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Bucaneiros Corsários Piratas

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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:09

Uma consideração...

Observo que no século XVII ainda não se dominava totalmente a navegação em bases científicas e faltava o conhecimento da Longitude para dispor de uma perfeita localização de uma embarcação. Dessa forma desenvolveram-se os mapas com o maior detalhamento possível de formas a permitir que pela topografia e relevo da região se identificasse a localização em base da qual se estabelecia a Latitude. Observe que um erro de um grau poderia representar um desvio de 111 km, era portanto vital de que os mapas oferecessem informações que possibilitassem a um piloto de uma embarcação com destino a Recife, por exemplo, identificasse corretamente se estava no Rio Grande do Norte, ou em Alagoas. Ocorre que um erro de localização poderia determinar o fim dos alimentos e água transportada nas travessias oceânicas – com suas implicações. Adicionalmente as diversas regiões costeiras são sujeitas a regimes de ventos e correntes marinhas que igualmente deveriam ser conhecidas, bem como as características do relevo do leito do mar em determinadas regiões/localização, para um navio de madeira topar com bancos de corais ou enrocamentos normalmente era fatal.
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:10

Assim não obstante os mapas servissem para localizar/identificar os entrepostos comerciais, me parece que a maior finalidade tenha sido de apoio a navegação.
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Mensagem por Navegante 21/1/2024, 15:11

De fato. Realmente a criação dos mapas com tais recursos eram, e ainda são, bastante importantes.
Valeu pela informação.
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:14

Recomendo a você e aos demais amigos interessados em conhecer um pouco mais sobre a presença dos holandeses no Nordeste (1630-1654), que façam uma visita ao site do Diário de Pernambuco.
Há disponibilidade de artigos muito bons de autoria de Leonardo Dantas da Silva, que me parece o mais especializado escritor/historiador sobre o período holandês. Há também artigos de Evaldo Cabral de Mello, também um excelente historiador sobre o período e de José Antônio Gonsalves de Mello – e sem resistir ao oportuno trocadilho o maior escritor de todos os Tempos (dos flamengos) sobre o período holandês.

Um Abraço!
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:19

Os Holandeses no Brasil , 1587-1609

Embora eu não esteja convencido de que os holandeses invadiram o Nordeste Brasileiro exclusivamente pelo interesse sobre o açúcar brasileiro, no próximo post estarei incluindo um trecho de artigo que li recentemente que me pareceu interessante, peço desculpas pela tradução, meu inglês não é lá essas coisas... Rss!!!
Tenho uma tese de que primeiramente na tentativa e ocupação da Bahia (1624-1625), que resultou na expulsão e posteriormente na invasão/ocupação de Pernambuco e mais tarde de Sergipe ao Maranhão que se estendeu de 1630-1654, a intenção holandesa era de estabelecer uma cabeça-de-ponte e uma base de operações que lhes garantisse o domínio das navegações no Atlântico Sul. É óbvio que em se tratando de uma base auto-sustentável a situação seria ainda mais favorável.
Encontrei uns dois autores que também aventam essa possibilidade, mas nada de muito consistente nas fundamentações. Consulto se algum dos amigos deste fórum leu ou encontrou alguma matéria sobre esse assunto?
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:19

Os Holandeses no Brasil , 1587-1609

Não há nenhuma dúvida que excluindo a Europa, o Brasil oferecia as melhores oportunidades comerciais à Holanda. A redução de tonelagem entre os portos ibéricos era tal que, em 1585, Filipe II permitiu que embarcações holandesas a serviço de alguns comerciantes espanhóis, navegassem para o Brasil. Por volta de 1590, 14 navios holandeses navegaram para o Brasil, e deve também ter sido em torno desse ano, que ocorreram as primeiras viagens diretas entre os Países Baixos e o Brasil, retornando com madeira e açúcar brasileiros. Naturalmente estas viagens diretas de navios holandeses eram arriscadas, e por essa razão os capitães holandeses adotavam a prática de camuflar a verdadeira procedência, mediante a adoção de bandeiras de países e ou portos neutros tais como Emden e Hamburgo (den Boogaart: 76). A neutralidade destes portos alemães, tinha sido também um atrativo aos comerciantes protestantes e judeus de Antuérpia que tinham saído desta cidade após a tomada pelos espanhóis. Entretanto, durante os dez anos seguintes, alguns destes comerciantes refugiados mudaram-se para Amsterdã, onde as oportunidades de negócio pareciam melhores. A principal experiência destes ex-comerciantes portugueses, referia-se ao comércio do açúcar, e voltaram a se dedicar a este comércio algum tempo depois.
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:20

É oportuno recordar que as políticas anti-judaícas da inquisição portuguesa tinham conduzido os judeus, cripto-judeus e cristãos novos de Portugal a um êxodo, e que muitos destes tinham ido as ilhas atlânticas e ao Brasil e tinham-se especializado na produção e comércio do açúcar. Um dos membros fundadores da sinagoga portuguesa em Amsterdã, Jacob Lopes da Costa, obteve sua fortuna durante seu período da residência no Brasil como fazendeiro e como o proprietário de uma usina de açúcar. Um outro membro da comunidade de Sefaradins, Duarte Saraiva (1572-1650), era membro de abastada família de Pernambuco. Casou-se em Amsterdã em 1598, retornou ao Brasil em 1612, e retornou mais uma vez mais a Amsterdã durante a ocupação holandesa de Recife (1630-1654). Alguns membros da comunidade de Sefaradins tinham residido anteriormente em Hamburgo, em Portugal e em Veneza (Stols 1997: 119-147; den Boogaart: 76-78).
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:20

Por que a comunidade de Sefaradin parecia levar vantagem no comércio do açúcar? A explicação para essa posição dominante neste setor de comércio, pode ser encontrada nos arquivos de alguns tabeliões públicos em Amsterdã. Estes arquivos mostram como a rede comercial da família Sefaradim operava, conforme demonstrado por um contrato de carta patente, em que um comerciante sefaradim de Amsterdã era o fretador de um navio. De acordo com este contrato, o navio fretado devia deixar o porto de Danzig com grãos e navegar rumo à costa do sul da Espanha ou à costa norte de Marrocos, onde a grão devia ser descarregado. De lá, o navio prosseguiria para Tenerife ou a Cadiz e carregaria com vinho, que deveria ser transportado para a Bahia. Do Brasil, o navio seguiria então para Lisboa, carregado com açúcar. Na maioria dos portos mencionados, havia um membro da família ou um representante do comerciante de Amsterdã ali residindo, os representantes também podiam estar sendo compartilhados e mantidos nesses portos por diversas famílias de Sefaradins. No comércio do açúcar, as redes de família eram indispensáveis e esta é a explicação do porque os Sefaradins puderam permanecer no domínio das importações do açúcar em Amsterdã (Vlessing 1995: 225.231-233).
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:21

Os Sefaradins permaneceram como eixo no comércio do açúcar brasileiro do açúcar através de Lisboa porque o começo de carregamentos diretos entre Brasil e os Países Baixos foi abortado pelas represálias holandesas contra o embargo de 1598. Em 1599, os holandeses iniciaram uma série de expedições voltadas a perturbar os circuitos de comércio portugueses no Atlântico. As Ilhas Canárias foram atacados, São Tomé conquistado, e então perdido outra vez. Em 1604, uma outra frota holandesa foi enviada com o objetivo de prejudicar o comércio espanhol no Atlântico. Como contra medida, Filipe II da Espanha determinou a expulsão de todos os holandeses residentes no Brasil, mas deve-se questionar se essa medida tenha sido eficaz. Somente as redes Sefaradins atuantes no comércio do açúcar teriam competência e habilidade para lidar com todos estas dificuldades (Mauro 1984: 459; Israel 1990: 251,252).
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:21

Os Sefaradins mantiveram a Holanda envolvida com o açúcar. Durante a primeira década do século XVII o número de refinarias de açúcar cresceu rapidamente. Os judeus portugueses estavam muito conscientes, de se encontrarem numericamente inferiorizados nessa atividade econômica. De fato, ameaçaram sair de Holanda se as autoridades não lhes entregassem sob consignação o açúcar capturado de embarcações espanholas, portuguesas ou holandesas assumindo que estes últimos estavam ilegalmente negociando com o inimigo. Quando o governo dos Países Baixos propôs a concessão de um monopólio de comércio no Atlântico Ocidental a recentemente fundada Companhia Índias (WIC) em 1621, o Sefaradins de Amsterdã fizeram um apaixonado pleito para que lhes fosse permitido manter seu próprio nicho de comércio particular. O documento que começa com uma citação da salvaguarda de 1600 permitindo que os portugueses negociassem em com o Brasil via Portugal. Os judeus registraram que vinham conduzindo o comércio com o Brasil por aproximadamente quarenta anos, principalmente através dos portos portugueses de Viana e de Porto, como também Lisboa.” Durante estes 12 anos de paz, o comércio e o transporte aumentaram tão consideravelmente que mais de 10, 12 e mesmo 15 navios eram construídos neste país a cada ano. Aqueles navios trazidos aqui através de, Portugal, traziam anualmente de 40, 50 milhares de caixas do açúcar, assim como madeira, gengibre, algodão, couros e outros bens do Brasil”...
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:21

“Nós éramos assim, bem sucedidos que durante aquele período de 12 anos, atraímos todas as caravelas portuguesas que costumavam carregar açúcar para estas águas. Isto foi determinado pela capacidade de nossos navios de modo que nós pudéssemos atrair metade ou mesmo dois terços deste comércio por nós mesmos." "Construindo os navios estimulamos o emprego na construção naval e na navegação através da importação dos troncos para os mastros, que não eram disponíveis nos Países Baixos. O comércio do Brasil também estimulou a exportação das mercadorias holandesas. Mas o mais importante era o próprio comércio do açúcar. Que determinou o crescimento da quantidade de refinarias de açúcar em Amsterdã de três para vinte e cinco em vinte e cinco anos. Algumas das refinarias processam 1500 caixas de açúcar por ano e o produto refinado é exportado para outros países”. Ao final deste documento enfatizavam que “o comércio do Brasil era sua principal atividade comercial ultramarina, e não comércio com as Índias Orientais ou outras áreas." (Vlessing 1995: 231,232)
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:23

Qual foi o valor do comércio direto e indireto entre os Países Baixos e o Brasil durante a primeira década do século XVII ? Van den Boogaart calculou uma média anual entre de 3 e 6 milhão de guilders para o período de 1600 a 1624. Estas considerações nos permitem estimar que durante a primeira década de comércio o valor anual deveria estar era em torno do limite de 3 milhão de guilders (den Boogaart: 127).

O presente artigo é uma (péssima) tradução de um trecho da tese “The First Global War: The Dutch versus Iberia in Asia, Africa and the New World, 1590-1609” de autoria de Peter C. Emmer, Leiden University.
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:24

Bibliografia referida no texto (tb transcrita do artigo original)
ISRAEL, Jonathan I. Empires and Entrepots. The Dutch, The Spanish Monarchy and the Jews, 1585-1713 (London, 1990)
MAURO, F., “Political and Economic Structures of Empire, 1580-1750, Portugal and Brazil, 1580-1695” in L. Bethell (ed.), The Cambridge History of Latin America, vol. I (Cambridge, 1984)
VAN DEN BOOGAART, Ernst, “Los Neerlandeses en el Mundo Comercial Atlántico de la Doble Monarquía Ibérica, 1590-1621”, in: Ernst van den Boogaart et al., La Expansión Holandesa en el Atlántico, 1580-1800 (Madrid, 1992)
VLESSING, Odette, “The Portuguese-Jewish Merchant Community in Seventeenth-century Amsterdam” in: C. Lesger and L. Noordegraaf (eds.), Entrepreneurs and Entrepreneurship in Early Modern Times. Merchants and Industrialists within the Orbit of the Dutch Staple Market (Den Haag, 1995)
STOLS, Eddy, “Convivências e conivências luzo-flamengas na rota do açúcar brasileiro” in: Ler Histórica, 32 (1997).
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Mensagem por Navegante 21/1/2024, 15:25

Bravo!

Pergunta: a Nova Holanda não teria se tornado base para a pirataria no Caribe?
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:26

Pra falar a verdade, penso que o Caribe era infestado de piratas/corsários/bucaneiros de diversas origens e que era uma região meia tipo "farwest", que você acha?
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:27

Historicamente sempre se associou a invasão holandesa ao nordeste brasileiro como uma “conspiração judaica” correu a lenda de que a W.I.C. seria formadas majoritariamente por capitais de cristãos novos e judeus fugidos de Portugal / Espanha e Antuérpia (Amberes) e se você verificar a participação de capitais de judeus foi inferior a 3% - a W.I.C. tinha interesses comerciais conflitantes com os comerciantes sefaradins. Outro boato veiculado foi de que o guia que teria conduzido as tropas do Coronel Wanderburch desde o desembarque na praia de Pau Amarelo até a tomada de Olinda e posterior tomada de Recife, teria sido um judeu português chamado António Paparrobalos, quando se percebeu que houve um erro do copista e o guia não era nem português e nem judeu, mas um índio potiguar levado para a Holanda em 1625, chamado Antônio Parauapabas. E na verdade a competência dos comerciantes em operar no norte da Europa é que difundiu e viabilizou o mercado do açúcar.
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:30

Quanto a Evaldo Cabral de Mello, a tese é um pouco ambígua, ele em fato se refere a uma guerra sustentada pelo açúcar, mas não uma guerra e direcionada ao controle do açúcar – se fosse esse o caso os holandeses teriam primeiramente dominado a Ilha da Madeira, onde também se plantava a cana e produzia açúcar, ou não?

Quanto ao conceito de “espalhar a família” tão logo você tenha condições de inteirar-se da cadeia produtiva e comercial do açúcar em Pernambuco, no período holandês, irá observar que de fato algumas famílias se espalharam exatamente com essa finalidade.

A descoberta do ouro em Minas Gerais, data do final do século XVII e início do século XVIII. Observe que uma viagem para as Índias por questões de regime de ventos exigia uma navegação rumo a sudoeste e sucessivamente rumo totalmente a sudoeste para ultrapassar o Cabo da Boa Esperança. Se você olhar num mapa a grosso modo, o Cabo da Boa Esperança está alinhado no mesmo paralelo com o Estado Santa Catarina. Ademais a viagem era muito demorada e exigia escalas técnicas para reabastecimento (madeira, água e víveres) a escala mais razoável seria na Bahia ou Pernambuco. Logo se você controla as escalas controla o tráfego e se você observar o controle do tráfego marítimo do Atlântico Sul era de grande interesse estratégico.
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Mensagem por Navegante 21/1/2024, 15:42

Então um dos grandes interesses dos holandêses era controle das navegações ou, pelo menos, tirar o máximo de proveitos disso?
Andei pesquisando um pouco sobre a origem do interesse holandês pelo Brasil e vi que isto anterior a 1624, primeira vez em que estiveram por aqui. A marinha dos Países Baixos teve sua formação associada à revolta contra a Espanha e à guerra dos oitenta anos (1568-1648). Inicialmente, a marinha da Holanda, em 1599, quando se presentou em La Coruña, atacou as ilhas Canárias, capturou a ilha de São Tomé (Guiné) e tinha a intenção de investir contra o Brasil.
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Mensagem por Navegante 21/1/2024, 15:43

Foi por interesses econômicos, que o poder holandês, fazendo uso da força naval, de forma agressiva, decidiu atacar e dominar o Brasil. O interesse era garantir que Amsterdan, principal centro europeu de refino e distribuição de açúcar, não perdesse a fonte da açúcar, que seria garantido pelo Brasil, um dos maiores interesses da economia hispânica.
Seriam 2 coelhos com uma paulada só: fortaleceria a economia holandesa e enfraqueceria a de Portugal e da Espanha.
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Mensagem por Navegante 21/1/2024, 15:44

Eu tinha me esquecido de colocar a bibliografia de onde tirei o que coloquei as coisas acima.
História da História do Brasil, volume 21, de José Honório Rodrigues.
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:46

Se você observar a disposição das “bases” holandesas observará que havia um interesse pelo controle do Atlântico Sul – o Brasil seria uma escala natural para o tráfego marítimo com as Índias Orientais e o controle do Caribe lhes permitiria controlar o tráfego da prata dos países voltados para o Pacífico. A vantagem era que uma base naval na Bahia ou Pernambuco, estabeleceria uma cabeça-de-ponte auto-sustentável que lhes possibilitaria inviabilizar as navegações no Atlântico, no Índico e no Pacífico é pouco? Observe que se fosse só pelo açúcar invadiriam a Ilha da Madeira que também o produzia e ou desenvolveriam o plantio no Caribe como posteriormente o fizeram. Encontrei uma poucas referências a essa intenção de domínio dos mares – mas seria o feito mais lógico, não acha? Observe que a W.I.C. possivelmente terá lucrado mais com o tráfico de escravos, venda das propriedades, exclusividade de comércio e o corso de que com o açúcar propriamente dito.
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Mensagem por Navegante 21/1/2024, 15:47

Realmente, se observarmos o mapa do Brasil podemos notar que tais bases navais estariam a meio caminho mais ou menos para as navegações, tanto as que vão para o Pacífico quanto para o Índico. Lembro-me que as Antilhas tornaram -se os principais produtores de açúcar quando os Holandeses saíram do Brasil.
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:49

Observe uma curiosidade na Segunda Guerra, as principais bases aéreas americanas da guerra anti-submarina eram em Natal no RN e na Ilha de Ascensão. Com isso fechavam um corredor entre o Brasil e a África. Observe que pelo regime de ventos e correntes marítimas, os holandeses não puderam usar Natal como base – pois dali não tinham como seguir para o sul ou para o leste. A Ilha de Ascensão também, serviu de base de apoio aos holandeses e por esta razão Filipe III, proibia que os navios espanhóis/portugueses a utilizassem como apoio/escala, pois, corriam o risco de ser apresados por corsários.
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Mensagem por Navegante 21/1/2024, 15:50

Bem observado...
Pois é, a cidade de Natal fica localizada numa região onde a corrente marinha, se não me falhe a memória, a do Brasil, corre ao longo da costa brasileira para o Norte, passa pelo Amapá. Por Salvador, passa uma corrente marinha direcionada para o sul ao longo da costa, o que facilita a navegação nesse sentido.
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Mensagem por Marco Polo 21/1/2024, 15:52

Pois é, você consegue velejar da Bahia até a Paraíba com relativa facilidade. Daí pra cima, você tem dificuldades com as correntes marítimas e passado a linha do Equador os ventos também mudam o sentido de rotação... leia a respeito! Aí você também ficará com a impressão do que terá sido a verdadeira intenção dos holandeses.
Devo terminar por esses dias a tradução e revisão de um artigo sobre as viagens de circunavegação até o final do século XVII e devo colocá-lo por aqui. Você vai ver que os holandeses estiveram circulando o Cabo Horn na rota para as Índias via Pacífico, logo conheciam todas as rotas e com bases na Bahia ou Pernambuco os holandeses fechavam a porta.
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