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As Cruzadas

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Mensagem por Ser ou Não Ser 27/1/2024, 14:28

Por que os Cruzados foram derrotados?
Pra mim a derrota cruzada foi causada pelos seguintes motivos:
1) falta de união entre os Cruzados e por isso eles ficavam mais fracos
2) Eles não avaliavam os adversários e entravam em batalha descuidadamente
3) Não levavam em conta o clima na hora de lutar e por isso eles não conseguiam com as armaduras pesadas lutar contra o clima quente de Israel
4) Como Israel é um terreno montanhoso, perfeito pra emboscadas e cruzados deveriam levar isso em conta
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Mensagem por Nefelibata 27/1/2024, 14:32

Foram derrotados porque os árabes eram superiores em tecnologia, sabiam aproveitar o terreno ao seu favor e também porque tinham muitos mais motivos para lutar contra os cruzados que não tinham mais o objetivo de tomar Jerusalém em nome de deus e combater os infiéis e sim de conquistar terras, roubar e matar.
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Mensagem por Nefelibata 27/1/2024, 14:33

Vale lembrar que os bárbaros da época eram os europeus, os árabes eram muito mais evoluídos e organizados.
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Mensagem por Eremita 27/1/2024, 14:49

Foi o choque entre duas escolas de luta:

De um lado, os cruzados lutavam valorizando acima de tudo o choque frontal, de preferência com a cavalaria pesada armada de espadas, lanças, achas e maças, seguida pela infantaria.

Já os sarracenos (turcos e árabes) preferiam o combate indireto, usando cavalaria ligeira armada com arcos compostos, arremessando setas e dardos pra cima do inimigo até que ele ficasse muito diminuído em número e só então soltavam a carga com lanças, sabres, achas e maças. A infantaria iria logo depois.

O que os sarracenos fizeram com os cruzados seguia normalmente o seguinte esquema:

1° - mantendo-se à distância, arremessavam seus projéteis. Quando os cruzados arremessavam contra eles, dispersavam-se e reagrupavam-se, evitando o choque frontal;

2° - Os cruzados (homens e cavalos) começavam a ficar esgotados, tanto pelo calor batendo sobre suas armaduras como pela fadiga dos constantes ataques frontais fracassados, fora as baixas causadas pelas flechas e dardos sarracenos;

3° - Os sarracenos, percebendo isso, lançavam o seu ataque frontal, seguido imediatamente pela infantaria, que engajava tanto os cavaleiros ocidentais como a infantaria deste.

E a infantaria cruzada? ficava parada assistindo a tudo?

Aí está um problema: Na maioria das batalhas a infantaria era PROIBIDA de intervir no combate até que a cavalaria tivesse praticamente vencido o inimigo. Isso era devido ao desprezo inerente que a classe nobre (a cavalaria) tinha em relação à plebe (a infantaria), e ao receio de que esta lhe roubasse "as glórias do dia". Essa atitude motivada pela soberba foi a responsável por inúmeras derrotas da cavalaria européia face aos seus inimigos do oriente, fossem árabes, turcos ou mongóis.
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Mensagem por Marco Polo 27/1/2024, 14:54

Nefelibata escreveu:Foram derrotados porque os árabes eram superiores em tecnologia, sabiam aproveitar o terreno ao seu favor e também porque tinham muitos mais motivos para lutar contra os cruzados que não tinham mais o objetivo de tomar Jerusalém em nome de deus e combater os infiéis e sim de conquistar terras, roubar e matar.
Não era por aí... Na verdade, a infantaria cruzada, geralmente formada pela plebe, estava lá por um ideal. Os europeus tinham motivos de sobra para atacar os sarracenos. Os sarracenos e mouros invadiram a Península Ibérica e cometeram atrocidades contra os europeus, vilipendiaram locais de culto e praticaram diversos atos de imperialismo contra esses povos, além de outros da Ásia Central (até hoje sob influência muçulmana). É claro que não se pode tomar uma posição maniqueísta em uma questão delicada em tempos onde invasões, saques e pilhagens eram a regra, mas do ponto de vista do materialismo histórico, ao qual me atenho, o Cristianismo representava o progressismo em relação ao Islamismo (que até hoje mantém uma opressão medieval sobre a sociedade dos países que o adotam).

1- Não colocaria como defeito as armaduras europeias, pois elas ofereciam grande proteção e mesmo liberdade de movimento. Elas chegavam a pesar menos do que o equipamento moderno do soldado. Não creio que deviam aquecer muito também, já que por baixo se usava roupas que evitavam a transmissão do calor à pele. Diria que o problema foi o fato de que muitos europeus não estavam acostumado às altas temperaturas do Oriente Médio.

2- A cavalaria cruzada era geralmente composta por nobres, estes sim visavam não a fé, mas sim o lucro e aquisição das especiarias do Oriente. Eles foram um grande fator de desunião dos cruzados, tanto que depois de Ricardo I, quando os nobres de fato lideravam, as cruzadas foram um fracasso. Eles desprezaram diversos fatores militares, inclusive a questão das fontes de água (isso é bem mostrado no filme "Cruzadas"). E ganância e a corrupção dos cruzados chegou a levar ao saque de Constantinopla.

3- Havia grandes dificuldades logísticas e inferioridade tecnológica, sendo que o segundo problema viria a ser superado com a aquisição de técnicas sarracenas.
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Mensagem por Marco Polo 27/1/2024, 14:56

Importante se frisar que aparentemente os cruzados não tinham arqueiros... Eles eram essencialmente guerreiros do tipo corpo a corpo (fossem montados ou infantes).
Predominava na Idade Média, entre os códigos cavalarianos, a ideia de que o arqueiro era um covarde, por atacar a distância e nem sempre frente a frente. Eles eram vistos da mesma forma que os ladrões... Nunca vi nenhuma ilustração do cruzados onde apareça um arqueiro. Se havia arqueiros, isso nos dá uma idéia do quanto seu papel era ignorado.
Ademais, eles não tinham um comando centralizado. Eram geralmente grupos a parte, exércitos comandados por esse ou aquele barão, que nem sempre era bom estrategista. Ademais, eram péssimos diplomatas!
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Mensagem por Ser ou Não Ser 27/1/2024, 14:59

Os macedônicos liderados por Alexandre enfrentaram os persas que tinham uma forte cavalaria e muitos arqueiros e venceram. Os cruzados não precisavam não só da cavalaria, mas de uma forte infantaria com fortes escudos e com lanças iguais a de Alexandre, pois os escudos seriam para proteger das flechas e as lanças serviriam para impedir o ataque da cavalaria árabe, pois caso eles tentassem se aproximar, seriam trespassados pelas lanças. Eu usaria a infantaria seria para barrar o ataque árabe e a cavalaria seria para derrota-los.
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Mensagem por Ser ou Não Ser 27/1/2024, 15:00

Por que os árabes foram derrotados por Carlos Martel? E qual foi o motivo que a reconquista na Espanha deu certo, enquanto os cruzados falharam?
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Mensagem por Ave de Rapina 27/1/2024, 15:12

O negócio todo desandou quando deixaram os sucessos da primeira cruzada serem perdidos... o que os cruzados deveriam ter impedido a unificação do mundo islâmico... ai que a casa caiu!

Concordo também que o fanatismo ofuscou a visão tática da situação... houve desperdício terrível de tropas (e eles já tinham dificuldade de trazer tropas da Europa).

Também os desunidos reinos da Europa não colaboraram adequadamente pra tomar o mundo islâmico... múltiplas cruzadas simultâneas investindo contra áreas diferentes do oriente médio teriam efeito mais devastador.

Por fim, discordo que todos os cruzados estavam interessados em dinheiro... muitos ataques dos Templários foram suicidas - eles sabiam que não sobreviveriam mas combateram mesmo assim - isso não condiz com o perfil de alguém interessado em dinheiro. Já os hospitalários, depois das batalhas, se focavam em cuidar dos feridos (dai o termo hospital)... isso também não fecha com a imagem de ganância... vamos cuidar com as simplificações exageradas pessoal.
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Mensagem por Refael Balinha 27/1/2024, 15:18

Calma la pessoal...
... não podemos nos esquecer que na 3º Cruzada, a Cruzada dos reis, após reconquistar São João D’Acre as tropas de Ricardo Coração de leão enfrentam as de Saladino na Batalha de palmar de Arsuf em 07 de setembro de 1191 onde a cavalaria muçulmana ataca em ondas mas suas flechas e lanças não conseguem perfurar as armaduras dos cruzados que varreram os sarracenos do campo de batalha. O exército de Saladino foi vencido mas não destruído, se retirando ordenadamente em direção à Jerusalém. E em agosto de 1192 nova vitória das tropas do Rei Ricardo em Jafa faz com que ambos, Saladino e Ricardo assinem uma trégua de três anos em que a cidade santa continuaria em poder dos muçulmanos mas estes permitiriam as peregrinações ao santo sepulcro, e os cruzados ocupariam uma faixa de terra entre Jafa e Tiro.
Agora imaginem se o Imperador Frederico Barba Roxa não tivesse se afogado no rio Silef na Cilícia? e as tropas germânicas tivessem se juntado com as de Ricardo?
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Mensagem por Navegante 27/1/2024, 15:22

Bem colocado por ambos: Ricardo não poderia permanecer tanto tempo na Palestina, e a estratégia inglesa (baseada em infantaria e arqueiros) se mostrou adequada para o local, enquanto que os cruzados (nobres) franceses ainda se baseavam nas estratégias (fracassadas, desde Crecy) de cargas de cavalaria...
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Mensagem por Navegante 27/1/2024, 15:24

Entre muitos aspectos podemos destacar:

- a falta de preparo dos líderes cruzados, visto que era extremamente raro que alguém, mesmo um nobre, fosse muito instruído, principalmente em termos de estratégia e tática
- a superioridade tática dos muçulmanos, que eram muito mais desenvolvidos culturalmente
- a facilidade dos muçulmanos em recrutar tropas, em contraste com a dificuldade dos europeus em fazer o mesmo
- o modo de como muitos europeus recém-chegados agiam (como já foi mencionado antes) revoltava a população local
- a tradição da "cavalaria" em ganhar batalhas sozinhas, desprezando qualquer noção de tática
- o sucateamento da infantaria, que além de "proibida" de lutar, era mal treinada, mal equipada e mal motivada (apesar do fervor religioso, excluindo-se alguns soldados profissionais, como os templários e hospitalários)
- o desprezo pelo uso de projéteis em combate
- o terreno e clima não usuais para os europeus
- a desunião dos cruzados entre si
- a burguesia italiana, que incentivou o saque à Constantinopla por pura cobiça
- o quase total desconhecimento de diplomacia por parte dos cruzados

e com certeza mais coisas....
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Mensagem por Refael Balinha 27/1/2024, 15:30

As Cruzadas vistas pelos árabes

Amin Maalouf; Editora Brasiliense S/A.

Resenha: Invasores, atrasados, desconhecedores das regras elementares de ética social... Era assim que os mulçumanos viam os cruzados: europeus cristãos que invadiam suas terras na tentativa de reconquistar Jerusalém, a cidade santa. Das primeiras invasões, no século XI, ate a derrocada final dos cruzados no século XIII, Amin Maalouf constrói uma narrativa inversa à corrente entre nós, ocidentais. Em um livro que nunca deixa de ser épico e emocionante, ele percorre a longa galeria de personagens históricos que participaram da "guerra santa", bem como relata os fatos belicosos, as batalhas e os acontecimentos pitorescos surgidos de entrechoque de duas culturas tão diversas. Mostrando cristãos como cruéis e selvagens, como ignorantes e culturalmente despreparados, Maalouf faz o leitor pensar. Afinal, naquela época,quem eram os verdadeiros bárbaros?
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Mensagem por Eremita 27/1/2024, 15:37

Excelente livro, por sinal, principalmente por usar as fontes islâmicas da época para narrar as cruzadas. Assim a gente aprende como "o outro lado" via os europeus.
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Mensagem por Eremita 27/1/2024, 15:40

Quem assistiu ao filme "O Incrível Exército de Brancaleone" tem uma ideia aproximada do tipo de gente que ia a Jerusalém e, quase sempre, fazia parte de um exército cujo suserano responsável lhe dava uma espada e um escudo e nada mais. Também tive a oportunidade de ler esse livro e fixei bem a parte em que Amim Maalouf fala dos saques promovidos pelos exércitos esfomeados dos franj às aldeias nos arredores de onde acampavam. Tenho como um dos principais fatores para a derrota européia a impossibilidade dos organiozadores das cruzadas de formar um exército profissional, ou sequer qualificado para ser chamado de exército. A Cruzada das Crianças, por exemplo, seria cômica se não fosse trágica. Parecia que de tempos em tempos a Europa queria se livrar dos excessos.
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Mensagem por Lobo do Leste 27/1/2024, 15:45

Os cruzados eram muitos... muitos mortos de fome de quem a Europa queria se livrar pra acabar com as pestes e doenças. em muitos casos eles saqueavam cidades aliadas por que lá tinha dinheiro e terras para eles. Os cruzados também eram desunidos, em uma cruzada o rei francês fugiu no meio do caminho, um outro Rei morreu afogado durante uma travessia e Ricardo Coração de Leão teve a ideia (corajosa sim, mas burra também) de invadir sozinho... foi preso e seu resgate foi tão caro que a Inglaterra ficou devendo... enquanto isso a França se preparava para atacar a Inglaterra...
Eles não tinham arqueiros bem treinados e consideravam atacar de longe uma tática suja e desleal. Arqueiros e besteiros só viriam a ser usados com eficiência durante a guerra dos cem anos mas mesmo assim ainda havia preconceito.
A infantaria era desorganizada e obrigada a ficar em segundo plano pelos nobres que também desconsideravam a falta de suprimentos e a distância que percorreriam em desertos... a tecnologia européia nem se comparava à tecnologia de guerra árabe, só aprenderiam quando passassem 80 anos na própria Jerusalém só para serem tirados de lá depois. Os árabes tinham tudo para ganhar inclusive no ataque à Espanha mas a distância e a falta de recursos que tinham no continente aliada à falta de conhecimento do território destruiu suas chances mas eles ainda lutariam por bastante tempo antes da derrota total.
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Mensagem por Dree Elle 27/1/2024, 15:47

Além da desorganização e desunião dos cruzados, acho que armas e técnicas (que os sarracenos estavam muito mais avançados), foram fatores principais para a derrotada. Você tira pela diferença da função das espadas nos dois lados. A sarracena tinha poder de "corte" mais rápido em maior altura ou não, fazendo com que atacassem mais rápido no corpo a corpo, em detrimento da armadura européia pesada, lenta e pouco avançada. Talvez a cavalaria árabe não tivesse tanta capacidade de enfrentar a cruzada que era pouco mais forte, mas em compensação os árabes levavam uma enorme vantagem quanto à habilidade e agilidade e maior prática de técnicas de armadilhas de guerrilha fora das fortificações.
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Mensagem por Galego 27/1/2024, 15:49

As táticas de cada lado eram diferentes mesmo. Os cruzados acreditavam nas cargas de cavalaria pesada em linha, montando garanhões fortes com força de explosão muscular, arremetidas curtas e rápidas. Enquanto os islamicos montavam eguas pois eram mais dóceis e controláveis, adequadas para um arqueiro montado, atacando em formação de crescente cercavam o inimigo e depois o enchiam de flechas.

Porém os mulçumanos aprenderam a se adaptar para enfrentar melhor os cruzados. Sem contar o domínio do terreno.

Ouvi dizer uma vez (lamento não tenho a fonte) que um batalha foi ganha pelos cruzados porque várias éguas da força inimiga estavam no cio e os cavalos cruzados sentiram o cheiro, o que aumentou muito a eficiência dos cavalos.
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Mensagem por Lobo do Leste 5/2/2024, 12:59

CRUZADAS

Jerusalém foi fundada há mais de 5.000 anos. Judeus, cristãos e mulçumanos vêm,  travando disputas pela sua posse há mais de dois mil anos.
Após já ter sido dominada por hebreus (judeus) e cristãos, em 638, Jerusalém passou a ser controlada pelos árabes seguidores do islamismo, que permitiam que a cidade continuasse a ser visitada por peregrinos de outras religiões.
Em 701, os árabes foram expulsos pelos turcos seldjúcidas. Eles também eram muçulmanos, porém, ao contrário dos árabes, impediam que seguidores de outras religiões entrassem na cidade.
Então, a Igreja Católica da Europa Ocidental resolveu intervir e, em 1095, o papa Urbano II, convocou uma guerra para tirar Jerusalém do julgo dos muçulmanos.
O papa prometeu perdoar os pecados de todos aqueles que fossem para a guerra que ficou com o de "Guerra Santa". Como os participantes dessas expedições se vestiam com túnicas bordadas com uma cruz, o movimento ficou conhecido como "Cruzada". De 1095 a 1270, oito grandes cruzadas foram enviadas para Jerusalém que ficou conhecida naquele período como Terra Santa.
 
Data
Acontecimento
Primeira Cruzada
(1095-1099)
-    em outubro de 1096 a Primeira Cruzada foi bastante massacrada pelos turcos, mas, em 1099,conquistaram Jerusalém;
-      fundaram na região dos "principados Latinos do Oriente", composto pelo Reino de Jerusalém, o Condado de Edessa, O Condado de Trípoli e o principado de Antíoquia.
Segunda Cruzada
(1148-1151)
-      liderada por Conrado III, imperador do Sacro Império Germânico e pelo rei francês Luís VII;
-     o objetivo era conquistar o Condado de Edessa, um dos Principados Latinos que havia sido tomado pelos árabes em 1144;
-   a expedição foi derrotada e seus líderes retornaram a Europa.
Terceira Cruzada
(1189-1192)
-      liderada pelo imperador germânico Frederico Barbauiva, pelo rei francês Felipe Augusto e por Ricardo Coração de Leão, rei da Inglaterra;
-      o objetivo era recuperar Jerusalém que havia sido tomada dos cristãos pelo muçulmano Saladino. As tropas de Saladino derrotaram a Terceira Cruzada.
Quarta Cruzada
(1203-1204)
-     financiada pelos venesianos;
-     sequer chegou à Palestina;
-     após saquear a cidade de Zara (na atual Croácia), os cruzados chegaram até Constantinopla, sede do cristianismo ortodoxo e uma das mais ricas cidades do mundo na época.
-     pilharam os tesouros da cidade e mataram boa parte da população.
Quinta Cruzada
(1217-1221)
-     liderada por João de Brienne, rei da cidade de São João de Acre (atual cidade israelense), e André II, rei da Hungria;
-     o objetivo era atacar o Egito, um dos principais centros do poder dos muçulmanos, para, depois, conseguir o controle de Jerusalém.
-     conseguiram atacar Damietta, cidade que dava acesso ao Cairo, mas, ao final, foram derrotados.
Sexta Cruzada
(1228-1229)
-     organizada por Frederico II, imperador do Sacro Império Germânico;
-     Frederico II se aproveitou das divisões internas dos muçulmanos, para fazer acordos com sultões da região. Por meio do Tratado de Jaffa, Jerusalém e uma série de territórios lhe foram entregues e Frederico II se tornou rei de Jerusalém.
Sétima Cruzada
(1248-1254)
-     organizada pelo rei francês Luís IX;
-      o objetivo era recuperar Jerusalém que, em 1244 havia sido novamente dominada pelos muçulmanos;
-     Luís IX partiu com 35 mil soldados em direção ao Egito, onde atacou Bamietta e foi feito prisioneiro. Após ser libertado, foi para a região da palestina retornando à França em 1254.
-     Não satisfeito com a derrota, Luís IX organizou a oitava cruzada (1270). Ao desembarcar em Tunis, no norte da África, Luís IX faleceu vítima de uma epidemia de cólera Apenas alguns participantes dessa cruzada continuaram em direção à Palestina, mas não conseguiram alcançar seus objetivos.
Oitava Cruzada
Em 1291
-     Em São João de Acre, a última fortaleza cristã da região, caia nas mãos dos muçulmanos, encerrando assim, a era das cruzadas.


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Mensagem por Eremita 8/2/2024, 02:32

Urbano II

Nome: Otão de Laguery
Local e ano do nascimento: Ckâtillon-Sur-Mane, França, 1042(?)
Local e ano do falecimento: Roma, 1099


O papa Urbano II viveu em um tempo em que a Igreja passava por reformas, nas quais ele teve grande participação.


Nascido em Ckâtillon-Sur-Mane, na província de Champagne, na França, era membro de uma família nobre e foi batizado como Otão de Laguery. A data de seu nascimento é discutível, mas o provável ano de seu nascimento é 1042.


Estudou em Reims, onde se tornou clérigo, mas não tardou muito e entrou para a Ordem Beneditina, quando se dirigiu para o grande mosteiro de Cluny, no qual tornou-se prior.


Sua permanência em Cluny foi curta, pois foi enviado a Roma, onde o papa Gregório VII requisitava-o para auxiliá-lo na difícil tarefa de reformar a Igreja. Logo depois de sua chegada a Roma, foi nomeado cardeal bispo de Óstia e foi delegado para a Alemanha (1084-84). Certa vez quando se dirigia a Roma foi retido pelo imperador Henrique IV, ficando em estado de semiprisão, por um curto período de tempo.


O imperador Henrique IV, elegeu um antipapa, Clemente III de Ravenna, para que este fizesse o que fosse do interesse do imperador, o qual foi excomungado da Igreja Católica.


Com a morte de Gregório VII, Otão foi candidato a sucedê-lo, isto por fazer parte do colégio cardinalício. No entanto, o eleito, Vítor II (1088) faleceu rapidamente.


Em uma reunião em Terracina, foi declarado que Gregório VII e Vitor II haviam sugerido o nome de Otão como sucessor de Pedro, desta forma, no dia 12 de março de 1088, Otão foi eleito sumo pontífice, passando a chamar-se Urbano II.


Em seu primeiro ato exortou os príncipes e bispos, que haviam sido fiéis aos dois últimos papas, a serem fiéis também a ele e declarou a sua intenção de prosseguir com a política que Gregório VII iniciara, afirmando “tudo aquilo que ele rejeitou, eu rejeito, o que ele amou, eu abraço, o que ele considerou católico, eu confirmo e aprovo”.


Como grande conhecedor do Direito canônico, utilizava-se com grande freqüência da diplomacia, pois esta era muito necessária, em virtude de Roma estar tomada pelo antipapa e seus seguidores. Urbano II confirmou o isolamento destes e também do imperador Henrique IV, todos estes eram anátema, não fazendo mais parte da Igreja.


Urbano II apoiou Conrado, o filho rebelde do imperador, que juntamente com Matilde da Toscana e Guelfo V da casa da Baviera, eram hostis ao imperador, e desta forma deram grande apoio a ele, para que entrasse em Roma e assumisse sua posição legítima.


Urbano II entrou em Roma graças à diplomacia, mas também por meio de batalhas, onde suas tropas enfrentaram as do antipapa por três dias até derrotá-las, possibilitando sua entrada na Basílica de São Pedro. Desta forma manteve seu prestígio para com os príncipes europeus, principalmente os ibéricos, e em particular o rei da França, Felipe I, que havia sido excomungado por adultério e se reconciliou com a Igreja em 1095.


Ainda em 1095, convocou os bispos para um concílio, no qual dentre outras coisas declarou inválidas as ordenações realizadas por eclesiásticos simoníacos. Em seu trabalho de reforma, trabalhou para reunir as duas Igrejas, a ortodoxa e a católica, estabelecendo contatos com o patriarcado e a corte Bizantina. Alexus I, imperador bizantino, enviou diplomatas para que estes pedissem a ajuda de Roma contra os turcos, os quais eram uma séria ameaça à Constantinopla.


Urbano II convocou um sínodo, encontro de bispos, o qual reuniu-se em Clermont, em outubro de 1095, para discutir entre outros fatos, o apoio à igreja do Oriente. Muitos nobres estavam presentes ao sínodo e ficou definido que um exército, composto de cavaleiros e homens a pé deveria dirigir-se à Jerusalém, para salvá-la e auxiliar as igrejas da Ásia contra os sarracenos.


As pessoas que participassem desta cruzada, receberiam a indulgência plenária, tendo todos os seus pecados e suas conseqüências excluídas.


Em certa ocasião, quando Urbano II esteve na França, foi saldado com grande júbilo pela população, que o esperava pela jornada de libertação de Jerusalém. A data marcada para o início desta foi 15 de outubro de 1096.


Muitos haviam pedido ao papa que conduzisse a cruzada pessoalmente, mas ele designou Ademar, bispo de Le Puy, para difundir a idéia da cruzada, enviando cartas aos bispos que não puderam ir ao encontro e também aos clérigos de toda a Europa, para que ficassem sabendo das pretensões de libertar a cidade onde Cristo havia pregado e sofrido seu martírio.


No entanto, Urbano II não pode participar dos acontecimentos que havia preparado com tanto esmero, pois faleceu poucos dias após a tomada de Jerusalém pelos cruzados (26 de julho de 1099) não recebendo a notícia de seu tomada. Foi sepultado na cripta da Basílica de São Pedro, perto da tumba de Adriano. Urbano II é venerado pela Igreja Católica, como beato.
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