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Poesias extraordinárias

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Mensagem por Apocalipse 13/6/2017, 07:03

Gigaview escreveu:
Em se tratando de poesias, pra mim o melhor livro que existe é o ''Parnaso de Além-Túmulo''. Recomendo!

Discordo. Esse livreco não passa de uma coletânea de pastiches.
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Mensagem por Gigaview 13/6/2017, 14:06


Bullshit. Os céticos de araque acham que tem todas as respostas mas se enganam ao comparar ''Parnaso de Além-Túmulo'' como um manancial de pastiches. Basta pegar a idade que Chico Xavier tinha quando publicou a obra: 21 anos. Qualquer um que se desse ao empreendimento de tal imitação, remoldando os temas a fim de enquadra-los ao estilo do autor, gastaria uma vida inteira. Sua resposta é tipica de quem é pego de surpresa mas não sabe nada sobre o assunto.

Antes de opinar com divagações vazias vocês deveria era estudar.
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Mensagem por Apocalipse 13/6/2017, 15:26

Gigaview escreveu:
Bullshit. Os céticos de araque acham que tem todas as respostas mas se enganam ao comparar ''Parnaso de Além-Túmulo'' como um manancial de pastiches. Basta pegar a idade que Chico Xavier tinha quando publicou a obra: 21 anos. Qualquer um que se desse ao empreendimento de tal imitação, remoldando os temas a fim de enquadra-los ao estilo do autor, gastaria uma vida inteira. Sua resposta é tipica de quem é pego de surpresa mas não sabe nada sobre o assunto.

Antes de opinar com divagações vazias vocês deveria era estudar.

Gigaview, você não leu o aviso que está estampado no título do fórum?

''Que não entre aqui quem não for inteligente!''
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Mensagem por Gigaview 13/6/2017, 16:36


Bobagem! Pelo visto você como cético de araque foi muito inteligente ao escolher como o pseudônimo a palavra bíblica Apocalipse que significa ''o fim do mundo''.
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Mensagem por Apocalipse 13/6/2017, 17:38

Gigaview escreveu:
Bobagem! Pelo visto você como cético de araque foi muito inteligente ao escolher como o pseudônimo a palavra bíblica Apocalipse que significa ''o fim do mundo''.

O quê? A palavra grega Apocalipse significa ''fim do mundo''?  affraid Shocked

kkkkkkkkk Francamente...
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Mensagem por Alquimista 13/6/2017, 18:30


Cavalheiros, por favor, acalmem-se!!!!! Vamos ser sensatos a fim de não partirmos para as ofensas pessoais, ok?


Gigaview, você tem ciência do que um Mozart, ou um Ramanujan ou um Gauss tinham feito até os 21 anos de idade? Do mesmo modo, e com toda razão, um estudioso poderia muito bem argumentar que, caso se desse ao labor de replicar os feitos de tais prodígios, nem mesmo um vida inteira ainda seria suficiente.

Chico tinha apenas uma habilidade, só isso! Seu sobrinho mesmo o delatou... Assim, sua obra juvenil torna-se supérflua e nada surpreendente ou exclusiva se comparada à imensa produção intelectual de gênios precoces.    

Não, não é trabalho do ''além túmulo''.
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Mensagem por Gigaview 13/6/2017, 22:30


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Mensagem por Alquimista 22/7/2017, 06:03

Poesias extraordinárias - Página 2 Untitl13

''Através de grossas portas,
sentem-se luzes acesas,
— e há indagações minuciosas
dentro das casas fronteiras:
olhos colados aos vidros,
mulheres e homens à espreita,
caras disformes de insônia,
vigiando as ações alheias.
Pelas gretas das janelas,
pelas frestas das esteiras,
agudas setas atiram
a inveja e a maledicência.
Palavras conjeturadas
oscilam no ar de surpresas,
como peludas aranhas
na gosma das teias densas,
rápidas e envenenadas,
engenhosas, sorrateiras.

Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
brilham fardas e casacas,
junto com batinas pretas.
E há finas mãos pensativas,
entre galões, sedas, rendas,
e há grossas mãos vigorosas,
de unhas fortes, duras veias,
e há mãos de púlpito e altares,
de Evangelhos, cruzes, bênçãos.
Uns são reinóis, uns, mazombos;
e pensam de mil maneiras;
mas citam Vergílio e Horácio,
e refletem, e argumentam,
falam de minas e impostos,
de lavras e de fazendas,
de ministros e rainhas
e das colônias inglesas.

Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
uns sugerem, uns recusam,
uns ouvem, uns aconselham.
Se a derrama for lançada,
há levante, com certeza.
Corre-se por essas ruas?
Corta-se alguma cabeça?
Do cimo de alguma escada,
profere-se alguma arenga?
Que bandeira se desdobra?
Com que figura ou legenda?
Coisas da Maçonaria,
do Paganismo ou da Igreja?
A Santíssima Trindade?
Um gênio a quebrar algemas?
Atrás de portas fechadas,
à luz de velas acesas,
entre sigilo e espionagem,
acontece a Inconfidência.
E diz o Vigário ao Poeta:
"Escreva-me aquela letra
do versinho de Vergílio..."
E dá-lhe o papel e a pena.
E diz o Poeta ao Vigário,
com dramática prudência:
"Tenha meus dedos cortados
antes que tal verso escrevam..."
LIBERDADE, AINDA QUE TARDE,
ouve-se em redor da mesa.
E a bandeira já está viva,
e sobe, na noite imensa.
E os seus tristes inventores
já são réus — pois se atreveram
a falar em Liberdade
(que ninguém sabe o que seja).

Através de grossas portas,
sentem-se luzes acesas,
— e há indagações minuciosas
dentro das casas fronteiras.
"Que estão fazendo, tão tarde?
Que escrevem, conversam, pensam?
Mostram livros proibidos?
Lêem notícias nas Gazetas?
Terão recebido cartas
de potências estrangeiras?"
(Antiguidades de Nimes
em Vila Rica suspensas!
Cavalo de La Fayette
saltando vastas fronteiras!
Ó vitórias, festas, flores
das lutas da Independência!
Liberdade - essa palavra,
que o sonho humano alimenta:
que não há ninguém que explique,
e ninguém que não entenda!)
E a vizinhança não dorme:
murmura, imagina, inventa.
Não fica bandeira escrita,
mas fica escrita a sentença.''


Cecília Meireles
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Mensagem por Alquimista 22/7/2017, 15:26


Poema de Amor

''Vamos escolher uma noite estrelada e começar a contar as estrelas.
O número delas é infinito e assim teremos a eternidade para nós.

Hoje as pessoas levantam as cabeças para olhar a beleza das pirâmides
Mas amanhã elas erguerão muito mais para olhar o nosso amor que é maior que o universo.''


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Mensagem por Alquimista 23/7/2017, 00:38


''Não consigo sair daqui!
Parece que este labirinto não tem fim!
Por onde olho vejo reflexos por todos os lados.
E o pior de tudo é que a chama não se apaga.

Estava eu controlando o Sol nos altos pilares
onde se esconde a coragem dos mortais
tendo o doce prazer de estar lembrando
como era tudo isso aqui antes.

Eu que já estive com Abraão!
Eu que salvei Isaac do seu sacrifício!
Eu que lutei com Jacó até o despertar da aurora!
Eu que salvei Daniel dos leões!
Eu que destruí Sodoma e Gomorra!
Eu que anunciei nascimentos sagrados!
Eu que ordenei a meus irmãos menores que guardassem a Árvore da Vida!
Eu que cavalguei num cavalo verde claro quando foi aberto o quarto selo!

Testamos até o caráter de Jó!
E seduzimos a bela Psiquê!
Eu sou a consciência e você é a minha alma!
E estou nesta bela história desde quando tudo começou!

Desde quando ergueram as pirâmides de Gizé;
o Templo de Artémis;
o Mausoléu de Halicarnasso;
a Estátua de Zeus em Olímpia;
o Farol de Alexandria;
os Jardins suspensos da Babilônia
e o Colosso de Rodes!

Eu que protegi o nascimento daquele Alexandre
enquanto as chamas consumiam o Grande Templo de Éfeso!
E por causa disso não pude salvá-lo das ruínas
naquela noite, enquanto a lua se escondia!

Só eu sou o ouro e a prata!''


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Mensagem por Alquimista 16/8/2017, 16:55


Tomás Antônio Gonzaga - Marília de Dirceu

''Acaso São Estes''



Compositor: Anônimo (Coletado por Von Martius entre 1817 e 1820)
Letra: Tomás Antônio Gonzaga - Marília de Dirceu

''Acaso são estes
Os sítios formosos.
Aonde passava
Os anos gostosos?
São estes os prados,
Aonde brincava,
Enquanto pastava
O gordo rebanho,
Que Alceu me deixou?
São estes os sítios?
São estes; mas eu
O mesmo não sou.
Marília, tu chamas?
Espera, que eu vou.
Daquele penhasco
Um rio caía;
Ao som do sussurro
Que vezes dormia!
Agora não cobrem
Espumas nevadas
As pedras quebradas;
Parece que o rio
O curso voltou
São estes os sítios?
São estes; mas eu
O mesmo não sou.
Marília, tu chamas?
Espera, que eu vou''
(Marília de Dirceu - Lira V)
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Mensagem por Alquimista 17/8/2017, 20:24


"O São Jorge que ali vai,
com ares de santarrão,
não é São Jorge nem nada,
é o tenente Zé Romão!"


Trovinha Ouro Pretana, século XVIII.

Poesias extraordinárias - Página 2 11326010
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Mensagem por Alquimista 22/1/2018, 20:58


William Blake: Jerusalém

O poeta, gravador e visionário inglês William Blake é considerado um dos maiores gênios literários de todos os tempos. Testemunha da transição definitiva entre as antigas tradições e o mundo moderno, Blake sempre dá sua voz às primeiras e abomina o segundo. Leremos então um de seus mais célebres poemas, Jerusalém. Admirados desde sua criação, os versos foram musicados por Hubert Parry nos anos mais lutuosos da Primeira Guerra Mundial, tornando-se um dos hinos mais ouvidos em igrejas anglicanas e um hit de concertos. Alguns anos depois, em 1922, o hino foi re-arranjado por Edward Elgar, e hoje em dia é cantado todo ano na última noite do Festival Proms. Também ganhou uma versão lisérgica pelo grupo de rock progressivo Emerson, Lake and Palmer e outras, dos Waterboys, de Jeff Beck, do U2, inspirou o título do filme Chariots of Fire, foi ouvido no casamento do Príncipe William.

http://culturafm.cmais.com.br/radiometropolis/lavra/william-blake-jerusalem

Jerusalem

And did those feet in ancient time,
Walk upon England's mountains green:
And was the holy Lamb of God,
On England's pleasant pastures seen!

And did the Countenance Divine,
Shine forth upon our clouded hills?
And was Jerusalem builded here,
Among these dark Satanic Mills?

Bring me my Bow of burning gold;
Bring me my Arrows of desire:
Bring me my Spear: O clouds unfold!
Bring me my Chariot of fire!

I will not cease from Mental Fight,
Nor shall my Sword sleep in my hand:
Till we have built Jerusalem,
In England's green & pleasant Land.


Jerusalem

E, há muito tempo atrás, caminharam aqueles pés,
Sobre as verdejantes montanhas da Inglaterra:
E foi visto o Cordeiro Sagrado de Deus,
Nos agradáveis pastos da Inglaterra!

E o Divino Semblante,
Brilhou acima de nossas pesadas nuvens?
E foi Jerusalém erguida aqui,
Em meio a estes negros e satânicos moinhos?

Traga meu arco de ouro brilhante;
Traga minhas flechas do desejo:
Traga minha lança: Oh sombras reveladas!
Traga minha Carruagem de Fogo!

Eu não descansarei dessa luta interior,
Nem minha espada descansará:
Até que nós tenhamos erguido uma Jerusalém,
Nas agradáveis e verdejantes terras da Inglaterra.


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Mensagem por Alquimista 31/3/2018, 05:07


Friedrich von Schiller (1759 - 1805) - Ode à Alegria

Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais agradável
E cheio de alegria!

Alegria, mais belo fulgor divino,
Filha de Elíseo,
Ébrios de fogo entramos
Em teu santuário celeste!
Teus encantos unem novamente
O que o rigor do costume separou.
Todos os homens se irmanam
Onde pairar teu vôo suave.
A quem a boa sorte tenha favorecido
De ser amigo de um amigo,
Quem já conquistou uma doce companheira
Rejubile-se conosco!
Sim, também aquele que apenas uma alma,
possa chamar de sua sobre a Terra.
Mas quem nunca o tenha podido
Livre de seu pranto esta Aliança!
Alegria bebem todos os seres
No seio da Natureza:
Todos os bons, todos os maus,
Seguem seu rastro de rosas.
Ela nos dá beijos e as vinhas
Um amigo provado até a morte;
A volúpia foi concedida ao humilde
E o Querubim está diante de Deus!

Alegres, como voam seus sóis
Através da esplêndida abóboda celeste
Sigam irmãos sua rota
Gozosos como o herói para a vitória.

Abracem-se milhões de seres!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos! Sobre a abóboda estrelada
Deve morar o Pai Amado.
Vos prosternais, Multidões?
Mundo, pressentes ao Criador?
Buscais além da abóboda estrelada!
Sobre as estrelas Ele deve morar.
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Mensagem por Alquimista 11/4/2018, 06:03


Lorenzo de' Medici, il Magnifico - Il Trionfo di Bacco e Arianna

Quant’è bella giovinezza,
che si fugge tuttavia!
chi vuol esser lieto, sia:
di doman non c’è certezza.

Quest’è Bacco e Arïanna,
belli, e l’un dell’altro ardenti:
perché ’l tempo fugge e inganna,
sempre insieme stan contenti.
Queste ninfe ed altre genti
sono allegre tuttavia.
Chi vuol esser lieto, sia:
di doman non c’è certezza.

Questi lieti satiretti,
delle ninfe innamorati,
per caverne e per boschetti
han lor posto cento agguati;
or da Bacco riscaldati
ballon, salton tuttavia.
Chi vuol esser lieto, sia
di doman non c’è certezza.

Queste ninfe anche hanno caro
da lor essere ingannate:
non può fare a Amor riparo
se non gente rozze e ingrate:
ora, insieme mescolate,
suonon, canton tuttavia.
Chi vuol esser lieto, sia:
di doman non c’è certezza.

Questa soma, che vien drieto
sopra l’asino, è Sileno:
così vecchio, è ebbro e lieto,
già di carne e d’anni pieno;
se non può star ritto, almeno
ride e gode tuttavia.
Chi vuol esser lieto, sia:
di doman non c’è certezza.

Mida vien drieto a costoro:
ciò che tocca oro diventa.
E che giova aver tesoro,
s’altri poi non si contenta?
Che dolcezza vuoi che senta
chi ha sete tuttavia?
Chi vuol esser lieto, sia:
di doman non c’è certezza.

Ciascun apra ben gli orecchi,
di doman nessun si paschi;
oggi siam, giovani e vecchi,
lieti ognun, femmine e maschi;
ogni tristo pensier caschi:
facciam festa tuttavia.
Chi vuol esser lieto, sia:
di doman non c’è certezza.

Donne e giovinetti amanti,
viva Bacco e viva Amore!
Ciascun suoni, balli e canti!
Arda di dolcezza il core!
Non fatica, non dolore!
Ciò c’ha a esser, convien sia.
Chi vuol esser lieto, sia:
di doman non c’è certezza.
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Mensagem por Alquimista 27/4/2018, 01:40


Jaguadarte (Jabberwocky) - Lewis Carroll

Era briluz. As lesmolisas touvas
Roldavam e relviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas,
E os momirratos davam grilvos.

“Foge do Jaguadarte, o que não morre!
Garra que agarra, bocarra que urra!
Foge da ave Felfel, meu filho, e corre
Do frumioso Babassurra!”

Êle arrancou sua espada vorpal
E foi atrás do inimigo do Homundo.
Na árvora Tamtam êle afinal
Parou, um dia, sonilundo.

E enquanto estava em sussustada sesta,
Chegou o Jaguadarte, ôlho de fogo,
Sorrelfiflando através da floresta,
E borbulia um riso louco!

Um, dois! Um, dois! Sua espada mavorta
Vai-vem, vem-vai, para trás, para diante!
Cabeça fere, corta, e, fera morta,
Ei-lo que volta galunfante.

“Pois então tu mataste o Jaguadarte!
Vem aos meus braços, homenino meu!
Oh dia fremular! Bravooh! Bravarte!”
Êle se ria jubileu.

Era briluz. As lesmolisas touvas
Roldavam e relviam nos gramilvos.
Estavam mimsicais as pintalouvas,
E os momirratos davam grilvos.


Poesias extraordinárias - Página 2 800px-Jabberwocky
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Mensagem por Alquimista 6/5/2018, 01:25


OCASO - Oswald de Andrade

Poesias extraordinárias - Página 2 Untitl15


No anfiteatro de montanhas
Os profetas do Aleijadinho
Monumentalizam a paisagem
As cúpulas brancas dos Passos
E os cocares revirados das palmeiras
São degraus da arte do meu país
Onde ninguém mais subiu
Bíblia de pedra sabão
Banhada de ouro das minas



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Mensagem por Alquimista 29/5/2018, 00:12


As Bucólicas de Virgílio

LIBERTAS QUÆ SERA TAMEN

''Et quæ tanta fuit Romam tibi causa videndi?
Libertas, quæ sera tamen, respexit inertem,
Candidior postquam tondenti barba cadebat,
Respexit tamen et longo post tempore venit,
Postquam nos Amaryllis habet, Galatea reliquit.''


E qual foi o forte motivo para visitares Roma?
A liberdade, ainda que tardia, contudo olhou (para mim) inerte,
Depois que a barba caía mais branca de mim, que a cortava,
Olhou para mim, todavia, e veio depois de longo tempo,
Depois que Amaryllis me tem e Galateia me deixou.

Poesias extraordinárias - Página 2 Libert10



ET IN ARCADIA EGO

''(...) et tumulum facite, et tumulo superaddite carmen:
DAPHNIS ECO IN SILVIS HINC VSQUE AD SIDERA NOTVS
FORMOSI PECORIS CVSTOS, FORMOSIOR IPSE.''


(...) e fazei um túmulo, e gravai um canto sobre o túmulo:
Eu, Dafne, conhecido na floresta daqui às estrelas,
Pastor de formoso rebanho e ainda mais formoso pastor.
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Mensagem por Alquimista 4/6/2018, 14:19


Cartas Chilenas - Tomás Antonio Gonzaga

CARTA 2ª
Em que se mostra a piedade que Fanfarrão fingiu no princípio do seu governo, para chamar a si todos os negócios.

As brilhantes estrelas já caíam
E a vez terceira os galos já cantavam,
Quando, prezado amigo, punha o selo
Na volumosa carta, em que te conto
5 – Do nosso imortal chefe a grande entrada;
E refletindo, então, ser quase dia,
A despir-me começo, com tal ânsia,
Que entendo que inda estava o lacre quente
Quando eu já, sobre os membros fatigados,
10 – Cuidadoso, estendia a grosa manta.
Não cuides, Doroteu, que brandas penas
Me formam o colchão macio e fofo;
Não cuides que é de paina a minha fronha
E que tenho lençóis de fina holanda,
15 – Com largas rendas sobre os crespos folhos.
Custosos pavilhões, dourados leitos
E colchas matizadas, não se encontram
Na casa mal provida de um poeta,
Aonde, há dias que o rapaz que serve
20 – Nem na suja cozinha acende o fogo.
Mas, nesta mesma cama, tosca e dura,
Descanso mais contente, do que dorme
Aquele, que só põe o seu cuidado
Em deixar a seus filhos o tesouro
25 – Que ajunta, Doroteu, com meio avara,
Furtando ao rico e não pagando ao pobre.
Aqui. . . mas onde vou, prezado amigo?
Deixemos episódios, que não servem
E vamos prosseguindo a nossa história.
30 – Fui deitar-me ligeiro, como disse,
E mal estendo nos lençóis o corpo,
Dou um sopro na vela, os olhos fecho
E pelos dedos rezo a muitos santos,
Por ver se chega mais depressa o sono,
35 – Conselho que me deram sábias velhas
já, meu bom Doroteu, o sono vinha:
Umas vezes dormindo, ressonava,
Outras vezes, rezando, inda bulia
Com os devotos beiços, quando sinto
40 – Passar um carro, que me abala o leito.
Assustado desperto, os olhos abro
E, conhecendo a causa que me acorda,
Um tanto impaciente o corpo viro,
Fecho os olhos de novo e cruzo os braços
45 – Para ver se outra vez me torna o sono
Segunda vez o sono já tornava
Quando o estrondo percebo de outro carro;
Outra vez, Doroteu, o corpo volto,
Outra vez me agasalho, mas que importa?
50 – Já soam dos soldados grossos berros,
Já tinem as cadeias dos forçados,
Já chiam os guindastes, já me atroam
Os golpes dos machados e martelos
E, ao pé de tanta bulha, já não posso
55 – Mais esperança ter de algum sossego.
Salto fora da cama, acendo a vela,
À banca vou sentar-me exasperado,
E, por ver se entretenho as longas horas,
Aparo a minha pena, o papel dobro
60 – E com mão, que ainda treme de cansada,
Não sei, prezado amigo, o que te escrevo.
Só sei que o que te escrevo são verdades
E que vêem muito bem ao nosso caso.
Apenas, Doroteu, o nosso chefe
65 – As rédeas manejou, do seu governo,
Fingir-nos intentou que tinha uma alma
Amante da virtude. Assim foi Nero.
Governou aos romanos pelas regras
Da formosa justiça, porém logo
70 – Trocou o cetro de ouro em mão de ferro.
Manda, pois, aos ministros lhe dêem listas
De quantos presos as cadeias guardam,
Faz a muitos soltar e aos mais alenta
De vivas, bem fundadas esperanças.
75 – Estranha ao subalterno, que se arroga
O poder castigar ao delinqüente
Com troncos e galés; enfim ordena
Que aos presos, que em três dias não tiverem
Assentos declarados, se abram logo
80 – Em nome dele, chefe, os seus assentos.
Aquele, Doroteu, que não é santo,
Mas quer fingir-se santo aos outros homens
Pratica muito mais, do que pratica
Quem segue os sãos caminhos da verdade.
85 – Mal se põe nas igrejas, de joelhos,
Abre os braços em cruz, a terra beija,
Entorta o seu pescoço, fecha os olhos,
Faz que chora, suspira, fere o peito,
E executa outras muitas macaquices
90 – Estando em parte onde o mundo as veja.
Assim o nosso chefe, que procura
Mostrar-se compassivo, não descansa
Com estas poucas obras: passa a dar-nos
Da sua compaixão maiores provas.
95 – Tu sabes, Doroteu, qual seja o crime
Dos soldados, que furtam aos soldados,
E sabes muito bem que pena incorram
Aqueles que viciam ouro e prata.
Agora, Doroteu, atende o como
100 – Castiga o nosso chefe em um sujeito
Estes graves delitos, que reputa
Ainda menos do que leves faltas.
Apanha um militar aos camaradas
Do solo uma porção. Astuto e destro,
105 – Para não se sentir o grave furto,
Mistura nos embrulhos, que lhes deixa,
Igual quantia de metal diverso.
Faz-se queixa ao bom chefe deste insulto,
Sim, faz-se ao chefe queixa, mas debalde,
110 – Que este Hércules não cinge a grossa pele,
Nem traz na mão robusta a forte clava,
Para guerra fazer aos torpes Cacos.
Já leste, Doroteu, a d. Quixote ?
Pois eis aqui, amigo, o seu retrato;
115 – Mas diverso nos fins, que o doido Mancha
Forceja por vencer os maus gigantes
Que ao mundo são molestos e este chefe
Forceja por suster, no seu distrito,
Aqueles que se mostram mais velhacos.
120 – Não pune, doce amigo, como deve,
Das sacrossantas leis a grave ofensa;
Antes, benigno, manda ao bom Matúsio
Que do seu ouro próprio se ressarça
Aos aflitos roubados toda a perda.
125 – Já viste, Doroteu, igual desordem?
O dinheiro de um chefe, que a lei guarda,
Acode aos tristes órfãos e às viúvas;
Acode aos miseráveis, que padecem
Em duras, rotas camas e socorre,
130 – Para que honradas sejam, as donzelas,
Porém não paga furtos, porque fiquem
Impunes os culpados, que se devem,
Para exemplo, punir com mão severa.
Envia, Doroteu, vizinho chefe
135 – Ao nosso grande chefe outro soldado
Por vários crimes convencido e preso.
Lança-se o tal soldado, de joelhos
Aos pés do seu herói, suspira e treme,
Não nega que ferira e que matara,
140 – Mas pede que lhe valha a mão piedosa
Que tudo pode, que ele aperta e beija.
Pergunta-lhe o bom chefe se os seus crimes
Divulgados estão e o camarada,
Com semblante já leve, lhe responde
145 – Que suas graves culpas foram feitas
Em sítios mui distantes desta praça.
Então, então o chefe, compassivo
Manda tirar os ferros dos seus braços
a-lhe um salvo-conduto, com que possa,
150 – Contanto que na terra não se saiba,
fazer impunemente insultos novos.
Caminha, Doroteu, à força um negro
Conforme as leis do reino bem julgado.
Tu sabes, Doroteu, que o próprio Augusto
155 – Estas fatais sentenças não revoga
Sem um justo motivo, em que se firme
o seu perdão a causa. Também sabes
Que estas mesmas mercês se não concedem
Senão por um decreto, em que se expende
160 – Que o sábio rei usou, por motu-próprio,
Do mais alto poder que tem o cetro.
Agora, Doroteu, atende e pasma:
Por um simples despacho, manda o chefe
Que o triste padecente se recolha.
165 – Assenta: vale tanto, lá na corte,
Um grande – El-Rei – impresso, quanto vale
Em Chile, um – Como pede – e o seu garrancho.
Aonde, louco chefe, aonde corres
Sem tino e sem conselho? Quem te inspira
170 – Que remitir as penas é virtude?
E, ainda a ser virtude, quem te disse
Que não é das virtudes, que só pode,
Benigna, exercitar a mão augusta?
Os chefes, bem que chefes, são vassalos
175 – E os vassalos não têm poder supremo.
O mesmo grande Jove, que modera
O mar, a terra e o céu, não pode tudo,
Que ao justo só, se estende o seu império.
O povo, Doroteu, é como as moscas
180 – Que correm ao lugar, aonde sentem
O derramado mel, é semelhante
Aos corvos e aos abutres, que se ajuntam
Nos ermos, onde fede a carne podre.
À vista, pois, dos fatos, que executa
185 – O nosso grande chefe, decisivos
Da piedade que finge, a louca gente
De toda a parte corre a ver se encontra
Algum pequeno alivio à sombra dele.
Não viste, Doroteu, quando arrebenta
190 – Ao pé de alguma ermida a fonte santa,
Que a fama logo corre e todo o povo
Concebe que ela cura as graves queixas.
Pois desta sorte entende o néscio vulgo
Que o nosso general lugar-tenente,
195 – Em todos os delitos e demandas,
Pode de absolvição lavrar sentenças.
Não há livre, não há, não há cativo
Que ao nosso Santiago não concorra.
Todos buscam ao chefe e todos querem,
200 – Para serem bem vistos, revestir-se
Do triste privilégio de mendigos.
Um as botas descalça, tira as meias
E põe no duro chão os pés mimosos;
Outro despe a casaca, mais a veste
205 – E de vários molambos mal se cobre;
Este deixa crescer a ruça barba,
Com palhas de alhos se defuma aquele;
Qual as pernas emplastra e move o corpo
Metendo nos sobacos as muletas;
210 – Qual ao torto pescoço dependura,
Despido, o braço que só cobre o lenço;
Uns, com bordão, apalpam o caminho,
Outros, um grande bando lhe apresentam
De sujas moças, a quem chamam filhas.
215 – Já foste, Doroteu, a um convento
De padres franciscanos, quando chegam
As horas de jantar ? Passaste, acaso
Por sítio em que morreu mineiro rico,
Quando da casa sai pomposo enterro?
220 – Pois eis aqui, amigo, bem pintada
A porta, mais a rua deste chefe
Nos dias de audiência. Oh! quem pudera
Nestes dias meter-se um breve instante,
A ver o que ali vai na grande sala!
225 – Escusavas de ler os entremezes
Em que os sábios poetas introduzem,
Por interlocutores, chefes asnos.
Um pede, Doroteu, que lhe dispense
Casar com uma irmã da sua amásia;
230 – Pede outro que lhe queime o mau processo,
Onde esta criminoso, por ter feito
Cumprir exatamente um seu despacho;
Diz este que os herdeiros não lhe entregam
Os bens, que lhe deixou, em testamento,
235 – Um filho de Noé; aquele ralha
Contra os mortos,juízes, que lhe deram,
Por empenhos e peitas, a sentença
Em que toda a fazenda lhe tiraram;
Um quer que o devedor lhe pague logo;
240 – Outro, para pagar, pretende espera;
Todos, enfim, concluem que não podem
Demandas conservar; por serem pobres
E grandes as despesas, que se fazem
Nas casas dos letrados e cartórios.
245 – Então o grande chefe, sem demora,
Decide os casos todos que lhe ocorrem
Ou sejam de moral, ou de direito,
Ou pertençam, também, à medicina,
Sem botar, (que ainda é mais), abaixo um livro
250 – Da sua sempre virgem livraria.
Lá vai uma sentença revogada
Que já pudera ter cabelos brancos;
Lá se manda que entreguem os ausentes
Os bens ao sucessor, que não lhes mostra
255 – Sentença que lhe julgue a grossa herança.
A muitos, de palavra, se decreta
Que em pedir os seus bens, não mais prossigam;
A outros se concedem breves horas
Para pagarem somas que não devem.
260 – Ah! tu, meu Senhor Pança, tu que foste
Da Baratária o chefe, não lavraste
Nem uma só sentença tão discreta!
E que queres, amigo, que suceda?
Esperavas, acaso, um bom governo
265 – Do nosso Fanfarrão? Tu não o viste
Em trajes de casquilho, nessa corte ?
E pode, meu amigo, de um peralta
Formar-se, de repente, um homem sério?
Carece, Doroteu, qualquer ministro
270 – Apertados estudos, mil exames,
E pode ser o chefe onipotente
Quem não sabe escrever uma só regra
Onde, ao menos, se encontre um nome certo?
Ungiu-se, para rei do povo eleito,
275 – A Saul, o mais santo que Deus via.
Prevaricou Saul, prevaricaram,
No governo dos povos, outros justos.
E há de bem governar remotas terras
Aquele que não deu, em toda vida
280 – Um exemplo de amor à sã virtude?
As letras, a justiça, a temperança
Não são, não são morgados que fizesse
A sábia natureza, para andarem.
Por sucessão nos filhos dos fidalgos.
285 – Do cavalo andaluz, é, sim, provável
Nascer, também, um potro de esperança,
Que tenha frente aberta, largos peitos,
Que tenha alegres olhos e compridos,
Que seja, enfim, de mãos e pés calçado;
290 – Porém de um bom ginete também pode
Um catralvo nascer, nascer um zarco.
Aquele mesmo potro, que tem todos
Os formosos sinais, que aponta o Rego,
Carece, Doroteu, correr em roda
295 – No grande picadeiro muitos meses,
Para um e outro lado, necessita
Que o destro picador lhe ponha a sela
E que, montando nele, pouco a pouco,
O faça obedecer ao leve toque
300 – Do duro cabeção, da branda rédea.
Dos mesmos, Doroteu... porém já toca.
Ao almoço a garrida da cadeia
Vou ver se dormir posso, enquanto duram
Estes breves instantes de sossego,
305 – Que, sem barriga farta e sem descanso,
Não se pode escrever tão longa história.



Cartas Chilenas são poemas satíricos, em versos decassílabos brancos (sem rimas), que circularam em Vila Rica em manuscritos, poucos anos antes da Inconfidência Mineira, em 1789. Revelando seu lado satírico, num tom mordaz, agressivo, jocoso, pleno de alusões e máscaras, o poeta satiriza ferinamente a mediocridade administrativa, os desmandos dos componentes do governo, o governador de Minas e a Independência do Brasil.

Critilo é um habitante de Santiago do Chile (na verdade Vila Rica) que narra ao amigo Doroteu os desmandos despóticos e narcisistas do governador chileno Fanfarrão Minésio (na realidade, Luís da Cunha Meneses, governador de Minas até a Inconfidência Mineira). São conhecidas treze cartas, sendo que sete foram impressas pela primeira vez em 1845, por iniciativa do escritor chileno Santiago Nunes Ribeiro. A totalidade das cartas teve a publicação em 1863, por Luís Francisco da Veiga, seguindo um manuscrito de seu pai, Saturnino da Veiga, que fora contemporâneo dos Inconfidentes.

Por bastante tempo discutiu-se a autoria das Cartas Chilenas. A dúvida só acabou após estudos de Afonso Arinos (1940) e, principalmente, de Rodrigues Lapa, comparando a obra com cada um dos elementos do "Grupo Mineiro", possíveis autores, quando se concluiu que o verdadeiro autor é Tomás Antônio Gonzaga, que ocupara o cargo de Ouvidor e que sofrera contrariedades pelos atos do governador. Assim, Doroteu é ele mesmo e Critilo, Tarquínio José Barbosa de Oliveira. Manoel Bandeira também apontou Gonzaga como autor, em trabalho publicado no número 22, de abril de 1940, da Revista do Brasil. Especula-se que a obra tenha sido influenciada por Cartas Persas, de Montesquieu.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cartas_Chilenas
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Mensagem por criso777 19/10/2018, 00:53


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Mensagem por Alquimista 9/12/2018, 15:20


Stefano Landi - Passacaglia della Vita




La Passacaglia della Vita

Oh come t'inganni
se pensi che gl'anni
non hann' da finire,
bisogna morire.

È un sogno la vita
che par sì gradita,
è breve gioire,
bisogna morire.
Non val medicina,
non giova la China,
non si può guarire,
bisogna morire.

Non vaglion sberate,
minarie, bravate
che caglia l'ardire,
bisogna morire.
Dottrina che giova,
parola non trova
Che plachi l'ardire,
bisogna morire.

Non si trova modo
di scoglier 'sto nodo,
non val il fuggire,
bisogna morire.
Commun'è statuto,
non vale l'astuto
'sto colpo schermire,
bisogna morire.

La morte crudele
a tutti è infedele,
ogn'uno svergogna,
morire bisogna.
È pur ò pazzia
o gran frenesia,
par dirsi menzogna,
morire bisogna.

Si more cantando,
si more sonando
la Cetra, o Sampogna,
morire bisogna.
Si muore danzando,
bevendo, mangiando;
con quella carogna
morire bisogna.

I Giovani, i putti
e gl'Huomini tutti
s'hann'a incenerire,
bisogna morire.
I sani, gl'infermi,
i bravi, gl'inermi
tutt'hann'a finire,
bisogna morire.

E quando che meno
ti pensi, nel seno
ti vien a finire,
bisogna morire.
Se tu non vi pensi
hai persi li sensi,
sei morto e puoi dire:
bisogna morire.


The Passacaglia of Life

Oh how wrong you are
to think that the years
will never end.
We must die.

Life is a dream,
that seams so sweet,
but joy is all too brief.
We must die.
Of no avail is medicine,
of no use is quinine,
we cannot be cured.
We must die.

Worthless are lamentations,
threats, bravado
produced by our courage.
We must die.
No learned doctrine
can find the words
to calm this boldness
We must die.

There is no means
to untie this knot,
it is useless to flee.
We must die.
It is the same for everyone,
a wily man cannot
shield himself from the blow,
We must die.

Cruel Death
is unfaithful to all,
and shames everyone.
Die we must.
And yet, o madness
o ravings,
it seems like lying to oneself.
Die we must.

We die singing,
we die playing
the cittern, the bagpipe, yet
die we must.
We die dancing,
drinking, eating;
with this carrion,
die we must.

Youths, children,
and all men
must end in dust.
We must die.
The healthy, the sick,
the brave, the defenceless,
must all make an end,
We must die.

And when you are least
thinking of it, in your breast,
all comes to an end,
We must die.
If you do not think of this,
you have lost your senses,
you are dead and you can say:
We must die.
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Mensagem por Alquimista 17/12/2018, 03:20


Amarilli - Giulio Caccini

Amarilli, mia bella
Non credi, o del mio cor dolce desio,
D'esser tu l'amor mio?
Credilo pur, e se timor t'assale,
Prendi questo mio strale,
Aprimi il petto e vedrai scritto in core:
Amarilli, Amarilli, Amarailli
è il mio amore.

Amarilli, minha bela,
oh doce desejo do meu coração, não acredita
ser você o meu amor?
Acredite nisso: e se for invadida pelo medo
não tenha dúvidas,
abra o meu peito e você verá escrito no meu coração:
Amarilli, Amarilli, Amarilli
é o meu amor.

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Mensagem por Alquimista 9/2/2019, 00:36


''Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.''


Fernando Pessoa
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Mensagem por Alquimista 24/3/2019, 02:05


Sol Invictus

Mentalmatikos 1

Sol    RÁ
DEUS
TEO   RÁ   RÉ   MAAT

TEOREMA

Sol    RÁ   Círculo
RAIOS SOLARES

Círculo RAIO RÁ

PI

PITÁGORAS

TEOREMA DE PITÁGORAS


Mentalmatikos VERSÃO 1,1618...

PITÁGORAS

Pita Agora
Pítias na Ágora

PI   PHI

PHIDIAS

Fibonacci


Mentalmatikos 2

Fibonacci  

Sol    CÍRCULO ÁUREO
RÁ     TEO

DEUS GEÔMETRA

Pentagrama

PHI  GU  RÁ


Mentalmatikos VERSÃO 2,71828182...

Geometria    PHIGURA    

Não se podem ler

EU não posso LER

EULER

PHI  ER

PI ERRE

PI AGORA uma FERMATA


Mentalmatikos 3

PI   R   FERMAT

TEO   MAAT
TEO  RÉ  MAAT

Teorema de FERMAT

MATematikos

TEO-RÉ-MAAT de PITÁGORAS

PIERRE

PI   R


Mentalmatikos VERSÃO 3,1415...

PI

RAIO   ZEUS
TEO

DEUS GEÔMETRA

GEO

GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO


Mentalmatikos 4

GADU   TEO
TEO      DIO

DIOFANTO

Álgebra

GEO  Geometria


Mentalmatikos 5

Geometria   Álgebra

ARITMÉTICA

AR // RA     MEDIDA
RÁ QUE MEDE
RA //AR

ARQUIMEDES


Mentalmatikos 6

AR // RA - Círculo

ARQUIMEDES    RÁ-QUE-MEDE
Arquiteto    GRANDE ARQUITETO

RÁ    TEO

RÁ   MEDES   MEDIDA

PI

PI - RÁ - MEDE

PIRÂMIDE


Mentalmatikos VERSÃO 6,66

Pirâmide

RÁ    SOL

GRANDE PIRÂMIDE
GRANDE ARQUITETO

PI

RÁ   PI

Raios Solares

PI

Círculo   RAIOS   SOL


Mentalmatikos VERSÃO 6,66 BETA APOCALÍPTICA

RÁ   SOL

Círculo Áureo

GRANDE ARQUITETO
DEUS GEÔMETRA

RÁ QUE MEDE


Mentalmatikos Capítulo 7, Versículo 17

RÁ   SOL

Círculo Áureo  
PHI

TEO    INCÓGNITA

Incógnita    N

SOL INVICTUS


PHI   N

Poesias extraordinárias - Página 2 Gadu10
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Mensagem por Alquimista 27/3/2019, 01:09


Samuel Taylor Coleridge - A BALADA DO VELHO MARINHEIRO

PARTE I

É um velho Marinheiro,
E detém um, de três que vê:
- “Por tua barba branca e cintilante olhar,
Tu me deténs por quê?

Agora o noivo escancarou as suas portas,
E eu sou seu familiar.
O comensal se apresta, principia a festa;

Ouve o alegre exultar.”
Com a escarnada mão ele o detém ainda;
“Houve um navio...”lhe disse.
“Solta-me! Solta-me barbado vagabundo!”
Deixou que a mão caísse.

Com o olho cintilante ele o detém agora...
E, quieto, o Convidado
Fica a escutar, como criança de três anos,
Pelo outro dominado.

O convidado vai sentar-se numa pedra:
Vê-se forçado a ouvir;
E sua fala prossegue o Marinheiro antigo
De olhar a refulgir.

“O navio foi saudado, o porto evacuado;
Equipagem radiante,
Passamos sob a igreja, sob o promontório,
Sob o farol adiante.

À nossa esquerda então o sol se levantava,
Do mar a se elevar;
Era um claro esplendor... Depois ia se pôr
À direita no mar.

Sempre, sempre mais alto, até que sobre o mastro
Pairava ao meio-dia...”
O ouvinte contrafeito aqui bateu no peito:
O alto fagote ouvia.

Agora a noiva já ingressara no salão, Rubor rosa tem;
A inclinar as cabeças, menestréis alegres
À sua frente vêm.

O ouvinte contrafeito aqui bateu no peito,
Mas é forçado a ouvir;
E sua fala prossegue o Marinheiro antigo
De olhar a refulgir.

“E eis que colheu os navegantes a borrasca,
Tirânica e violenta;
Veio nas asas da surpresa, e nosso barco
Para o sul afugenta.

Pendiam os seus mastros, mergulhava a proa...
Como quem, a dar gritos e golpes cm perigo,
Persegue e pisa a sombra do inimigo,
Curva à frente a cabeça,
O barco assim se evade; e ruge a tempestade
Que ao sul nos arremessa.

E de repente nos envolvem névoa e neve,
Com um frio assassino;
E, alto de um mastro ao vê-lo, flutuava gelo
De um verde esmeraldino.

E, entre os blocos errantes, penhas alvejantes
Dão espectral fulgor;
Homens não vemos e animais que conhecemos...
Só há gelo ao redor.

O gelo estava aqui, o gelo estava ali,
Só gelo no lugar;
E rangia e rosnava, e rugia e ululava,
- Os sons de um desmaiar.

Enfim passou por nós, bem no alto, um Albatroz,
Vindo da cerração;
Em nome do Senhor nós o saudamos, como
se fosse outro cristão.

Comeu o que jamais comera, e lá na altura
Volteava sobranceiro;
Rompeu-se o gelo então co’o estrondo de um trovão...
Passou o timoneiro!

E do sul um bom vento nos soprava alento;
O Albatroz nos seguia,
E à nossa saudação, por fome ou diversão,
Buscava todo dia!

Em névoa ou nuvem vem, no mastro ou no ovém,
Por vésperas nove pousar;
Enquanto a noite inteira, em bruma alva e ligeira,
Luzia o alvo luar.”

“Velho Marujo! Deus te salve dos demônios
Que de ti vão empós...
Que olhar! Que te molesta?” Com a minha besta
Eu matei o Albatroz.



PARTE II

Pela direita agora o Sol se levantava:
Do mar a se elevar
Ainda em meio à bruma; e adiante, à nossa esquerda,
Deitava-se no mar.

E do sul o bom vento nos soprava alento...
Mas ave não se via
Que à nossa saudação, por fome ou diversão,
Acorresse algum dia!

E meu ato infernal traria para todos
A desgraça improvisa,
Pois, para toda a nave, eu fora a morte da ave
Que faz soprar a brisa.

Glorioso o Sol surgiu, nem rubro nem sombrio,
Tal qual fonte divina;
E, para toda a nave, eu fora a morte da ave
Que traz névoa e neblina.
Justo era, em seu pensar, tal pássaro matar
Que traz névoa e neblina.

A branda brisa arfava, a espuma alva voava,
E o sulco solto a esfiar...
Jamais humana voz soara antes de nós
Naquele mudo mar.

E o vento cede, as velas cedem... Quem iria
Tristeza mais triste encontrar?
E nós falávamos tão-só para romper
O silêncio do mar!

E num ardente céu de cobre, ao meio dia,
Em sangue o sol flutua,
Pairando bem em cima do alto mastro,
Não maior do que a Lua.

Dia após dia, o barco ali, dia após dia,
Sem sopro, ali, cravado;
Ocioso qual uma pintada embarcação
Num oceano pintado.

Água, água, quanta água em toda a parte,
E a madeira a encolher;
Água, água, quanta água em toda a parte,
Sem uma gota para beber.

O próprio abismo apodrecia... Como, ó Cristo,
Aquilo foi se dar?
Coisas viscosas e com pernas rastejavam
Sobre o viscoso mar.

Sant’Elmo urdia à noite um coriscar de açoite,
Turbilhão e tropel;
A água - um óleo de bruxa - verde, azul e branca
Ardia sob o céu.

E alguns em sonhos garantiam ver o Espírito
Que atormentar nos deve;
Nove braças ao fundo, havia nos seguido
Do lar de névoa e neve.

O calor e a aridez tinham secado a língua,
Que até a raiz afligem;
E não podíamos falar, como se a nós
Sufocasse a fuligem.

Ah! Então - ai de mim! - que olhares mais terríveis
Tive de velho e moço!
Como cruz para o algoz, ataram o Albatroz
Em torno a meu pescoço.

Um tempo de cansaço! A seca na garganta,
No olhar vidrado um véu.
Cansaço! E que luzir em cada olhar vidrado,
Cansado atrás de um véu.
Quando eis que de repente, os olhos no poente,
Eu vi algo no céu.

De início parecia uma pequena mancha,
E depois uma bruma!
Avançava e avançava, até que certa forma
Ele tomou, em suma.

Uma mancha, uma bruma, certa forma, em suma!
E sempre, sempre avança...
Como a esquivar-se de um espírito marinho,
Mergulha e vira e dança.

Com garganta insaciada, a boca negra assada
Riso e pranto cancela;
Nessa aridez, ante a equipagem muda e langue,
O meu braço mordi, suguei o próprio sangue,
E gritei: Uma vela!

Com a garganta insaciada e boca negra assada,
Atônitos parecem;
Graças a Deus! exclamam; riem, riem bastante...
E todos tomam fôlego naquele instante,
Como se eles bebessem.

Vede! Vede! (Gritei) - Não mais vacila! Vem
Salvar-nos certamente;
Navega firme com a quilha levantada,
Sem vento, sem corrente!

Agora o oceano no ocidente era um incêndio:
A tarde no arrebol!
Quase pousara sobre o oceano no ocidente
Largo e luzente o Sol;
Foi quando aquela forma estranha se interpôs
Justo entre nós e o Sol.

E com barras o Sol logo ficou listrado
(Ó Mãe do Céu, socorre o crente!);
Parecia espiar por grades de masmorra,
Com rosto enorme e ardente.

Ai de mim! (eu pensei, e o peito martelava)
O espaço, como ganha!
Seriam suas velas o que ao sol cintila
Como teias de aranha?

O arcabouço talvez - que encerra a luz do Sol
Em grades de madeira?
Seria essa Mulher sua tripulação?
Ela seria a MORTE? Ou ambas que lá estão?
A MORTE é a companheira?

Seus lábios eram rubros; seu olhar, lascivo;
Sua trança, auri-amarela;
Sua pele, como a lepra, era de um branco forte;
Ela era o próprio Pesadelo VIDA-EM-MORTE,
Que o sangue humano gela.

Chegou a nua carcaça; e o par, a jogar dados,
fazia desafios;
“É o fim do jogo!” a Mulher diz, “Ganhei! Ganhei!”
E dá três assobios.

A orla do sol mergulha; fogem as estrelas:
É escuridão total.
Num sussurrar distante, sobre o mar dispara
O navio espectral.

Tudo ao redor o ouvido escuta o e olhar perpassa!
Meu sangue vital sorve, como numa taça,
Em meu peito o temor!
Apagam-se as estrelas, densa é a escuridão;
Lívida a face do piloto à luz junto ao timão!
Nas velas o orvalho é um suor...
Até que a Lua sobe ao longe no oriente,
Nos cornos envolvendo estrela refulgente
Junto à porta inferior.

Um por um, pela Lua que os astros acuam,
Sem tempo de gemer ou suspirar,
Todos viram-me o rosto, com horrenda angústia
E maldição no olhar.

Quatro vezes cinquenta a soma de homens vivos
Que, sem suspiro e sem gemido algum,
Com um baque pesado, quais massas inertes,
Caíram um por um.

Suas almas voaram... para a danação,
Ou para a eterna paz.
E essas almas silvavam, ao passar por mim,
Qual minha seta o faz.
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