Os Lusíadas
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Re: Os Lusíadas
O livro faz uso do verso decassílabo (verso de 10 sílabas) e a oitava rima que são estrofes organizadas em A B A B A B C C, num total de 1102 estrofes e 8816 versos, todos eles decassílabos.
O texto começa com uma proposição onde é apresentado o tema, a glória dos reis e fatos históricos, depois uma invocação onde invocam as Tágides, as ninfas do rio Tejo, depois a dedicatória a Dom Sebastião, e por fim a narração onde vão aparecer os episódios.
O texto começa com uma proposição onde é apresentado o tema, a glória dos reis e fatos históricos, depois uma invocação onde invocam as Tágides, as ninfas do rio Tejo, depois a dedicatória a Dom Sebastião, e por fim a narração onde vão aparecer os episódios.
Euterpe- Mensagens : 63
Re: Os Lusíadas
O primeiro episódio, na minha opinião o mais interessante, é o da Inês de Castro, a rainha coroada depois de morta, cuja linda história de amor foi muito bem contada AQUI.
Euterpe- Mensagens : 63
Re: Os Lusíadas
Depois vem a partida das navegações do reino de Portugal, em seguida o episódio do gigante Adamastor, que na verdade é uma metáfora das dificuldades de se cruzar o Cabo da Boa Esperança, em que Vasco da Gama conversa com o gigante Adamastor e percebe que ele foi petrificado por conta de um amor forçoso da ninfa Tétis, e consegue passar e se encaminha pra chegar até Calicute.
Ao chegar em Calicute, ele é recebido pelo deus Baco, e numa tempestade ele pede ajuda às ninfas do rio Tejo que dançam e seduzem os ventos levando a tempestade embora.
Ao chegar em Calicute, ele é recebido pelo deus Baco, e numa tempestade ele pede ajuda às ninfas do rio Tejo que dançam e seduzem os ventos levando a tempestade embora.
Euterpe- Mensagens : 63
Re: Os Lusíadas
E o último episódio é o da Ilha dos Amores, uma ilha criada por Vênus no meio do oceano onde é um presente pra Portugal pois ela populou essa ilha por ninfas flechadas pelo Cupido que receberam os portugueses todas nuas, então é um episódio digamos erótico que no fim das contas vai mostrar a virilidade do povo português. No final do episódio as ninfas e Vênus chamam os portugueses para o cume de um monte e falam que com a ambição de seus reis eles poderiam ser levados à derrocada.
Euterpe- Mensagens : 63
Re: Os Lusíadas
E no final da história, no Epílogo, Camões traz um olhar pessimista pro futuro de Portugal, digamos premonitório, criticando a ambição dos reis, ambição essa expansionista onde poderia levar Portugal à derrocada.
Euterpe- Mensagens : 63
Re: Os Lusíadas
Melhores poemas de Camões na minha opinião:
Verdes são os campos
Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
Existe uma música portuguesa com esse poema de Camões, de José Afonso, cantor português.
Verdes são os campos
Verdes são os campos,
De cor de limão:
Assim são os olhos
Do meu coração.
Campo, que te estendes
Com verdura bela;
Ovelhas, que nela
Vosso pasto tendes,
De ervas vos mantendes
Que traz o Verão,
E eu das lembranças
Do meu coração.
Gados que pasceis
Com contentamento,
Vosso mantimento
Não no entendereis;
Isso que comeis
Não são ervas, não:
São graças dos olhos
Do meu coração.
Existe uma música portuguesa com esse poema de Camões, de José Afonso, cantor português.
Euterpe- Mensagens : 63
Re: Os Lusíadas
"Depois de tantos dias malgastados,
Depois de tantas noites maldormidas,
Depois de tantas lágrimas vertidas,
Tantos suspiros vãos vãmente dados,
Como não sois vós desenganados,
Desejos que de coisas esquecidas
Quereis remediar mortais feridas
Que Amor fez sem remédio, o Tempo, os Fados?
..."
Só quem já se sentiu assim sabe como é.
Depois de tantas noites maldormidas,
Depois de tantas lágrimas vertidas,
Tantos suspiros vãos vãmente dados,
Como não sois vós desenganados,
Desejos que de coisas esquecidas
Quereis remediar mortais feridas
Que Amor fez sem remédio, o Tempo, os Fados?
..."
Só quem já se sentiu assim sabe como é.
Euterpe- Mensagens : 63
Re: Os Lusíadas
Ao desconcerto do Mundo
Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.
Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.
Euterpe- Mensagens : 63
Re: Os Lusíadas
"Pois meus olhos não se cansam de chorar
Tristezas, que não cansam de cansar-me;
Pois não abranda o fogo em que abrasar-me;
Pôde quem eu jamais pude abrandar,
Não canse o cego Amor de me guiar
A parte donde não saiba tornar-me;
Nem deixe o mundo todo de escutar-me;
Enquanto me a voz fraca não deixar,
E se em montes, [em] rios ou em vales
Piedade mora ou dentro mora amor
Em feras, aves, plantas, pedras, águas,
Ouçam a longa história de meus males,
E curem sua dor com minha dor;
Que grandes mágoas podem curar mágoas."
Tristezas, que não cansam de cansar-me;
Pois não abranda o fogo em que abrasar-me;
Pôde quem eu jamais pude abrandar,
Não canse o cego Amor de me guiar
A parte donde não saiba tornar-me;
Nem deixe o mundo todo de escutar-me;
Enquanto me a voz fraca não deixar,
E se em montes, [em] rios ou em vales
Piedade mora ou dentro mora amor
Em feras, aves, plantas, pedras, águas,
Ouçam a longa história de meus males,
E curem sua dor com minha dor;
Que grandes mágoas podem curar mágoas."
Euterpe- Mensagens : 63
Re: Os Lusíadas
O fogo que na branda cera ardia
O fogo que na branda cera ardia,
Vendo o rosto gentil que eu na alma vejo,
Se acendeu de outro fogo do desejo,
Por alcançar a luz que vence o dia.
Como de dous ardores se incendia,
Da grande impaciência fez despejo,
E, remetendo com furor sobejo,
Vos foi beijar na parte onde se via.
Ditosa aquela flama, que se atreve
A apagar seus ardores e tormentos
Na vista de que o mundo tremer deve!
Namoram-se, Senhora, os Elementos
De vós, e queima o fogo aquela neve
Que queima corações e pensamentos.
O fogo que na branda cera ardia,
Vendo o rosto gentil que eu na alma vejo,
Se acendeu de outro fogo do desejo,
Por alcançar a luz que vence o dia.
Como de dous ardores se incendia,
Da grande impaciência fez despejo,
E, remetendo com furor sobejo,
Vos foi beijar na parte onde se via.
Ditosa aquela flama, que se atreve
A apagar seus ardores e tormentos
Na vista de que o mundo tremer deve!
Namoram-se, Senhora, os Elementos
De vós, e queima o fogo aquela neve
Que queima corações e pensamentos.
Euterpe- Mensagens : 63
Re: Os Lusíadas
Enfim... Uma escolha dificílima. Tanta coisa linda...
"Serviria ainda por mais sete anos se não fosse para tão longo amor tão curta a vida..."
"Sete anos de pastor Jacob" tem uma beleza lírica ímpar. Nos faz refletir sobre a efemeridade da vida perante as grandezas do amor.
"Serviria ainda por mais sete anos se não fosse para tão longo amor tão curta a vida..."
"Sete anos de pastor Jacob" tem uma beleza lírica ímpar. Nos faz refletir sobre a efemeridade da vida perante as grandezas do amor.
Euterpe- Mensagens : 63
Re: Os Lusíadas
Uma foto da edição de 1572, portanto a primeira, de Os Lusíadas, onde se pode ver que Luís estava escrito com S.
Euterpe- Mensagens : 63
Re: Os Lusíadas
Algumas palavras podem parecer erradas, mas trata-se do português daquela época, o importante não é só que é uma linda obra, mas o significado que ela representa...
Euterpe- Mensagens : 63
Re: Os Lusíadas
Já que todos são perfeitos, atacarei com um soneto que não é de autoria do poeta máximo de nossa língua, mas sim uma composição feita em sua homenagem pelo também brilhante poeta português Bocage:
"Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,
Arrostar co'o sacrílego gigante.
Como tu, junto ao Ganges sussurante,
Da penúria cruel no horror me vejo.
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante.
Ludíbrio, como tu, da Sorte dura
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura.
Modelo meu tu és, mas... oh, tristeza!...
Se te imito nos transes da Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza."
Esplendoroso...
"Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu, quando os cotejo!
Igual causa nos fez, perdendo o Tejo,
Arrostar co'o sacrílego gigante.
Como tu, junto ao Ganges sussurante,
Da penúria cruel no horror me vejo.
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante.
Ludíbrio, como tu, da Sorte dura
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura.
Modelo meu tu és, mas... oh, tristeza!...
Se te imito nos transes da Ventura,
Não te imito nos dons da Natureza."
Esplendoroso...
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