Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
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Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
Vocês sabem quais a três cidades que iniciam com a letra ''B'' no Triângulo Mineiro?
RESPOSTA: Berlândia, Beraba, e a...
BELÍSSIMA ARAGUARI!!!!!!!!!!!
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
A História de Araguari, por efgoyaz:
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=52752697&postcount=28
Olá a todos.
Já que o tópico é sobre Araguari, então peço desculpas se postar fotos demais, afinal é uma cidade que eu estudo e gosto bastante. A cidade, cheia de curiosidades, fatos esquecidos, construções desconhecidas, cachoeiras e paisagens bonitas, já foi a quinta maior cidade de Minas Gerais em população, no primeiro quartel do século XX.
O padroeiro da cidade, o Bom Jesus da Cana Verde, foi assim chamado porque, antes da crucificação, Cristo foi motivo de chacota dos guardas, que lhe deram uma coroa de espinhos e um cetro de rei, este feito de um ramo de cana.
E parece que a cidade recebe a mesma recompensa que o padroeiro: tão bela, nobre e hospitaleira, e ainda assim é cotidianamente motivo de piadinhas e preconceitos de tanta gente que nem a conhece, mas que habilmente espalha baboseiras e preconceitos que ouviu. É a cultura de repetir o que se escuta, sem ao menos passar pelo intelecto. Viajo bastante e já ouvi cada idiotice sobre Araguari nos mais longínquos lugares e até mesmo na TV.
Então, gostaria de apresentar algumas "caras" dessa simples e diversa cidadezinha, com tantas paisagens fotogênicas e que permanecem desconhecidas até mesmo entre os próprios araguarinos. Aliás, vão ver que muitas vezes quando se diz que em Araguari não há nada para se fazer, é mais culpa da preguiça das pessoas em sair de casa do que de falta de atrações, tanto no ambiente urbano, quanto nas diversificadas regiões rurais do município.
As fotos são de minha autoria (exceto as que tiverem indicação do contrário).
Também quero aproveitar e agradecer pelas pelas fotografias feitas pelo Robin Udi. E por falar nas fotos dele, a foto nº 2 mostra a avenida Minas Gerais. É uma larguíssima avenida, com belos canteiros centrais, projetada e construída ainda na década de 1920(!), e que facilmente tem dimensão para estar numa cidade tão dinâmica quanto Brasília hoje em dia. Essa avenida, que atravessa toda a cidade no sentido Sul-Norte, faz parte de um conjunto, todas com dimensões parecidas e com nome de estados brasileiros, tal como Mato Grosso (que corta a cidade no sentido Oeste-Leste), Bahia, Espírito Santo, São Paulo, etc. Esse traçado, tão exagerado para 1920 e ainda hoje superdimensionado, encontra justificativa no fato de que a os planos do início do século era transferir a capital brasileira para Araguari, já que era um dos mais importantes entroncamentos ferroviários do país.
Foto noturna de Araguari, a partir de uma torre de celular de 70m de altura
A infraestrutura já era excelente, com ruas e passeios calçados, bancos, energia elétrica e telefone, antes mesmo da vizinha e irmã cidade de Uberlândia, para quem Araguari chegou a fornecer eletricidade. Aliás, acredita-se que Araguari é dois dias mais velha do que Uberlândia, mas não é verdade. Araguari, a então Vila do Brejo Alegre, que já era emancipada bem antes, recebeu a atual denominação em 28 de agosto de 1888. Se a então Uberabinha adotasse o mesmo critério, Uberlândia deveria comemorar o dia 19 de outubro de 1929, tendo portanto 80 anos hoje.
Rua de pedra e a sujeira em dia de eleição
E por falar em ferrovia, a cidade era o ponto terminal de uma importante ferrovia paulista, a Mogiana (CMEF) e, simultaneamente, era também a sede de outra ferrovia importante para o Brasil Central: a Estrada de Ferro Goyaz (EFG). Com toda certeza, sem a presença dessas ferrovias, o Triângulo Mineiro e o Sul de Goiás seriam uma região bem mais pobre hoje em dia.
Com a decadência do sistema ferroviário (o que é reconhecidamente um tremendo erro), a cidade não continuou crescendo no mesmo ritmo de antes mas, ao contrário do que se diz, não é uma cidade estagnada.
Aqui vai uma fotografia que corresponde à foto nº3 do Robin Udi. Atualmente rua Marciano Santos, era a Rua da Estação. No final da rua dá pra ver o prédio, que já foi demolido:
Fotografia pertencente ao Arquivo Público Municipal de Araguari, retirada do Portal de Araguari ( http://portaldearaguari.blogspot.com/ )
O prédio da foto nº4 foi alvo de vasta polêmica (e ainda o é). Nesse lugar ficava o prédio do famoso Relicário Scoth Bar, antiga residência que serviu de cenário ao filme "O Caso dos Irmãos Naves", filmados na cidade na década de 1960 com Raul Cortez, Juca de Oliveira, dentre outros.
O prédio, que foi tombado pelo patrimônio local, por sua importância histórica, simbólica e arquitetônica, foi demolido na cara das autoridades.
(fotografia retirada do Blog Ponto de Vista, do já falecido Perón Erbeta)http://peron-erbetta.blogspot.com/
Se o prédio atual é mais bonito ou mais feio, se o antigo já estava descaracterizado, tudo isso não justifica um empresário passar por cima das regras e das leis.
Quanto à foto nº10, realmente é um dos lugares com melhor skyline mesmo. Mas a poucos anos, a região era mais descampada e possibilitava melhores fotos, mas atualmente é um bairro de intensa especulação imobiliária.
Seguem algumas fotos mais gerais da cidade, só pra dar idéia da diversidade de paisagens de lá:
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=52774971&postcount=30
Continuando...
Depois dessa apresentação, acho que a História de Araguari poderia ser dividida em pré-ferrovia e pós-ferrovia. E o surgimento do núcleo inicial da cidade foi igual a tantas outras pelo Brasil afora: uma pequena capelinha (Bom Jesus da Cana Verde) às margens de um riacho (Córrego Brejo Alegre), que foi atraindo moradores até se firmar como um pequeno arraial (Arraial da Ventania). Mas ao contrário de várias outras cidades, a matriz não fica na praça principal. A igreja da praça principal é uma igreja Presbiteriana, uma das primeiras do interior do Brasil, e a praça defronte ela (Manoel Bonito) foi conhecida por muitos anos como "Largo dos Protestantes". John Boyle, fundador do protestantismo no interior do Brasil morava aqui e hoje está enterrado em Estrela do Sul, uma cidade muito bonita que aliás merece um thread urgente.
Então seguem algumas fotos das igrejas e capelas (óbvio que a maioria dos prédios apresentados aqui são posteriores à chegada da ferrovia):
Igreja Matriz Bom Jesus da Cana Verde (Católica):
Igreja Presbiteriana:
Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Foto de Altemiro Olinto Cristo):
Igreja de Nossa Senhora de Fátima:
Igreja de Nossa Senhora Aparecida (foto de andradefernando):
Igreja de Nossa Senhora da Penha:
Igreja de Santa Edwiges:
Capela do Sagrado Coração de Jesus:
Capela de Santo Antônio:
1ª Igreja Batista:
Capelas Rurais (muito conhecidas pelos forrós e festas de quermesse):
Capela do Palmito:
Capela de Nossa Senhora Aparecida, no distrito de Amanhece:
Capelinha do Fundão (Tombada pelo Patrimônio Histórico):
Capelinha da Macaúba:
Capelinha do Buracão:
Capelinha do Santo Antônio:
Capelinha de São José, no distrito de Ararapira:
Capelinha de Nossa Senhora do Rosário, no distrito de Florestina (prédio tombado pelo Patrimônio Histórico):
Igrejinha do distrito do Alto São João (demolida recentemente):
Capelinha Carlos França (ao fundo, o rio Paranaíba, divisa com Goiás):
Continuando...
Depois dessa apresentação, acho que a História de Araguari poderia ser dividida em pré-ferrovia e pós-ferrovia. E o surgimento do núcleo inicial da cidade foi igual a tantas outras pelo Brasil afora: uma pequena capelinha (Bom Jesus da Cana Verde) às margens de um riacho (Córrego Brejo Alegre), que foi atraindo moradores até se firmar como um pequeno arraial (Arraial da Ventania). Mas ao contrário de várias outras cidades, a matriz não fica na praça principal. A igreja da praça principal é uma igreja Presbiteriana, uma das primeiras do interior do Brasil, e a praça defronte ela (Manoel Bonito) foi conhecida por muitos anos como "Largo dos Protestantes". John Boyle, fundador do protestantismo no interior do Brasil morava aqui e hoje está enterrado em Estrela do Sul, uma cidade muito bonita que aliás merece um thread urgente.
Então seguem algumas fotos das igrejas e capelas (óbvio que a maioria dos prédios apresentados aqui são posteriores à chegada da ferrovia):
Igreja Matriz Bom Jesus da Cana Verde (Católica):
Igreja Presbiteriana:
Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Foto de Altemiro Olinto Cristo):
Igreja de Nossa Senhora de Fátima:
Igreja de Nossa Senhora Aparecida (foto de andradefernando):
Igreja de Nossa Senhora da Penha:
Igreja de Santa Edwiges:
Capela do Sagrado Coração de Jesus:
Capela de Santo Antônio:
1ª Igreja Batista:
Capelas Rurais (muito conhecidas pelos forrós e festas de quermesse):
Capela do Palmito:
Capela de Nossa Senhora Aparecida, no distrito de Amanhece:
Capelinha do Fundão (Tombada pelo Patrimônio Histórico):
Capelinha da Macaúba:
Capelinha do Buracão:
Capelinha do Santo Antônio:
Capelinha de São José, no distrito de Ararapira:
Capelinha de Nossa Senhora do Rosário, no distrito de Florestina (prédio tombado pelo Patrimônio Histórico):
Igrejinha do distrito do Alto São João (demolida recentemente):
Capelinha Carlos França (ao fundo, o rio Paranaíba, divisa com Goiás):
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=52802205&postcount=34
A primeira ferrovia que chegou aqui foi a Mogiana em 1896, como já dissemos. Essa ferrovia, que tinha planos de navegação pelos rios, pretendia chegar até Belém-PA. Mas, por inúmeros motivos, acabou tendo seu ponto final aqui em Araguari. E não podemos esquecer que é uma condição extremamente favorável uma cidade ser "ponta de linha", situação em que a permaneceu por 10 anos. Transcrevo aqui uma cena bem interessante, do livro "Araguari, 100 Anos de Dados e Fatos":
"Inaugurou-se a Estação da Mogiana, durante a nossa estada em Araguari. Imaginem que barulhada. Veio da roça não sei quanta gente para ver o 'bicho que lança fogo e tem partes com o diabo'. Houve mesa de doces, brindes e muita cerveja. As senhoras em grande toalete, na Estação, esperando a máquina que vinha toda enfeitada com bandeiras. Quando, porém, ela apitou, foi uma corrida por ali afora. Mulheres tiveram ataques, homens velhos juraram que nunca se serviriam de semelhante cousa, que urra feito bicho e tem fogo no corpo. Os moleques corriam de pavor, derrubando os taboleiros de biscoitos". Em 1906 uma outra ferrovia foi construída e sediada em Araguari. É a ferrovia cuja estação foi restaurada e transformada em prefeitura. Em 1984, outra linha chegou aqui em Araguari, dessa vez substituindo a ligação Monte Carmelo-MG/Três Ranchos-GO, da EFOM, inundada pela represa de Emborcação. Como se não bastasse, os traçados originais tanto da Mogiana quanto da "Goyaz" foram retificados, de forma que não existe nenhuma construção, nem uma festa e nenhum outro patrimônio que seja mais importante para a cidade do que a presença dos trilhos. E o meu post vai mostrar o aspecto ferroviário local:
Linha original da Mogiana, por ondem de sucessão, sentido Uberlândia/Araguari:
Ponte do Preá: Pilares de pedra sob uma antiga ponte de ferro, atualmente submersos pela usina de Capim Branco, no rio Araguari. Do lado de lá, o município de Uberlândia. Lá no fundo, a atual ponte sobre o rio.
Casa do Guarda-Chaves: demolida para a construção da represa de Capim Branco 2
Estação do Preá, a primeira em território Araguarino, hoje submersa pela represa de Capim Branco 2:
Trecho de serra da Mogiana subindo o vale do rio Araguari:
Estação Stevenson Velha (tombado pelo patrimônio histórico, em vias de arruinamento):
Mais sobre a Estação Stevenson Velha: http://efgoyaz.blogspot.com/2009/07/...son-velha.html
Estação do Angá (já demolida) (Fico devendo as fotos das ruínas)
Antigas oficinas da Mogiana (atual fábrica de sucos DaFruta):
Estação Araguari (já demolida)
Foto: Arquivo Público Municipal de Araguari, retirada do site Estações Ferroviárias
http://www.estacoesferroviarias.com.br/mogiana_triangulo/araguari.htm
Traçado atual da Mogiana, por ordem de sucessão sentido Uberlândia/Araguari:
Ponte sobre o rio Araguari:
Km 666. Altura: 85m, inaugurada em 1971
Trem passando sobre a Ponte do A:
Pilar da Ponte do A, hoje submerso:
(é possível ver uma pessoa de mochila e camisa branca junto à sombra do pilar, dando noção da escala da ponte)
Estação Stevenson Nova:
(antes da privatização - 2000)
(depois da privatização - 2009)
A estação e o viaduto do Fundão ao... fundo:
Viaduto do Fundão (um dos mais altos viadutos ferroviários brasileiros):
Túnel do Fundão - o único túnel da Mogiana ainda existente:
Estação Nova de Araguari:
A primeira ferrovia que chegou aqui foi a Mogiana em 1896, como já dissemos. Essa ferrovia, que tinha planos de navegação pelos rios, pretendia chegar até Belém-PA. Mas, por inúmeros motivos, acabou tendo seu ponto final aqui em Araguari. E não podemos esquecer que é uma condição extremamente favorável uma cidade ser "ponta de linha", situação em que a permaneceu por 10 anos. Transcrevo aqui uma cena bem interessante, do livro "Araguari, 100 Anos de Dados e Fatos":
"Inaugurou-se a Estação da Mogiana, durante a nossa estada em Araguari. Imaginem que barulhada. Veio da roça não sei quanta gente para ver o 'bicho que lança fogo e tem partes com o diabo'. Houve mesa de doces, brindes e muita cerveja. As senhoras em grande toalete, na Estação, esperando a máquina que vinha toda enfeitada com bandeiras. Quando, porém, ela apitou, foi uma corrida por ali afora. Mulheres tiveram ataques, homens velhos juraram que nunca se serviriam de semelhante cousa, que urra feito bicho e tem fogo no corpo. Os moleques corriam de pavor, derrubando os taboleiros de biscoitos". Em 1906 uma outra ferrovia foi construída e sediada em Araguari. É a ferrovia cuja estação foi restaurada e transformada em prefeitura. Em 1984, outra linha chegou aqui em Araguari, dessa vez substituindo a ligação Monte Carmelo-MG/Três Ranchos-GO, da EFOM, inundada pela represa de Emborcação. Como se não bastasse, os traçados originais tanto da Mogiana quanto da "Goyaz" foram retificados, de forma que não existe nenhuma construção, nem uma festa e nenhum outro patrimônio que seja mais importante para a cidade do que a presença dos trilhos. E o meu post vai mostrar o aspecto ferroviário local:
Linha original da Mogiana, por ondem de sucessão, sentido Uberlândia/Araguari:
Ponte do Preá: Pilares de pedra sob uma antiga ponte de ferro, atualmente submersos pela usina de Capim Branco, no rio Araguari. Do lado de lá, o município de Uberlândia. Lá no fundo, a atual ponte sobre o rio.
Casa do Guarda-Chaves: demolida para a construção da represa de Capim Branco 2
Estação do Preá, a primeira em território Araguarino, hoje submersa pela represa de Capim Branco 2:
Trecho de serra da Mogiana subindo o vale do rio Araguari:
Estação Stevenson Velha (tombado pelo patrimônio histórico, em vias de arruinamento):
Mais sobre a Estação Stevenson Velha: http://efgoyaz.blogspot.com/2009/07/...son-velha.html
Estação do Angá (já demolida) (Fico devendo as fotos das ruínas)
Antigas oficinas da Mogiana (atual fábrica de sucos DaFruta):
Estação Araguari (já demolida)
Foto: Arquivo Público Municipal de Araguari, retirada do site Estações Ferroviárias
http://www.estacoesferroviarias.com.br/mogiana_triangulo/araguari.htm
Traçado atual da Mogiana, por ordem de sucessão sentido Uberlândia/Araguari:
Ponte sobre o rio Araguari:
Km 666. Altura: 85m, inaugurada em 1971
Trem passando sobre a Ponte do A:
Pilar da Ponte do A, hoje submerso:
(é possível ver uma pessoa de mochila e camisa branca junto à sombra do pilar, dando noção da escala da ponte)
Estação Stevenson Nova:
(antes da privatização - 2000)
(depois da privatização - 2009)
A estação e o viaduto do Fundão ao... fundo:
Viaduto do Fundão (um dos mais altos viadutos ferroviários brasileiros):
Túnel do Fundão - o único túnel da Mogiana ainda existente:
Estação Nova de Araguari:
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=52833543&postcount=37
Mais algumas fotos da Mogiana que eu esqueci de postar, enquanto preparo o post sobre as outras ferrovias. Vale lembrar que é esse o trecho que o trem turístico entre Araguari e Uberlândia um dia deverá percorrer:
Trem de cargas atravessando o viaduto do Fundão:
Trem de cargas atravessando a Ponte do A (sobre o rio Araguari):
Outras imagens da Ponte do A:
A Ponte do A e seu formato singular em forma de "S", vista a partir de Uberlândia:
Mais algumas fotos da Mogiana que eu esqueci de postar, enquanto preparo o post sobre as outras ferrovias. Vale lembrar que é esse o trecho que o trem turístico entre Araguari e Uberlândia um dia deverá percorrer:
Trem de cargas atravessando o viaduto do Fundão:
Trem de cargas atravessando a Ponte do A (sobre o rio Araguari):
Outras imagens da Ponte do A:
A Ponte do A e seu formato singular em forma de "S", vista a partir de Uberlândia:
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=52841643&postcount=38
Outra ferrovia, esta a que a cidade teve maior ligação foi a Estrada de Ferro Goyaz (EFG), que muitas vezes é chamada erroneamente de Mogiana, Rede Ferroviária Goiás, Rede Ferroviária de Araguari, etc.
Com uma história muito conturbada de disputa política entre as oligarquias paulistas, mineiras e goianas. Nessa disputa, o ponto inicial da ferrovia foi alterado algumas vezes entre Araguari e Formiga, ambas em Minas Gerais. Com todos esses atrasos, somente em 1906 é que tudo começou a ser organizado e os primeiros trechos foram inaugurados no final da primeira década do século passado.
Araguari fica no topo de um platô, cercado pelo vale do rio Araguari e Paranaíba. Essa situação criou trechos de topografia bastante acidentada, o que gera belas paisagens, cachoeiras, mas também trouxe inúmeras dificuldades para a construção das ferrovias. Só para se ter uma idéia, descendo a Serra da Bucãina, a ferrovia descia de quase 1000m de altitude no Km38 (topo da serra) para quase 500m (na divisa com Goiás), isso percorrendo apenas 10km. Para tanto, foram contratados os irmãos Luiz e Emílio Schnoor, que trabalharam nas ferrovias mais complicadas do Brasil. As locomotivas a vapor precisavam se reabastecer de água a cada 12km em média. Aí, nesses lugares, também eram construídas estações, casas de funcionários e dessa forma, a Estrada de Ferro Goyaz originou várias das cidades de Goiás, como Anhanguera, 12 quilômetros depois Cumari, 12 quilômetros depois, Goiandira, etc.
Seguem fotos da EFG no município de Araguari:
Trecho antigo (por ordem de sucessão, sentido Araguari/divisa com Goiás:
Galpão de Cargas (enorme prédio do complexo ferroviário que vem sendo restaurado)
Hospital da Estrada de Ferro Goyaz - Nele foi executada a primeira cirurgia do coração no Triângulo Mineiro:
Prédio do Almoxarifado:
Oficinas da Locomoção: Nesse prédio de incríveis 9 mil metros quadrados eram construídos vagões, carros de passageiros e até mesmo automotrizes.
Automotrizes de fabricação Araguarina, vendidos como sucata pela FCA:
Pátio da EFG:
Trilhos do pátio da EFG sendo removidos e aterrados para a abertura de uma rua e loteamento do pátio ferroviário (o que eu considero um crime sem tamanho):
Oficinas Diesel:
Locomotiva nº1 da EFG:
Estação Araguari (Foto do Arquivo Público Municipal, retirado do Flickr do Casa de Trólei:
Trilhos originais da EFG, atualmente abandonados, indo sentido Amanhece:
Estação do distrito de Amanhece (foto de Amariles Alves do Nascimento):
O que sobrou da estação do distrito de Ararapira:
Estação e vila ferroviária do KM 38:
Já demolida. Fico devendo fotos das ruínas.
Trecho de Serra da EFG:
Estação Horto Florestal:
As ferrovias a vapor precisavam de muita madeira, seja para os dormentes, seja lenha para as caldeiras das locomotivas. Então elas implantavam hortos florestais para suprir suas demandas. Em Araguari o horto ainda tem muitos cortes ferroviários, ruínas abandonadas, barragens, olarias desativadas e eucaliptos com várias dezenas de metros de altura. A estação já foi demolida.
Monumento aos Mortos:
Nessa região de serra, que foi estratégica para a Revolução de 1930, hoje fica perdida no meio do mato. Lá encontrei esse monumento, literalmente perdido.
Estação Engenheiro Bethout:
A última estação da EFG em território araguarino (e mineiro), logo antes da entrada da ponte já foi demolida, mas sua plataforma ainda existe. Suas ruínas passam a maior parte do ano submersa, conforme foto esquemática que enviei para o site Estações Ferroviárias:
http://www.estacoesferroviarias.com.br/efgoiaz/engbethout.htm
imensa ponte Engenheiro Bethout sobre o rio Paranaíba (divisa MG/GO) vendida como sucata nos anos 1980. A ponte leva o nome do engenheiro falecido num acidente ferroviário nas proximidades, durante a construção. A ponte, primeiro ferroviária, depois foi convertida em ponte rodoferroviária e hoje, a ligação Araguari-Anhanguera é feita por um serviço precário de balsa particular:
(durante extrema seca em 2000):
Mesmo lugar, com água subindo em 2008:
Lado oposto, vendo-se o lado mineiro. Existem épocas do ano em que os pilares, inundados pela usina de Furnas em Itumbiara(!)*, ficam vários metros sob a água. Do lado esquerdo dá pra ver a balsa fazendo a travessia. Ao fundo, é possível ver a Serra da Bucãina, tremendo obstáculo vencido pela ferrovia.
*Itumbiara fica a mais de 100km em linha reta dos pilares.
Mais detalhes sobre a ponte:
Blog Ponto de Vista
Breve, mais fotos sobre o trecho atual da Estrada de Ferro Goyaz, construído pelo 2º Batalhão Ferroviário em tempos de RFFSA.
Outra ferrovia, esta a que a cidade teve maior ligação foi a Estrada de Ferro Goyaz (EFG), que muitas vezes é chamada erroneamente de Mogiana, Rede Ferroviária Goiás, Rede Ferroviária de Araguari, etc.
Com uma história muito conturbada de disputa política entre as oligarquias paulistas, mineiras e goianas. Nessa disputa, o ponto inicial da ferrovia foi alterado algumas vezes entre Araguari e Formiga, ambas em Minas Gerais. Com todos esses atrasos, somente em 1906 é que tudo começou a ser organizado e os primeiros trechos foram inaugurados no final da primeira década do século passado.
Araguari fica no topo de um platô, cercado pelo vale do rio Araguari e Paranaíba. Essa situação criou trechos de topografia bastante acidentada, o que gera belas paisagens, cachoeiras, mas também trouxe inúmeras dificuldades para a construção das ferrovias. Só para se ter uma idéia, descendo a Serra da Bucãina, a ferrovia descia de quase 1000m de altitude no Km38 (topo da serra) para quase 500m (na divisa com Goiás), isso percorrendo apenas 10km. Para tanto, foram contratados os irmãos Luiz e Emílio Schnoor, que trabalharam nas ferrovias mais complicadas do Brasil. As locomotivas a vapor precisavam se reabastecer de água a cada 12km em média. Aí, nesses lugares, também eram construídas estações, casas de funcionários e dessa forma, a Estrada de Ferro Goyaz originou várias das cidades de Goiás, como Anhanguera, 12 quilômetros depois Cumari, 12 quilômetros depois, Goiandira, etc.
Seguem fotos da EFG no município de Araguari:
Trecho antigo (por ordem de sucessão, sentido Araguari/divisa com Goiás:
Galpão de Cargas (enorme prédio do complexo ferroviário que vem sendo restaurado)
Hospital da Estrada de Ferro Goyaz - Nele foi executada a primeira cirurgia do coração no Triângulo Mineiro:
Prédio do Almoxarifado:
Oficinas da Locomoção: Nesse prédio de incríveis 9 mil metros quadrados eram construídos vagões, carros de passageiros e até mesmo automotrizes.
Automotrizes de fabricação Araguarina, vendidos como sucata pela FCA:
Pátio da EFG:
Trilhos do pátio da EFG sendo removidos e aterrados para a abertura de uma rua e loteamento do pátio ferroviário (o que eu considero um crime sem tamanho):
Oficinas Diesel:
Locomotiva nº1 da EFG:
Estação Araguari (Foto do Arquivo Público Municipal, retirado do Flickr do Casa de Trólei:
Trilhos originais da EFG, atualmente abandonados, indo sentido Amanhece:
Estação do distrito de Amanhece (foto de Amariles Alves do Nascimento):
O que sobrou da estação do distrito de Ararapira:
Estação e vila ferroviária do KM 38:
Já demolida. Fico devendo fotos das ruínas.
Trecho de Serra da EFG:
Estação Horto Florestal:
As ferrovias a vapor precisavam de muita madeira, seja para os dormentes, seja lenha para as caldeiras das locomotivas. Então elas implantavam hortos florestais para suprir suas demandas. Em Araguari o horto ainda tem muitos cortes ferroviários, ruínas abandonadas, barragens, olarias desativadas e eucaliptos com várias dezenas de metros de altura. A estação já foi demolida.
Monumento aos Mortos:
Nessa região de serra, que foi estratégica para a Revolução de 1930, hoje fica perdida no meio do mato. Lá encontrei esse monumento, literalmente perdido.
Estação Engenheiro Bethout:
A última estação da EFG em território araguarino (e mineiro), logo antes da entrada da ponte já foi demolida, mas sua plataforma ainda existe. Suas ruínas passam a maior parte do ano submersa, conforme foto esquemática que enviei para o site Estações Ferroviárias:
http://www.estacoesferroviarias.com.br/efgoiaz/engbethout.htm
imensa ponte Engenheiro Bethout sobre o rio Paranaíba (divisa MG/GO) vendida como sucata nos anos 1980. A ponte leva o nome do engenheiro falecido num acidente ferroviário nas proximidades, durante a construção. A ponte, primeiro ferroviária, depois foi convertida em ponte rodoferroviária e hoje, a ligação Araguari-Anhanguera é feita por um serviço precário de balsa particular:
(durante extrema seca em 2000):
Mesmo lugar, com água subindo em 2008:
Lado oposto, vendo-se o lado mineiro. Existem épocas do ano em que os pilares, inundados pela usina de Furnas em Itumbiara(!)*, ficam vários metros sob a água. Do lado esquerdo dá pra ver a balsa fazendo a travessia. Ao fundo, é possível ver a Serra da Bucãina, tremendo obstáculo vencido pela ferrovia.
*Itumbiara fica a mais de 100km em linha reta dos pilares.
Mais detalhes sobre a ponte:
Blog Ponto de Vista
Breve, mais fotos sobre o trecho atual da Estrada de Ferro Goyaz, construído pelo 2º Batalhão Ferroviário em tempos de RFFSA.
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=52849123&postcount=40
Fotos da recuperação do prédio da estação:
Após a construção da nova estação ferroviária numa região mais afastada da cidade, a antiga estação permaneceu por muitas décadas abandonada.
Alguns jornais e programas de rádio da cidade faziam campanha para a demolição do prédio para passar uma avenida. E muita gente achava a ideia ótima.
(Hoje nos parece absurdo, mas aconteceu em várias e várias ocasiões. E fantasma da avenida e dos absurdos não foi afastado. A prefeitura insiste em abrir avenidas e ruas na área do complexo, passando por cima de uma área que não é dela.
A maioria da população ainda apóia a abertura de ruas e avenidas na área que já se fala em ser loteada. É um absurdo tremendo.
Um exemplo é a praça Sérgio Pacheco em Uberlândia: originalmente pátio da Mogiana, seria hoje uma obra prima do Burle Marx, estudada por todo país, receberia inúmeros visitantes e mais um cartão postal de Uberlândia. O projeto era muito bem feito e hoje consta nos livros somente como uma triste referência: A prefeitura achou por bem descaracterizar o projeto e passar ruas por onde pôde. No reinado do automóvel, a praça ficou terrivelmente ilhada, particionada e não é mais aconchegante, se transformando mais num canteirão central de avenidas. Nem pedestres e nem carros se sentem convidados a conhecer a praça.
Já passou muito da hora de parar de transformar trilhos em asfalto e os administradores públicos precisam ser responsabilizados por esses danos. Precisamos do apoio da população, que tradicionalmente não pensa por si própria e age de acordo com a lógica dos jornais, e do Ministério Público. Para quem tiver curiosidade: http://efgoyaz.blogspot.com/2009/08/...o-publico.html
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=52854231&postcount=44 )
Com a privatização do serviço ferroviário, a coisa só piorou. A prefeitura adquiriu o prédio ainda em fins da década de 1980, mas vários impasses perduraram até que em outubro de 2000 conseguiram dinheiro para recuperar o telhado, a primeira de várias etapas da restauração.
Veio outra administração, e as obras foram acontecendo num ritmo lento. Passaram-se 4 anos e a restauração ainda não tinha acabado.
O mesmo prefeito conseguiu a reeleição e as obras continuaram
Mesmo antes de estar restaurado, a praça em frente o prédio foi intensamente utilizada por feiras, shows, apresentações teatrais e mesmo exibições de cinema ao ar livre, tudo com a intenção de fazer o prédio voltar a fazer parte do imaginário popular.
Finalmente o prédio foi oficialmente inaugurado em 26 de agosto de 2005, quando o sr. Aécio Neves, o governador do estado em campanha de reeleição, passou por aqui. Entretanto, o prédio ainda não estava pronto e passou a funcionar como prefeitura vários meses depois.
Próximo post sobre a linha nova desta ferrovia, seus vários viadutos e imensos túneis na Serra da Bucãina.
Fotos da recuperação do prédio da estação:
Após a construção da nova estação ferroviária numa região mais afastada da cidade, a antiga estação permaneceu por muitas décadas abandonada.
Alguns jornais e programas de rádio da cidade faziam campanha para a demolição do prédio para passar uma avenida. E muita gente achava a ideia ótima.
(Hoje nos parece absurdo, mas aconteceu em várias e várias ocasiões. E fantasma da avenida e dos absurdos não foi afastado. A prefeitura insiste em abrir avenidas e ruas na área do complexo, passando por cima de uma área que não é dela.
A maioria da população ainda apóia a abertura de ruas e avenidas na área que já se fala em ser loteada. É um absurdo tremendo.
Um exemplo é a praça Sérgio Pacheco em Uberlândia: originalmente pátio da Mogiana, seria hoje uma obra prima do Burle Marx, estudada por todo país, receberia inúmeros visitantes e mais um cartão postal de Uberlândia. O projeto era muito bem feito e hoje consta nos livros somente como uma triste referência: A prefeitura achou por bem descaracterizar o projeto e passar ruas por onde pôde. No reinado do automóvel, a praça ficou terrivelmente ilhada, particionada e não é mais aconchegante, se transformando mais num canteirão central de avenidas. Nem pedestres e nem carros se sentem convidados a conhecer a praça.
Já passou muito da hora de parar de transformar trilhos em asfalto e os administradores públicos precisam ser responsabilizados por esses danos. Precisamos do apoio da população, que tradicionalmente não pensa por si própria e age de acordo com a lógica dos jornais, e do Ministério Público. Para quem tiver curiosidade: http://efgoyaz.blogspot.com/2009/08/...o-publico.html
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=52854231&postcount=44 )
Com a privatização do serviço ferroviário, a coisa só piorou. A prefeitura adquiriu o prédio ainda em fins da década de 1980, mas vários impasses perduraram até que em outubro de 2000 conseguiram dinheiro para recuperar o telhado, a primeira de várias etapas da restauração.
Veio outra administração, e as obras foram acontecendo num ritmo lento. Passaram-se 4 anos e a restauração ainda não tinha acabado.
O mesmo prefeito conseguiu a reeleição e as obras continuaram
Mesmo antes de estar restaurado, a praça em frente o prédio foi intensamente utilizada por feiras, shows, apresentações teatrais e mesmo exibições de cinema ao ar livre, tudo com a intenção de fazer o prédio voltar a fazer parte do imaginário popular.
Finalmente o prédio foi oficialmente inaugurado em 26 de agosto de 2005, quando o sr. Aécio Neves, o governador do estado em campanha de reeleição, passou por aqui. Entretanto, o prédio ainda não estava pronto e passou a funcionar como prefeitura vários meses depois.
Próximo post sobre a linha nova desta ferrovia, seus vários viadutos e imensos túneis na Serra da Bucãina.
Última edição por Alquimista em 4/3/2018, 06:11, editado 3 vez(es)
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=52852431&postcount=41
Retificação da Estrada de Ferro Goyaz, feita entre o final da década de 1970 e o início da década de 1980 pelo 2º Batalhão Ferroviário.
A estação inicial (Km 0,00) é a mesma que aparece na última foto do post #34
Túnel nº5 (550m de comprimento) visto de dentro do túnel nº6:
Viaduto nº4
Túnel nº4:
Viaduto nº3
Túnel nº3 (Km 13) - 550m de comprimento
Túnel nº2 (Km 17) - 600m de comprimento
Estação da Bucãina - Km 20
Vila Ferroviária da Bucãina
Viaduto nº2 (Km 21):
Viaduto nº1 (Km 24):
Túnel nº1 (Km 30)
Ponte sobre o rio Paranaíba - Km33
Próximo post sobre a EF-045, inaugurada em 1984
Retificação da Estrada de Ferro Goyaz, feita entre o final da década de 1970 e o início da década de 1980 pelo 2º Batalhão Ferroviário.
A estação inicial (Km 0,00) é a mesma que aparece na última foto do post #34
Túnel nº5 (550m de comprimento) visto de dentro do túnel nº6:
Viaduto nº4
Túnel nº4:
Viaduto nº3
Túnel nº3 (Km 13) - 550m de comprimento
Túnel nº2 (Km 17) - 600m de comprimento
Estação da Bucãina - Km 20
Vila Ferroviária da Bucãina
Viaduto nº2 (Km 21):
Viaduto nº1 (Km 24):
Túnel nº1 (Km 30)
Ponte sobre o rio Paranaíba - Km33
Próximo post sobre a EF-045, inaugurada em 1984
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=52860765&postcount=47
Agora segue as fotos da EF-045, ligação ferroviária em substituição ao trecho original da EFOM/RMV, que foi inundado pela UHE de Emborcação. Essa usina não é a mesma que inundou a ponte Engenheiro Bethout. Aliás, estamos aqui contando a história de 3 ferrovias diferentes e todas elas tiveram suas pontes inundadas por 3 usinas diferentes. E aí vai um outro aspecto (que percebo como triste) do município: pela topografia acidentada, com vários rios de velocidade que percorrem vales bem pronunciados, um prato cheio para os empreendimentos de hidro-eletricidade.
Eles chegam com relações de quase de meretrício com prefeitos, vereadores, juízes e demais autoridades (mesmo professores de respeitadas universidades federais), vendem verdades distorcidas e, pra cidade, fica somente os impactos ambientais. A temperatura média de Araguari era a mais baixa do Triângulo Mineiro, com seu histórico de geadas e ventos frios. Hoje, com tantas represas, não enxergo benefícios, mas a temperatura agora é bem alta o ano inteiro. Se a construção de trouxessem benefícios coletivos, Araguari seria a capital do Triângulo. Aliás, depois que sai da Serra da Canastra, o rio que leva o mesmo nome da cidade (e não foi a cidade que pegou o nome do rio e sim o contrário), que tinha suas rápidas corredeiras, que vamos falar mais pra frente, não tem mais nenhum metro de água corrente. Foi totalmente represado.
Outro agravante desses empreendimentos no município se refere à Mata Atlântica: quase ninguém sabe, mas é o único município do Triângulo com áreas significativas desse tipo de vegetação. De acordo com o Atlas da Mata Atlântica, publicado pela SOS Mata Atlântica, Araguari tinha 48% da sua área como sendo de Mata Atlântica, mas já devastou tanto que hoje, dos 131.011 hectares de Mata, restam menos de 10%, e quase totalmente nos vales desses rios, considerados imprestáveis pra agropecuária devido ao relevo.
Mas vamos falar isso depois. Vamos finalizar o assunto das ferrovias, e como eu dizia, um trecho ferroviário teve de ser construído em 1984. Resumidamente, a parte comercial da ferrovia era Porto de Vitória-ES/Belo Horizonte-MG/Monte Carmelo-MG/Três Ranchos-GO/Catalão-GO/Goiandira-GO e dali para Goiânia ou Brasília. A ponte, que ficava (e ainda fica) em Três Ranchos foi submersa:
Hoje, a linha termina em Araguari, na mesma estação (a Araguari Nova), a última foto do post #34 e quatro quilômetros depois, cruza a ponte do Quero-Quero, bem no perímetro urbano:
E, cinco quilômetros depois da ponte, chega na Estação Brejo Alegre, que atualmente está em pleno uso pela FCA, ao contrário da época em que foram feitas essas fotos.
Atualmente, a estação serve ponto para o grande terminal de transbordo que há no local, com um grande complexo de transbordo de soja, com a Bunge e a Selecta, que inauguraram a pouco tempo indústrias de esmagamento de soja no local, ponto terminal do corredor de exportação de Vitória. E somente depois que escrevi esse post é que percebi que não tenho fotos dessas indústrias. De novo, fico devendo.
Outra estação, que fica 27kms depois da anterior é a José Bittencourt, abandonada há muitos anos.
E dessa forma, esse é o mapa das ferrovias em Araguari, que fiz para o site Estações Ferroviárias:
http://www.estacoesferroviarias.com....o/araguari.htm
O próximo post será sobre o 2º Batalhão Ferroviário, encerrando o assunto das ferrovias.
Agora segue as fotos da EF-045, ligação ferroviária em substituição ao trecho original da EFOM/RMV, que foi inundado pela UHE de Emborcação. Essa usina não é a mesma que inundou a ponte Engenheiro Bethout. Aliás, estamos aqui contando a história de 3 ferrovias diferentes e todas elas tiveram suas pontes inundadas por 3 usinas diferentes. E aí vai um outro aspecto (que percebo como triste) do município: pela topografia acidentada, com vários rios de velocidade que percorrem vales bem pronunciados, um prato cheio para os empreendimentos de hidro-eletricidade.
Eles chegam com relações de quase de meretrício com prefeitos, vereadores, juízes e demais autoridades (mesmo professores de respeitadas universidades federais), vendem verdades distorcidas e, pra cidade, fica somente os impactos ambientais. A temperatura média de Araguari era a mais baixa do Triângulo Mineiro, com seu histórico de geadas e ventos frios. Hoje, com tantas represas, não enxergo benefícios, mas a temperatura agora é bem alta o ano inteiro. Se a construção de trouxessem benefícios coletivos, Araguari seria a capital do Triângulo. Aliás, depois que sai da Serra da Canastra, o rio que leva o mesmo nome da cidade (e não foi a cidade que pegou o nome do rio e sim o contrário), que tinha suas rápidas corredeiras, que vamos falar mais pra frente, não tem mais nenhum metro de água corrente. Foi totalmente represado.
Outro agravante desses empreendimentos no município se refere à Mata Atlântica: quase ninguém sabe, mas é o único município do Triângulo com áreas significativas desse tipo de vegetação. De acordo com o Atlas da Mata Atlântica, publicado pela SOS Mata Atlântica, Araguari tinha 48% da sua área como sendo de Mata Atlântica, mas já devastou tanto que hoje, dos 131.011 hectares de Mata, restam menos de 10%, e quase totalmente nos vales desses rios, considerados imprestáveis pra agropecuária devido ao relevo.
Mas vamos falar isso depois. Vamos finalizar o assunto das ferrovias, e como eu dizia, um trecho ferroviário teve de ser construído em 1984. Resumidamente, a parte comercial da ferrovia era Porto de Vitória-ES/Belo Horizonte-MG/Monte Carmelo-MG/Três Ranchos-GO/Catalão-GO/Goiandira-GO e dali para Goiânia ou Brasília. A ponte, que ficava (e ainda fica) em Três Ranchos foi submersa:
Hoje, a linha termina em Araguari, na mesma estação (a Araguari Nova), a última foto do post #34 e quatro quilômetros depois, cruza a ponte do Quero-Quero, bem no perímetro urbano:
E, cinco quilômetros depois da ponte, chega na Estação Brejo Alegre, que atualmente está em pleno uso pela FCA, ao contrário da época em que foram feitas essas fotos.
Atualmente, a estação serve ponto para o grande terminal de transbordo que há no local, com um grande complexo de transbordo de soja, com a Bunge e a Selecta, que inauguraram a pouco tempo indústrias de esmagamento de soja no local, ponto terminal do corredor de exportação de Vitória. E somente depois que escrevi esse post é que percebi que não tenho fotos dessas indústrias. De novo, fico devendo.
Outra estação, que fica 27kms depois da anterior é a José Bittencourt, abandonada há muitos anos.
E dessa forma, esse é o mapa das ferrovias em Araguari, que fiz para o site Estações Ferroviárias:
http://www.estacoesferroviarias.com....o/araguari.htm
O próximo post será sobre o 2º Batalhão Ferroviário, encerrando o assunto das ferrovias.
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=52905669&postcount=49
Com a decadência do transporte ferroviário em favor do rodoviário a partir dos anos 1930 Araguari foi perdendo investimentos. Na década seguinte, com a inauguração de Goiânia, várias famílias locais se mudaram pra lá. Nos anos 1950, a sede da Estrada de Ferro Goyaz foi transferida para Goiânia, levando para lá os funcionários de salário mais altos, impostos e receitas importantes, numa jogada até hoje bastante polêmica. Na década seguinte, a construção de Brasília retirou ainda mais famílias locais, piorando ainda mais a situação econômica da cidade.
Brasília foi inaugurada em 1960, porém os trilhos só chegaram lá na década seguinte. Para ligar a capital federal aos trilhos, em 1965 transferiram o 2º Batalhão Ferroviário, então sediado em Rio Negro-PR (divisa com SC) para Araguari e com eles vieram inúmeras famílias paranaenses e catarinenses, disseminando costumes e sotaques então estranhos aos araguarinos. Chimarrão, pinhão, pão caseiro, sagu e bolo "cuca".
Com o avanço da tecnologia agrícola de correção dos solos, ainda mais famílias paranaenses vieram, comprando barato grandes extensões de cerrado (então considerado pobre para a agricultura por ser muito ácido) e transformando-o em grandes plantações de café.
E assim o Batalhão trabalhou, além da ligação Pires do Rio-Brasília, no trecho Ômega*-Uberlândia-Araguari, Araguari-Pires do Rio e Araguari-Celso Bueno.
*Ômega é a primeira estação antes da ferrovia, vinda de Uberaba, chegar em Uberlândia.
Inauguração da ligação ferroviária de Brasília em fins da década de 1969, mas que foi uma ligação "fake" segundo alguns estudiosos. Os trilhos chegaram de fato na estação do Plano Piloto somente na década de 1980. Na foto, vê-se as locomotivas nº1 (a Rio Negro, ainda hoje operacional) e a nº2 (a Mafra, hoje exposta no museu ferroviário de Pires do Rio)
Fonte: Informativo Centro-Oeste
Mais fotos do Batalhão
Locomotiva Rio Negro nº1 recém-chegada da restauração sem o tênder, recém-saído para restauração no estado de São Paulo. Na foto também aparece o busto do patrono do Batalhão, o Visconde de Mauá.
Locomotiva Rio Negro nº1 pronta pra rodar, só faltando a vontade dos poderes públicos:
Entrada da linha ferroviária do Batalhão:
O lendário carro (vagão de passageiro) Marta Rocha, também recentemente restaurado
Entrada da Vila Militar e os símbolos originalmente 2º Batalhão Ferroviário, a pouco tempo rebatizado para "11º Batalhão de Engenharia e Construção"
Monumento ao Construtor Ferroviário:
Locomotiva Paraguaçu nº3, no interior do quartel:
Locomotiva Jung L-420C
Considerada a primeira locomotiva que chegou em Brasília, chegou a ser vendida como sucata.
Hoje está exposta como um brinquedo no playground na Vila Militar.
Com a decadência do transporte ferroviário em favor do rodoviário a partir dos anos 1930 Araguari foi perdendo investimentos. Na década seguinte, com a inauguração de Goiânia, várias famílias locais se mudaram pra lá. Nos anos 1950, a sede da Estrada de Ferro Goyaz foi transferida para Goiânia, levando para lá os funcionários de salário mais altos, impostos e receitas importantes, numa jogada até hoje bastante polêmica. Na década seguinte, a construção de Brasília retirou ainda mais famílias locais, piorando ainda mais a situação econômica da cidade.
Brasília foi inaugurada em 1960, porém os trilhos só chegaram lá na década seguinte. Para ligar a capital federal aos trilhos, em 1965 transferiram o 2º Batalhão Ferroviário, então sediado em Rio Negro-PR (divisa com SC) para Araguari e com eles vieram inúmeras famílias paranaenses e catarinenses, disseminando costumes e sotaques então estranhos aos araguarinos. Chimarrão, pinhão, pão caseiro, sagu e bolo "cuca".
Com o avanço da tecnologia agrícola de correção dos solos, ainda mais famílias paranaenses vieram, comprando barato grandes extensões de cerrado (então considerado pobre para a agricultura por ser muito ácido) e transformando-o em grandes plantações de café.
E assim o Batalhão trabalhou, além da ligação Pires do Rio-Brasília, no trecho Ômega*-Uberlândia-Araguari, Araguari-Pires do Rio e Araguari-Celso Bueno.
*Ômega é a primeira estação antes da ferrovia, vinda de Uberaba, chegar em Uberlândia.
Inauguração da ligação ferroviária de Brasília em fins da década de 1969, mas que foi uma ligação "fake" segundo alguns estudiosos. Os trilhos chegaram de fato na estação do Plano Piloto somente na década de 1980. Na foto, vê-se as locomotivas nº1 (a Rio Negro, ainda hoje operacional) e a nº2 (a Mafra, hoje exposta no museu ferroviário de Pires do Rio)
Fonte: Informativo Centro-Oeste
Mais fotos do Batalhão
Locomotiva Rio Negro nº1 recém-chegada da restauração sem o tênder, recém-saído para restauração no estado de São Paulo. Na foto também aparece o busto do patrono do Batalhão, o Visconde de Mauá.
Locomotiva Rio Negro nº1 pronta pra rodar, só faltando a vontade dos poderes públicos:
Entrada da linha ferroviária do Batalhão:
O lendário carro (vagão de passageiro) Marta Rocha, também recentemente restaurado
Entrada da Vila Militar e os símbolos originalmente 2º Batalhão Ferroviário, a pouco tempo rebatizado para "11º Batalhão de Engenharia e Construção"
Monumento ao Construtor Ferroviário:
Locomotiva Paraguaçu nº3, no interior do quartel:
Locomotiva Jung L-420C
Considerada a primeira locomotiva que chegou em Brasília, chegou a ser vendida como sucata.
Hoje está exposta como um brinquedo no playground na Vila Militar.
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=52908451&postcount=50
Em tempo: segue uma imagem do Earth da área da 1ª Companhia, do 2º Batalhão Mauá.
Em vermelho, a área do Batalhão. As linhas em amarelo marcam os trilhos ainda existentes.
Próximo post: História das escolas e faculdades em Araguari
Locomotivas (Maria Fumaça) e Ferrovias de Araguari - MG
Em tempo: segue uma imagem do Earth da área da 1ª Companhia, do 2º Batalhão Mauá.
Em vermelho, a área do Batalhão. As linhas em amarelo marcam os trilhos ainda existentes.
Próximo post: História das escolas e faculdades em Araguari
Locomotivas (Maria Fumaça) e Ferrovias de Araguari - MG
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=52918871&postcount=51
Pra "descontrair" um pouco, antes de postar sobre as escolas e faculdades de Araguari, vou postar uma sequência de detalhes arquitetônicos da cidade:
Pra "descontrair" um pouco, antes de postar sobre as escolas e faculdades de Araguari, vou postar uma sequência de detalhes arquitetônicos da cidade:
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=53045663&postcount=53
Conforme disse, agora vou falar sobre os prédios antigos ainda existentes, relacionados com o ensino em Araguari. O que se diz é que inicialmente, ainda em tempos do Império, foram feitas 12 escolas, sendo 6 rurais e 6 urbanas. E nos primeiros tempos de República não se criou nenhuma escola na cidade. Por causa disso, a demanda de professores particulares era muito grande, sendo bastante recorrentes os anúncios nos jornais.
A primeira escola estadual foi fundada ainda em 1908. É a EE. Raul Soares, ainda hoje existente. Com seu prédio restaurado, recentemente comemorou seu primeiro centenário. O Raul Soares é tombado pelo Patrimônio Histórico.
Na época da Primeira Guerra Mundial, as freiras, vindas da Bélgica, da Congregação do Sagrado Coração de Maria, transferem para cá o "Collegio Sagrado Coração de Jesus", mas as obras do prédio inicial só foram inauguradas em 1919, sob a administração da Madre Maria Blandina. Era um importante internato feminino do Brasil Central, que atraía inúmeras alunas do Triângulo Mineiro, Goiás e São Paulo, formando professoras. O Colégio funcionava no mesmo grande complexo do convento, que conta com uma grande capela, vasta e importante biblioteca, equipado laboratório de física e química, um enorme e bem equipado teatro, além de todas as instalações necessárias para abrigar as internas por vários meses sem precisarem sair na rua. O Colégio funciona ainda hoje, porém não mais como internato. É uma das melhores escolas da região, com certeza. Também é tombado pelo Patrimônio Histórico.
Logo depois do internato feminino das freiras da Bélgica, foi criada na cidade uma escola dos padres holandeses da Congregação dos Sagrados Corações, também de repercussão inter-regional, o Colégio Regina Pacis (do Latim, Rainha da Paz). Fundado pelo padre Gil van den Boogaart, o colégio dos padres tem uma história bastante notável e ainda pouco estudada hoje. Da Holanda vieram importantes personalidades européias da época, que largaram sua terra natal pra ir pra um país totalmente desconhecido, de língua estranha e de poucos recursos, pra nunca mais voltar. Eram médicos, arquitetos, astrônomos, físicos, biólogos que já tinham publicados importantes pesquisas na Europa. Alguns grupos holandeses entendiam como desperdício "perder" seu patrimônio intelectual assim e colocaram vários obstáculos.
Mas, apesar das várias dificuldades tanto lá, quanto aqui, o colégio foi fundado, oferecendo o curso "Clássico" e "Científico".
Nessa cúpula metálica, por exemplo, abrigava um importante observatório astronômico, atualmente abandonado pela UNIPAC, do grupo político Bonifácio de Andrade. Vamos falar disso mais pra frente.
Os padres, que saíram de regiões em guerra, também ensinavam os alunos a manejar armas, jogar futebol, atletismo, dentre vários outros, mantendo um importante complexo esportivo.
Além de tudo, os padres começaram a construir uma linha de bondes(!), que ligavam o colégio à região da então Lagoa Seca / Retiro Velho, onde antes havia uma pequena localidade.
Os padres também mantinham uma importantíssima biblioteca de exemplares raros em diversos idiomas. Nesse colégio estudaram notáveis personalidades de Minas Gerais, mas principalmente de Goiás.
A capela, com seus vitrais coloridos e cheia de pinturas murais realizadas pelo padre Otto Munier também é digno de nota.
O terreno dos padres eram enormes, e parece que eles não se ligavam muito em mantê-las sob seus domínios. E quem teve "as caras" foram pedindo um pouco de terra pra eles. O próprio aeroporto municipal hoje funciona em terreno cedido por eles. Com o tempo, o colégio foi enfrentando inúmeras dificuldades, principalmente financeiras, por conta dos pesados impostos das mais variadas naturezas e foram embora, deixando tudo pra trás. E aí, a impressão que se tem é que quem foi mais esperto foi pegando o que deu, arranjando papeladas, etc.
Até mesmo a biblioteca foi abandonada. Recentemente acharam vários exemplares de uma enciclopédia do século XIX jogada num monte de palha de arroz. Os prédios do colégio hoje pertencem a inúmeros proprietários diferentes. Em um deles, funcionou até pouco tempo o Colégio Objetivo. Na parte mais antiga, funcionava a FAFI: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araguari que enfrentou dificuldades com a vinda da então UNIT (atual UNITRI, de Uberlândia) pra Araguari. Mas, comandada pela família do grupo político de Wellington Salgado, a UNITRI não fez muito caso da cidade. Alegando inviabilidade econômica, foi aos poucos encerrando os cursos aqui e transferindo os alunos para Uberlândia. Mas aí chegou a UNIPAC com um número exagerado de cursos (alguns que eu até hoje nem sei pronunciar). Como eu já disse, a UNIPAC pertence ao grupo do José Bonifácio. É verdade que a intensa movimentação estudantil traz vários benefícios para a cidade. Mas é inegável que gera divisas financeiras vultosas para a empresa/instituição, que não vem tratando o complexo (que também é tombado pelo Patrimônio Histórico) com o carinho que mereceria. A capela, que há tempos funciona como um auditório improvisado, precisa de urgente restauração de suas pinturas. Os vazios entre os prédios, bem como as quadras e outros espaços estão sendo ocupados com construção de salas de aula, sem muita qualidade nem técnica, nem ambiental, desrespeitando completamente a ambiência original do colégio dos padres. O observatório é visto mais como um obstáculo do que como uma "carta na manga". Atualmente encontra-se inacessível, porque a UNIPAC resolveu remover as escadas de acesso e lacrar a entrada. Os materiais do observatório, segundo lenda corrente, foram emprestados ao curso de Geografia da UFU e nunca mais voltaram.
Um prego batido no meio da pintura demonstra como que a UNIPAC vem cuidando desse patrimônio.
Próximo post, mais escolas.
Conforme disse, agora vou falar sobre os prédios antigos ainda existentes, relacionados com o ensino em Araguari. O que se diz é que inicialmente, ainda em tempos do Império, foram feitas 12 escolas, sendo 6 rurais e 6 urbanas. E nos primeiros tempos de República não se criou nenhuma escola na cidade. Por causa disso, a demanda de professores particulares era muito grande, sendo bastante recorrentes os anúncios nos jornais.
A primeira escola estadual foi fundada ainda em 1908. É a EE. Raul Soares, ainda hoje existente. Com seu prédio restaurado, recentemente comemorou seu primeiro centenário. O Raul Soares é tombado pelo Patrimônio Histórico.
Na época da Primeira Guerra Mundial, as freiras, vindas da Bélgica, da Congregação do Sagrado Coração de Maria, transferem para cá o "Collegio Sagrado Coração de Jesus", mas as obras do prédio inicial só foram inauguradas em 1919, sob a administração da Madre Maria Blandina. Era um importante internato feminino do Brasil Central, que atraía inúmeras alunas do Triângulo Mineiro, Goiás e São Paulo, formando professoras. O Colégio funcionava no mesmo grande complexo do convento, que conta com uma grande capela, vasta e importante biblioteca, equipado laboratório de física e química, um enorme e bem equipado teatro, além de todas as instalações necessárias para abrigar as internas por vários meses sem precisarem sair na rua. O Colégio funciona ainda hoje, porém não mais como internato. É uma das melhores escolas da região, com certeza. Também é tombado pelo Patrimônio Histórico.
Logo depois do internato feminino das freiras da Bélgica, foi criada na cidade uma escola dos padres holandeses da Congregação dos Sagrados Corações, também de repercussão inter-regional, o Colégio Regina Pacis (do Latim, Rainha da Paz). Fundado pelo padre Gil van den Boogaart, o colégio dos padres tem uma história bastante notável e ainda pouco estudada hoje. Da Holanda vieram importantes personalidades européias da época, que largaram sua terra natal pra ir pra um país totalmente desconhecido, de língua estranha e de poucos recursos, pra nunca mais voltar. Eram médicos, arquitetos, astrônomos, físicos, biólogos que já tinham publicados importantes pesquisas na Europa. Alguns grupos holandeses entendiam como desperdício "perder" seu patrimônio intelectual assim e colocaram vários obstáculos.
Mas, apesar das várias dificuldades tanto lá, quanto aqui, o colégio foi fundado, oferecendo o curso "Clássico" e "Científico".
Nessa cúpula metálica, por exemplo, abrigava um importante observatório astronômico, atualmente abandonado pela UNIPAC, do grupo político Bonifácio de Andrade. Vamos falar disso mais pra frente.
Os padres, que saíram de regiões em guerra, também ensinavam os alunos a manejar armas, jogar futebol, atletismo, dentre vários outros, mantendo um importante complexo esportivo.
Além de tudo, os padres começaram a construir uma linha de bondes(!), que ligavam o colégio à região da então Lagoa Seca / Retiro Velho, onde antes havia uma pequena localidade.
Os padres também mantinham uma importantíssima biblioteca de exemplares raros em diversos idiomas. Nesse colégio estudaram notáveis personalidades de Minas Gerais, mas principalmente de Goiás.
A capela, com seus vitrais coloridos e cheia de pinturas murais realizadas pelo padre Otto Munier também é digno de nota.
O terreno dos padres eram enormes, e parece que eles não se ligavam muito em mantê-las sob seus domínios. E quem teve "as caras" foram pedindo um pouco de terra pra eles. O próprio aeroporto municipal hoje funciona em terreno cedido por eles. Com o tempo, o colégio foi enfrentando inúmeras dificuldades, principalmente financeiras, por conta dos pesados impostos das mais variadas naturezas e foram embora, deixando tudo pra trás. E aí, a impressão que se tem é que quem foi mais esperto foi pegando o que deu, arranjando papeladas, etc.
Até mesmo a biblioteca foi abandonada. Recentemente acharam vários exemplares de uma enciclopédia do século XIX jogada num monte de palha de arroz. Os prédios do colégio hoje pertencem a inúmeros proprietários diferentes. Em um deles, funcionou até pouco tempo o Colégio Objetivo. Na parte mais antiga, funcionava a FAFI: Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Araguari que enfrentou dificuldades com a vinda da então UNIT (atual UNITRI, de Uberlândia) pra Araguari. Mas, comandada pela família do grupo político de Wellington Salgado, a UNITRI não fez muito caso da cidade. Alegando inviabilidade econômica, foi aos poucos encerrando os cursos aqui e transferindo os alunos para Uberlândia. Mas aí chegou a UNIPAC com um número exagerado de cursos (alguns que eu até hoje nem sei pronunciar). Como eu já disse, a UNIPAC pertence ao grupo do José Bonifácio. É verdade que a intensa movimentação estudantil traz vários benefícios para a cidade. Mas é inegável que gera divisas financeiras vultosas para a empresa/instituição, que não vem tratando o complexo (que também é tombado pelo Patrimônio Histórico) com o carinho que mereceria. A capela, que há tempos funciona como um auditório improvisado, precisa de urgente restauração de suas pinturas. Os vazios entre os prédios, bem como as quadras e outros espaços estão sendo ocupados com construção de salas de aula, sem muita qualidade nem técnica, nem ambiental, desrespeitando completamente a ambiência original do colégio dos padres. O observatório é visto mais como um obstáculo do que como uma "carta na manga". Atualmente encontra-se inacessível, porque a UNIPAC resolveu remover as escadas de acesso e lacrar a entrada. Os materiais do observatório, segundo lenda corrente, foram emprestados ao curso de Geografia da UFU e nunca mais voltaram.
Um prego batido no meio da pintura demonstra como que a UNIPAC vem cuidando desse patrimônio.
Próximo post, mais escolas.
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=53178875&postcount=56
Seguem mais algumas escolas.
Escola de Comércio, também construída pelos padres do Regina Pacis
Do Blog Ponto de Vista
Externato Santa Terezinha, também de iniciativa dos padres do Regina Pacis. Boa parte da população de Araguari estudou nessa escola. Ficou longos anos sendo dirigido pela sra. Maria Abbud. Foi demolido com tudo dentro em fins de 2009 e hoje é um estacionamento. Dizem que no contrato de compra e venda havia uma cláusula de não-demolição, mas não sei até que ponto isso é verdade.
Escola Padre Elói. Também construído pela iniciativa dos padres do Regina Pacis, originalmente tinha a denominação de "Padre Damião". Com a morte do Padre Elói Kee (o diretor mais ligado à história do Regina Pacis, que também era o seu vice-fundador), a escola recebeu o seu nome. Foi fechado em fins de 2009 e encontra-se abandonado. Poderá ser demolido nos próximos meses:
Conservatório Estadual de Música de Araguari: Um dos doze Conservatórios Estaduais de Minas Gerais (sendo que 4 deles estão no Triângulo Mineiro). Funcionou por vários anos em parte do Complexo do Colégio Sagrado Coração de Jesus. Mas como o governo de Minas Gerais não pagava o aluguel há vários anos, foi transferido para o prédio da Escola de Comércio, listada acima. Atualmente uma nova sede para o prédio vem sendo construída, infelizmente numa triste prática muito comum em Araguari: destruir praças públicas (sempre tão arborizadas) em construções. Os governos vêem nas praças apenas terrenos ociosos (e não espaços intimamente ligados à qualidade de vida das cidades, seja por conforto ambiental, seja por lazer, etc).
Instituto Francisco Savério Petanha. Também um colégio de freiras, com sua capela (Capela de Santa Terezinha). Também fico devendo fotos das fachadas, segue uma imagem de satélite.
Educandário Espírita Eurípedes Barsanulfo. Leva o mesmo nome do primeiro colégio espírita do mundo (localizado no vizinho município de Sacramento, onde nasceu esse famoso médium espírita). Nele funcionou por longos anos a Escola Estadual Machado de Assis, extinta no governo de Eduardo Azeredo. Depois nele funcionou por alguns anos a Unit, depois UNITRI, universidade particular. Desde que a Unitri deixou a cidade, apenas o amplo cine-teatro do prédio vem sendo utilizado esporadicamente.
Estas são algumas das instituições de ensino, escolhidas em meio a dezenas de escolas particulares, estaduais e municipais, espalhadas por Araguari e seus distritos. Aliás, as escolas rurais, que já foram numerosas, hoje são bem poucas. As prefeituras (não só a de Araguari) acham mais prático transportar os alunos de regiões rurais até a cidade todos os dias do que bancar a manutenção dos prédios rurais. O resultado é o que se segue:
Próximo post, alguns prédios públicos de Araguari.
Seguem mais algumas escolas.
Escola de Comércio, também construída pelos padres do Regina Pacis
Do Blog Ponto de Vista
Externato Santa Terezinha, também de iniciativa dos padres do Regina Pacis. Boa parte da população de Araguari estudou nessa escola. Ficou longos anos sendo dirigido pela sra. Maria Abbud. Foi demolido com tudo dentro em fins de 2009 e hoje é um estacionamento. Dizem que no contrato de compra e venda havia uma cláusula de não-demolição, mas não sei até que ponto isso é verdade.
Escola Padre Elói. Também construído pela iniciativa dos padres do Regina Pacis, originalmente tinha a denominação de "Padre Damião". Com a morte do Padre Elói Kee (o diretor mais ligado à história do Regina Pacis, que também era o seu vice-fundador), a escola recebeu o seu nome. Foi fechado em fins de 2009 e encontra-se abandonado. Poderá ser demolido nos próximos meses:
Conservatório Estadual de Música de Araguari: Um dos doze Conservatórios Estaduais de Minas Gerais (sendo que 4 deles estão no Triângulo Mineiro). Funcionou por vários anos em parte do Complexo do Colégio Sagrado Coração de Jesus. Mas como o governo de Minas Gerais não pagava o aluguel há vários anos, foi transferido para o prédio da Escola de Comércio, listada acima. Atualmente uma nova sede para o prédio vem sendo construída, infelizmente numa triste prática muito comum em Araguari: destruir praças públicas (sempre tão arborizadas) em construções. Os governos vêem nas praças apenas terrenos ociosos (e não espaços intimamente ligados à qualidade de vida das cidades, seja por conforto ambiental, seja por lazer, etc).
Instituto Francisco Savério Petanha. Também um colégio de freiras, com sua capela (Capela de Santa Terezinha). Também fico devendo fotos das fachadas, segue uma imagem de satélite.
Educandário Espírita Eurípedes Barsanulfo. Leva o mesmo nome do primeiro colégio espírita do mundo (localizado no vizinho município de Sacramento, onde nasceu esse famoso médium espírita). Nele funcionou por longos anos a Escola Estadual Machado de Assis, extinta no governo de Eduardo Azeredo. Depois nele funcionou por alguns anos a Unit, depois UNITRI, universidade particular. Desde que a Unitri deixou a cidade, apenas o amplo cine-teatro do prédio vem sendo utilizado esporadicamente.
Estas são algumas das instituições de ensino, escolhidas em meio a dezenas de escolas particulares, estaduais e municipais, espalhadas por Araguari e seus distritos. Aliás, as escolas rurais, que já foram numerosas, hoje são bem poucas. As prefeituras (não só a de Araguari) acham mais prático transportar os alunos de regiões rurais até a cidade todos os dias do que bancar a manutenção dos prédios rurais. O resultado é o que se segue:
Próximo post, alguns prédios públicos de Araguari.
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=53232235&postcount=57
Alguns prédios públicos, particulares de uso público, etc.
Antiga Cadeia Pública e Fórum de Araguari. Atual Casa de Cultura, em restauração. Lá aconteceram boa parte do horripilante "Caso dos Irmãos Naves". Tombado pelo Patrimônio Histórico.
Sobre o Caso dos Irmãos Naves, considerado o maior erro judiciário brasileiro:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Irm%C3%A3os_Naves
Sobre o premiado filme, uma crítica à ditadura Vargas, rodado em 1966, em plena ditadura militar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Caso_...%C3%A3os_Naves
Foto retirada do site Quixotando: http://quixotando.wordpress.com/2009...rte-1920-2009/
Comercial da peça sobre o Caso, recentemente apresentada:
https://www.youtube.com/watch?v=HcWKxqnqUTQ
"Moda de Viola" sobre o Caso:
https://www.youtube.com/watch?v=bx4Lj...eature=related
Câmara Municipal de Araguari. Tombada pelo Patrimônio Histórico. Originalmente uma residência particular.
Goyaz Atlética (Originalmente residência particular, passou a ser a antiga associação atlética da EFG, nome pelo qual até hoje é conhecido. Atualmente abriga repartições públicas e Associação de Aposentados. Era a delegacia de polícia no filme "O Caso dos Irmãos Naves". Tombada pelo Patrimônio Histórico.
Cine Rex (atualmente restaurante Napolitano). Tombado pelo Patrimônio Histórico.
Cine Lux - Prédio tombado, onde pretende-se, futuramente, instalar o Teatro Municipal de Araguari.
Cine Ritz/Apolo: Foi o último a fechar, acho que em 2008. Pertence ao Clube Recreativo Araguarino. Foi alvo de extrema polêmica, porque com a restauração da Casa da Cultura, Araguari ficou sem nenhum teatro "público", ao passo que o cinema seria alugado para uma igreja evangélica. A comunidade passou a pressionar a prefeitura para que alugasse o prédio e o transformasse em Teatro Municipal. As obras de adequação continuam paradas até hoje. Na foto, o cinema fica bem no final da avenida, no prédio do Recreativo.
Hospital São Sebastião:
Um dos primeiros hospitais do Triângulo Mineiro:
Prédio do antigo Banco Hipotecário, atualmente usado pelo Hospital Santa Marta.
Próximo post, mais prédios públicos e particulares de uso público.
Alguns prédios públicos, particulares de uso público, etc.
Antiga Cadeia Pública e Fórum de Araguari. Atual Casa de Cultura, em restauração. Lá aconteceram boa parte do horripilante "Caso dos Irmãos Naves". Tombado pelo Patrimônio Histórico.
Sobre o Caso dos Irmãos Naves, considerado o maior erro judiciário brasileiro:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Irm%C3%A3os_Naves
Sobre o premiado filme, uma crítica à ditadura Vargas, rodado em 1966, em plena ditadura militar:
http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Caso_...%C3%A3os_Naves
Foto retirada do site Quixotando: http://quixotando.wordpress.com/2009...rte-1920-2009/
Comercial da peça sobre o Caso, recentemente apresentada:
https://www.youtube.com/watch?v=HcWKxqnqUTQ
"Moda de Viola" sobre o Caso:
https://www.youtube.com/watch?v=bx4Lj...eature=related
Câmara Municipal de Araguari. Tombada pelo Patrimônio Histórico. Originalmente uma residência particular.
Goyaz Atlética (Originalmente residência particular, passou a ser a antiga associação atlética da EFG, nome pelo qual até hoje é conhecido. Atualmente abriga repartições públicas e Associação de Aposentados. Era a delegacia de polícia no filme "O Caso dos Irmãos Naves". Tombada pelo Patrimônio Histórico.
Cine Rex (atualmente restaurante Napolitano). Tombado pelo Patrimônio Histórico.
Cine Lux - Prédio tombado, onde pretende-se, futuramente, instalar o Teatro Municipal de Araguari.
Cine Ritz/Apolo: Foi o último a fechar, acho que em 2008. Pertence ao Clube Recreativo Araguarino. Foi alvo de extrema polêmica, porque com a restauração da Casa da Cultura, Araguari ficou sem nenhum teatro "público", ao passo que o cinema seria alugado para uma igreja evangélica. A comunidade passou a pressionar a prefeitura para que alugasse o prédio e o transformasse em Teatro Municipal. As obras de adequação continuam paradas até hoje. Na foto, o cinema fica bem no final da avenida, no prédio do Recreativo.
Hospital São Sebastião:
Um dos primeiros hospitais do Triângulo Mineiro:
Prédio do antigo Banco Hipotecário, atualmente usado pelo Hospital Santa Marta.
Próximo post, mais prédios públicos e particulares de uso público.
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
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Mais prédios públicos e particulares de uso público:
Escritório da antiga Companhia Prada de Eletricidade. Tombado pelo Patrimônio Histórico (Abandonado)
Casa dos Conselhos (antes da recuperação):
Depois de recuperado:
Antiga Pharmácia Adalardo (em 2002)
O mesmo prédio, hoje convertido em Escritório de Advocacia:
Loja Maçônica Fênix nº56:
Loja Maçônica União Araguarina:
Residência do Sr. João Godoi, primeiro deputado estadual por Araguari. Professor-fundador da Escola de Direito de Uberlândia. Hoje, tombada pelo Patrimônio Histórico, funciona como Escritório de Advocacia.
Parque de Exposições:
Prédio da Livraria São José, lamentavelmente demolido pra virar Casas Bahia:
O prédio não era tombado, mas havia um acordo de cavalheiros. Infelizmente parece que a Casas Bahia (que destroem prédios antigos no Brasil inteiro) não sabia o que era isso.
Próximo post: cachoeiras e outras belezas naturais.
Mais prédios públicos e particulares de uso público:
Escritório da antiga Companhia Prada de Eletricidade. Tombado pelo Patrimônio Histórico (Abandonado)
Casa dos Conselhos (antes da recuperação):
Depois de recuperado:
Antiga Pharmácia Adalardo (em 2002)
O mesmo prédio, hoje convertido em Escritório de Advocacia:
Loja Maçônica Fênix nº56:
Loja Maçônica União Araguarina:
Residência do Sr. João Godoi, primeiro deputado estadual por Araguari. Professor-fundador da Escola de Direito de Uberlândia. Hoje, tombada pelo Patrimônio Histórico, funciona como Escritório de Advocacia.
Parque de Exposições:
Prédio da Livraria São José, lamentavelmente demolido pra virar Casas Bahia:
O prédio não era tombado, mas havia um acordo de cavalheiros. Infelizmente parece que a Casas Bahia (que destroem prédios antigos no Brasil inteiro) não sabia o que era isso.
Próximo post: cachoeiras e outras belezas naturais.
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=53344193&postcount=60
Cachoeira Perdida nº1: A primeira de um conjunto de sete, hoje fazendo parte de uma fazenda indiana
Cachoeirinha Queda nº1 - Fica a 4 quilômetros do centro de Araguari:
Cachoeirinha Queda nº2
Cachoeirinha Queda nº3:
Nascente do Córrego das Araras, quase dentro da cidade:
Cachoeira do Doca, queda nº1:
Cachoeira do Piçarrão - Gerava energia para Araguari e outras cidades da região. Desativada durante o governo Collor, foi restaurada há poucos anos e voltou a gerar energia.
Uma das cachoeiras do Desamparo:
Uma das cachoeiras do Retiro Velho:
Outra cachoeira no Retiro Velho:
Cachoeira Londrina:
A mesma cachoeira, na lua cheia:
A mesma cachoeira. Perceba uma pessoa atrás da queda:
Cachoeira da Roda:
Próximo post, mais cachoeiras e paisagens rurais.
Cachoeira Perdida nº1: A primeira de um conjunto de sete, hoje fazendo parte de uma fazenda indiana
Cachoeirinha Queda nº1 - Fica a 4 quilômetros do centro de Araguari:
Cachoeirinha Queda nº2
Cachoeirinha Queda nº3:
Nascente do Córrego das Araras, quase dentro da cidade:
Cachoeira do Doca, queda nº1:
Cachoeira do Piçarrão - Gerava energia para Araguari e outras cidades da região. Desativada durante o governo Collor, foi restaurada há poucos anos e voltou a gerar energia.
Uma das cachoeiras do Desamparo:
Uma das cachoeiras do Retiro Velho:
Outra cachoeira no Retiro Velho:
Cachoeira Londrina:
A mesma cachoeira, na lua cheia:
A mesma cachoeira. Perceba uma pessoa atrás da queda:
Cachoeira da Roda:
Próximo post, mais cachoeiras e paisagens rurais.
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
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Cachoeira do Fundão:
Corredeiras do Pau Furado, no rio Araguari. Destruídas em 2005 pela construção da Usina de Capim Branco 1, assim como a ponte Cesário Alvim, uma das primeiras do Brasil Central em concreto armado.
Uberlândia, vista das proximidades de Araguari:
(os riscos luminosos no céu é o movimento de rotação da Terra, marcado pela posição das estrelas):
Cachoeira do Córrego Bom Jardim:
O vale do rio Araguari:
Próximo post, mais cachoeiras e paisagens naturais de Araguari.
Cachoeira do Fundão:
Corredeiras do Pau Furado, no rio Araguari. Destruídas em 2005 pela construção da Usina de Capim Branco 1, assim como a ponte Cesário Alvim, uma das primeiras do Brasil Central em concreto armado.
Uberlândia, vista das proximidades de Araguari:
(os riscos luminosos no céu é o movimento de rotação da Terra, marcado pela posição das estrelas):
Cachoeira do Córrego Bom Jardim:
O vale do rio Araguari:
Próximo post, mais cachoeiras e paisagens naturais de Araguari.
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
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Vale do rio Paranaíba:
Balsa Engenheiro Bethout (sobre o rio Paranaíba divisa MG/GO):
Vale do Rio Araguari:
Represa das Araras (5km da cidade):
Lago na região do Desamparo:
Cachoeira no vale do rio Jordão:
E agora, no final do mês de março e meados de abril, a região rural fica bem colorida por causa da grande quantidade de paineiras floridas:
Cachoeiras no vale do Ribeirão das Araras:
Próximo post: problemas urbanos.
Vale do rio Paranaíba:
Balsa Engenheiro Bethout (sobre o rio Paranaíba divisa MG/GO):
Vale do Rio Araguari:
Represa das Araras (5km da cidade):
Lago na região do Desamparo:
Cachoeira no vale do rio Jordão:
E agora, no final do mês de março e meados de abril, a região rural fica bem colorida por causa da grande quantidade de paineiras floridas:
Cachoeiras no vale do Ribeirão das Araras:
Próximo post: problemas urbanos.
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
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Araguari é mesmo uma cidade linda, pena que muita coisa vem sendo perdida ao longo dos tempos, por falta de reconhecimento da população e das autoridades.
Quanto à estação Stevenson, infelizmente esse assunto se arrasta desde 2004. O dinheiro para a recuperação chega, mas a prefeitura nunca arca a contrapartida, e aí os prazos acabam e o dinheiro volta. Isso já aconteceu algumas vezes. Enquanto isso, o belo prédio está ruindo: trincas sérias estão aumentando e uma das fachadas está sofrendo recalque, o mesmo fenômeno que destruiu a estação do Sobradinho, em Uberlândia. Penso que não demora muito e ela estará arruinada também. Quem quiser ver mais fotos dessa estação e saber um pouco mais dessa história pode dar uma olhada no meu blog: http://efgoyaz.blogspot.com/2009/07/...son-velha.html
ATUALIZAÇÃO - Estação Stevenson após restauração:
Araguari é mesmo uma cidade linda, pena que muita coisa vem sendo perdida ao longo dos tempos, por falta de reconhecimento da população e das autoridades.
Quanto à estação Stevenson, infelizmente esse assunto se arrasta desde 2004. O dinheiro para a recuperação chega, mas a prefeitura nunca arca a contrapartida, e aí os prazos acabam e o dinheiro volta. Isso já aconteceu algumas vezes. Enquanto isso, o belo prédio está ruindo: trincas sérias estão aumentando e uma das fachadas está sofrendo recalque, o mesmo fenômeno que destruiu a estação do Sobradinho, em Uberlândia. Penso que não demora muito e ela estará arruinada também. Quem quiser ver mais fotos dessa estação e saber um pouco mais dessa história pode dar uma olhada no meu blog: http://efgoyaz.blogspot.com/2009/07/...son-velha.html
ATUALIZAÇÃO - Estação Stevenson após restauração:
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
Aeroporto de Araguari:
A árvore que foi derrubada pelo vento e que caiu em cima do prédio:
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
Prefeitura de Araguari:
Casa estilo europeu:
Palácio Manoel Bonito:
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
A próxima VÍTIMA
http://olhar-urbano.blogspot.com.br/2009/11/proxima-vitima.html
Quem não se lembra do Relicário? O bar funcionava na casa do Sr José Jeovah Santos - filho do Cel. Marciano Santos e da Dona Carolina Almeida dos Santos. Jeovah Santos, como era mais conhecido, foi prefeito de Araguari em dois mandatos, o primeiro de 1936 a 1945 e o segundo de 1959 a 1962.
Nesta edificação, além de seus traços arquitetônicos de beleza ímpar, muitos outros traços políticos foram delineados em prol da cidade enquanto Jeovah Santos fora prefeito. Mas tudo isso virou pó.
Fotos: Panoramio by efgoyaz
De propriedade da igreja católica, o externato Santa Terezinha fora dirigido por muitos anos pela senhora Maria Abud. No corpo docente passaram por lá: “dona” Dorinha de Jesus, a “dona” Neuza Cascão, a “dona” Anita Nader, a “dona” Ilça Nader, e tantas outras. No corpo discente: Dr. Carlos Vanez Bedrossian (médico residente nos EUA), Mário Nasciutti (falecido) e tantos outros.
Fotos: Blog Ponto de Vista.
Provavelmente alguém da sua família, também passou por lá. Este prédio que fora o berço educacional de Araguari virou pó e se tornou um ponto negro no centro da cidade para o estacionamento de carros. Afinal, carro – além de inchar as vias públicas, poluir o meio ambiente, causar acidentes pelas mãos dos "loucos" sem educação que não passaram pela escola e muito menos pela auto-escola – é cultura!
Nesta outra edificação muita “impressão” boa de Araguari foi produzida. O desenvolvimento de Araguari passou por ali e continua passando. Quantas empresas não imprimiram suas notas fiscais com o Bonolo. Quantos convites de casamento, de festas e de formaturas não passaram pelas máquinas da Tipografia? Quantas folhas de jornais não foram impressas com as notícias da nossa cidade? Mas tudo isso pode virar pó.
Este prédio será a próxima vítima do “desenvolvimento” a qualquer custo. O imóvel está sendo leiloado e com certeza, por razões óbvias algum grande empresário de Araguari deverá comprá-lo. Para quê? Para demolir por simples “pirraça” contra o legado histórico de Araguari ou para torná-lo um marco de desenvolvimento sustentável? Se o empresário que adquirir este prédio for inteligente, fará um projeto modelo em prol da preservação histórica e cultural de Araguari.
Foto histórica: Prédio funcionou a Casa Serrador e, esta ocasião retratada acima foi a inauguração da bomba de gasolina bem na esquina da Rua Marciano Santos com a Av. Tiradentes.
Fonte: Arquivo Publico e Museu Dr. Calil Porto.
Muitos vão considerar esta matéria como saudosista ou que se propõe o congelamento da cidade pela manutenção de prédios "velhos" na cidade, ou seja, somente na mente dos idiotas que não têm o mínimo de respeito pela sua própria história, a história da cidade é algo descartável. Mas, eu pergunto: qual será a história que vamos mostrar e contar para a geração de 2020, 2030, 2040, 2050...? As futuras gerações irão cobrar e buscar conhecer a história da sua cidade e o que será apresentado? Apenas a destruição como produção cultural.
Araguari, pela falta de conhecimento e prostração da sua população irá deixar sua história, seu legado, sua memória ser abatida pelos abutres, verdadeiros inimigos da cidade que se julgam empreendedores, mas buscam apenas manchar aquilo que temos de mais valioso: nossa cultura.
Mas, o que é cultura mesmo?
Fonte: PERON ERBETTA, Antonio Fernando. BLOG PONTO DE VISTA. Disponível em http://peron-erbetta.blogspot.com/. 2009.
Re: Araguari, a bela do Triângulo Mineiro
Você é um araguarino velho?
Araguari não mudou muito... mas você descobre que é um Araguarino Velho quando:
• Ir ao 'Sanduba' era seu programa de final de Semana?
• Ficava na Fila do Cine Rex pra ver Filme dos Trapalhões?
• Ficava espantado com os cartazes de Filme pornô no Cine Apolo?
• Tomava Laranjinha do Pinguim na porta da escola?
• O cara cortava o bico da laranjinha com um canivete! (o mais popular era um velhinho magrinho de chapéu)
• Comprava figurinhas do "Bandeiras de todo o Mundo" na Banca da Teresa?
• Desfilava com sua escola (ficava lá suando porque valia ponto!), mesmo quando estudava em escola particular, no sete de setembro?
• Foi no Mingau da People?
• Tomou choque no Chafariz do Relicário?
• Achava bonito a decoração de luzes coloridas na Rui Barbosa, na época do Natal?
• Lembra do 'Raul Soares' como o melhor colégio de Araguari?
• Fez aula de qualquer coisa no Conservatório?
• O Instituto Presbiteriano era "Chapeuzinho Vermelho"?
• Lembra do Fíiiiiu-Fíiiiiiu dos carrinhos de Sorvete Tarumã?
• Ia tomar sorvete Tarumã, casquinha Mista? E o Palácio do Sorvete? E a Sorveteria 'Sem Nome', lembra?
• O Sibipiruna ainda era aquela quebrada que ficava atrás da Medalha Milagrosa?
• Viu algum carro cair no Córrego?
• A "Avenida do Córrego" terminava numa muretinha branca.
• Mandava a sua bicicleta pra consertar no "Caixeta"? Colocava Manete de Láite (sic) pra incrementar?
• Andava de Skate com a Turma da 'Bones'?
• Tinha um adesivo da 'Bones' no skate?
• Comprou seu Skate na loja de Importados da Zaida?
• Ia na Biba comprar mochila, estojo, camiseta Company?
• Fazia aula de tênis com o Manuel ou o Bastião no Pica-Pau?
• Fez Natação no ATC?
• A Pódium era em frente à Matriz e era uma Academia de gente Descolada?
• Alugou jogos de Atari na Shop Video. A Shop Vídeo era uma portinha em frente à 'praça do Mazaliche?'
• Alugou jogos de Nintendo, Master System e Mega Drive na Futuristic, e adorava ir na Futuristic ficar vendo os Video Games que você não ia ter?
• Já se pesou na balança da Drugstore que era a parte farmácia da Drogasil que ficava numa portinha do lado?
• Foi nas Festas produzidas pelo La Rocco?
• Passou carnaval no Clube Recreativo? E ia Fantasiado?
• Lembra da "Turma do Magal"? Fazia bailinho na "Associação Médica"?
• Festa Junina no Quero-Quero era um Programão?
• Mandava gravar as fitas com os maiores sucessos na Kuxixo?
• Ligava domingo à tarde na rádio para mandar recados para os amigos?
• Gastava toda a mesada no Ki-Festa?
• Corria do ''menino-macaco''? Tinha medo do ''Piruvira''?
• Levou bronca da Dona Maria Abud? E do Badeco?
• Teve aulas de português com a Dona Nelma, que sempre falava ''correção de tarefa'' assim que entrava pela porta, ou mandava alguém ''desocupar a boca'' se estivesse mascando chiclete ou ''tirar o chapéu'' quando estava de boné? E com o Nadim?
• Fez aulas particulares com o Zezé pra não ficar de recuperação? Teve vontade de arrancar a peruca dele?
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