Crazy Diamond

O próprio Gilmour define Pink Floyd como não sendo rock progressivo, pois segundo ele nenhum deles era um músico extraordinário tecnicamente falando. Li isso numa entrevista à Guitar Player americana.

Aliás, o prog começou em 1959.

Ouçam Blue Rondo à La Turk.

Chuck, estou falando das bandas que eu citei.

King Crimson é uma das bandas que mais gosto no progressivo, e com certeza influenciou muita gente.

Mas o Floyd já vinha tocando desde 65, com influências dos Beatles e Stones e começaram a criar um tipo de som que era algo, ao meu ver, inédito. Por favor, alguém pode me dizer se tem algo parecido com Interstellar Overdrive antes de 66? Digo 66 pois nesse ano o Floyd já era conhecido pelas suas viagens psicodélicas de trocentos minutos e por fazer shows que a molecada não estava acostumada a ver naquela época.

Essa fase pode ter ido até meados de 68, mas com o Saucerful of Secrets, acho que isso mudou drasticamente. A faixa título já era o prenúncio dessa mudança, See Saw e Set the controls for the heart of the sun também já rumavam para um outro lado, digamos, progressivo.

Mesmo com Moody Blues e Procol Harum e outras bandas mesclando um som erudito com o rock, o impacto não foi como por exemplo o Ummagumma. Tenho certeza que esse disco foi inspiração pra muita banda que fez seu debut em 69, ou 70, pois o Floyd já era um grande nome do rock na Inglaterra, aliás, coincidência as bandas que citei (Yes, Emerson Lake and Palmer, Genesis, Jethro Tull) serem também inglesas.

Atom heart mother, Echoes, Shine on you Crazy Diamond, além de obras de arte, podem ser descritas como?

Cara, se você considera Atom heart mother, Echoes e Shine on como psicodélicas, o que eu posso dizer?

O mundo diz que é progressivo, você acha que não.


Cada um, cada um...

Então diz pra mim, Chuck, o Pink Floyd pertence a qual estilo?

Chuck escreveu:O próprio Gilmour define Pink Floyd como não sendo rock progressivo, pois segundo ele nenhum deles era um músico extraordinário tecnicamente falando. Li isso numa entrevista à Guitar Player americana.

Gilmour disse isso à revista Guitar Player, tudo bem. O mais interessante é que no filme do Adrian Mabem ele mesmo disse que são bastante progressivos. Mudou de opinião? O que ele diz não interessa, muitos artistas levam na humildade, mas o fato é que eles são progressivos sim.

Não mudo de opinião assim tão fácil, meus ouvidos não mentem... E pra mim, Pink Floyd pode ter pitadas leves de rock progressivo, mas não é uma banda de rock progressivo. Cada disco é bem diferente do anterior, ou seja, digamos que eles evoluem muito entre um disco e outro, mas os elementos, as músicas e a musicalidade não fazem de Pink Floyd uma banda de rock progressivo.

Pink Floyd tem muito mais a ver com bandas como Grateful Dead e The Doors do que com bandas como Emerson, Lake & Palmer e Genesis.

Obelix escreveu:Então diz pra mim, Chuck, o Pink Floyd pertence a qual estilo?

Sei lá cara, só sei que não é progressivo. Talvez seja apenas rock psicodélico, excluindo qualquer coisa depois do The Wall da brincadeira (incluindo o próprio The Wall).

Cara, é mais que um fato que o The Wall é um álbum progressivo. Tem todo um contexto nele. Tem toda uma história. Tem aquele "timming" todo. É tão difícil de entender cara?

É, então o Tommy do The Who também é progressivo?

Chuck escreveu:

Obelix escreveu:Então diz pra mim, Chuck, o Pink Floyd pertence a qual estilo?

Sei lá cara, só sei que não é progressivo. Talvez seja apenas rock psicodélico, excluindo qualquer coisa depois do The Wall da brincadeira (incluindo o próprio The Wall).

Eu consigo dividir bem a carreira do Pink Floyd em 4 fases:

1º O Piper e o Saucerful Of Secrets : Rock psicodélico puro e Space Rock (Astronomy Domine, Interstellar Overdrive, Let There Be More Light), com exceção da música Saucerful of Secrets que caracteriza a fase seguinte. Fase onde as ideias do Syd comandam.

2º More, Ummagumma e Atom Mother: Experimentações avant-garde (Ummagumma quase inteiro, Party Sequence, Quicksilver, a música Atom Heart Mother e a música Saucerful of Secrets da fase anterior). Folk progressivo, Psyco Folk e Folk Rock (Grantchester Meadows, Crying Song, Cymbaline, Green Is The Colour, If, Fat Old Sun) entre outros gêneros como o Hard Rock de Nile Song e Ibiza. Fase menos conhecida com mais experimentações.

3º Meddle até o The Wall: Rock progressivo e Rock Progressivo Psicodélico. Apesar de ter algumas músicas de Hard Rock (Money, Have a Cigar, The Gold It's In, In the Flesh, Young Lust) e Folk Rock (Pillow Of Winds, Fearless, Wot's Uh the Deal, Pigs on the Wing, Is There Anybody Out There) entre outros como rock sinfónico no The Wall. É a fase mais popular.

4º Final Cut, A Momentary Lapse Of Reason e Division Bell : Rock progressivo, porém aqui não é mais Pink Floyd e sim carreira solo de Waters e Gilmour.


Vale lembrar que é difícil classificar, por exemplo apesar de ter dividido o The Wall e o Final Cut em fases diferentes, noto uma grande semelhança em várias músicas. Na verdade tem vários álbuns de "mudança" com características de ambas as fases como o Atom Mother e o Meddle, que são parecidos, ou como disse antes o The Wall e o Final Cut.

O Pink Floyd começou psicodélico e se tornou progressivo. Esse lance de fases é tudo muito subjetivo, acho que vai de cada um. Não vejo o Pink Floyd dessa maneira, com trocentos rótulos nas costas. Aliás, na minha opinião, o termo psicodélico e progressivo serviram pra diagnosticar superficialmente o que a banda fazia. Pink Floyd vai além disso.

Essa história de space rock, por exemplo, não é invenção. No início dos anos 70, a mídia caracterizava o Pink Floyd como uma banda space rock, o que levou Roger Waters a dizer numa entrevista que o som deles era da Terra, que no espaço não tinha som, só vácuo.

Claro que se for parar pra descrever os estilos contidos nas músicas da banda, vai ter folk, hard, jazz, blues, e muitos outros estilos. Mas aí é que está o diferencial: a banda soube casar os gostos pessoais e transformar tudo isso em Pink Floyd.

E pra quem acha que Division Bell é um disco solo de David Gilmour, está desconsiderando totalmente um músico chamado Richard Wright, o que eu não consigo entender, nem aceitar.

Esqueci de mencionar que a participação do Richard Wright no Division Bell tem igual importância que a do Gilmour.
Na verdade quando falei álbuns solo quis dizer que apesar de termos 3 excelentes álbuns com o nome do Pink Floyd, eles não tinham mais a identidade da banda.
Final Cut por exemplo é um álbum de Waters executado pelo Pink Floyd, como foi escrito. Ja os outros álbuns não acho que sejam Pink Floyd 100% pois não tem Waters. Quando digo Pink Floyd 100% é: Gilmour, Mason, Waters e Wright.

Como eu disse, pra mim Pink Floyd foi psicodélico e se tornou progressivo.

Mas como eu disse também, space rock foi um termo utilizado no início dos anos 70, para denominar o tipo de som que grupos como o Pink Floyd faziam. Isso é um fato. Concordando ou não, esse termo existiu, tanto que Roger Waters chegou a dar a declaração que eu mencionei.

O que eu não concordo é esse termo ser utilizado hoje em dia, isso não tem nada a ver. Na época, a mídia não sabia como determinar o que o som do grupo era de verdade, por isso algumas denominações acabaram surgindo. Mas eu acho que de umas décadas pra cá, já deu pra entender o que é o som do Pink Floyd.

Isso fica bem claro até se for ver as primeiras publicações sobre o Pink Floyd no Brasil, onde está bem claro que pouco se sabia sobre a banda, tem algumas referências a som interplanetário (???) e outras bizarrices.

É difícil escolher qual fase gosto mais, meu disco favorito certamente é o Wish You Were Here, mas quando comecei a ouvir Pink Floyd não era, assim como eu não gostava de todas as fases, até que um dia deixei tocando discos aleatórios deles no pc enquanto fazia alguma coisa e percebi que tinha muita música boa até nas fases que eu não ouvia, aí comecei a ouvir e gostei de praticamente tudo...

Resumindo... Pink Floyd é foda.

Eu até entendo o pessoal gostar ou não gostar da fase do Barrett... O que eu não entendo é achar o Pink Floyd uma banda de rock progressivo.

Em que discos eles são progressivos??? Animals, e forçando a barra ainda. Talvez parte do Wish You Were Here.

Eles não eram virtuoses, e nem seguiam tendências, isso desde a fase Barrett até o fim da banda (tá, talvez no fim eles já estivessem se autoplagiando um pouco, mas pouco mesmo....) e até mesmo o Piper se diferencia dos discos psicodélicos de 67, como o Sgt. Peppers e o Surrealistic Pillow por exemplo.

Como assim PF não é progressivo? Desculpe a ignorância musical, mas progressivo não é experimentalismo, variações de compasso/tempo (principalmente no que se refere à bateria)? A vida toda eu ouvi que Pink Floyd é progressivo, principalmente os primeiros discos. E agora não é? Como assim?

O problema é essa mentalidade:
"rock complexo e sério = tem qualidade"
e "simplicidade e despojamento = lixo"

Desprezam duas virtudes!


Eu adoro rock progressivo (sem entrar no mérito do Floyd ser prog ou não), mas essa mentalidade dos fãs de progressivo é muito preconceituosa.

O problema do Pink Floyd é esse: ficou famoso demais, banalizou. Não o som, mas os apreciadores. Virou moda.
Mas tudo bem... esses nunca vão conhecer o verdadeiro tesouro do Floyd.

Ouça Tarkus, do álbum de nome homônimo do Emerson, Lake & Palmer, de 1971. Aquilo sim é progressivo, diferentemente de Pink Floyd.

Costumo dizer que Floyd é uma marola no oceano do progressivo. hehehe

hahahah Floyd não é prog então. Ok.
PF não é prog.
PF não é experimental.
Syd Barrett é uma criança drogada.
Isso aê.

Bora ouvir Pantera, Ozzy e DREAM THEATER.
É isso que vocês merecem.

Eu não acho que música dependa de complexidade para ser boa. Ou pelo menos para agradar alguém. Eu gosto de muitas coisas simples. Quanto ao fato de Pink Floyd ser ou não progressivo, sei lá. Eu sempre achei que era: comecei a gostar de Pink Floyd depois de me interessar por prog, meus amigos fãs de progressivo também gostam de Pink Floyd, e o PF está lá no prog archives, com o subgenero "Prog Sub-Genre: Psychedelic/Space Rock".

Tá certo que nem toda banda é progressiva o tempo todo. E ninguém precisa gostar de tudo que uma banda faz.

No caso do Pink Floyd, há músicas de vários jeitos distintos. Quem acaba se interessando por conhecer mais a banda, acaba vendo essa diversidade. Se vai gostar ou não, problema de cada um. Eu não gosto de todas as músicas que eles fizeram, e também acho difícil alguém realmente adorar tudo que uma banda faz.

Pra encerrar o assunto, acho as músicas de Syd Barrett fantásticas e bem criativas. O fato dos integrantes remanescentes do Floyd sempre homenagearem Syd, é que além de terem sido parceiros, sabiam de sua importância e que sem ele não teriam começado a carreira. Palavras de Roger Waters: ''O Pink Floyd não poderia ter começado sem Syd, mas não poderia ter continuado com ele.''

Mas o interessante é alguém falar que depois de Syd o Pink Floyd se comercializou. Se você for ver a época em que Syd estava no grupo, é a fase em que mais apareceram em programas de tv, mais fizeram playback, mais fizeram clipes, mais se expuseram na mídia, coisa que não aconteceu nos anos 70, por exemplo. Nesse contexto o Pink Floyd era mais pop (popular mesmo, não comercial) do que foram sem Syd Barrett. Mas aí é que está o lance genial da coisa toda. O Pink Floyd aparecia mais fazendo rock psicodélico, músicas totalmente fora do que era apresentado por inúmeros grupos da época.

Nos anos 70, o Pink Floyd era uma banda de álbuns e shows, não se preocupava tanto com imagem, mas com a música. Não tinha foto nas capas dos discos e tinha gente que nem sabia quem era quem no grupo. Mais louvável ainda.

Resumindo: A fase com Syd Barrett mostrou ao mundo quem era o Pink Floyd, e a fase seguinte mostrou que poderiam ser muito mais.