Darwin

A Origem das Espécies, a obra-prima de Darwin.

É um livro que requer concentração e atenção e, de preferência, que se tenha estudado ao menos até o segundo grau e aprendido alguma coisa nesse tempo.

A ciência se equivoca, mas a ciência se reabilita. Como toda pessoa inteligente sabe, a teoria da Evolução NADA TEM A VER com a do BIG BANG. Mas é bastante comum vermos os néscios tentarem criar uma relação entre ambas como se fossem uma coisa só. E ainda pior, relaciona-la à Abiogênese ou à Eugenia. Até o termo "Darwinismo Social" é um equívoco extraordinário e maldoso.

Vou propor que, com a abertura deste tópico, os demais leitores e apaixonados pela literatura científica venham aqui postar suas impressões a respeito de qualquer livro científico (não só a Origem das Espécies ou outro de Darwin) que tenha lido ou mesmo passagens dele.

Quem não concordar com as idéias propostas por quaisquer livros científicos que venham aqui ser mencionados, deve ter ao menos a DECÊNCIA de TER LIDO O LIVRO que contém a ideia a que pretende se opor.

Isto é o mínimo que se pode esperar de uma pessoa de BOM SENSO e CARÁTER, cuja opinião, aí sim, terá valor.

Não lhes parece SENSATO e CORRETO ISTO?

Muito bem, pessoal, continuando a falar sobre obras da literatura científica, queria expressar minha surpresa ao perceber que a Origem das Espécies é bastante didático até.

Me fez refletir sobre inúmeras questões, o que por si só é muito bom, já que o objetivo da ciência é levar as pessoas à reflexão, ao questionamento.

A história da ciência é, basicamente, alicerçada em TENTATIVA e ERRO. Ou seja, os cientistas ao buscarem a verdade, podem errar, mas se dispõem a corrigir o erro. Este é o pensamento científico.

Nesta versão totalmente finalizada que temos hoje do A Origem, Darwin não deixa passar um capítulo sequer sem pôr à prova e contra-prova suas descobertas. Chega a ser extraordinário como ele insiste em publicar todos os argumentos que se criaram na época (e que os ignorantes ainda insistem) contra sua teoria.

Darwin calma e disciplinadamente os expõe e derruba um a um de forma inequívoca.
Uma das maiores fragilidades de sua teoria e que parece até atormentá-lo é a de como as características são passadas dos pais aos filhos e onde elas ficariam armazenadas.

Ainda não existia a descoberta dos genes.
Mesmo assim Darwin intuiu devido, não a palpites mas à análise e estudos aprofundados que ainda havia "algo mais" a ser descoberto para a total legitimação da evolução.

Hoje nós sabemos muito bem, graças à ciência, que nossas características pessoais são transmitidas hereditariamente aos nossos descendentes através dos cromossomos e do DNA.

A ciência chamada GENÉTICA veio pôr uma pedra definitiva neste assunto, já que contra fatos não há argumentos (sobretudo metafísicos) e deixou sem dúvidas toda pessoa com formação intelectual saudável e livre, informada sobre os "tijolinhos" que compõe a vida e de suas propriedades.

Apesar de Darwin não ter tido a sorte de que sua teoria tivesse encontrado este respaldo enquanto ainda estava vivo, seus argumentos, brilhantemente fundamentados( e não fundamentalistas) já foram suficientes para que a comunidade científica da época reconhecesse o valor de suas descobertas.

Darwin chegou onde chegou através de DÉCADAS de trabalho duro, pesquisa exaustiva, experimentação intensa e a mais ampla leitura de trabalhos correlacionados ou não.

O que Darwin realizou é mérito da genialidade humana, mas sobretudo do "espírito" humano de não ser conformista e de estar disposto a derrubar tabus na busca da verdade. A inquietação que inspira o gênio. Disponível a todos que aspiram o melhor.

A Teoria da Evolução (não Evolucionismo!) se provou até agora a melhor resposta à pergunta inicial de qual seria A ORIGEM DAS ESPÉCIES que existem hoje, incluindo o ser humano.

A única coisa que a ciência não consegue fazer é responder absolutamente a todas as questões do mundo... Ainda. Mas faz uma busca obstinada pelas respostas. É bastante provável que não consiga, mas é honesta e corajosa o suficiente para admitir, reavaliar, reformular, refazer e seguir em frente.

Se algum dia uma Hipótese Científica, que conteste ou ponha por terra a Evolução, se torne uma Teoria válida será aceita com ou sem dor, com ou sem paixão, com ou sem mágoa pelos cientistas. Só que isto não aconteceu ainda.

Nenhuma proposição baseada em estudo científico sério chegou sequer a lançar dúvidas mínimas que sejam sobre a Teoria Científica da Evolução iniciada por Charles Darwin e Alfred Wallace.

Como qualquer profissional sério, Darwin buscou realmente qualificar seu trabalho. É óbvio que ele poderia estar errado. Kepler estava parcialmente errado não é mesmo? Mas todos aqui conhecem as contribuições de Kepler para o conhecimento humano e a desmistificação do céu.

Aliás, desmistificar talvez seja o que os cientistas mais fazem, não como causa e sim como consequência de suas descobertas. Cada vez o universo fica menos místico e mais interessante e bonito.

"A ciência é um processo social. Decorre numa escala temporal mais longa do que a vida humana. Caso eu morra, alguém ocupará o meu lugar. Se tu morreres, alguém ocupará o teu. O que realmente é importante é que alguém faça o trabalho." Disse Alfred Welgener, o meteorologista que tinha por paixão a geologia e que foi desacreditado em sua época quando formulou sua hipótese sobre PANGÉIA, o continente único "de onde todos os outros evoluíram" (só pra não perder o gancho!) e as PLACAS TECTÔNICAS. Suas descobertas só foram evidenciadas décadas mais tarde com o avanço tecnológico.

Por tentativa e erro é que as idéias evoluem, bem como os seres vivos.
Sempre digo que aprendo mais quando perco no xadrez do que quando ganho (tô sempre aprendendo, então!).

A História Natural é feita tanto de fracassos quanto de sucessos, como a História das Civilizações.
A "aleatoriedade" das mutações é muito confusa para os criacionistas. A resposta a isso é simples e direta: leia Darwin e não SOBRE ele!

Darwin usou não só um, mas dois capítulos (VI e VII) do a Origem para dedicar às controvérsias e oposições à Teoria da Evolução.

Sobre os órgãos da visão, devo falar que fiquei bastante espantado quando me deparei com um argumento criacionista que pretendia qualificar o olho como um órgão de COMPLEXIDADE IRREDUTÍVEL e também como prova do DESIGN INTELIGENTE.

Honestamente não havia me dado conta que muitos "cientistas criacionistas" nem haviam se dado ao trabalho de ler a respeito do que pretendiam desqualificar. Achei que só os "criacionistas do baixo clero" é que faziam isso.

É que se eles tivessem realmente lido saberiam que este argumento não se sustenta, como foi demonstrado no capítulo VI - Dificuldades da Teoria, página 25 - Órgãos de Perfeição e Complexidade Extremas, onde Darwin já começa com uma resposta sensacional sobre o sistema ocular.

E olha que quando me deparei com estes capítulos, fiquei muito interessado em achar as falhas. Não consegui até agora. Nunca li um argumento contrário sequer que já não fosse repetição daquilo que o próprio Darwin já questionara.

O mais comum é ver estes argumentos mal relacionados e totalmente fora de contexto. Quando comecei a ler sobre D.I., C. I. e COMPLEXIDADE ESPECIFICADA, cheguei a imaginar que me fariam ao menos duvidar um pouco da T. E.

Os melhores argumentos criacionistas me pareceram ser os que vinham dos bioquímicos. Para mim são os mais difíceis de serem desconsiderados, por assim dizer. Os dos matemáticos são uma piada e o dos poucos biólogos são reprises do século XIX.

Difícil foi achar honestidade intelectual. Tendencionismo parece ser a essência.

Vamos ver onde isso vai dar.

A vida de Charles Darwin.

Ele era obviamente um NERD, um CDF para além dos padrões científicos da época mesmo.

Sua relação com o comandante Fitzroy é que me foi mais elucidativa e veio confirmar algo de que eu já tinha certa informação.

Fitzroy o ajudou sim e bastante, mesmo não sendo muito simpático a suas conclusões por motivos estritamente doutrinários. Mesmo assim este personagem se apresenta como o clássico inglês imbuído de nobreza inabalável.

Agiu de forma correta com Darwin mesmo tendo acabado por se enfileirar junto a seus detratores. A realidade supera qualquer ficção fazendo do comandante Fitzroy um personagem mais que digno de Shakespeare, Voltaire, Goethe ou Machado de Assis.

O destaque para Thomas Huxley (avô do escritor Aldous Huxley, do famoso Admirável Mundo Novo) e sua impertinência mordaz não poderia faltar.

Fica implícito uma coisa que já havia observado em suas obras e em outros relatos que é a de que, mesmo sendo bastante tímido, gozava de uma boa dose, tanto quantitativa quanto qualitativa, de amigos, fruto provavelmente das influências de seu irmão e de Huxley, mas também por devido a suas viagens e aventuras, bem como de sua personalidade afável.

E quanto a sua filha... Foi preciso coragem e discernimento para lidar com a perda e manter-se no prumo.

Desculpem!
Acho que me estendi de sobremaneira. Não desejei ser prolixo e nem atravessar o samba, mas receio ter me empolgado demais.

Darwin foi um gênio.

Darwin, Einstein, Newton, Kepler, estão no mesmo nível de importância pra ciência.


Pros que se interessam pela vida (biólogos e pessoal da saúde), Darwin deve ser visto como um verdadeiro herói, um gênio que lutou contra as próprias crenças, sofreu pressões dos amigos de outrora, da família, numa época que qualquer raciocínio parecido com o dele seria visto como uma heresia, como uma temeridade... mas que, com o tempo, os frutos de seus estudos e pesquisas puderam ser comprovados e hoje é aceita como uma das mais importantes teorias da ciência.

Darwin foi tão genial que sua visão terminou por superar a da própria "Síntese Moderna" constituída dezenas de anos depois de sua morte. A síntese moderna uniu a evolução e a genética, mas, segundo o geneticista americano Sean B. Carrol deixou meio escanteada a EMBRIOLOGIA.
Hoje, há partir de 1980 a embriologia voltou a ser a fonte principal para esclarecer os processos evolucionistas. Isso ocorreu devido a descoberta dos genes que controlavam o desenvolvimento embrionário das moscas-das-frutas (que levou um Nobel de fisiologia e Medicina em 1995).
Comparando-se os genes do desenvolvimento embrionário das moscas-das-frutas com o de outras espécies chegou-se a espantosa conclusão que eram homólogos e desempenhavam as mesmas funções em todos animais deste platelmintos a seres humanos. Isto reforçou a tese da ancestralidade comum e ratificou uma carta (imaginem) de Charles Darwin a seu amigo Asa Gray, datada de 10 DE SETEMBRO DE 1860.
Vejam o conteúdo desta cara publicada no livro "infinitas Formas de Grande Beleza", do Sean Carrol:
"Para mim, a embriologia é, SEM SOMBRAS DE DÚVIDAS, o conjunto de fatos mais contundentes sobre a mudança das formas. Mas, os que estudaram a minha teoria NÃO parecem aludir a esta ideia." Charles Darwin.

Quer dizer Darwin anteveu séculos antes que a embriologia era e seria a principal maneira de se provar a sua teoria.
A recente BIOLOGIA EVOLUTIVA DO DESENVOLVIMENTO (Evo-Devo) é a mais moderna forma de se estudar evolução. Ela se baseia na comparação de genes que comandam o desenvolvimento embrionário em várias espécies e nos informa sobre a influência do DNA regular, dos genes hox sobre a ancestralidade e embriogênese das espécies.

Darwin forever!

Errata; em DNA Regular, leiam DNA Regulador...
Como sabemos, o DNA REGULADOR não produz genes, mas regula a quantidade, momento e posição que estes são ativados e ou desativados na embriogênese. As maneiras diferentes de usar o mesmo kit de ferramentas genéticas gera diversidade de formas e portanto contribuem muito para a evolução.

Se não me engano, os trabalhos de herdabilidade de Mendel já tinham sido publicados a época de "a Origem da Espécies", mas devido ao pouco valor da revista onde foi inicialmente publicado os evolucionistas o desconheciam. Foi uma informação que me foi passada por um professor com base em datas, mas não lembro a data dos trabalhos de Mendel. Alguém pode confirmar isso?

Pois é, se Mendel tivesse sido lido e compreendido na época, a síntese da genética com a evolução tinha sido feita com dezenas de anos de antecedência.
Agora, o Mendel, neste caso, sem querer, iria ficar numa situação muito difícil. Imagine um Monge, naqueles tempos, fundamentando com suas descobertas, a Teoria da Evolução?!
O problema seria grande.

Mas um "se" da história... rs

Alguns enganos aqui. Darwin publicou o seu “On the Origin of Species” em 1859, enquanto Mendel fez a primeira leitura de seus experimentos em 1865. Por outro lado, na época não havia a separação de ciências como entendemos hoje (Física, Biologia, Química) mas as pessoas estudavam Filosofia/História Natural ´a “história natural” compreendia o que hoje entendemos como ciências. A formação de Mendel foi basicamente em física, que já naquela época estavam acostumados com estudos mais mentais, a biologia, por outro lado era uma ciência mais descritiva, os pesquisadores olhavam (num microscópio, p.ex.) e descreviam o que viam, enquanto físicas partiam para vôos mais altos, montavam um modelo mental/matemático e verificavam se estava de acordo com as observações (vide leis de Newton, p.ex.). Quando Mendel propôs suas leis da hereditariedade, para os biólogos de então não faziam sentido – genes que se unem e se separam... isso nunca havia sido observado – eles observavam células se separando, mas nada parecido com o que Mendel propunha (a técnica da microscopia ainda tinha que ser muito melhorada, décadas mais tarde, antes que pudessem ver os cromossomos se pareando e se separando na meiose). Os físicos, por outro lado, mais afeitos ao tipo de raciocínio usado por Mendel, estavam à época mais preocupados com outros tipos de fenômenos, seguindo o caminho trilhando por Newton e não prestaram atenção ao trabalho de Mendel – que importância tem a cor de ervilhas frente à órbita de planetas – porque Mercúrio parece desafiar a lei da gravitação universal? A verdade é que Mendel deveria ter nascido umas décadas mais tarde, o mundo não estava pronto para ele quando ele estudou e publicou. Somente após sua morte é que o mundo alcançou suas idéias.

Pois é. Dizem que os "gênios já nascem póstumos", ou seja, suas ideias só são compreendidas depois que morrem.
Eu li por aí que Darwin chegou a ler os estudos do Mendel. Mas, os estudos do Mendel tinha muita matemática e Darwin não era muito afeito à matemática.

Mas, o pior de tudo era que Darwin tinha uma concepção inadequada de como as espécies transmitiam sua hereditariedade às outras. Darwin defendia a transmissão da hereditariedade se dava por "mistura". É como se pegar um copo de leite, colocar café. O resultado seria uma mistura do café com o leite.
Por causa desta ideia quase que a Teoria de Darwin ia sendo derrubada. Um escocês (não lembro o nome dele) mostrou que hereditariedade por mistura era incompatível com a teoria darwiniana, porque com o tempo de tanto se misturar, mesmos as boas características herdadas tenderia a se dissolver. A teoria de Darwin precisava de uma teoria da hereditariedade que preservasse as mudanças hereditárias intactas por milhões de anos.
Por ironia era exatamente esta a proposta de Mendel. Mendel chegou a conclusão que os caracteres hereditários não se misturariam. Encontrando-se um caractere com um outro haveria em geral o dominante e o recessivo. O dominante seria passado adiante sem misturasse com o recessivo.
Esta era exatamente a teoria hereditária que fundamentaria mudanças previstas pela seleção natural, ou seja que pudessem ser preservadas por milhões de anos, sem precisar se misturarem entre si...
Mas, só quem entendeu bem genética (aliás, nem o termo genética tinha sido criado) naquela época foi o Mendel. E ele fundamentou bem o trabalho dele com ervilhas, de onde deduziu suas leis.
Mas, dezenas de anos depois, como sabemos, os trabalhos de Mendel foram descobertos e analisados à luz dos microscópios, tornou-se a base hereditária que sustentaria a preservação dos caracteres hereditários por um período muito longo de tempo.
Por ironia um Monge salvou a teoria Darwinista de colapso de credibilidade. Dizem que antes disto, a grande maioria dos cientistas não davam muita credibilidade a teoria da seleção natural, devido a falta de uma teoria genética compatível com a atuação da seleção natural.
Salve Mendel!
Bem, isto é até onde eu sei.

Na sequência tivemos a grande síntese entre a genética mendeliana e a teoria da evolução. As duas maiores concepções teóricas da biologia se entrosavam perfeitamente.
Nos Anos 50 outras grandes descobertas
1. Estrutura do DNA (Francis Crick e Watson) mostrando que esta molécula era a guardiã da informação hereditária.
2. Descoberta do Código Genético (Francis Crick e outros) mostrando que a informação genética era transcrita do DNA para o RNA e traduzida do RNA para as proteínas. Em última instância isto implicava que mutações no DNA levariam a mutações no RNA e portanto mutações nas proteínas. As mutações que mais adaptavam as espécies ao meio ambiente eram automaticamente preservadas.
Portanto, teríamos mutações aleatória no DNA + Seleção Natural = Descendência Modificada (evolução).

Evo-Devo - Uma Síntese mais Moderna.

Hoje a Embriologia Evolutiva do Desenvolvimento (o termo "Desenvolvimento" refere-se à embriogênese) centraliza suas pesquisas na comparação dos genes semelhantes que controlam o desenvolvimento embrionário em espécies diferentes. Esta teoria foi baseada nas descobertas feitas a partir dos anos 80 como drosófilas e que culminaram com o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1995.
Através da Evo-Devo (como é apelidada em inglês esta teoria) sabemos que as principais mudanças na morfologia das espécies não vinham apenas do DNA codificante de proteínas (como pensava a síntese moderna) mas de outras partes do DNA que não codificavam genes, que no entanto controlavam uma infinidade de maneiras de ativá-los e/ou desativá-los durante o desenvolvimento embrionário. Portanto o cronômetro, o ritmo embriológico das espécies levam genes a serem ativados e ou desativados em quantidades, posições e momentos diferentes, causando alterações morfológicas.
A partir de então começou-se a compreender que a evolução não poderia ser interpretada apenas como criação de novos genes, mas pela utilização de um mesmo conjunto de genes (genes hox) que eram usados de muitas maneiras diferentes dependo de se processava o ritmo de embriogênese de cada espécie.
É a tal história: O EMBRIÃO é o verdadeiro intermediário entre o genótipo e o fenótipo.
Com a Evo-devo ficaram fundidas a embriologia, a genética e a evolução.
Na síntese moderna havia muitas dúvidas sobre o papel dos genes na embriogênese e os cientistas centralizavam-se mais na genética e na evolução.
Portanto 4 grandes revoluções da Biologia: 1. Evolução 2. Genética. 3. Síntese genética x evolução 4. Evo-Devo centralizada no papel da embriogênese e nos genes que controlam o desenvolvimento embrionário em todas espécies.
A Evolução evoluiu... (rss)

Minha dúvida era exatamente se a publicação de Mendel tinha realmente sido anterior a Darwin-Wallace e tinha ficado trancada lá pelo leste europeu, eu não lembrava as datas, mas de qualquer forma as teorias de Mendel e Darwin-Wallace só se encontraram anos depois e só se entenderam de vez com Watson e Crick, sem mais.

Mendel Forever!

Importante notar.

A pesquisa de Darwin se deu ao longo de uns 40 anos e ele só publicou por se sentir "ameaçado" por Wallace.
Ambos trabalhavam uma ideia similar e chegaram a conclusões idênticas através dos mesmos resultados.

Não há esse lance, que volta e meia os desorientados gostam de propalar, que Darwin copiou Wallace ou mesmo o contrário. Nem Malthus.

Da mesma forma Mendel é mais um grande cientista que trabalhava paralelamente a outros e desenvolveu suas pesquisas de forma a concluir aquilo que outros colegas seus poderiam ter concluído também. E ele próprio poderia ter chegado a inúmeras variações de pensamento. É próprio da ciência, sobretudo em épocas menos tecnológicas, que a interpretação dos dados seja uma questão ainda pessoal. É humano; gera o debate; destaca o gênio.

Os avanços científicos e humanos se devem a um exército de cientistas e técnicos anônimos, que em algum momento, podem confrontar-se com algum "Santo Graal" e virem, depois de muito trabalho e dedicação, a tornarem-se personagens de destaque da história.

Uma Evolução que nunca dorme

A seleção natural já foi comparada às ondas do mar batendo constantemente nas falésias. Elas mudam o tempo todo as falésias, mas as vezes a mudança é tão sutil que nem percebemos. Com o passar do tempo as falésias vão ficando diferente.

Há seres vivos que são praticamente iguais desde centenas de milhões de anos. Mas, as aparências enganam. As samambaias praticamente são as mesmas, mas dentro delas ocorreram muitas mudanças fisiológicas e bioquímicas que as transformaram numas das plantas mais resistentes às pragas. Aliás, mesmos os animais raramente as perturbam.
Externamente são as mesmas, mas internamente evoluíram.

Outro exemplo é o tubarão. Praticamente têm a velha e temível forma. Mas também evoluiu muito seu sistema de defesa orgânico e é uma das espécies que raramente adoecem.

A evolução, como sabemos, não é só mudança de formas, mas também de natureza fisiológica, bioquímica etc...

A evolução está sempre em ação, mesmo que imperceptivelmente.



"Tudo muda o tempo todo no mundo" - "Como uma Onda do Mar" Lulu Santos

Na verdade, sabe-se atualmente que os tubarões adoecem como outras espécies de animais e chegam até a sofrer de câncer. Uma das maiores preocupações hoje na conservação de ambientes aquáticos é a ação que determinados poluentes desencadeiam no sistema imunológico de vários animais, deixando-os vulneráveis, por exemplo, a infecções por vírus e fungos. Isso já é particularmente bem documentado entre os mamíferos aquáticos, principalmente com os cetáceos e "pinípedes". Por exemplo, em meados da década de 1980, baleias-jubarte morreram misteriosamente no Atlântico Norte, e análises dos seus tecidos revelaram grandes concentrações de PCBs e DDT. E em 2005, Hans Wolkers, do Instituto Polar Norueguês, através de um estudo financiado pela WWF, demonstrou que as orcas do Ártico apresentam uma alta concentração de PCBs superando a que havia sido encontrada em ursos-polares.

Quanto às samambaias, as "pteridófitas" (numa denominação mais técnica) em geral, elas também mudaram morfologicamente. Encontramos no registro fóssil espécies de pteridófitas que atingiam as dimensões de árvores de grande porte, principalmente no período Carbonífero.
A verdade é que a evolução realmente nunca "dorme", como você colocou. A questão sobre "o que aconteceria se uma espécie parasse de evoluir?" gerou uma das idéias mais geniais na biologia desde Darwin, chamada "Rainha de Copas" ou "Rainha Vermelha", elaborada pelo paleontólogo Leigh Van Valen. O nome é inspirado na obra de Lewis Carroll, no trecho quando Alice participa de uma corrida que, por mais que corra, não consegue sair do lugar. Ao perceber isso, ela pergunta à Rainha de Copas e ouve a seguinte resposta: "É preciso correr o máximo possível para permanecer no mesmo lugar."

Em termos simples, o que a "Rainha de Copas" de Van Valen propõe é que o ambiente habitado pelos seres vivos está em constante alteração, forçando as espécies a um infindável esforço para se manterem adaptadas, sempre mudando. Assim, uma espécie que tem sua capacidade de mudança, seu "fitness", diminuído ou abalado, poderá chegar muito perto da extinção ou se extinguirá.

Interessante.
Muito legal a explicação sobre a "Rainha de Copas", ainda não conhecia essa ideia...