Mestres do Conhecimento
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

Miranda do Douro

Página 1 de 3 1, 2, 3  Seguinte

Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:04

MIRANDA DO DOURO – TERRA DE HISTÓRIAS E PATRIMÓNIO!

Este tópico, destina-se à divulgação da Terra de Miranda e das suas Gentes!
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:04

Miranda do Douro Brasao
As armas concedidas a Miranda por D. João III, em 10 de Julho de 1545, quando eleva a cidade, a vila de D. Dinis, eram um castelo tendo ao centro a lua em quarto crescente e com as pontas viradas para baixo. Queria isto dizer que Miranda era praça de armas, significando o crescente o desejo de a ver engrandecida cada vez mais, já que a sua Igreja de Santa Maria fora elevada a Sé por bula de 22 de Maio daquele ano.

De ouro, com um castelo de vermelho, aberto e iluminado de prata, rematado por um crescente invertido, também de vermelho. Coroa moral de prata, de cinco torres. Listel branco com os dizeres: “CIDADE DE MIRANDA DO DOURO”.

O ouro indicado para o campo é o metal mais rico em heráldica e significa fidelidade, constância e poder. O castelo e crescente são de vermelho por ser o esmalte que significa vitória, ardis e guerra. E o castelo aberto e iluminado de prata porque é o metal que significa humildade e riqueza.
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:08

Dados Históricos

1286 – Fundação da Vila de Miranda por D. Dinis. Carta de foro em 18 de Dezembro de 1286 a “nos Probadores da mha vila de Miranda”: a vila seria propriedade da coroa para sempre.

1286 – El-Rey Dom Dinis mandou construir a Igreja de Santa Maria Maior, primeira paroquial de Miranda do Douro.

1290 – Carta de 16 de Maio de 1290, D. Dinis, criou feira em Miranda, duas vezes por ano, 1 a 15 de Outubro e um mês depois da Páscoa. 1ª. medida para fixação de novos moradores.

1297 – Miranda recebeu D. Dinis, por ocasião da assinatura do tratado de Alcanices.

– D. Dinis encarregou dois monges do mosteiro de Alcobaça de iniciar as estruturas defensivas da vila, castelo e cerca, tornando-a no maior espaço amuralhado de Trás-os-Montes.

1404 – Em virtude da medida tomada anteriormente por D. Dinis (feira duas vezes por ano), para a fixação de novos moradores não estar a surtir efeito, D. João I teve de insistir na mesma politica, criando agora uma feira franca mensal.

1408 – Por carta de 15 de Maio de 1408, D. João I continua a queixar-se, sentindo, “como a nossa villa de Miranda he despovoada e esta em frontaria” … e por “mingua de gentes em a guerra” era invadida e tomada pelos inimigos, os Castelhanos.

D. João I, mesmo não contemplando mulheres sem marido, consegue que 60 homiziados se fixem em Miranda, a troco de regalias e liberdades diversas.

– D. Afonso V, reforça os privilégios a Miranda, criando feira todos os primeiros cinco dias de cada mês.

Criação de coutos homiziados – a coroa entendia perdoar certos crimes ou faltas, excepto, quase sempre por aleive, traição e morte. Foi assim que D. Fernando consegue atrair a Miranda duzentos homiziados, recebendo terras em sesmaria (determinava o cultivo das terras maninhas pelos seus proprietários ou a sua entrega ao Estado, que as distribuiria pelos desempregados).

– D. João II isenta de pagamento de sisa e de dízima os moradores do termo da Vila de Miranda, mas que viessem morar muros a dentro pelo menos durante seis meses.
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:08

1 de Junho de 1510 – D. Manuel I, outorgou foral a Miranda.

Por volta de 1540, Miranda torna-se comarca, uma das três em que foi dividida a província de Trás-os-Montes (as outras são Vila Real e Moncorvo).

Terra de Miranda, foi vila com extenso termo, abrangendo 25 aldeias; agora comarca, a seguir, em 1545 diocese e cidade.

Mais uma vez assume uma estranha força centrépeta capaz de gerar e gerir grandes espaços geográficos e humanos.

Por bula de 22 de Maio de 1545 – “Pro Excellenti Apostolicae Sedis” o papa Paulo III, a pedido do rei D. João III, cria a diocese de Miranda, com territórios desmenbrados da enorme diocese de Braga. 22 léguas de comprimento, 22 de largura, 338 fréguesias, cerca de 28.860 fogos e 72.752 almas.

10 de Julho de 1545 – D. João III eleva Miranda a cidade por querer “fazer graça e merce a dita villa de Miranda assy pelos ditos respeitos como per seus merecimentos e serviços que a mim e aos Reys meus antecessores tem feytoo…”

1547 – O primeiro Bispo de Miranda Dom Turíbio Lopes, começou a preocupar-se com a construção da Sé, pois a Igreja de Santa Maria era demasiado pequena.

D. João III mandou a Miranda o arquitecto Gonçalo de torralva.

1552 – É lançada a primeira pedra da obra da Sé.

1566 – O Altar-Mór foi sagrado pelo Bispo.

1582 – Em cabido, foi resolvido que se derrubasse a torre dos sinos da velha Igreja de Santa Maria Maior e se gastasse a pedra na obra da Sé.

1595 – A obra da Sé estava concluída, na parte de arquitectura.
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:09

1610 – Começa a ser executado o retábulo do Altar-Mór na oficina de Gragório Hernandez, em Valladolid. Este retábulo é considerado um dos melhores conjuntos esculturais de Portugal e mesmo da Península Ibérica.

1614 – É assente o retábulo do Altar-Mór. São também assentes as portas da entrada principal.

1633 – O retábulo foi pintado e dourado por artistas de Valladolid.

1650 – A partir desta data os Bispos começam a residir no Paço Episcopal.

1711 – A praça de Miranda foi recuperada por tropas Portuguesas. É nesta ocasião que surge a lenda do Menino Jesus da Cartolinha.

1716 – Obras de restauro completo nas paredes, tectos e telhados da Sé. Foram gastos 1.400.000 reis – 1 conto e quatrocentos escudos – 7 euros.

1736 – A capela de S. José foi trocada pela capela de S. Pedro, ficando esta à entrada do templo.
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:09

1749 – Foi decidido pelo Bispo de Miranda, mandar construir a nova Capela-Mór e foi lançada a primeira pedra. O retábilo foi apeado por motivos da construção da nova Capela-Mór.

1753 – O retábulo do Altar-Mór foi recolocado, sendo-lhe acrescentada a moldura de talha que tem em volta.

1754 – Terminou a obra da Capela-Mór, tendo sido benzida a 14 de Agosto.

1759 – A capela do Santíssimo Sacramento foi alargada.

1764 – O Bispo D. Frei Aleixo abandonou a Sé de Miranda levando para Bragança as mais ricas alfaias e paramentos riquíssimos e alguns sinos das torres. Entretanto mais dois Bispos ocuparam a cadeira episcopal de Miranda do Douro.

1780 – A Sé ficou abandonada e só com aquilo que os Bispos não puderam levar para Bragança.
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:11

D. Dínis – TRÁS-OS-MONTES

Nasceu a 9 de Outubro de 1261 em Lisboa, filho de D. Afonso III e de D. Beatriz de Castela.

D. Dinis casou com D. Isabel de Aragão (Rainha Santa Isabel).

Subiu ao trono como sexto rei de Portugal a 16 de Fevereiro de 1279, tendo pouco mais de dezassete anos. O reinado de D. Dinis foi o terceiro mais longo da história portuguesa, tendo vivido 63 anos e reinado 46, só sendo batido por D. Afonso Henriques que viveu 76 anos e governou 57 e por D. João I que reinou 48 anos e viveu até aos 76.

Faleceu a 7 de Janeiro de 1325 em Santarém, estando enterrado no Mosteiro de São Dinis e São Bernardo em Odivelas.

Forais em Trás-os-Montes:

1285 – Foral a Torre de Moncorvo;

1286 – Foral de Vila a Miranda do Douro – dado em Santarém a 18 de Dezembro;
1287 – Foral a Torre de D. Chama;
1289 – Fundação de Vila Real e doando-a à rainha D. Isabel;
1291 – Foral de Mirandela;
1294 – Foral de Alfândega da Fé;
1299 – Confirmação do foral de Torre de D. Chama;
1304 – Foral a Murça;
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:12

Povoamento:

O povoamento do reino mereceu uma grande atenção por parte do monarca. Prova disso é a intensa concessão de cartas de foral durante todo o período dionisino, sobretudo durante a primeira metade sendo que entre 1279 e 1287 foram criados 23 novos concelhos, muitos destes em Trás-os-Montes: Aljezur, Castro Marim, Bonalbergue (ou Oriola), Paredes, Cacela, Póvoa da Veiga, Nozelos, Favaios, Sanceriz, Caminha, Almodôvar, Rebordãos, Valverde, Vila de Rei, Valbom, Lagoaça, Vila Flor, Porches, Vila Franca, Miranda do Douro, Torre de Dona Chama, Vilarinho da Castanheira e Vale de Prados.
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:12

Tratado de Alcañices:

Em 1297, ano de inquestionável sucesso diplomático, D. Dinis na segunda metade do ano esteve na fronteira Transmontana para a assinatura do tratado de Alcañices, regressando a Lisboa no início de Janeiro.

D. Dinis estava em Coimbra desde meados de Maio. Nesta cidade concedeu diversas doações às ordens militares do Hospital, Templo, Santiago e Avis, muito provavelmente como recompensa pelo apoio prestado na campanha militar do ano anterior. Dali saiu a 4 de Julho, passando o resto do mês e parte de Agosto em Trancoso, pelo que foi aproximando-se assim de Alcanices, local combinado para a assinatura do Tratado.

Subiu até Miranda, dirigindo-se depois para São Martinho de Angueira, onde cruzou a fronteira para Alcañices, onde se encontrou com os Castelhanos.

A 12 de Setembro de 1297, uma quinta-feira, os reis D. Dinis de Portugal e Fernando IV de Castela, na presença das rainhas, dos infantes, dos ricos-homens e bispos dos dois reinados, assinaram o Tratado de Alcañices.

«O Tratado de Alcañices foi, acima de tudo um tratado de paz: Essencialmente um tratado de fronteiras, definiu os limites entre os reinos de Portugal e de Castela-Leão. Assim nasceu a fronteira mais antiga da Europa»
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:13

Economia:

Continuidade da politica régia no sentido de fomentar a criação e o desenvolvimento de feiras. Sendo as regiões beirã e transmontana as que foram mais beneficiadas com estas medidas, o que se compreende, atendendo ao facto de que «um dos objectivos primaciais da feira estava no estimulo ao povoamento e ao trânsito comercial. A sua criação correspondeu à politica de fomento de um D. Afonso III e de um D. Dinis, tentando fixar gente no interior e junto à fronteira com Leão e Castela, o que garantia àIsto é o bloco de texto. Clique no botão Editar para alterar este texto. Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo. coroa vilas mais povoadas e opulentas, possibilidades de defesa acrescida e, réditos difundidos e aumentados».

Caminha (1291), Gaia (1302), Chaves (1289), Mesão Frio (1289), Miranda do Douro (1290), Vila Flor (1294), Mogadouro (1295), Mirandela (1304), Lamego (1292), Ranhados (1294), Sernancelhe (1295), Sabugal (1296), Trevões (1304), Torres Vedras (1293), Santarém (1302), Ourique (1288), Arronches (1289), Alvito (1295), Moura (1302) e Loulé (1291).

Lembremos ainda os privilégios concedidos às feiras francas, em 1301.
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:14

Defesa:

A par da politica de povoamento, com a criação de 44 novos concelhos, foi desenvolvida uma dinâmica politica de defesa.

Foi feito um esforço construtivo que se estendeu ao longo de todo o reinado, muitos deles coincidem com os concelhos recentemente criados, e a sua maioria situa-se junto da fronteira Castelhana- Leonesa:

Miranda do Douro, Vinhais, Vila-Flor, Alfândega da Fé, Mirandela, Freixo de Espada-à-Cinta, Vila Real, Chaves, Montalegre, em Trás-os-Montes.

Podendo-se dizer que o reinado de D. Dinis como o momento de viragem na história da nossa arquitectura militar.

Os anos da guIsto é o bloco de texto. Clique no botão Editar para alterar este texto. Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.erra e da morte (1319-1325)

O primeiro ano, de resto, foi aquele em que D. Dinis mais se deslocou e o único que o afastou do eixo habitual de itinerância. No inicio de Janeiro de 1319 estava em Montemor-o-Novo e ali se encontrava no inicio de Março, depois de percorrer o Alenteja (Beja e Évora). Parte depois em direcção a Santarém, e entre esta cidade e Lisboa reparte o resto do ano, dirigindo-se no final de Dezembro para Trás-os-Montes, fechando o ano em Vila Nova de Miranda. Pela última vez no Norte do reino, despede-se de Trancoso a 12 de Janeiro de 1320, a vila onde havia 38 anos antes recebera a rainha D. Isabel, e já em Fevereiro estava em Santarém.
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:15

Foráis

Se as tradições honram as localidades e dão direito ao respeito dos outros, elas não faltam a Miranda do Douro. Tem história e pergaminhos, títulos de nobreza.
D. Afonso Henriques contou com ela na fundação da Nacionalidade, dando-lhe foral a 19 de Novembro de 1136, depois confirmado por D. Afonso II em 1217; vê-se desse foral a importância militar que lhe é atribuída, a missão de que é encarregada, derivada da sua posição fronteiriça e estratégica, sendo, por isso fortificada. Essa importância foi crescendo por necessidade de defesa e alargamento da monarquia incipiente, o que exigiu homens, povoadores, e para isso lhe outorgaram privilégios novos.
D. Diniz, em 18 de Dezembro de 1286, deu-lhe novo foral, definiu-lhe o termo, isto é, as terras da sua jurisdição, confinando com o Douro, com terras de Alcanices (Leão), Bragança e Algoso; é o termo de Miranda, a terra Mirandesa e do seu dialecto.
É de notar que este rei providenciou sobre as suas visitas a Miranda, onde esteve, alargou e reformou as fortificações, conservou-a para a coroa, pois se comprometeu a não dar a rico-homens ou prestameiros, como convinha a vila fortificada, chave da defesa e guarda avançada contra o reino de Leão.
Efectivamente nas guerras de D. Fernando, fim da 1.ª Dinastia, e nas de D. João I, principio da segunda, Miranda e seu termo sofreram incursões, saques, danos e despovoamentos, que determinaram as instituições dos coutos de homiziados.
No reinado de D. Manuel I alcançou Portugal o Zenith do poderio pela descoberta de novos mundos e fundação do Império da Índia. D. Manuel pôde juntar ao titulo de Rei de Portugal e dos Algarves os de além mar, pois o seu senhorio se espalhava pela África, pela Ásia, pela Índia. E enquanto se alargavam os domínios ultramarinos, procedia-se na metrópole à revisão administrativa, reformando-se e unificando-se os forais. Foi assim que a Miranda foi dado novo foral em 1 de Junho de 1510 para substituir o de D. Dinis. As conquistas ultramarinas deram sossego interno à península e, por isso, as fortalezas fronteiriças puseram as armas no descanso.
Ao período heróico e dos grandes feitos cantados nos «Lusíadas», sucede o período da piedade, o da salvação da alma, representado pela religiosidade de D. João III. Este rei preocupa-se com a salvação da sua alma, da dos súbditos e deixa arruinar o império fundado com tanto esforço e sangue!
Mas Miranda engrandeceu-se com esse sentimentalismo, pelo que tem de agradecer a esse rei a sua grandeza. Foi D. João III que pediu a criação da diocese de Trás-os-Montes, com sede em Miranda, porque a de Braga era muito extensa, impossível de ser convenientemente visitada, e os povos sofriam espiritualmente.
O Papa Paulo III atendeu e criou a diocese de Miranda pela Bula de 22 de Maio de 1545 e, pouco depois a carta régia de 10 de Julho do mesmo ano de 1545 eleva-a à categoria de Cidade com as honras, privilégios e liberdades das outras cidades do Reino.
O 1.º Bispo foi D. Toríbio Lopes, confessor e do séquito da rainha D. Catarina, que entrou por Miranda, primeira terra portuguesa que pisou. Esta circunstância e a de ser uma praça forte, a beleza dos edifícios, a população numerosa, como diz a bula, os serviços prestados, como diz a carta régia, o ser realenga, alojar os reis, como D. Afonso Henriques, D. Dinis, D. João II, ainda príncipe, quando se dirigia a Toro, D. Catarina, como se disse, é que lhe deram preferência para sede de um novo bispado. Era a mais importante de Trás-os-Montes. Nela podia-se hospedar a corte. D. Pedro, o justiceiro, se é verdadeira a tradição, hospedara-se no Castelo, quando foi fazer justiça ao alcaide de Algoso.
A construção da Catedral começou em tempo do 1.º bispo, que obteve dinheiro para isso e colocou-se a primeira pedra no dia da trindade de 1553 (?).
O patriotismo dos mirandeses evidenciou-se nas ocasiões de perigo. Na guerra da Independência declarou-se logo por D. João I e foi tomada por traição; à morte do Cardial-Rei levantou grito por Prior do Crato, D. António, vindo a entregar-se a Filipe II, por corrupção exercida por este, como é da história; na guerra da Restauração (27 anos de guerra) o patriotismo mirandês, do cabido, do clero, só mereceu elogios, pois providenciou sobre defesa, dando dinheiro, armando e pagando tropas, requisitando artilharia para o Castelo, que a ela foi adaptado por ordem de D. João IV.
Na guerra de sucessão de Espanha, em que nos meteram, os Espanhóis entraram na praça por traição, pois o governador, Carlos Pimentel, a vendeu por 6.000 dobrões em 1710 e foi libertada em 1711 pelos Portugueses. Morreu o filho do traidor e este andou pela Espanha escarnecido e abandonado. É certo que se ama a traição e se aborrece o traidor! Era de Vimioso.
Ainda bem que não era Mirandês!
Na guerra dos sete anos, 1762, foi outra vez cercada pelos espanhóis. Durante o cerco e quando a artilharia do Castelo atirava aos sitiantes, deu-se a explosão de 1.500 arrobas de pólvora, que abriu brecha, destruiu a Torre de Menagem, arruinou as outras obras, sepultou 400 pessoas, ouviu-se a 3 léguas de distância, e abalou edifícios da Cidade.
Desastre? Traição? Nada há a comprová-la e por isso o historiador tem que decidir pelo desastre. É disto que começa a decadência. O que respeitava a militarismo vai desaparecendo: guarnição, material e armas, as poucas deixadas pelos espanhóis, vão tendo outro destino. Um destacamento militar recorda a antiga praça de guerra, e, por fim, até essa recordação é suprimida.
O bispo, D. Aleixo Miranda Henriques, muda a sede para Bragança, e a carta régia de 17 de Novembro de 1764 legaliza essa mudança. Isso, porém, não se faz sem protesto da cidade e resistência dos cónegos, levantando-se a questão entre Miranda e Bragança, que foi resolvida pela Bula de 10 de Julho de 1770 do papa Clemente XIV, fazendo duas dioceses: – Uma com sede em Miranda e outra com sede em Bragança e cada uma teve o seu bispo privativo.
Porém, um bispo de Miranda, D. Miguel de Meneses, não se conformou com a pobreza; era pequena e de pouco rendimento, e, por isso, resignou. Mas não se limitou a isso, pois foi dizendo ao Papa que não servia para ele nem para outros. assim veio a Bula de 27 de Setembro de 1780 de Pio VI, unindo as duas dioceses e mantendo a sede em Bragança. Em Miranda ficou uma colegiada extinta em 1825 e depois um cónego prior, que também já não existe.
a situação de direito é esta: está anexada à de Bragança, mas não foi extinta, subsiste e completam-se; Bragança olha para o Bispo e Miranda contempla a Catedral; os homens passam, as obras ficam, e os bispos intitulam-se de Bragança e Miranda…
Depois… a decadência foi rápida. D. Aleixo pregou a destruição de Miranda. Porquê? Porquê este ódio?
Houve bispos que acharam deslocada a sede em Miranda, alegando a favor de Bragança, razões nem sempre procedentes. Mas nenhum deles exprimiu ódio e vingança de D. Aleixo. E o certo é que o seu ódio frotificou. Sobre a razão dele alguma coisa diz a tradição e consta dos arquivos da Torre do Tombo.
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:16

Alcaides do castelo de Miranda

1385 – Pedro Lourenço de Távora – Governou Miranda com o título de Alcaide Mor, foi armado cavaleiro em Aljubarrota por D. João I; fez-se frade por ter entregado por ludíbrio a praça de Miranda aos Espanhóis;

1466 – Álvaro Pires de Távora – Segundo Alcaide Mor;

1483 – Pedro Lourenço de Távora – Terceiro Alcaide de Miranda e primeiro Senhor de Mogadouro;

1500 – Álvaro Pires de Távora – Quarto Alcaide e segundo Senhor de Mogadouro;

1535 – Luís Álvares de Távora – Quinto Alcaide Mor e que em 1535 fez parte da expedição a Tunis;

1578 – Luís Álvares de Távora – Sexto Alcaide Mor que morreu em Alcácer Quibir em 1578;

1628 – Luís Álvares de Távora – Sétimo Alcaide; fez parte da expedição à Baía de todos os Santos em 1628;

1652 – António Luís de Távora – Oitavo Alcaide, 3º. conde de Miranda, 1º. Marquês de Arronches, tenente general de cavalaria;

1672 – Luís Álvares de Távora – Nono Alcaide, Governador da Província de Trás-os-Montes e que muito se notabilizou na guerra da Aclamação;

1721 – António Luís de Távora – Décimo Alcaide, Tenente General de Cavalaria em Trás-os-Montes;

1746 – António Sampaio Melo e Castro Morais Torres de Luizignan – Primeiro Conde de Sampaio, Alcaide Mor de Miranda, General de Cavalaria e Governador das Armas de Trás-os-Montes;

1813 – Manuel António de Sampaio Melo Morais Torres de Luizignan – Primeiro Marquês e Segundo Conde de Sampaio, Alcaide de Miranda e Inspector Geral de Cavalaria.
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:18

Governadores

João Ferreira Sarmento Pimentel – Fidalgo da casa real, capitão de volantes, governador do forte de S. João de Deus em Bragança e da Praça de Miranda do Douro por 1690;

1710 – Carlos Pimentel – Que vendeu a Praça de Miranda do Douro aos Castelhanos por 6.000 dobrões em 1710;

1737 – Diogo de Morais Pimentel;

1807 – Manuel Alves de Faria – Governador de Miranda e tenente coronel de infantaria de 1807 a 1815;

1818 – Pedro Guerra Rebelo – Governador interino de Miranda;

1834 – Canavarro – Governador da Praça de Miranda, absolutista, e que a entregou traiçoeiramente aos liberais em 1834.
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:21

BISPOS DA DIOCESE DE MIRANDA


D. Turíbio Lopes – 1545 a 1554
D. Rodrigo de Carvalho – 1555 a 1559

D. Julião D’ Alva – 1560 a 1570
Natural de uma localidade perto de Madrid, veio para Portugal na qualidade de confessor da rainha D. Catarina.
«Determinou em testamento que toda a prata da sua casa, que era muita,  se convertesse em moeda e fosse distribuída pelos pobres».
D. António Pinheiro – 1575 a 1579

D. Jerónimo de Meneses – 1581 a 1592
Este Bispo de Miranda era «irmão e filho de embaixadores».
Foi reitor da Universidade de Coimbra.
 
D. Manuel de Seabra – 1593 a 1595

D. Diogo de Sousa – 1599 a 1608

D. José de Melo – 1609 a 1611

D. Jerónimo Teixeira Cabral – 1611 a 1614

D. João da Gama – 1615 a 1617

D. Frei Francisco Pereira – 1618 a 1621
Em 1556 os cónegos eram de opinião que a sede da diocese deveria ser Bragança, Em 1620, D. Frei Francisco Pereira, 11º. 
Bispo de Miranda (1 de Outubro de 1618 a 7 de Janeiro de 1621) com o conhecimento do rei Espanhol, trata dos preliminares da mudança, não se concretizando por sua morte prematura.
D. Frei João de Valadares – 1621 a 1627

D. Jorge de Melo – 1628 a 1636

D. André Furtado de Mendonça – 1672 a 1676
Miranda do Douro Andremendonca
Reitor da Universidade de Coimbra até 1673.
Jubilado e aclamado por          D. João IV na cidade de Miranda no dia 21 de Julho  de 1676.
D. Frei José de Lencastre – 1677 a 1681

D. Frei Lourenço de Castro – 1681 a 1684
Nasceu em Lisboa e foi eminente nas letras e no púlpito.
Tentou sempre com grande entusiasmo a sua formação e vivência dominicana, diz-se que prezava tanto o hábito da Ordem dos pregadores que sem embargo da dignidade episcopal, o conservou durante toda a vida.
D. Frei António de Santa Maria – 1685 a 1688
Usou um báculo de pau ao tomar posse, é que a fábrica da Sé consumia todo o rendimento.
D. Manuel de Moura Manuel – 1689 a 1699

D. João Franco de Oliveira – 1701 a 1715
Miranda do Douro Brasao_joaooliveiraBrasão da cabeceira da cama

D. João de Sousa Carvalho – 1716 a 1737
Miranda do Douro Joaocarvalho
Houve bispos, que vendo a pobreza da catedral, adquiriram alfaias necessárias ao culto, que a dotou com um pálio de damasco, galhetas, paramentos, vasos para comunhão, etc…
Miranda do Douro Brasao_joaosousacarvalhoGranito. Leitura epigráfica: AQUI JAZ O IIL.Mº SR D. JOÃO DE SOUZA CARV XX BISPO DE MIRANDA  GOVERNOU XXI ANNOS MORREO A XV DE AGº 1737

D. Diogo Marques Morato – 1739 a 1749
Miranda do Douro Diogomorato
21º. Bispo de Miranda, 11 de Fevereiro de 1739 a 29 de Dezembro de 1749, também manifestou vontade de transferir a diocese para Bragança, visto Miranda sob o ponto de vista geográfico, não ser um local central, além disso Bragança era terra de ares mais saudáveis, climas menos rigorosos e melhores águas.
Foi um dos mais notáveis vultos da cultura do seu tempo, pois, além de ser Doutor em Filosofia pela Universidade de Évora e em Direito pela Universidade de Coimbra, exerceu a magistratura em Lamego, sendo desembargador da mesa do despacho Eclesiástico.
D. Frei João da Cruz – 1750 a 1756
22º. Bispo de Miranda, 6 de Março de 1750 a 20 
de Setembro de 1756, também manifestou vontade de transferir a diocese para Bragança, visto Miranda sob o ponto de vista geográfico, não ser um local central, além disso Bragança era terra de ares mais saudáveis, climas menos rigorosos e melhores águas.
Filho de gente nobre, foi carmelita descalço e ocupou sempre altos cargos.
Em 1741 foi nomeado bispo do Rio de Janeiro.
D. Frei Aleixo de Miranda Henriques O de triste memória – 1758 a 1770
Miranda do Douro Freialeixo
Miranda do Douro Brasao_freialeixoBrasão de Frei Aleixo de Miranda Henriques
Miranda do Douro Brasao_freialeixo_oleosArca dos Santos Óleos
Foi D. Frei Aleixo o 23º. Bispo de Miranda, onde chegou a 21 de Novembro de 1758, fazendo a sua entrada solene a 25.
Natural de Lisboa, nomeado bispo de Miranda em 16 de Maio de 1758 é transferido de Bragança para a Sé do Porto em 1770, onde morreu a 21 de Maio do ano seguinte.
Declarada a guerra a Portugal pela Espanha, a praça de Miranda é cercada pelo exercito invasor sob o comando do marquês de Sárria, a 8 de Maio, uma violenta explosão casual de 1.500 arrobas de pólvora, que se encontravam nos paióis, destrói o castelo, deixando a guarnição sem possibilidade de resistência. Tomada Miranda, Moncorvo, Bragança e Chaves rendem-se, sem combate ao inimigo.
Miranda era a sede da diocese. A derrocada militar foi o pretexto que serviu a D. Frei Aleixo para se mudar para; Bragança.
Segundo o Historiador, Abade de Baçal «D. Aleixo movido de sinistros intentos se mudou para Bragança com o cabido e auditório arruinando a sua mãe a Santa Sé levando-lhe todo o móvel precioso que tinha e roubando a prata da confraria unicamente para destruir esta cidade, gabando-se no púlpito de Bragança – que um Miranda destruiria Miranda – do que resultou ser malquisto do povo e causa de muitas demandas injustas, destruidor dos bens da mitra que deveria gastar com os pobres.
Tem nesta Sé o seu sepulcro que mandou fazer na capela de Nossa Senhora do Rosário. Foi mal não lhe servir para evitar os danos que causou a este bispado.
Não levou a Sé por ela não ter rodas.
A D. Frei Aleixo se devem as grades de ferro da capela do Santíssimo Sacramento, mandadas fazer e ali colocadas em 1760, encimadas pelo escudo e pelas suas armas.
D. Manuel de Vasconcelos Pereira – 1771 a 1773
24º. Bispo de Miranda, era natural de Moledo, concelho de Castro de Aire, graduado em cânones pela Universidade de Coimbra e deputado do Santo Ofício em Évora. 
Tomou posse por procuração em 16 de Maio de 1771. 
A sua entrada em Miranda foi só em 18 de Novembro, esperando o prelado em Lisboa que os militares abandonassem o paço, convertido em quartel desde que D. Frei Aleixo se mudara para Bragança. Tendo vagado a Sé  de Lamego por morte do seu prelado é D. Manuel de Vasconcelos Pereira para  ali transferido em 10 de Novembro de 1772, tomando posse por procuração em 29 de Setembro do ano seguinte.
D. Miguel António Barreto de Menezes – 1773 a 1780
Miranda do Douro Miguelmenezes
Como D. Frei Aleixo deixou a Sé despida, D. Miguel António Barreto de Menezes escrevendo a El-Rei D. José, no dia 8 de Julho de 1777, a pedir que se mandasse à catedral de Miranda todos os paramentos, alfaias e tudo o mais que era da mesma catedral, pois ficara quase despida de tudo
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:26

BRASÕES


Miranda do Douro Brasao_3011
Granito 
Descrição: [de prata]; uma cruz alesada [de vermelho].
Datação: Séc. XVIII
Tipo de Escudo: Coroa real com cartela de fantasia rodeada de uma corrente.
Miranda do Douro Brasao_3012
Granito
Descrição: Escudo real; [de prata]; cinco escudetes [de azul] postos em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes em cruz [de prata]; [bordadura de vermelho] carregada de oito castelos [de oiro]
Datação: Séc. XVII
Tipo de Escudo: Manuelino. Coroa real aberta
Miranda do Douro Brasao_3013
Granito
Descrição: Escudo real: [de prata]; cinco escudetes [de azul] postos em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes em cruz [de prata]; [bordadura de vermelho] carregado de sete torres [de oiro].
Datação: 1604
Tipo de Escudo: Peninsular. Coroa real aberta
Miranda do Douro Brasao_3014
Granito
Descrição: Escudo real: [de prata]; cinco escudetes [de azul] postos em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes em cruz [de prata]; [bordadura de vermelho] carregado de sete castelos [de oiro].
Datação: Séc. XVI.
Tipo de Escudo: Manuelino. Coroa real aberta.
Miranda do Douro Brasao_3016
Granito
Descrição: de …: cinco chagas 2, 2, 1; sotopostas duas chaves passadas em aspa: os seus palhatões voltados para a ponta. Heráldica franciscana.
Datação: Séc. XVIII
Tipo de Escudo: Fantasia
Miranda do Douro Brasao_3019
Granito. Leitura epigráfica: ED. AR DE BUIÇA CAVALRº FIDALGº DO ABITO DE XRº E SEVS RDEIROS 1609
Descrição: Esquartelado: primeiro e quarto de … uma árvore sobre a qual pousa uma águia cevada, boi passante: bordado carregada de oito aspas; no segundo e terceiro quartel …; uma torre torreada.
Timbre: Uma águia cevada. Paquife. de perfil padextra. Sotoposta ao escudo uma cruz de Cristo.
Datação: 1606
Tipo de Escudo: Peninsular
Miranda do Douro Brasao_3020
Granito. Leitura epigráfica: S. P DE MANVEL DE CARVALHO CONEGO D. RAL DESTA SEE DOS SUCE-SORES DE SEV MORGADIO MORREO A 5 DE MARÇO DE 1657 
Descrição: Esquartelado: no primeiro; [de vermelho], com uma torre [de prata], aberta e iluminada [de negro], acompanhada de cinco flores-de-lis [de prata], três em chefe e uma em cada flanco; no segundo as armas da família Freire: [de verde], com banda [de vermelho], perfilada [de ouro], abocada por duas cabeças de serpe do mesmo; o terceiro e quarto quartel de dificil interpretação.
Chapéu eclesiástico com cordões com seis borlas, correspondentes à dignidade episcopal.
Datação: 1657
Tipo de Escudo: Peninsular
Miranda do Douro Brasao_3021
Granito.
Leitura epigráfica: ANNO DE 1799
  SEPª PORPETª DOS FILHOS E HERDEIRºS DEIGNº THEDº ROIS DE S.TA MARTA SOARES E DE SUA MULHER D. Mª BERNDA IZABEL DE MORAIS SARM.Tº COMO FILHA M. Tº DE Dº NA SVA CAZA E AQUELE IVIS DE FORA QU1E FOI NESTA CIDADE CORREF.OR E PROVEDOR NA COM.CA SVPIR ENTENDE.E G.AL ACTVAL DOS TABACOS SABONS E ALFANDA.A DESTA PROV.A
Descrição: Esquartelado: no primeiro: …. no segundo as armas da família Morais: partido: [de vermelho], com uma torre [de prata], aberta, iluminada e lavrada [de negro], coberta [de ouro], e rematada por uma bandeira [de prata], [assente sobre um rio de prata, aguado de azul]; no terceiro as armas da família Mota; [de verde], com cinco flores-de-lis [de ouro], postas sautor; no quarto quartel as armas da família Sarmento; [de vermelho] com treze besantes [de ouro] postos 3, 3, 3, 3 e 1.
Timbre: leão aleopardado. Coronel de nobreza assente sobre o timbre.
Datação: 1799
Tipo de Escudo: Fantasia
Miranda do Douro Brasao_3022
Granito Leitura epigráfica: S. A PERPETVA DE  MANOEL       DESCOVAR E DE SVA MOLHER MARIA MENDEZ E DE SEVS  ERDEIROS
Descrição: Esquartelado: no primeiro e quarto as armas da família Cunha: [de ouro], com nove cunhas [de azul], posta 3, 3 e 3; no segundo e terceiro as armas da família Velho: [de vermelho], com cinco vieiras [de ouro], postas em sautor.
Timbre: leão sainte encimado por uma vieira. Elmo de perfil para a dextra. Paquife. Correia.
Datação: Séc. XVI
Tipo de Escudo: peninsular
Miranda do Douro Brasao_3023
Granito. Leitura epigráfica: AQUI JAZ FRANCISCO DE  VELAZQUEZ MESTRE QUE FOI DESTA SE 1576
Descrição: de …; uma torre, aberta, iluminada e lavrada, na bordadura carregada de nove cruzes postas em aspa.
Datação: 1576
Tipo de Escudo: peninsular
Miranda do Douro Brasao_3024
Granito
Descrição: partido: o primeiro cortado: de uma águia, o segundo: três flores de lis; no segundo …, um castelo acompanhado de dois leões.
Timbre: águia do escudo. elmo de perfil para a dextra.
Paquife, Correia e fivela.
Datação: Séc. XVIII
Tipo de Escudo: peninsular
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:28

OS MUNICÍPIOS PORTUGUESES NOS SÉC. XIII A XVI

Estudos de História Humberto Baquero Mureno
Editorial Presença
Miranda do Douro – 1379

Passou a servir de couto para duzentos homiziados por carta régia de 4 de Fevereiro de 1379, a qual foi outorgada pelo rei D. Fernando. A razão invocada a favor da sua criação derivava da circunstancia de se encontrar na fronteira com Castela e daí a vantagem de ser aumentada a sua população, para poder ser «Melhor defesa».

D. João I ordenou em 4 de Agosto de 1406 que os homiziados das comarcas de Entre-Douro-e-Minho e Trás-os-Montes se acolhessem ao couto de Miranda. Nesse mesmo ano, a 14 de Novembro, com o fim de que a vila fosse melhor povoada, estabeleceu o rei «que ataa sasenta vizinhos naturaaes da nossa terra, que som homjziados por malleficios que fosem feictos ante hữu ano da feitura desta carta, se se quiserem hir morar e pobrar aa dicta villa de Mjranda posam star e viuer e andar seguramente em a dicta villa e seu termo, comtanto que os dictos malleficios nom seiam de mortes de homeens ou de molheres ou nom seiam feitos a aleyue nem a treirvam; E outrossy mandamos que esses homjziados que se hi forem morar e pobrar aa dicta villa possam auer licenlça de dous meses cada ano, pera hirem per nosso senhorio pera hir ueer seus beens ou baratar seus mantijmentos e que esta licenlça the Seia dada per os Jujzes da dicta villa e procurador e homens boons per scriptura pruuica. E que quando assy forem per a dicta licenlça nom seiam presos nem acusados nem demandados nem embargados nem !he seia feito outro nenhữu mal nem desaguisado emquanto durar o tempo da dicta licenlça per razam dos dictos malleficios». Tornou o fundador da dinastia de Avis a insistir em relação a este couto. Desta vez, por carta de 15 de Maio de 1408, estipulava que os homiziados que andassem em Castela poderiam acolher-se à sua sombra. Apenas ficavam excluidos os inculpados em aleive e traição, ou os que «cometeram algữus malleficios comtra os trautos das tregoas que ora ssam postas amtre nos e ElRey de Castella». e ainda os que «andamdo ate ora em Castella vieram a nossa terra fazer guerra».

Os privilegios outorgados por D. João I ao couto de Miranda foram confirmados por D. João II em 21 e em 23 de Novembro de 1486. Idêntico critério foi posta em execução por D. Manuel em 18 de Junho de 1496, muito embora alargasse a sua proibição em relação ao hereje, falsificador de dinheiro, sodomita e violador da paz. As suas Ordenações mantinham as prerrogativas deste couto. Finalmente, D. João III confirmou esses privilégios em 17 de Outubro e 4 de Novembro de 1525. Nesta Ultima carta acrescentava este rei «que quando os juízes derem Licença aos omjziados polos quatro meses, decrarem que nom poderam entrar na corte nem nos logares dos maleficios».
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:30

Figuras Ilustres Nascidas no Concelho de Miranda do Douro
(Por ordem Alfabética)

D. Abílio Augusto Vaz
Nascido em Ifanes em 8 de Junho de 1894. Ordenado Presbítero em 7 de Dezembro de 1919, foi sagrado Bispo em 28 de Janeiro de 1934. Transferido de Cochim (Índia) para Bragança, em 8 de Dezembro de 1938.

Dr. António Carlos Alves
Nasceu em Vila Chã da Barciosa a 24 de Dezembro de 1874. formado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi Governador Civil do Distrito de Bragança, Juiz do Supremo Tribunal de Justiça. Autor de várias obras.

António Maria Mourinho
António Maria Mourinho nasceu em Sendim, em 14 de Fevereiro de 1917, tendo falecido em 13 de Julho de 1996.Em 1942, já como pároco de Duas Igrejas (onde permaneceu durante 42 anos), fez a sua estreia literária na Sociedade de Geografia com o poema “Las Site Armanas” e recebendo nessa ocasião a Ordem de Cristo das mãos do então presidente da República, Marechal Carmona. No ano de 1945, fundou o grupo folclórico de Duas Igrejas e os Pauliteiros de Cércio, dois agrupamentos que o sacerdote apresentou em Espanha, Alemanha, Estados Unidos da América, Canadá, Angola e Macau, entre outro países, tendo em vista a divulgação da cultura Mirandesa. Foi Director do Museu das Terras de Miranda.

Bernardo de Brito Botelho
Natural de Miranda do Douro. Bacharel em Cânones, escreveu: «História breve de Coimbra, sua fundação, Armas, Igrejas, Colégios, Conventos e Universidades».

Dr. Bernardo Pereira
Nasceu em Miranda a 11 de Dezembro de 1681. Doutor em Medicina e em Direito Civil pela Universidade de Coimbra. Deixou várias obras, especialmente sobre assuntos médicos.

Frei Bartolomeu Insula
Natural de Miranda faleceu em Viana de Caminha (hoje Viana do Castelo), no convento de S. Francisco do Monte, a 10 de Fevereiro de 1557. Franciscano. O seu nome anda na «Árvore» dos Santos da sua ordem, com o titulo de «Beato».

Francisco Maria Esteves Pereira
Natural de Miranda, onde nasceu a 9 de Agosto de 1854, faleceu em Lisboa a 9 de Dezembro de 1924, Oficial Superior da arma de engenharia e notabilíssimo orientalista. Deixou publicadas muitas e muito valiosas obras, sobre os mais variados assuntos. Era sócio da Academia de Ciências de Lisboa e do Instituto de Coimbra, bem como da sociedade de Geografia de Lisboa, e membro da Sociéte Asiatique de Paris, cavaleiro-oficial da Ordem Militar de S. Bento de Aviz, oficial da Ordem de S. Tiago, medalha de ouro de comportamento exemplar Estrela de Honra da Etiópia, condecoração militar dada pelo imperador Menelik II em 1890, quando publicou os seus primeiros trabalhos etiópicos. Seu irmão José Luis Esteves Pereira, também natural de Miranda, foi um distinto engenheiro agrónomo.

Padre José de Andrade de Morais
Nasceu em Miranda do Douro a 17 de Abril de 1701. Formado em Cânones pela Universidade de Coimbra foi arcipreste provisor em Miranda e deixou várias obras de caracter religioso.

Joseph Cardoso Borges
Nasceu em Miranda do Douro, falecendo em Bragança a 26 de Janeiro de 1745, sargento-mor de Bragança, escrivão da Câmara Municipal da mesma cidade, fidalgo da casa real e escritor genealógico, «dos mais verídicos do reino», diz João Leite Teixeira Chaves na sua obra «O Livro de Miranda».

João de Faria
“Douto em as observações astrológicas, como em as noticias de história portuguesa”.

Manuel Lopes Pereira
Natural de Miranda. Formado em Medicina. Professor. Foi médico do Marquês de Távora e do cabido e Bispo de Miranda. deixou obras da especialidade. “Homem de ciência e clinico”, autor de uma obra famosa Xeniolum Médico – Theórico Practicum – editada em Salamanca, em 1700.

Manuel Paulo de Sousa
Nasceu em Miranda a 3 de Junho de 1825 e faleceu na mesma cidade a 27 de Janeiro de 1889. Distinto engenheiro civil e militar, com o curso de Estado-Maior, exerceu funções de maior destaque. Foi deputado de 1865 a 1868. Era cavaleiro da Ordem de Aviz, possuindo ainda outras honrosas condecorações

D. Nuno Álvares Pereira
Nasceu em Miranda do Douro e faleceu em Madrid pelos anos de 1624. Foi durante 20 anos Secretário de Estado e conselheiro de Filipe III, Rei de Espanha. Teve também o titulo de Conde de Muge, que não chegou a usar por já então ter falecido.

Cónego Paulo Miguel Rodrigues de Morais
Nasceu em Vila Chã da Barciosa. Deão da Sé de Bragança e Cavaleiro da Ordem de Cristo.
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:39

Menino Jesus da Cartolinha

Miranda do Douro Cartolinha

A lenda vem do período de 1706 a 1713. Foi neste tempo, mais concretamente em 1711, que o exército castelhano invadiu Miranda e a assolou durante vários meses.
Quando a cidade se encontrava invadida, saqueada e vexada pelos Castelhanos e sem esperança de remissão, esperando o reforço das nossas tropas que nunca mais chegava, aparece nas muralhas um menino vestido de fidalgo chamando os mirandeses e gritando às armas contra os invasores. De todas as casas sai gente armada de  foices, gadanhas, espingardas e varapaus para escorraçar os espanhóis.
À frente dos mirandeses o menino ora aparecia ora desaparecia, até que no fim da luta, depois da cidade libertada, o menino não mais se viu. Procuraram­no por toda a parte, mas em vão. O pequeno General tinha desaparecido. Os mirandeses consideraram que se tratava de um autêntico milagre esta vitória contra os espanhóis e que foi, sem dúvida um favor muito grande do Menino Jesus.
Mandaram então esculpir uma imagem do Menino Jesus vestido de fidalgo cavaleiro, à maneira do tempo, e colocaram-no num altar da catedral.

La lhenda de l Nino Jasus de la Cartolica ye de l anho de 1711 (mil sietecientos i onze) quando Miranda de l Douro staba arrodiada de tropas spanholas i quaije a cair nas manos deilhes porque las sues muralhas eran de muita amportáncia estratégica. L pobo nun tenie ganas de lhuitar porque yá muitos meses que la cidade staba cercada i l eisército que debie de ajudar aquel pobo, benido de Algoso, Outeiro, Peinhas Róias, Mogadouro i Bregáncia nunca más chegaba.
Anton, un nino çcuincido, c’un chapéu de palhas, botou-se a correr pulas rugas gritando acuontra ls spanholes i chamando las personas para lhuitar i defender la cidade. Nistante saliu todo mundo, cun çacholas, machadas, tornadeiras, roçadeiras, fouces i gadanhas, l que tenien a la mano i que pudisse ajudar na batalha, ounindo-se a ls soldados yá cansados e çfalhecidos. Todos juntos ampuntórun las tropas spanholas para fuora de las tierras de Miranda i quando la batalha acabou, las personas buscórun l nino refilon i abintureiro que ls habie ajudado. De nada l baliu i naide l achou, habie dzaparcido.
L pobo ancreditou-se que habie sido l Nino Jasus que eilhi apareciu para salbar la cidade. I lhougo mandórun fazer ua eimaige para poner nun altar de la Sé Catedral. Nesse antretiempo, ua rapaza que na mesma batalha habie perdido l moço, un oufecial de las tropas pertuesas, fizo ua farda de capitán i dou-la al nino. Dende naciu la tradiçon de l dar roupas. Cunta-se que puode poner ua defrente todos ls dies. Muitos anhos aspuis achórun que l chapéu de palha nun quedaba bien cula nobreza de la farda brumeilha de melitar nien tampouco cula posiçón de quemandante i ponirun-le ua cartola.
I que bien que le queda!
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:42

Uma Heroina na Guerra do Mirandum

Em 1762, Portugal estava em guerra com a Espanha, a Guerra dos Sete Anos a história de Portugal e Universal, a Guerra do Mirandum na história mirandesa, e que ainda hoje se dança e baila na dança dos paulitos da qual constitui um lhaço:

Mirandum, mirandum, Mirandela,
Mirandum se fui à la guerra,
Num sei quando benerá,
Se benerá pula Páscoa,
Se pur la Trenidá.

Passou-se a Trindade sem Mirandum ter regressado e então,

Tirai bestidos de gala,
Besti bestidos de lhuito,
Que mirandum iá iê murto.
Iou bem lo bi anterrar
Antre quatro oficiales
Que lho ibam a lhebar

Na história de Portugal, como na de outros países, há lendas, tradições e fantasias que impressionaram o povo daquelas épocas. Entre nós, por exemplo, a lenda das trutas durante o cerco de Celorico da Beira, a de Deu-la-Deu-Martins, no cerco de Monção e então a mais célebre de todas, conhecida em todos os cantos do país, a da padeira de Aljubarrota. Lendas de carácter maravilhoso e imaginativo tanto do gosto popular e para o povo suficientes para explicação dos factos.

Ora, é a lenda da padeira de Aljubarrota, a tal que matou sete espanhóis no forno com a pá do ofício, coisa que nunca aconteceu, e que faz recordar um caso verdadeiro que se passou quando Miranda estava cercada pelas tropas espanholas, em Maio de 1762, ou seja o facto de uma mirandesa ter matado, com o espeto, um sargento espanhol.
Camilo Castelo Branco, no seu livro Noites de Insónia narra este episódio e publica, com o respectivo intróito, o seguinte soneto: «Qual acção é mais memorável: a da forneira de Aljubarrota, matando os castelhanos com a sua pá; ou a da mulher de Trás-os-Montes, matando o sargento espanhol com o espeto?»Isto é o bloco de texto. Clique no botão Editar para alterar este texto. Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.Isto é o bloco de texto. Clique no botão Editar para alterar este texto. Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.

Eis o soneto:
É problema que deve disputar-se, entre os autores de mais nome e nota, se pode essa mulher de Aljubarrota com a de Trás-os-Montes comparar-se.
Aquela tem razão para gabar-se de fazer com sua pá tanta derrota; esta, que deixa co a barriga rota ao sargento, também deve estimar-se. E esta a meu ver, melhor juízo tinha, pois vingando o marido seu dilecto, fez o que ao seu génio lhe convinha. Meteu-se-lhe nos cascos o projecto de tratar o espanhol como galinha, e, assim que topou um, pô-lo no espeto.
Diz-nos Camilo que o autor do soneto é contemporâneo dos factos e o grande escritor classifica o soneto de chocarreiro e de jacoso, porque «as musas sérias não acharam a heroína digna de poesia grave». E, quando ironiza essas lendas da padeira e do caldeirão tomado aos espanhóis em Algubarrota, escreve: «Houve outra heroína mais digna de lembrança e, todavia, ignorada. Essa praticou um feito de nobre coragem, defrontando-se a rosto com o inimigo, e derrubando-o ».
Nos arrabaldes da cidade virados ao Fresno e à ponte dos Canos, construção dos séculos XIII-XIV vivia uma mulher nova, e o seu homem fazia parte das guerrilhas.
Deu-se o caso de a rapariga agradar a um sargento espanhol que, uma noite e acompanhado por dois soldados, resolve ir a casa dela, ignorando que o homem tinha regressado ou que ela era casada.
Pressentidos, espreita e diz ao marido quantos eram.
Dirigem-se para a porta, ele com a espingarda, ela com o espeto da cozinha e, abrindo-a de repente, o homem com um tiro tomba um soldado e, ainda que ferido, consegue matar outro, anavalhando-o. A mulher, essa, matou o sargento, trespassando-o com o espeto. Depois, carrega o marido para junto dos guerrilheiros, já morto. «Nada mais se sabe desta mulher. Não consta sequer que o governo de D. José I lhe mandasse reconstruir o casebre (que fora incendiado) acabada a guerra», escreve Camilo.
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:44

Senhora do Picão

No sítio designado de Picão, a cerca de 2 Km do Santuário do Nazo e 4 da aldeia da Póvoa, encontram-se estas ruínas de um antigo Santuário erigido no final do século XIX início do século XX para testemunhar as aparições de Nossa Senhora neste local.

“Ainda Mariana estava no ventre da mãe, já poisava uma luz em cima de uma arca o que deixava a mãe preocupada com o que iria ser daquela criança. Segundo relato de familiares, Nossa Senhora aparecia em casa, em qualquer parte onde Mariana estivesse. Tinha então poucos meses quando o fenómeno se começou a registar, o que deixava a sua mãe perplexa. A bebé aparecia limpa e penteada. Havia também uma luz que se acendia, no período de Abril a Maio, fenómeno que se registou durante 16 anos.
Só no ano de 1903, já Mariana tinha sete anos, conta o que lhe acontecia a um irmão, afirmando ver Nossa Senhora, situação nunca presenciada por mais ninguém, mas que tornou o lugar num local de culto, especialmente para os espanhóis da zona de Castela e Leão, que ali se deslocavam em grande número, contribuindo para a construção da capela, da casa dos peregrinos e do estábulo para os animais. Também a água e a terra do local era procurada porque, dizia-se, terem poderes curativos.
Várias foram as razões para o desaparecimento do Santuário. No entanto o Picão acabou em ruínas de onde foram retiradas nos anos 50, pedras para erguer duas capelas, no Santuário Mariano de Nossa Senhora do Nazo, e a imagem de Nossa Senhora da Imaculada Conceição que se encontra no interior da Capela do Nazo.

Relação com as aparições de Fátima

“Sete anos antes de os três pastorinhos levarem multidões à Cova de Iria, em Fátima, uma jovem transmontana de 14 anos também pastora, afirmava ter visto Nossa Senhora, e levou também ao Picão romarias de portugueses e espanhóis que procuravam presenciar o que apelidavam de milagre. Em todos os locais em que a jovem disse ter visto Nossa Senhora, foram erguidas pedras com o número da aparição que ainda hoje se podem encontrar na zona.
Mariana João faleceu em 1972, com 76 anos de idade, e o desgosto de ver desmoronar o seu santuário de fé, afirmando que a Senhora que via em Fátima, esteve antes aqui na Terra de Miranda.”

“…Visite, por isso, o antigo Santuário da Senhora do Picão, um adro luxuosamente calcetado, onde avultam o célebre poço de água milagrosa, as ruínas da capela, e outras estruturas de apoio, tudo refletindo que, ali, a fé moveu montanhas… O recinto é ainda bordejado a poente por um lanço de uma via, com vinte séculos, de perfil intacto, reflectindo denso tráfego durante o Império Romano, que continuou nos catorze séculos seguintes.”
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:46

Senhora do Sartigalho

A praga de Sartigalhos está na origem de uma das mais “curiosas” crenças populares do planalto mirandês e dá direito a um “Dia Santo” na localidade mirandesa de Fonte da Aldeia.

Segundo disse à Lusa o investigador Félix Fernandes, reza a lenda que em tempos remotos apareceu na aldeia uma praga de gafanhotos tão grande que devorava tudo o que verdejava.

Com a fome no horizonte, a população resolveu “rogar” aos santos existentes na igreja da aldeia para os “ajudar” a combater tão terrível praga.
Diz a lenda que a população resolveu fazer um sorteio, “prometendo” fazer uma festa em honra do santo ou santa, todos os anos, se os gafanhotos desaparecessem.
“A feliz contemplada foi nada mais nada menos que a mãe de Deus, a Imaculada Conceição”,
A partir desse momento, a povoação “agradecida e com muita fé”, mas ao mesmo tempo com “medo” dos gafanhotos, escolheu o dia 08 de maio de cada ano para a realização de uma festa em honra de Imaculada Conceição, hoje também conhecida por “Festa dos Sartigalhos”.
“O dia 08 de maio é sagrado para as pessoas de Fonte Aldeia, ninguém junge as vacas, ninguém cava a horta, a vinha ou o que quer que seja”, relata a crença popular.
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:48

Senhora do Nazo

A Capela de Nossa Senhora do Nazo é um polo de atracão principalmente em dia de romaria. Embora à volta desta capela se tenham, recentemente construído algumas outras capelas, reza a lenda que ela foi edificada por um casal mirandês. Estando o homem pastoreando o seu rebanho, apareceu-lhe uma Senhora que pediu para lhe construir naquele local uma capela, indicando-lhe, nessa mesma noite, na Serra do Nazo, por meio de uma procissão com luzes, o local exato onde a capela deveria ser erigida. O homem recusou-se, temendo a mulher, mas Nossa Senhora insistiu no pedido. Muito a medo, o homem fez saber à mulher do desejo da Senhora. Mas a mirandesa não esteve pelos ajustes e começou a refilar: nesse momento ficou tolheita, diz-se que por castigo de Nossa Senhora. Quando se viu aleijada, a mulher prometeu que faria a capela e, no mesmo momento, voltou ao seu estado normal, pelo que imediatamente se iniciaram as obras. Consta ainda que, ao serem colocadas as pedras no carro, os bois o “tangiam” sozinhos, sem mostrarem o esforço pelo peso da carrada e sem precisarem de boieiro, regressando a casa dos donos para novo carregamento de pedra. Assim se construiu a capela desejada…
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:50

Tradições


Festa dos Rapazes em Constatim – Dezembro
Enquadra-se nos ritos de passagem das festas  Solestícias de Inverno com destaque para: O Carocho em Constatim; A Velha em Vila Chá da  Braciosa. 
Miranda do Douro Mascara_festa_rapazes

Fogueira Comunitária
No dia 24 de Dezembro a mocidade (rapazes solteiros) fazem a recolha de lenha para a fogueira da missa do galo da cidade de Miranda.
Miranda do Douro Fogueira

Serões de Inverno
Cantares dos Reis – Os casamentos de Carnaval, em quase todas as Aldeias do Concelho.
Enterro do Morto – Oferta e Cantares dos Ramos, representação do Teatro Popular – Colóquios.
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Senhor Galandum 6/2/2024, 13:52

Folclore

As famosas danças dos Pauliteiros de Miranda são uma vaga reminiscência das danças pírricas dos guerreiros da Grécia antiga. Imprevista, variada e colorida, a coreografia exige grande destreza dos dançarinos. É, na verdade, uma dança essencialmente guerreira e a sua origem não é certamente nova. Ela é tão velha como o Homem na Península Ibérica. Em mangas de camisa oito homens rudes trazem flores nos chapéus de largas abas, nas costas e nos ombros, encanastrados, fitas de várias cores berrantes. Cada uma representa uma flor: a vermelha, uma rosa, a azul, uma violeta, a branca, uma açucena e a amarela representa o rei. Em cada mão um pau grosso como cabo de martelo, curto como batuta. Avançam, como se caminhassem em campo vasto, à frente de um
exército e a dança rompe num arranco de corações em fogo.
Miranda do Douro Pauliteiros
Senhor Galandum
Senhor Galandum

Mensagens : 165

Ir para o topo Ir para baixo

Miranda do Douro Empty Re: Miranda do Douro

Mensagem por Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 1 de 3 1, 2, 3  Seguinte

Ir para o topo


 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos