Teoria da Involução

A evolução fez de nós seres mais inteligentes, relativamente mais bonitos e certamente mais bem vestidos que nossos antepassados. Todos atributos que aumentam nossas chances de sobrevivência. Mas, até por não ajudarem nesse processo, algumas das nossas características foram pioradas ao longo do tempo. Veja só: em 9,69 segundos, o corredor jamaicano Usain Bolt percorreu a distância de 100 metros, na Olimpíada de Pequim. Isso foi suficiente para que ele deixasse 6 bilhões de terráqueos para trás, batesse o recorde mundial e virasse o homem mais rápido do planeta. Sorte dele. Se tivesse vivido há 20 mil anos na Austrália, provavelmente ele nem se classificaria.

Após analisar as pegadas deixadas por um aborígene no leito seco de um rio, o antropólogo australiano Peter McAllister calculou que ele estaria correndo a 37 km/h. A velocidade atingida por Bolt foi maior, 42 km/h, mas há um definitivo porém: "São apenas 5 km/h de diferença. E o aborígene corria descalço, na lama e sobre uns 7 centímetros de água. Não há dúvida de que numa pista atlética, nas mesmas condições, ele teria derrotado Bolt de maneira muito fácil", diz. McAllister ainda lembra que a probabilidade de o homem que teve as pegadas preservadas ser o mais rápido de seu tempo é muito remota, o que só piora a situação do atleta jamaicano.

E não é só nos 100 metros livres que nossos campeões perderiam para os homens comuns do passado. Em seu recém-lançado livro Manthropology - The Secret Science of Modern Male Inadequacy (Homenlogia - A Ciência Secreta das Deficiências do Macho Moderno, ainda inédito no Brasil), McAllister afirma que somos os mais fracos e lentos homens da História.

Entre os exemplos citados no livro, há o dos tutsis do século passado que, em seus rituais de iniciação, tinham de saltar mais alto que sua própria altura. "Existem documentos que mostram que alguns saltos chegavam a bater o atual recorde mundial de 2,45 metros", diz o autor. Ele também cita o caso de uma medição feita no esqueleto La Ferrassie 2, um Neanderthal do sexo feminino encontrado numa caverna francesa. A massa muscular de seu braço faria com que ela vencesse todos os marombados de nosso tempo no braço de ferro. O livro também apresenta evidências de que os homens comuns do passado derrotariam os atuais superatletas no remo, no arco e flecha, na maratona...

Tantas "derrotas" fizeram o antropólogo ir atrás da resposta para a pergunta: qual o motivo de nosso declínio? Segundo ele, a explicação é a ausência de desafios na vida moderna: "Hoje é tudo muito fácil. Estamos confortáveis e sedentários". Diferentemente dos aborígenes, o almoço não depende de nossa força e talento de caçadores, tampouco precisamos da velocidade para nos livrarmos de um letal predador.

Para John Hawks, professor de antropologia da Universidade de Wisconsin, nos EUA, a própria evolução estimulou o estado atual em que nos encontramos. E reforça sua tese com o exemplo dos restos de esqueletos que mostram a grande perda de musculatura dos humanos nos últimos 10 mil anos. "Minha hipótese é que, após o desenvolvimento da agricultura, nossa alimentação passou a ser menos variada, e nossos músculos deixaram de ser tão necessários. Ficamos mais mirrados para economizar energia", afirma Hawks.

EVOLUÇÃO SEM FREIOS
Uma ideia bastante comum na comunidade científica é a de que não estamos mais evoluindo. Se o princípio básico da evolução é a seleção natural a partir da sobrevivência dos mais aptos, a medicina moderna boicota a teoria de Darwin, esticando a vida dos menos capacitados. A humanidade estaria então condenada a não mudar, já que hoje os mais fracos e menos adaptados conseguem não apenas sobreviver, mas também ter filhos e vencer na vida.

Mas essa teoria está longe do consenso. Uma pesquisa publicada em dezembro de 2007 na revista Proceedings of the National Academy of Sciences defende justamente o contrário: a evolução humana está mais rápida do que nunca. Após analisar as mutações em nosso genoma, uma equipe liderada por Hawks percebeu que as mudanças em nosso DNA de fato nunca aconteceram com tamanha velocidade. Ele aponta duas razões para essa aceleração. Uma delas é que, em 10 mil anos, a população mundial cresceu mil vezes: "Mais pessoas significam maior probabilidade de mutações aleatórias nos genes". E essas mutações teriam mais chances de serem selecionadas, uma vez que os seres humanos trocaram de habitat nesse período, trocaram de alimentação e enfrentaram novas doenças. "Todas essas mudanças criam novas necessidades de adaptação", diz. E é na capacidade de digerir novas dietas e resistir a doenças desconhecidas que constatamos a evolução agindo. "Populações do oeste da África, por exemplo, já começam a adquirir resistência à malária", afirma o antropólogo.

Outra pesquisa apresentada em outubro nos EUA aponta que caminhos a evolução pode seguir no futuro. "A seleção natural ainda está agindo, mas hoje ela depende do sucesso reprodutivo. As pessoas que gerarem mais filhos serão aquelas cujas características vão se sobressair na sociedade", diz Stephen Stearns, professor de biologia evolutiva na Universidade de Yale e um dos autores do estudo. Ao pesquisar dados médicos de milhares de mulheres americanas e analisar quais características físicas estariam ligadas ao maior número de filhos, a equipe conseguiu desenhar a fêmea do futuro. "Elas vão ser mais baixinhas e gordinhas, começarão a ter filhos mais cedo e atingirão a menopausa mais tarde. Além disso, terão baixos níveis de colesterol e da pressão sanguínea", diz. Se isso é melhor ou pior, bonito ou feio, fica para uma revista qualquer discutir daqui a 10 mil anos. O que é certo é que isso é evolução.

REMO: Os atenienses remavam com mais força e por mais tempo que os atuais campeões olímpicos


REPRODUÇÃO: Gengis Khan foi o maior garanhão da história. Ele deixou mais de 16 milhões de descendentes

LANÇAMENTO DE DARDO: Aborígenes arremessavam dardos de madeira mais longe que nossos recordistas

ARCO E FLECHA: Os mongóis atiravam a distâncias até seis vezes maiores e com mais precisão que nossos atletas

BRAÇO DE FERRO: As mulheres Neanderthais eram mais fortes que Arnold Schwarzenegger

SALTO EM ALTURA: Tribos tutsis batiam nosso recorde durante suas cerimônias de iniciação

MARATONA: Soldados romanos corriam uma maratona e meia por dia, carregando metade de seu peso em equipamentos

POESIA: Homero venceria 50 Cent numa batalha de Rap

Fonte: revistagalileu

Evolução não é necessariamente mais forte, mais ágil, é o mais apto em seu ambiente.

O ambiente tipicamente humano na era moderna é dentro da cidade na sua sociedade.

Evoluímos para ser uma sociedade complexa com algum grau de liberdade individual, não somos que nem formiga que só a rainha pode gerar descendentes, qualquer individuo sadio pode gerar seus descendentes.

Não existe nem seleção natural por critério econômico, pois são os mais pobres que fazem mais filhos.

Adorei o Homero e o Rap...

Mas o que me chamou mais a atenção é que essa análise só se dirige ao que aconteceu com o físico do homem moderno, em comparação com os antigos.
Ele não fala do desenvolvimento intelectual.

Não lembro onde li que a previsão para o homem daqui a uns dez mil anos seria ele ter um físico extremamente fraco (não conseguiria nem mesmo andar um quarteirão para comprar comida), mas, para compensar, iria aumentar tanto o uso quanto o volume de sua massa cinzenta em uns 50%.

E que para compensar essa fraqueza física, ele inventaria máquinas que fariam todo o trabalho pesado. hehehe

Até que não é uma previsão de todo má. Pensar em ficar deitado na frente de um monte de telas, onde encontraria tudo que eu precisasse e com o aperto de uma teclinha tudo me seria entregue na mão... Ah!... Que sono!...

Fico até muito revoltado quando vejo, na atualidade, um homem super fraquinho brincar e humilhar um terrível, forte, enorme e pesadíssimo touro... desviando-se dos chifres fatais e estocando e sangrando o animal seguidas vezes... até que este se ajoelhe, ofegante e humilhado, perante o fracote... sucumbindo diante da impiedosidade do prazer de matar... que os frágeis humanos sentem!

Não será diferente, daqui mais 2 mil anos!!!!

Sem querer desviar muito do assunto, a tourada é uma metáfora exatamente do intelecto vencendo a força bruta.

Portanto, uma metáfora da evolução do homem.

E apesar da revolta que causa em alguns, deve ser entendida como fenômeno cultural. Riquíssimo, cheio de sentidos, expressão da alma de um povo em tempos antigos, e uma sobrevivência, ou se quiser, uma sobrevivescência.

Tem um filme (não lembro o nome) que, partindo da ideia de que atualmente há uma "seleção social" em que os humanos mais superficiais e "posudos" ("playboys") se reproduzem numa proporção extremamente maior do que os cultos ("nerds"), o filme imagina que o futuro da espécie humana é uma playboisice só, com a humanidade assim geneticamente selecionada para só se interessar pela aparência, pela superficialidade e a passividade consumista.

Há alguns anos eu fiz uma pesquisa sobre o simbolismo da figura do touro frente às várias civilizações, começando com a cretense.
E descobri que existe uma linha de pensamento que vem até de antes, mais precisamente da pré-história, exemplificada nas pinturas das cavernas de Lascaux e Altamira...
Portanto, o touro sempre significou a força bruta e isso há milhares de anos. Uma linha de pensamento assim tão antiga se torna praticamente algo herdado no nosso subconsciente. Alguma coisa que (se eu não estou indo longe demais) vem com a nossa herança genética...

Herança genética realmente não sei.

Mas que passou a ser um arquétipo no inconsciente coletivo, passou.

Prevaleceria mesmo diante dos dinossauros!
Coloquei o foco da discussão na força do touro e na fragilidade do homem exatamente para provar que a inteligência humana sempre prevalecerá, como foi no início dos tempos!

O homem prevaleceria mesmo diante dos dinossauros, se houvesse condições ambientais para tanto!

Francamente, eu não gostaria nem um pouquinho que os dinossauros tivessem sido contemporâneos do homem...

Servir de comida para aqueles bichinhos horrorosos. ughs... mil..

Eu também não gostaria de servir de comida para aqueles "bichinhos"! rsrsrsrsrs

Mas veja por outro lado.

Foi encontrado na China um fóssil de mamífero com filhote (despedaçado) de um dino no estômago. Existem até teorias afirmando que foram os mamíferos a razão da extinção dos dinos (comeram seus ovos e filhotes).

O projeto de homem também poderia fugir ou evitar facilmente os gigantescos dinossauros e enfrentar os menores por meio de armadilhas ou caçadas em conjunto.

O homem (oficialmente) surgiu na África e deve ter dado de cara com enormes predadores (leões, etc), e assim mesmo sobreviveu e dominou o seu meio ambiente.

O Jared Diamond argumenta que a Eurásia e sobretudo a África tem até hoje uma megafauna significativa porque essa megafauna coevoluiu com o homem desde os hominídeos e primatas mais antigos, isto é, a megafauna lá tornou-se páreo com com o homem moderno. Muito diferente da megafauna as Américas. Quando os humanos chegaram nas Américas, a megafauna levou um baque, e foi facilmente exterminada por esses curiosos animais bípedes sem penas que chegavam de uma hora pra outra. Achei muito interessante esta hipótese.

Raimundo

Você tem o site ou a publicação sobre esse dino no estômago de um mamífero?? Estou achando essa história meio estranha, já que os mamíferos que viveram no tempo dos dinossauros eram do tamanho de um rato, parecidos com os atuais mussaranhos e o estômago deles é minúsculo. Esse dino devia ser microscópico...

Será?????

Alguns paleontólogos já estão pensando em uma teoria alternativa para a extinção da megafauna das Américas. Falam numa mudança no clima, que afetou as plantas, que alimentavam os animais vegetarianos, que morreram. E os carnívoros, sem esses animais para caçar, acabaram morrendo também...

Vou procurar a teoria e posto aqui.

Por incrível que pareça, a wiki está atualizada...
E a explicação está relativamente completa.
Os especialistas dizem que a extinção nunca acaba. Todos os anos da história da terra sempre sumiram do mapa um número relativamente grande de espécies... E é isso que está na wiki:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Extin%C3%A7%C3%A3o_em_massa_do_Holoceno

A teoria climática da extinção da megafauna não é nova e não é unanimidade entre os estudiosos. Pelo contrário. Pense bem: a megafauna passou por muitas outras mudanças climáticas muito mais dramáticas antes do fim do pleistoceno e ela sobreviveu. Sua extinção generalizada (exceto na África e Oriente próximo) começou sempre com com a chegada dos humanos. Tudo indica que a hipótese da caça é plausível.

"The two main theories to the extinction are climate change and human hunting. The climate change theory has suggested that a change in climate near the end of the late Pleistocene stressed the megafauna to the point of extinction.[19] Although this theory still has some vocal proponents, increasingly fewer scientists favor it. The best supported theory suggests early human hunting and their associated ecological impact caused the rapid extinction of the megafauna in the late Pleistocene.[20][21]" http://en.wikipedia.org/wiki/Holocene_extinction_event#Human_influence_on_extinction

Citei a wikipedia em inglês porque ela é sempre mais atualizada do que a em português.

O que eu queria frisar é que antigamente a teoria era de que quem acabou com a megafauna foram os seres humanos. Atualmente há um misto de causas como prováveis. Clima e seres humanos...

No entanto, devemos realmente pensar no que representaria uma mudança climática drástica...

Um aumento de cinco graus na temperatura acabaria com a era do gelo e seria muito prejudicial para os animais acostumados com climas frios...

Galego

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL307162-5603,00-MAMIFEROS+ANTIGOS+DOMINARAM+TERRA+AGUA+E+AR+E+AINDA+DEVORAVAM+DINOSSAUROS.html
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Comendo filhotes e ovos, poderia ser até plausível que os mamíferos tivessem exterminado os dinos! Imagina se tivesse um primatinha arrojado naqueles tempos!!!

O cérebro humano vem encolhendo há 20 mil anos

"Over the past 20,000 years, the average volume of the human male brain has decreased from 1,500 cubic centimeters to 1,350 cc, losing a chunk the size of a tennis ball. [...] This happened in China, Europe, Africa—everywhere we look." Fonte: discovermagazine
O texto expõe várias hipóteses para explicar isso, a que eu achei mais interessante é a de que nós fomos domesticados por nós mesmos, e, como efeito colateral, reduzimos nosso cérebro do mesmo modo que os animais que domesticamos (cães, por exemplo), tiveram seu cérebro reduzido cerca de 20% comparado aos animais selvagens originais. Na natureza, o cérebro (humano ou do cão, por ex.) talvez precisasse ser mais poderoso para tratar de uma diversidade de estímulos imensamente maior do que quando surgiu a divisão do trabalho, onde cada indivíduo, reduzido a uma atividade especializada, tem um leque bem mais limitado de estímulos.

Raimundo...

Adorei a notícia... Nossos antepassados não eram míseros ratinhos. Eram um pouquinho maiores e tinham coragem...

Não creio que nosso cérebro tenha involuído, pois para o tamanho do nosso corpo, ele é bem grandinho.
Temos sempre que levar em conta a relação tamanho do indivíduo e tamanho do seu cérebro.
Outra coisa, nós realmente não usamos toda a capacidade em número de neurônios que temos. Mas isso não se deve ao problema de não serem eles necessários por falta de estímulos, pois creio que o mundo hoje tem muito mais estímulo que o dos Cro-magnons, por exemplo.
Aí é que eu gostaria da explicação dada por alguém que entenda da relação necessidade/neurônios ativados...

Francamente, eu não gostaria nem um pouquinho que os dinossauros tivessem sido contemporâneos do homem...

De certa forma dinossauros e homens foram contemporâneos.

Em milênios e séculos passados, com menos tecnologia disponível para a matança e também para a penetração em áreas inóspitas em grandes grupos, provavelmente havia mais espécimes de grandes sauros ainda vivos.

Loch Ness e outras lendas dão conta disso. Não sei se já houve - e provavelmente já não há - alguma coisa naquele lago, mas essas lendas mostram recorrências.

Os brasões representando dragões e lendas e mitos sobre eles, também apontam para uma possível recorrência desses encontros homens grandes sauros.

Na Grécia há mesmo histórias sobre bestas gigantes, nem todas grandes répteis, mas javalis e touros monstruosos, embora tenhamos a Hidra de Lerna.

Os romanos relatam que um "enorme monstro marinho" atacou uma embarcação e matou 10 legionários na costa da África. Relato de T. Lívio.

Enfim....não há comprovações mas há muitos episódios recorrentes dessa convivência em eras passadas.