Flauta de Bisel

Eu na verdade sou meio nacionalista, então acho legal também comprar flautas AM2 simplesmente por serem produção nacional. A Yamaha já tem gente suficiente comprando flautas delas mundo afora!

A questão aí é o preço, as flautas de resina ABS da yamaha são mais baratas e exigem menos cuidado, por isso é mais ideal para estudantes. As de madeira, mesmo as nacionais são caras... as flautas yamaha de madeira chegam a custar R$4000,00 (achei no mercado livre uma vez, não se encontra em loja porque a yamaha brasil não costuma trazer...)

Eu não acreditei quando vi a primeira vez... mas é verdade. Pesquise a YRS-82 e 83 por exemplo...

Pois é...
Queria ouvir uma dessas tocando... O que será que ela tem de tão especial? Tipo, a terceira oitava sai melhor ou algo assim?

Humm... Não acho. Um site diz que elas são feitas artesanalmente, testadas por profissionais, e têm um formato especial..... e aí o som fica melhor.... mas eu queria ouvir uma dessas.....

Sobre as flautas do luthier Marcos Ximenes

As flautas que desenvolvo são produzidas de forma manufaturada e individualmente, baseadas em instrumentos históricos europeus dos séculos XVI, XVII e XVIII. Os modelos que atualmente trabalho são:

Soprano 440Hz ( R. Wijne, da coleção de F. Bruggen);

Soprano 415Hz (I. Steenbergen, da coleção de F. Bruggen);

Contralto 440Hz (J. Denner, do Musikhistorisk Museum Copenhagen);

Contralto 440Hz (P. Bressan, da coleção do "The Bate Collection" em Oxford);

Contralto 415Hz (I. Steenbergen, da coleção de F. Bruggen);

Contralto 415Hz (J. Denner, do Musikhistorisk Museum Copenhagen);

Contralto 415/392Hz (P. Bressan, da coleção do "The Bate Collection" em Oxford);

Flauta de voz em “D”– 415Hz (Voice-flute P. Bressan, da coleção de F. Bruggen);

Tenor em “C” – 440Hz (P. Bressan, da coleção de F. Bruggen) – sem chaves;

GANASSI soprano em C e contralto em G – 440Hz (Kunsthistorische Museum of Vienna) ;

Flauta doce para repertório de transição entre renascença e barroco - soprano em C 415 Hz (com digitação "barroca");

Flauta doce para repertório de transição entre renascença e barroco - alto em G 415 Hz (com digitação "barroca");

Traverso em "D" G. A. ROTTENBURGH 440/415Hz;

Traverso em "D" J. H. ROTTENBURGH 415Hz;

Traverso em "D" C. PALANCA 415Hz, todos os traversos são feitos com chave em prata maciça e com anéis em imitação de marfim.

As madeiras que utilizo são nacionais e dependendo do modelo da flauta funcionam muito bem. As que tenho no momento são:

Ipê – cor marrom escuro, muito dura e pesada (sua sonoridade geralmente é forte e brilhante);

Muiracatiara – cor amarelo escuro com listras marrons, madeira mais macia (seu som é mais doce, suave, e depois de amaciada tem uma mescla de "veludo" com "metal");

Pau amarelo cetim – cor amarelo vivo e um pouco poroso (sua sonoridade é doce e rica);

Pau-roxo – cor roxa, madeira porosa e dura (som doce e um pouco suave).

Oie!
Vamos discutir técnicas?
Um grande problema na flauta doce é como mudar a dinâmica - tocar piano, mezzoforte, forte, fortíssimo (se é que é possível na flauta doce; talvez nas notas muito agudas!) sem mudar o tom. Pois se você sopra mais forte, a nota fica não só mais forte, como também mais aguda...
Ao meu ver, há duas coisas para resolver isso: quando sopra mais fraco, deixar os dedos mais soltos, e apertar mais ao soprar mais forte (não sei se isso dá muito certo, na verdade; eu não percebo diferença).
E outra coisa que estou tentando fazer é, quando toco algo bem mais forte (normalmente poucas notas por música), eu fecho metade do orifício imediatamente depois do último que está fechado. Então, se vou tocar um lá forte (na soprano, ré na contralto), fecho um pouquinho também o orifício do anelar esquerdo. Ou dá pra fechar um orifício mais posterior também, eu acho....
E algo muito difícil é tocar o dó grave mais forte. Para isso, eu acho que o esquema é soprar de modo que aumenta a quantidade de ar sem aumentar a pressão. Não sei explicar isso... mas essencialmente, é soprar não mais forte, mas liberando mais ar. Como se estivesse tocando uma tuba xD (nunca toquei tuba... mas me fizeram essa comparação uma vez: no trompete tem que ter muita pressão e pouco ar; na tuba é ao contrário).

Aqui tem muitas posições para tocar piano e forte; elas por enquanto são complexas demais pra mim... Eu acho legal ir descobrindo por conta própria, ir sentindo o instrumento. Mas é uma excelente referência! (Winfried Bauer é o cara, sou fã dele).
https://blockfloetengriffe.de/br/index.php?t=bpf

Muito interessante a diversidade de digitações para acordes, harmônicos, o uso do registro fechado e trinados, na verdade não gosto muito da sonoridade dos acordes mesmo quando se equilibra as duas notas, mas é muito útil, ajuda a conhecer melhor o instrumento. Eu não conhecia ainda essa grande gama de possibilidades.

Eu na verdade nunca consegui tocar acordes afinados na flauta doce... Acho que ela realmente não foi feita pra isso! rsrsrs
Mas trinados, por exemplo, são uma parte essencial da flauta doce, e algo que muitas vezes nem aprendemos... Mas tocar flauta doce sem trinados e sem vibrato, pra mim, é como tocar piano sem acordes. Tipo, perde muito do potencial do instrumento...

Na música moderna estes acordes e harmônicos (principalmente acordes) são usados com mais frequência, mas realmente acho que isso só contribui para as críticas e preconceitos, pois pessoalmente acho a sonoridade destes efeitos muito ruim, mesmo ouvindo flautistas experientes tocando. E com certeza trinados e vibratos são essenciais na interpretação da flauta doce.

Música Preferida!

Qual obra barroca para flauta de bisel você mais gosta?

A minha preferida é o Concerto para flauta doce em Dó maior RV443 do Vivaldi, gosto pra caramba dos três movimentos, em especial do primeiro.

Excelente iniciativa! Parabéns!
Que tal colocar aqui as notas de sua música preferida e um vídeo para que possamos acompanhar a execução da mesma?
Espero crescer mais um pouco em meus estudos de flauta neste excelente tópico.
Abrçs.

A. Vivaldi: Recorder Concerto in C major, RV 443 – Bremer Barockorchester, Dorothee Oberlinger


Tá aí um vídeo com a execução, ela foi composta pra flauta doce soprano mas eu gosto mais dessa transcrição pra sopranino.

10a Fantasia, em F# menor, do Telemann

Eu acho o segundo movimento extremamente lindo... E ela toda extremamente linda. Tenho uma gravação dela tocada pelo Frans Bruggen, se alguém quiser!

Eu quero!

Concerto de Sammartini em Fa maior - ESTE CONCERTO É O QUE MAIS GOSTO DE TODOS

Não gostaram da ideia de colocarem aqui as notas (partitura) de suas músicas preferidas para q possamos tocá-las tb?

Como eu não acho muito legal subir coisas que eu achei na internet como se fossem minhas... seguem os links!
Aqui é um CD de fantasias e sonatas pra flauta doce, do Telemann, tocadas por Frans Bruggen.
https://pqpbach.ars.blog.br/2019/07/19/georg-philip-telemann-1681-1767-recorder-sonatas-and-fantasias-franz-bruggen-anner-bylsma-gustav-leonhardt/
A música que eu falei tá como Fantasia in A minor.... don't ask why! rsrs Provavelmente ele teve que transpôr e talvez adaptar pra flauta doce contralto...
E aqui a partitura!
http://imslp.org/wiki/12_Fantasias_for_Flute_without_Bass,_TWV_40:2-13_(Telemann,_Georg_Philipp)
É a 10. Fantasia in F sharp minor.

Frans Brüggen é d+ !

Um texto que li falava que ele se adaptava a cada instrumento, diferente de muitos flautistas atuais que esperam que o instrumento se adapta a ele.

Art3mis escreveu:Não gostaram da ideia de colocarem aqui as notas (partitura) de suas músicas preferidas para q possamos tocá-las tb?

Inspiração pra tocar você vai achar vendo vídeos no YouTube de apresentações de grandes obras por grandes músicos como o popular Quarteto Flanders, o virtuoso e talentosíssimo Frans Bruggen e eu assisti um do Giovani Antonini que me impressionou. Procure por Telemann, Bach, Vivaldi, Haendel.

Obrigada, Flautista!

Pessoal, eu comecei a tocar flauta doce tenor faz umas duas semanas, e quando toco ela fico com dor na mão direita, principalmente no dedão. Não sei se estou segurando ou o que...
Quando comecei a tocar flauta contralto sentia a mesma coisa, depois passou.
Alguém mais sente isso?

A toda dor é dispensável especial atenção, alongar bastante antes e depois de tocar e sempre procurar a posição mais cômoda... ter que parar de tocar por problemas musculares é triste, vale realmente a pena a disciplina.

Art3mis escreveu:Obrigada, Flautista!