada. A cada leitura, descubro uma rosa diferente, singular.
Bom, mas deixando a suspeita de lado, vou contribuir com o tópico. Alguém aí sabia que o hexâmetro que deu origem ao título da obra na verdade refere-se ao nome de Roma?
Já pararam pra pensar nas leituras diferentes que o título evocaria?
Acabei de assistir mais uma vez. Não lembro direito, mas talvez seja a oitava vez que vejo esse filme. E posso dizer: a emoção continua renovada. A cada leitura, descubro uma rosa diferente, singular.
Bom, mas deixando a suspeita de lado, vou contribuir com o tópico. Alguém aí sabia que o hexâmetro que deu origem ao título da obra na verdade refere-se ao nome de Roma?
Já pararam pra pensar nas leituras diferentes que o título evocaria?
Zardoz, o Mágico- Mensagens : 138
Re: O Nome da Rosa
Já assisti o filme 4 vezes em uma semana... E mesmo assim não consigo encontrar uma resposta fiel para o título do filme/livro.
Reflitam!! Por que no filme não pode ter todos esses indícios? Pode ser o da mulher ao sentido filosófico. E se Eco quis colocar várias passagens que indicassem o título dado? É como se o autor mostrasse: "Por isso que coloquei esse título", "por aquilo", "por aquela coisa também" e por aí vai... kkkkkk
Caros colegas do fórum... Eu acho que o autor não daria de bandeja o porquê do título. Ele talvez tenha colocado várias passagens para identificar sua escolha, e com isso abrir discussões (como essa). Ou, ainda, confundir todos.
Eu lembro a vocês um livro maravilhoso (opinião própria) de autor bastante conhecido: "Dom Casmurro" de Machado de Assis, e tento fazer uma comparação. Em "Dom Casmurro", Machado de Assis não deixa claro se Capitu traiu ou não Bentinho. Mas ao desenrolar da trama, o autor confunde o leitor com passagens que levam a pensar na traição ou na não traição (aconselho esse livro pra quem ainda não o leu).
Enfim, eu aceito todas as opiniões, pois acho que todas estão contidas no filme. Porém, tenho aquela que mais me chama a atenção.
Reflitam!! Por que no filme não pode ter todos esses indícios? Pode ser o da mulher ao sentido filosófico. E se Eco quis colocar várias passagens que indicassem o título dado? É como se o autor mostrasse: "Por isso que coloquei esse título", "por aquilo", "por aquela coisa também" e por aí vai... kkkkkk
Caros colegas do fórum... Eu acho que o autor não daria de bandeja o porquê do título. Ele talvez tenha colocado várias passagens para identificar sua escolha, e com isso abrir discussões (como essa). Ou, ainda, confundir todos.
Eu lembro a vocês um livro maravilhoso (opinião própria) de autor bastante conhecido: "Dom Casmurro" de Machado de Assis, e tento fazer uma comparação. Em "Dom Casmurro", Machado de Assis não deixa claro se Capitu traiu ou não Bentinho. Mas ao desenrolar da trama, o autor confunde o leitor com passagens que levam a pensar na traição ou na não traição (aconselho esse livro pra quem ainda não o leu).
Enfim, eu aceito todas as opiniões, pois acho que todas estão contidas no filme. Porém, tenho aquela que mais me chama a atenção.
Aleister Crowley- Mensagens : 124
Re: O Nome da Rosa
No filme deram muito mais exposição à moça do que no livro. E aliás, o que ela fez para ter o seu nome no título? Nada!
O livro todo gira em torno de símbolos e não poderia ser diferente com o título, pois se nós olharmos a rosa de cima, as suas pétalas apontam para todas as direções, dando a ideia de desconhecido, e esse é o mote do livro, que tenta desvendar as mortes descobrindo o que se escondia na biblioteca.
O livro todo gira em torno de símbolos e não poderia ser diferente com o título, pois se nós olharmos a rosa de cima, as suas pétalas apontam para todas as direções, dando a ideia de desconhecido, e esse é o mote do livro, que tenta desvendar as mortes descobrindo o que se escondia na biblioteca.
Vlad Tepes III- Mensagens : 254
Re: O Nome da Rosa
Uma das melhores coisas desse livro é que ele pode ser engraçado, mas sem desviar da atmosfera.
Como na cena em que Guilherme (ou William) diz como que por acaso decifrou o enigma de Venâncio (pra mim ele fez isso para dar a entender que isso não foi nada para ele, a fim de deixar Adso impressionado), e quando o mostra a Adso ele diz desanimado que não chegaram a lugar nenhum. Então ele para e olha pra ele e diz (mais ou menos isso): "Eu, que sou um pobre monge franciscano com pouco conhecimento e habilidade graças ao supremo poder de Nosso Senhor Jesus Cristo, consigo, em poucas horas, decifrar um escrito que para o seu autor só seria entendido por ele mesmo e você biltre iletrado tem a coragem de me dizer que não chegamos a lugar nenhum?
Como na cena em que Guilherme (ou William) diz como que por acaso decifrou o enigma de Venâncio (pra mim ele fez isso para dar a entender que isso não foi nada para ele, a fim de deixar Adso impressionado), e quando o mostra a Adso ele diz desanimado que não chegaram a lugar nenhum. Então ele para e olha pra ele e diz (mais ou menos isso): "Eu, que sou um pobre monge franciscano com pouco conhecimento e habilidade graças ao supremo poder de Nosso Senhor Jesus Cristo, consigo, em poucas horas, decifrar um escrito que para o seu autor só seria entendido por ele mesmo e você biltre iletrado tem a coragem de me dizer que não chegamos a lugar nenhum?
Baphomet- Mensagens : 129
Re: O Nome da Rosa
Sim, a criação do personagem Frei William (Guilhermo, Guilherme) de Baskerville se deve ao fato do Eco ser um sherlockiano de carteirinha e o sobrenome Baskerville seja uma homenagem ao caso O Cão dos Baskerville.William de Baskerville escreveu:Bem...
William de Baskerville era um frade inglês. Aliás, quem já leu o Cão dos Baskervilles e viu o perfil físico do Sherlock Holmes (o olhar, o nariz, a estatura) vai ver que Umberto Eco literalmente plagiou o personagem de Conan Doyle. Guilherme é um plágio não só pela aparência, mas também por ser um investigador, como Sherlock Holmes.
Essa influência sherlockiana fica implícita já logo no início da obra, no episódio do cavalo Brunello.
Baphomet- Mensagens : 129
Re: O Nome da Rosa
Igreja pobre ou rica????
Uma das questões que são abordadas em torno dos assassinatos na abadia, é a discussão sobre como devem ser administradas as igrejas, no que diz respeito a suas posses. Qual a opinião dos colegas sobre esse assunto? E como esse assunto vem sendo tratado pelas igrejas (católicas, evangélicas, dos santos do últimos dias ...)?
Uma das questões que são abordadas em torno dos assassinatos na abadia, é a discussão sobre como devem ser administradas as igrejas, no que diz respeito a suas posses. Qual a opinião dos colegas sobre esse assunto? E como esse assunto vem sendo tratado pelas igrejas (católicas, evangélicas, dos santos do últimos dias ...)?
Baphomet- Mensagens : 129
Re: O Nome da Rosa
Igreja pobre ou rica?
Apresento-me: Parodiando o Adso, sou mau católico, impenitente e pecador. Adoro, o libro e o filme - Acho que apesar do nosso querido UE ser um anticlerical, para mim, o filme é altamente favorável à Igreja. Quase todos os personagens - o Venerável Jorge, Severino, Alinardo, Ubertino, Remigio e mesmo Bernardo Gui, a despeito de seus defeitos, tinham suas consciências ocupadas com valores morais e com a perdição ou a salvação. Vê-se claramente que a Idade Média não era uma idade de trevas como se diz.
Ao tema:
No meu entender é preciso antes de tudo ver uma coisa. O tema é claramente, no libro, sobre apenas uma igreja. A Igreja Católica, que estava em Avignon na época por que como diz o aforisma, "Onde está Pedro, está a Igreja''. Do ponto de vista filosófico e religioso a Igreja não poderia ser mais rica. Ela é a única obra visível de Jesus Cristo. Portanto, do ponto de vista material, nada mais correto e modesto do oferecer a esta instituição que representa um reino que não é deste mundo e seria merecedora de todo o resultado do trabalho dos homens de boa fé. Por mais rica que possa ser a Igreja materialmente, isto é uma miséria do que ela é merecedora.
No filme, a frase de que Cristo era pobre era questionável. Um carpinteiro é um profissional com um ofício, não é um mendigo nem um andarilho. Não era tão pobre. Quanto a Igreja, como já disse, deve ser o mais rica possível, uma vez que representa uma imensa riqueza espiritual.
No nosso mundo comum: Quando se diz que o Vaticano e a Igreja têm riquezas na verdade isto é uma pobreza de espírito, uma mesquinhez, uma vez que aqueles prédios e obras de arte são doações para Deus. Estas coisas do Vaticano matam a fome de Deus. Não matam a fome do mundo. Ninguém se alimenta comendo estátuas, quadros ou metais. No Brasil, curiosamente, não há Igreja mais abandonada, pelos seu fieis, a maioria nada doa, do que a Igreja Católica. No mundo, a chamada reforma e o iluminismo foram instrumentos de pura rapina e roubo da Igreja.
Apresento-me: Parodiando o Adso, sou mau católico, impenitente e pecador. Adoro, o libro e o filme - Acho que apesar do nosso querido UE ser um anticlerical, para mim, o filme é altamente favorável à Igreja. Quase todos os personagens - o Venerável Jorge, Severino, Alinardo, Ubertino, Remigio e mesmo Bernardo Gui, a despeito de seus defeitos, tinham suas consciências ocupadas com valores morais e com a perdição ou a salvação. Vê-se claramente que a Idade Média não era uma idade de trevas como se diz.
Ao tema:
No meu entender é preciso antes de tudo ver uma coisa. O tema é claramente, no libro, sobre apenas uma igreja. A Igreja Católica, que estava em Avignon na época por que como diz o aforisma, "Onde está Pedro, está a Igreja''. Do ponto de vista filosófico e religioso a Igreja não poderia ser mais rica. Ela é a única obra visível de Jesus Cristo. Portanto, do ponto de vista material, nada mais correto e modesto do oferecer a esta instituição que representa um reino que não é deste mundo e seria merecedora de todo o resultado do trabalho dos homens de boa fé. Por mais rica que possa ser a Igreja materialmente, isto é uma miséria do que ela é merecedora.
No filme, a frase de que Cristo era pobre era questionável. Um carpinteiro é um profissional com um ofício, não é um mendigo nem um andarilho. Não era tão pobre. Quanto a Igreja, como já disse, deve ser o mais rica possível, uma vez que representa uma imensa riqueza espiritual.
No nosso mundo comum: Quando se diz que o Vaticano e a Igreja têm riquezas na verdade isto é uma pobreza de espírito, uma mesquinhez, uma vez que aqueles prédios e obras de arte são doações para Deus. Estas coisas do Vaticano matam a fome de Deus. Não matam a fome do mundo. Ninguém se alimenta comendo estátuas, quadros ou metais. No Brasil, curiosamente, não há Igreja mais abandonada, pelos seu fieis, a maioria nada doa, do que a Igreja Católica. No mundo, a chamada reforma e o iluminismo foram instrumentos de pura rapina e roubo da Igreja.
Dante- Mensagens : 345
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