Músicas para o meu funeral?

Que trilha sonora você gostaria que soasse no seu FUNERAL????

A minha EU já escolhi.

A primeira colocada é a Marcha dos Passos, de um compositor brasileiro do séc. XIX que era de São João del-Rei chamado Martiniano Ribeiro Bastos:




A segunda colocada, é claro, dispensa apresentações:




Mas MEU desejo mesmo é que soassem ambas ao mesmo tempo...

Credo, Quiqui, vira essa boca pra lá...

Mas quando eu for partir quero ir embora ao som de uma trilha bem alto astral.

Gigaview escreveu:
Credo, Quiqui, vira essa boca pra lá...

Por quê? Cê tá no ''Bico do Corvo''?

Mas quando eu for partir quero ir embora ao som de uma trilha bem alto astral.

Tipo essa aqui, (VA)GINAview???!!!!!

Isso, essa mesma.

Que tal a Marcha da TFP - Arautos do Evangelho?

A ideia é mesmo fúnebre, hein?

Pra começar, a pequena peça fúnebre renascentista chamada Versa est in luctum, composta para o funeral do rei Filipe II da Espanha, em 1598. É linda, sobretudo quando interpretada pelos Tallis Scholars. Totalmente apropriada para a ocasião (pelo menos depois de morto eu seria "rei por um dia"!). Em seguida, o hit "don't worry, be happy" do pentelho Bobby McFerrin (pra descontrair). Pra finalizar, qualquer coisa dos Backstreet Boys (se as pessoas não chorarem por bem, vão chorar por mal!)

Por falar em Backstreet Boys, li que suas músicas (?) foram utilizadas como instrumento de tortura em algum lugar que não me lembro. A ideia do carrasco (malvado!) era fazer os torturados (coitados!) não dormirem.

Olha, depois dessa eu passei a achar a Inquisição Espanhola leve.

Requiem de Mozart

O Requiem para mim tem um significado especial, foi meu primeiro LP de música erudita (Selo Philips, Magaret Price, Francisco Araiza, Theo Adam e Peter Sherier, que é tenor como regente. Boa gravação, mas acho que perdi ou dei para alguém, me desfiz de tudo que não fosse CD!!).

Tenho uma gravação muito boa com Riccardo Muti e a Berliner Philarmoniker pela EMI. A introdução com o fagote é uma coisa tenebrosa, sombria, o sentimento de morte, como se algo viesse das profundezas. Gardiner fez uma gravação pela Philips muito boa e meticulosa, com vozes bem trabalhadas.

A minha decepção foi Böhm, a pior disparada!! Uma bomba!!! É tão lento, tão lento que não consegui ouvir tudo, fiquei entediado. Imagine fazer o Dies Irae lento, quase como a Lacrimosa!?

Neville Marriner fez uma coisa no Confutatis que me deixou maravilhado, que foi reforçar um pouquinho nos cellos e contrabaixos dando um colorido novo e uma marcação bem acentuada sem sobrepor-se ao coro. Isso vc pode ver no filme Amadeus.

Uma coisa bem interessante é comparar o Requiem de Mozart com a Messa da Requiem de Verdi, e ver a concepção de morte e como ambos a abordaram em diferentes períodos.

dias irae, dies illa, solvet seclum in favilla teste david cum sybilla....
quantus tremor est futurus, quando judex est venturus...

acho q é isso...\

dia de ira
tudo será cinza fria
diz David à Sybila...
quanto tremor há de haver
quando o jiuz aparecer
para tudo examinar...

Requiem é Descanso.

Kyrie Eleison
-Senhor tenha piedade de nós
Christie Eleison
-Cristo tenha piedade de nós

No Requiem não tem Gloria, mas a maioria tem. Em algumas missas temos até o credo (Creio em um Deus...)!

Sanctus
Sanctus, Sanctus, Sanctus
-Santo, Santo, Santo
Dominus Deus Saboath.
Pleni sint caeli et tera gloria tua
Céus e terra estão cheios de Sua glória
Hosanna in excelsis
-Hosana nas alturas

Benedictus
Benedictus qui venit in nomine Domine
-Bendido quem veio em nome do Senhor
Hosana in excelsis

Depois trago o resto, essas são as que sei de cor (dá para ver que adoro música sacra!!!).

Saudações!!!

O meu funeral começaria com a recitação do poema "Ismãlia", de Alphonsus Guimaraens.
Depois as musicas:

1) O Kyrie da Missa Solemnis de Beethoven;
seguido pelo poema "Spleen e Ideal", de Baudelaire (O que começa assim: "Quando o poeta, por meio das potências supremas, se apresenta nesse mundo corroído...)
2) O Tuba Mirum do Requiem de Mozart;
seguido por uma pequena performance teatral do monólogo "Ser ou não ser" do Hamlet de Shakespeare.
3) A Cena da Anunciação da Morte da Valquíria de Wagner;
seguido por um dos meus poemas
4) O Liebestod de Tristão e Isolda de Wagner;
seguido pelos versículos bíblicos de João 1 : 1 - 5.

Esse seria meu funeral.
Como cenário (sim, pois seria ao ar livre), obrigatoriamente as minhas indicações cênicas teriam que ser cumpridas à risca: teria um grande lago com alguns cordeiros pastando e uma vaquinha deitada à sombra de uma frondosa árvore, essa vaquinha mui querida, de tempo em tempos, emitiria um doce e preguiçoso mugido. Ao final do funeral, as pessoas saíriam em silêncio, apenas ouvido os tilintar dos sinos dos cordeiros, o mugido da vaquinha (que teria que ser malhada, totalmente branca ou totalmente preta não serviria, pois nós brasileiros temos vários descendentes étnicos.), e um passarinho a cantar.

Para a cerimônia de lançamento das minhas cinzas, já escolhi "Ave Maria" da Otello, cantada por Callas (óbvio!). E ai de quem não cumprir minha última vontade!

Como essa preghiera é curta, quem sabe até lá eu não componha um Requiem em minha homenagem?... (Quanta pretensão!)

Saudações funestamente musicais.