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Mitos Medievais

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Mensagem por Obelix 18/1/2024, 18:41

Etiópia: a terra de Prestes João

Dentre muitas histórias interessantes do período medieval na África, acredito que as mais interessantes dizem respeito a Etiópia. Trata-se de uma cultura milenar e de um dos países mais antigos do mundo. Suas origens remontam a antiguidade, da união da Rainha de Sabá com o Rei Salomão. Dessa união, nasceu Menelik, o primeiro rei de Aksum (embrião da moderna Etiópia).

Na idade média, muitos mitos foram atribuídos ao cristãos da Etiópia. O mais interessante deles diz respeito a Arca da Aliança, na qual os etíopes atribuíam (e atribuem até hoje) estar em algum lugar das terras altas, o que levou inicialmente, portugueses a buscarem no mítico reino de Prestes João a arca mágica. Mais tarde, por volta do séc XVII, outra grande contribuição dos etíopes se espalhou pelo mundo, via mercadores árabes: o café.

Com certeza, existem muitas outras histórias relacionadas a essa região extraordinária e rica em lendas e história documentada.
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Mensagem por Obelix 18/1/2024, 18:43

Existe uma milícia armada, mantida pela igreja copta da Etiópia, que protege um templo em Lalibela, uma das cidades sagradas do cristianismo etíope.

Nesse templo eles dizem estar a sagrada arca da aliança, na qual os judeus dizem conter os segredos de Deus. Na tradição litúrgica etíope, isso é muito importante.
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Mensagem por Marco Polo 18/1/2024, 18:50

Anonimato na Idade Media

O Hauser, em seu história da literatura e da Arte, comenta sobre algo que faz pensar: será que a cultura medieval era em sua totalidade do anonimato mesmo? Ele explica o anonimato nas artes sacras como sendo fruto de ciúmes dos mosteiros, que não aceitavam assinaturas nas obras de monges que eram fora de seus mosteiros (e que eram muitos). Hauser consegue reunir milhares de assinaturas em livros e arquiteturas (todo arquiteto deixava alguma pilastra com sua assinatura) e no profano, em sua maioria, eram assinadas. Claro que há escritos de monges se desculpando por estarem escrevendo e que eles são nada, apenas Deus é. Mas será que era uma cultura tão totalitária assim?
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Mensagem por Dom Diniz 18/1/2024, 18:51

É, a Idade Média tinha uma noção de autoria bastante diferente. Parece-me que é uma falsa questão, um olhar com olhos condicionados pelo século XX/XXI aquilo que deve ser olhado com outros olhos. Mesmo na literatura profana a autoria é difusa, por vezes atribuída sem bases consistentes, e o próprio autor não encara a sua obra como sua nem como definitiva, mas aceita e permite acrescentos e alterações posteriores (aditamentos).
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Mensagem por Marco Polo 18/1/2024, 18:53

Verdade, a questão dos escritos "abertos" e de assinaturas duvidosas são factuais. Mas entra outra questão: a jogralidade e os contos musicados são escritos de forma a permitirem apenas que seus "performancers" a entendam, elas abrem espaço a se colocar frases (muito comum o uso dos "Senhores feirantes, o seu servo aqui merece uma moeda" no meio de contos musicados). Mas não são frases abertas a qualquer um. Estou pesquisando exatamente esse espírito de "especialidade" na era gótica, estou apostando que o racha da Igreja com o profano na época obrigou esse espírito e que vai dar espaço ao renascimento.
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Mensagem por Eremita 18/1/2024, 18:54

Na Idade Média a ideia de indivíduo ainda não é bem clara, o mundo medieval é um mundo do coletivo, das ordens e das irmandades.
Assinar obras é uma prática que vai se desenvolvendo junto da burguesia, de onde vai se desenvolver o individualismo e o Renascimento.
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Mensagem por Eremita 18/1/2024, 18:55

Na música, muitas vezes uma obra era atribuída a alguém, mesmo que esse só tivesse composto uma voz ou uma cláusula, por exemplo.
Não havia um pensamento como o atual, de que uma obra deve ser preservada como seu original, mas a obra sacro-erudita tinha uma finalidade maior de servir a Deus, logo o autor, ou o meio que Deus usou para concretizá-la era menos importante.
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Mensagem por Eremita 18/1/2024, 18:57

E o Bando Herlequim?

Ou Bando Herlequinus, ou Bando Harlequim, uma tropa de um exército infernal liderada por um homem condenado ao inferno (às vezes relacionado com o rei Arthur) que traz consigo uma tropa de demônios arrastando condenados ao inferno mostrando aos vivos suas penas terríveis.
Cruzei com estas histórias vez ou outra em alguns livros.
Alguém aí tem mais alguma informação sobre o Bando? Fontes? Qualquer coisa?
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Mensagem por Marco Polo 18/1/2024, 18:58

Esse homem relacionado com o rei Artur é com certeza Lancelot. O cavaleiro que traiu a Távola Redonda foi condenado por deus a vagar para sempre entre os vivos e os mortos.
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Mensagem por Eremita 18/1/2024, 19:02

Herlequim faz referência a Arthur sim, há até um mosaico de Arthur diabolizado em Otranto, feito por volta de 1175, com a inscrição REX ARTURUS ao lado. Enfim... onde eu posso encontrar mais informações sobre o Bando Herlequim?

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Mensagem por Eremita 31/1/2024, 23:42

Por uma geografia mitológica: a lenda medieval do Preste João, sua permanência, transferência e “morte” *



Se abriram as cortinas e subitamente vimos o Preste João, ricamente adornado sobre uma plataforma de seis degraus. Tinha em sua cabeça uma grande coroa de ouro e prata. Uma de suas mãos apoiava uma cruz de prata [...] À sua direita, um pajem apoiava uma cruz de prata bordada em forma de pétalas [...] O Preste João usava um belo vestido de seda com bordados de ouro e prata e uma camisa de seda com mangas largas. Era uma bela vestimenta, semelhante a uma batina de um bispo, e ia de seus joelhos até o chão [...] Sua postura e seus modos são inteiramente dignos do poderoso personagem que é. Francisco Alves, embaixador português enviado à Etiópia, século XVI.


A queda da cidade de Edessa, na Palestina (1144), após um cerco de vinte e oito dias efetuado por Imad ed-Din Zengi (general do sultão Mahmud), foi o principal motivo da pregação da Segunda Cruzada na Europa. O banho de sangue que se seguiu à conquista causou comoção nos líderes europeus. O cronista árabe Ibn al-Qalãnisi relatou o fato:


Começaram então o saque e a matança, a captura e a pilhagem. As mãos dos vitoriosos se encheram de dinheiro e tesouro, cavalos e presas de guerra o suficiente para alegrar e fazer com que as almas se regozijassem (al-Qalãnisi, 279-80) (GABRIELI, 1984, p. 50).


Hugo, bispo de Jabala, foi enviado como embaixador pelo reino de Jerusalém e o principado de Antioquia para tratar com o papa Eugênio III (pisano, 1145-1153) - que se encontrava em Viterbo, pois Roma estava em poder de um grupo hostil ao papa - a possibilidade de uma nova cruzada. Em Viterbo também se encontrava Oto Babenberger, alemão, bispo de Freising e tio de Frederico I Barba-Ruiva, imperador do Sacro Império Romano-Germânico (1152-1190). Oto registrou em sua Chronica a notícia, mas estava na cúria papal com o objetivo de notificar a Eugênio III a existência de um potentado cristão na Ásia, mais precisamente na fronteira com a Pérsia, que fazia então uma guerra vitoriosa contra o mundo árabe (RUNCIMAN, 1973, p. 229).


O rei deste reino maravilhoso, que triunfava numa segunda frente de batalha contra o Islã num momento em que todos fracassavam, chamava-se Preste (padre) João. Era nestoriano, portanto herético - a controvérsia nestoriana foi um cisma cristológico provocado pela culminação da escola antioquiana de teologia nas obras de Nestor (c. 381-451), patriarca de Constantinopla em 428-31. Nestor considerou que Cristo tinha duas naturezas (duo physeis) mas isso não fazia dele dois Filhos, pois as naturezas distintas estavam unidas numa conjunção voluntária. Essa concepção forçou Nestor a argüir contra a atribuição a Maria do título de "Mãe de Deus"(Theotokos, portadora de Deus). Para ele; o termo era impróprio porque ela tinha gerado apenas um homem a quem o Verbo de Deus estava unido (LOYN, 1990, p. 272).


Mas que importava? Um aliado, herético mas cristão, vencendo em outra frente de batalha, minando o inimigo, o “outro”, alimentando as esperanças de uma vitória final da verdadeira fé. Seu exército era imenso: sua carta, destinada apenas a “Nossa Majestade”, afirma que sua milícia levava “treze grandes e altas cruzes, feitas de ouro e de pedras preciosas [...] e a cada uma delas seguem dez mil soldados e cem mil peões armados” (Carta do Preste João das Índias. Versões Medievais Latinas, 1998, p. 82). Com este poderoso exército, Preste João teria conquistado Ectabana, capital persa, dirigindo-se então para o norte, quando então regressou a seu país.


Foi dessa forma que o mito de Preste João "entrou" na História, ou seja, pelas mãos de Oto de Freising. O bispo foi além: já na corte de Frederico I Barba-Ruiva, provavelmente falsificou uma carta, que teria sido enviada em 1150 por Prestes João ao imperador bizantino Manuel I Comneno (1143-1180), ao papa e ao próprio Frederico I Barba-Ruiva.


A notícia dessa suposta carta que contava as maravilhas do reino de Preste João espalhou-se pela Europa. Até o século XV foram feitas várias traduções e cópias. Suas diferentes versões descrevem as maravilhas de seu reino. Jóias corriam nos rios, o palácio do Preste João abrigava 30.000 pessoas à mesa, todos os dias “...não contando com os forasteiros que chegam ou partem. E todos eles recebem em cada dia, da nossa câmara, ajudas de custo quer em cavalos quer em outras espécies” (Carta do Preste João das Índias. Versões Medievais Latinas, 1998, p. 82).


Seu palácio era ricamente decorado. Teto de cedro, cobertura de ébano, em seu cume dois pomos de ouro, portas de sardônica, janelas de cristal, mesas de ouro e ametista com colunas de marfim. Além disso, existiam seres fantásticos: “bois selvagens, sagitários, homens selvagens, homens com cornos, faunos, sátiros e mulheres da mesma raça, pigmeus, cinocéfalos, gigantes, cuja altura é de quarenta côvados, monóculos, ciclopes e uma ave que chamam fénix e quase todo o género de animais que existem debaixo do céu.” (Carta do Preste João das Índias, p. 56)


Preste João tinha um aspecto jovem, “apesar de ter então 562 anos de idade” (FRANCO JR., 1992: p. 39-40), porque banhava-se na própria Fonte da Juventude. A carta situa a Fonte num bosque, no sopé do monte Olimpo, não muito longe do Paraíso “de onde Adão foi expulso”: “Se alguém beber em jejum três vezes dessa fonte, a partir desse dia nunca mais sofrerá de qualquer doença e será sempre, enquanto viver, como se tivesse trinta e dois anos de idade” (Carta do Preste João das Índias, p. 64-66).


Quando atingiam os cem anos de idade, os homens rejuvenesciam bebendo da água da Fonte, até completarem 500 anos, quando então morrem, e, por tradição, são enterrados juntos de árvores que possuem folhas que nunca caem e são duríssimas. “A sombra dessas folhas é agradabilíssima e os frutos dessas árvores de suavíssimo odor” (Carta do Preste João das Índias, p. 68).


Em seu reino estava também a Árvore da Vida, que fazia fronteira com o Paraíso, a apenas um dia de distância. “Porém ela era guardada por uma serpente duas vezes maior que um cavalo, tendo ainda nove cabeças e duas asas. Vigilante o tempo todo, ela dormia apenas no dia de São João Batista, quando se podia recolher o bálsamo que a árvore produz e do qual se faz o crisma, o óleo sagrado” (FRANCO JR., 1992, p. 39-40). Ela representava o próprio Preste João porque “...tal como essa árvore ultrapassa as outras em fruto e aroma, do mesmo modo a nossa pessoa neste mundo não tem semelhante nem igual.” (Carta do Preste João das Índias, p. 114-116).


Neste reino maravilhoso não havia corrupção, guerras ou violência, o mal inexistia: “Entre nós não existem pobres. Não existe entre nós nem roubo nem rapina, nem o adulador ou o avaro têm lugar aqui. Não há disputa entre nós. Os nossos homens abundam em todas as riquezas.” (Carta do Preste João das Índias, p. 76).


Seus súditos eram abençoados por terem um rei tão maravilhoso. A similitude com Salomão é clara: “A população de Judá e de Israel (...); comiam, bebiam e viviam felizes” (l Rs, 4,20). Preste João proclamava-se imperador de 72 reis na Ásia - o número 72 era uma analogia a Isidoro de Sevilha: “De fato, segundo a autoridade de Isidoro de Sevilha, o mundo é formado por 72 povos (44: IX, 2, 2), e Preste João afirma na sua carta governar 72 províncias, cada uma delas tendo um rei que lhe é tributário (FRANCO JR., 1992, p. 39-40): “Setenta e dois reis são nossos tributários [...] Setenta e duas províncias nos prestam vassalagem” (Carta do Preste João das Índias, p. 54).


Dessa maneira, não é de surpreender que, em 1177, o papa Alexandre III (sienês, 1159-1181) tenha enviado como embaixador para o reino de Preste João seu médico particular, Felipe, solicitando ajuda contra os muçulmanos. A Igreja já nesse momento, também enxergava a possibilidade de se apropriar do mito. Ao que parece, Felipe terminou sua missão na Abissínia sem nenhum resultado (RUNCIMAN, 1973, p. 382).


Mas qual o interesse do bispo Oto de Freising para divulgar um rei lendário, um reino fantástico e falsificar esta carta? Devemos buscar no contexto político germânico da época as causas da atitude do bispo alemão. Em primeiro lugar, as lutas internas no Império entre guelfos e gibelinos - guelfo - de Welf, ou Guelf, tio do duque Henrique da Baviera, que se opôs à eleição de Conrado III da Suábia, o primeiro da dinastia dos Hohenstaufen; gibelino - de Waiblingen, aldeia pertencente aos Hohenstaufen. Mais tarde, na Itália, com as campanhas de Frederico contra a Liga Lombarda, guelfo passou a designar os partidários do papa, e gibelino os partidários do imperador.


Outra questão importante era a disputa entre Frederico e o papa Alexandre III (poder temporal x poder espiritual) - que tinha suas origens na Questão das Investiduras - uma grande crise que assolou as relações entre o Império e o Papado, e, na verdade, entre a Igreja e as Monarquias européias de um modo geral, no período de 1075 a 1122 (Investidura - ato físico de investir um clérigo com as insígnias do cargo). Todas estas questões faziam do mito de Preste João um importante instrumento político nas mãos de Frederico (FRANCO JR., 1994), como veremos.


Como imperador, Frederico também detinha o título de rei da Lombardia. Resolvendo assumi-lo literalmente, enviou a cada uma das cidades lombardas italianas um podestàs - representante imperial - para governar em seu nome. O papa Alexandre III, com receio pelos direitos temporais do papado, excomungou-o (1160). A Liga Lombarda (composta pelas seguintes cidades: Verona, Bolonha, Milão, Vicenza, Treviso, Pádua, Mântua, Bréscia, Cremona, Ferrara, Bérgamo, Parma, Módena e Piacenza), criada em 1167 após a tomada de Milão por Frederico (o imperador arrasou a cidade, incendiando-a totalmente), venceu o exército germânico em Legnano (1176), obrigando-o a se reconciliar com o papa e assinar um tratado restituindo o governo próprio das cidades italianas (Tratado de Constança, de 1183).


O imperador necessitava de um apoio espiritual superior ao papa, um suporte mental que desse legitimidade às suas pretensões de um grande Império contra o poder papal (DUFFY, 1998, p.108-109). Preste João era a oportunidade que Frederico estava esperando. Através de uma série de confluências mitológicas, o imperador construiu uma “ponte” com Preste João, que, por sua vez, desembocava em Cristo. De que forma?


Preste João tinha elementos que o projetavam até o nascimento de Cristo, mais especificamente na figura dos três reis magos, que, numa tradição oriental, seriam seus ascendentes diretos (FRANCO JR., 1994). Devemos então observar a ligação dos magos com Cristo.



Notas

* Publicado anteriormente em COSTA, Ricardo da e PEREIRA, Valter Pires (orgs.). História 9. Revista do Departamento de História da UFES. Vitória: Universidade Federal do Espírito Santo, Centro de Ciências Humanas e Naturais, EDUFES, 2001, p. 53-64 (ISSN 1517-2120).
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