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Alquimia e seus mistérios

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Mensagem por Infinito 12/7/2020, 17:19

Olha só que interessante,

Lisboa e Andrade (1990) fazem uma comparação dos métodos adotados pelos alquimistas e as técnicas atualmente adotadas:
“Até há meio século, a prática de purificar a água até o infinito – seguida pelos alquimistas de todos os tempos – era olhada pelos racionalistas como uma simples manifestação patológica ou uma crendice tola. Hoje, no entanto, não se faz outra coisa senão no preparo do silício e do germânio puros usados nos transistores, operação chamada “fusão de zona”. Como esse, milhares de princípios alquímicos foram revalidados pela física moderna. Com as diferenças trazidas pelos aperfeiçoamento, o material empregado hoje (as balanças, os almofarizes, os crisóis e os instrumentos de medir) é basicamente o mesmo utilizado pelos alquimistas medievais. As operações de tratamento da matéria eram bem diversas, no entanto, de tudo quanto hoje se faz num laboratório. A primeira tarefa do alquimista consistia em decifrar os velhos textos, sempre escritos em código ou numa linguagem onde o duplo sentido era comum. Por aí começavam os exercícios de paciência e humildade. Depois vinham as misturas no almofariz: pirita arseniosa com prata, chumbo com ferro, além de um ácido, que podia ser o tartárico ou o cítrico, conforme o autor e a época. Depois de moer essa massa, num mesmo ritmo e sem qualquer vestígio de pressa ou desejo de obter logo um resultado, o alquimista devia deixar envelhecer a mistura. No momento recomendado tudo seria aquecido ao crisol, onde a temperatura devia ser aumentada muito vagarosamente, durante cerca de um mês. Chegava-se aí a uma fase importante das operações: a dissolução. A procura de um bom dissolvente exigia muita prática e bom-senso por parte do alquimista. O ácido sulfúrico e o ácido acético eram sugestões aceitáveis, conforme o que se quisesse obter. A operação devia ser realizada sob a luz polarizada (o luar, na cheia, por exemplo) e, durante muitos anos, toda a operação devia ser realizada de novo, até acontecer a transmutação. Para que “assentasse o espírito do universo” era necessária a chamada “paciência santa”. Se o operador esperasse muito ardentemente por isso, poria tudo a perder porque seu próprio comportamento seria afetado por aquele estado de espírito. Caso contrário, isto é, se trabalhasse com dedicação e amor sempre renovados pela simples fidelidade aos mestres da alquimia, a transmutação poderia ocorrer. Quer no crisol, quer dentro do alquimista, conforme a sua natureza e os seus desejos” Lisboa e Andrade (1990, p. 167).

LISBOA, Luiz Carlos e ANDRADE, Roberto Pereira de. Grandes enigmas da humanidade. São Paulo: Círculo do Livro, 1990.
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Mensagem por Infinito 16/7/2020, 01:59

Isaac Newton: o Último Feiticeiro

Esse é o nome do livro de Michael White, um inglês editor de ciências.
O livro mostra o envolvimento de Newton (pai do Cálculo, Gravidade, Mecânica, Ótica e Cálculo Infinitesimal etc..) com alquimia, astrologia, ocultismo. E cita os já conhecidos manuscritos de Newton sobre alquimia.

Trechos: ''A alquimia não é distante da física quanto sonha a nossa filosofia. Os alquimistas buscavam abranger todos os segredos do universo de forma, como chamamos hoje, holística. Eram excelentes observadores do mundo físico, o qual tentavam entender e explicar o seu funcionamento, com um olhar alternativo para o universo. Newton compreendeu que, se desejava levar a Física adiante, precisaria também reinventar o universo e criar uma nova narrativa.
Logo, para ele, a alquimia não era uma diversão, mas a sua musa inspiradora. E deve ser louvado por inventar a ciência criativa e que vai além do dado imediato. Era um homem muito religioso e acreditava ser seu dever desvendar os segredos do universo e só havia duas formas de fazer isso: estudando a palavra de Deus, a Bíblia, e a obra divina, a natureza. Ele procurou reunir esses universos em equilíbrio. Mas, antes de seu biógrafo e de Keynes, um contemporâneo havia revelado a estranha paixão do sábio racional: seu arqui-inimigo Leibniz.''

Isaac Newton, o Maçom e Rosacruz:
Em 1719, Newton foi eleito como o terceiro Grão Mestre da Grande Loja de Londres. Eu, particularmente, duvido MUITO que qualquer pessoa poderia chegar ao cargo de Grão Mestre de qualquer ordem que fosse se 'nunca tivesse frequentado uma reunião sequer'. Newton é tão conhecido dentro da Maçonaria inglesa que uma das mais tradicionais Lojas Maçônicas de Cambridge carrega seu nome, a ''Isaac Newton University Lodge, n. 859''.
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Mensagem por Martinho Lutero 16/7/2020, 02:51

Eu não sabia que Newton era Maçom!

Eu sabia que ele já ficou enclausurado estudando a Bíblia durante muito tempo. Mas sei que ele era doidão!
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Mensagem por Martinho Lutero 16/7/2020, 02:52

O interessante é que até hoje existem alquimistas sérios (embora sejam mais ocultos), e a maioria são pessoas com um bom nível de instrução.
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Mensagem por Dree Elle 16/7/2020, 15:31

É sabido que os alquimistas buscavam um elixir que conferisse a cura de todas as doenças (a panacéia), assim como a restauração e a conservação da juventude, pois eles partiam do princípio de que o envelhecimento e todas as doenças tinham uma mesma causa geral, a saber, o esgotamento do princípio vital. Eles buscavam também a primeira matéria, a substância primeira de onde tudo se originou. Pergunto: até que ponto a panacéia, a primeira matéria e a pedra filosofal não são nomes diferentes para uma mesma coisa? Pois é dito em muitos tratados que este princípio vital está contido na primeira matéria. Sendo assim, ela (a primeira matéria) é a panacéia, pois teria a força do elixir. Também a primeira matéria seria a pedra filosofal, pois o que se esperava desta última era o domínio dos princípios e dos fins e, sobretudo, o saber (daí a pedra ser filosofal). Ora, mas os alquimistas, quando se referem assim à pedra filosofal, fazem-no, também, relativamente à primeira matéria (mas não como se fossem duas coisas). Por conseguinte, "primeira matéria", "pedra filosofal" e "panacéia" parecem ser o mesmo ente.
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Mensagem por Alquimista 17/7/2020, 04:50

Dree Elle, teus conceitos estão corretos mas as conclusões erradas.

Esta primeira-matéria que você descreveu bem, ''a substância primeira de onde tudo se originou'', é pura potencialidade de ser. É a hyle (Mercúrio) que interage com a forma substantia (forma substancial - Enxofre) para dar origem à matéria.

Já a Pedra Filosofal (Lapis philosophorum), grosso modo, é o produto da recombinação da tríade alquímica Mercúrio-Enxofre-Sal elevados ao mais alto grau de pureza no Reino Mineral. Tem a ver com grau de vibração...
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Mensagem por Dree Elle 17/7/2020, 14:46

Tá, e como se forma essa pedra filosofal?
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Mensagem por Dree Elle 17/7/2020, 14:46

E pode me dizer quanto tempo é um mês filosófico? Obrigada.
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Mensagem por Alquimista 17/7/2020, 15:19

Dree Elle escreveu:Tá, e como se forma essa pedra filosofal?
Ora, lege, lege, lege, relege, labora et invenies...
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Mensagem por Alquimista 17/7/2020, 15:19

Dree Elle escreveu:E pode me dizer quanto tempo é um mês filosófico?
Cada mês filosófico corresponde a 1 dia.


Última edição por Alquimista em 5/10/2020, 05:28, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Atomic Boy 23/7/2020, 23:00

Pra quê serve a ''pedra filosofal''?
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Mensagem por Alquimista 24/7/2020, 02:01

Depois das Águias, o artista deve encarar os trabalhos da última fase da Obra: as Exaltações e Multiplicações.

Terminado o trabalho, o nosso Lapis philosophorum se apresenta ao Adepto nas seguintes formas:

- a Medicina Universal. É o Elixir da Longa Vida, chamada também de Ouro Potável pelos Filósofos... Seu poder é atuante e supremo nos três reinos da natureza: vegetal, mineral e animal.

- Agora se se fermenta nossa Pedra com o Sol ela passa a ser aquilo que o Filósofos chamaram de Pó de projeção. Mas agora seu poder é atuante somente no Reino Mineral e sua única finalidade é transmutar metais vis em ouro. Portanto o Adepto deve estar bem ciente de qual será o seu objetivo final, pois se quiser apenas transmutar metais vis em ouro não será mais possível usar a Pedra como Panaceia Universal.

- Mas agora se se eleva mais ainda o poder de nossa Pedra (que já era perfeita) ela perde a capacidade de se solidificar e se torna uma Lâmpada Perpétua. Isso significa que a Pedra neste estágio será uma massa líquida, semelhante ao mercúrio vulgar, que emite uma fosforescência no escuro, um brilho vermelho e tênue que nunca se apaga e esse será o seu único uso. Eis o segredo das famosas e enigmáticas Lâmpadas Perpétuas...

Resumindo, a verdadeira finalidade da Pedra Filosofal é a MEDICINA UNIVERSAL.

Claro que falei bem resumidamente, pois há muito mais para ser descoberto...  


A propósito, vocês conhecem a história do alquimista Henning Brand que descobriu o elemento fósforo acidentalmente quando estava procurando pela Pedra Filosofal? Recomendo... é muito interessante a história.


Última edição por Alquimista em 30/7/2020, 05:26, editado 3 vez(es)
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Mensagem por Alquimista 24/7/2020, 02:25

É óbvio que no decurso deste tópico EU jamais citei o verdadeiro nome do sujeito de nossa Obra. Sim, citei alguns procedimentos, uns falsos, outros verdadeiros... Cabe ao artista refletir e se orientar para não cair nos becos sem saída desse dédalo tão complicado...

Mas, para não dizerem que não fui caridoso com os iniciantes, aí vai tudo o que precisam saber para a realização (real e segura) do Magistério:

É imprescindível, caro peregrino, que tua primeira etapa seja realizar a peregrinação a Santiago de Compostela, assim como Flamel fez... Então esteja munido de teu cajado e de tua Concha de Vieira, seja paciente!, e, chegando lá no túmulo do Apóstolo Tiago, se você for Bom, ore para que a Estrela apareça para você... essa é a Estrela de Belém que sabe guiar os verdadeiros Sábios e nunca deixa que eles se percam no caminho. Então, se você for merecedor e receber o Dom Celestial, rejubile-se com este presente que lhe foi dado... E, uma vez completado o Caminho de Santiago, sabia que no seu retorno você deve decidir se deve ir adiante via terra ou via mar...

De fato, a jornada mais árdua e a verdadeira Obra do artista é encontrar o Mercúrio dos Sábios. O resto é apenas trabalho de mulher e brincadeira de criança...
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Mensagem por Fulcanelli 26/7/2020, 01:23

Eis nosso Mercúrio Filosófico, nosso Mercúrio Duplo, nosso tão querido hermafrodita, REBIS, a água que não molha as mãos, e mesmo assim a água brilhante ideal pro banho do nosso Rei...

Que Flamel tão bem representou o seu modo de produção na sua Planche Première...

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Mensagem por Atomic Boy 26/7/2020, 15:19

Doideira.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 24/12/2020, 13:50

Alguém aqui já praticou a via do Cinnabar de Roger Caro / Kamala Jnana ?
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Mensagem por Fulcanelli 24/12/2020, 15:13

Rubellus Petrinus trabalhou anos a fio neste caminho e não obteve êxito.
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Mensagem por Merlin 4/4/2021, 13:10

A Pedra Filosofal

"Foi do Egito, por intermédio dos árabes, que se espalhou a ideia de que a pedra filosofal era o meio de se transformar em ouro os metais comuns. A conquista do Egito deu aos árabes a posse de conhecimentos que eram provavelmente, na origem, fruto dos trabalhos de uma casta sacerdotal ciosa, ensinados nos templos sob a forma de mistérios só acessíveis a iniciados. Heródoto e Platão haviam estudado neste país notável. Novecentos anos antes da conquista, a Academia de Alexandria tornara-se já um centro científico e, ainda na época em que os árabes incendiaram a famosa biblioteca, Alexandria era a mais importante sede e albergue da ciência grega...
A lâmpada maravilhosa dos cientistas árabes, por intermédio do qual o homem podia adquirir toda a magnificência, era considerada algo de tão real, tão acessível como, alguns séculos mais tarde, as vassouras que transportavam pelo ar as bruxas das lendas germânicas. No Egito, esta lâmpada tomou a forma da pedra filosofal.
As escolas árabes, pela procura desta pedra filosofal, deram o primeiro impulso científico a toda a Europa ocidental, introduzindo assim nela os conhecimentos químicos. Sobre o modelo das Universidades de Córdova, Sevilha e Toledo, visitadas desde o século X por curiosos de toda a parte, cedo se formaram novos centros científicos em Paris, Salamanca e Pádua, e os sacerdotes cristãos vieram a ser os depositários e propagadores de doutrinas científicas dos sábios árabes. Muitos séculos depois, a Alquimia conservava ainda, do tempo dos sacerdotes egípcios, interpretações de obscuridade proverbial e estilo místico, repleto de imagens e entremeado de ideias religiosas.
Os escritos de Geber, este Plinio do século VIII, denotam uma variedade de conhecimentos químicos verdadeiramente admirável para a época. As teorias de sábios eminentes do século XIII, Roger Bacon, Albert de Bollstadt (Alberto Magno, bispo de Ratisbona) podem, certamente, pela riqueza das ideias e extensão dos conceitos, comparar-se às teorias das escolas filosóficas modernas.
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Mensagem por Merlin 4/4/2021, 13:11

Já no tempo de Geber se classificavam as substâncias, como hoje, por grupos, segundo as analogias. Todos os metais partilham certas propriedades fundamentais: brilho metálico, inalterabilidade de alguns ao fogo (metais nobres), etc.
Por causa de seu brilho metálico, a galena e a pirita não podiam ser consideradas distintas dos metais: a galena tem quase a mesma cor do chumbo; a pirita, a do ouro. De ambas se pode extrair enxofre; da primeira pode-se, sem mudança de cor, retirar chumbo, dúctil, fusível, dotado de brilho metálico. Não seria natural, portanto, acreditar que todos os metais continham enxofre, e que este lhes modificava as propriedades conforme entrava em maior ou menor quantidade? E como, expulsando enxofre da galena, esta se transformava em chumbo metálico, não seria possível que, separando um pouco mais de enxofre, se poderia tornar o chumbo mais nobre, convertendo-o em prata?
Conhecia-se a propriedade do mercúrio se reduzir facilmente a vapor. Não seria natural, então, admitir que a formação da ferrugem, que a perda de propriedades metálicas experimentada pelos metais por calcinação, proviriam da libertação de um mercúrio volátil?
Não é de admirar que os alquimistas tenham tomado por metais certos sulfuretos, se notarmos que os químicos, em época muito mais adiantada, consideraram um óxido de urânio como metal puro.
Existem, diz Geber, modos de produzir e transmitir metais, assim como o provavam fatos que ele considerava incontestáveis. Os alquimistas supunham a presença, nos metais, de um princípio particular que lhe comunicava o caráter da metalidade: o mercúrio dos <>. Extraindo o princípio metálico de uma substância, aumentando, por depuração, a força daquele, preparando, assim a quinta essência da metalidade, obtinha-se a pedra que, associada a metais comuns, enobrecia estes. Esta pedra filosofal atuava, segundo alguns alquimistas, à maneira de fermento.
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Mensagem por Merlin 4/4/2021, 13:13

No seu mais alto grau de perfeição, a pedra filosofal era uma panacéia universal. Segundo Roger Bacon, uma só parte da pedra bastava para converter em ouro um milhão de partes (mil milhões, segundo Raimundo Lúlio) de metal comum. Segundo Basílio Valentim, porém, o poder de transformação da pedra filosofal não ia além de 70 partes de metal comum, e na opinião de John Price, o último <> do século XVIII, a 30 ou 60 partes.
Antes da invenção da imprensa, era fácil aos alquimistas manter secretas as suas pesquisas: os segredos das experiências só se trocavam entre iniciados. As operações químicas que eles fizeram conhecer são claras e inteligíveis quando não conduzem a resultado que se relacione diretamente com a finalidade principal que procuravam.
Quando, porém, se trata da <<grande obra>>, nada mais há que símbolos e imagens, que exprimem, em linguagem ininteligível, o que eles mesmos só muito vagamente apreendiam. O que mais admira é que a existência da pedra filosofal possa ter passado, durante tantos séculos, como verdade incontestável, pois que ninguém a possuía, embora todos garantissem que outro a tinha.
No século XV havia alquimistas nas cortes de muitos príncipes reinantes: o imperador Rodolfo II e o palatino Frederico davam-lhes grande proteção. Havia quem se ocupasse de Alquimia em todas as classes sociais, e sacrificavam-se quantias consideráveis para a descoberta da pedra filosofal. Surgiu então a turba dos aventureiros, que se fizeram passar, junto dos grandes senhores, por adeptos, possuidores do grande segredo - jogo perigoso que, quase sempre, acabava mal, com a falta de êxito das operações a que se entregavam.
Não há necessidade sequer de compreender a Química e de conhecer a sua história para não cair em menosbacar a época da Alquimia. Seria possível que, durante séculos, homens instruídos, e pensadores como Bacon, Espinosa, Leibnitz, pudessem professar uma opinião totalmente desarrazoada ou despida de fundamento?
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Mensagem por Merlin 4/4/2021, 13:13

Não indica isso, antes, que a transmutação dos metais estava perfeitamente de acordo com todas as observações do tempo e que não contradizia nenhum fato conhecido?"
Justus V. Liebig. Novas cartas sobre Química. Edição francesa de 1852.
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Mensagem por Merlin 4/4/2021, 13:16

Aqua fortis

"Um dia um velho pôs no seu alambique um pouco de alúmen, vitríolo verde e salitre. Colocou em posição a parte superior do alambique e assentou-o sobre um fogo de carvão. Mais tarde não sabia explicar porque tinha feito aquela mistura. Pelo bico saía um gás castanho; depois um pouco de líquido incolor gotejava pelo bico.

Tinha ali colocado um pequeno prato de cobre, mas o líquido produzia furos no prato e escapava-se. Experimentou apanhar o líquido numa pequena bandeja de prata; ficou logo crivada de furos. Um receptáculo de couro não resistiu; o líquido corroiu-o todo. Até o alambique ficou danificado e perdeu todo o brilho. Tocou o líquido com o dedo; a sua pele tornou-se amarela, sem vida e áspera. Chamou o líquido ...

Em breve percebeu que apenas o ouro e o vidro não eram atacados por esse líquido. Como a louça do alambique era danificada na preparação, em breve se tornou evidente àqueles que repetiam a experiência que era necessário inventar uma vasilha toda de vidro. Tinha que ser de uma só peça para evitar a perda de líquido... Os sopradores de vidro de Veneza solucionaram o problema ... fabricando uma retorta de vidro" K. G. Irwin - História da Química
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Mensagem por Merlin 4/4/2021, 13:18

Poético isso sobre o ácido nítrico, né? Bem, acho Alquimia muuuuuito intrigante, mística, mas foi através dela que as técnicas da Química se desenvolveram, até certo ponto, claro...
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Mensagem por Rei de Ouros 4/4/2021, 19:22

Ácido Nítrico + Ácido Clorídrico= ouro corroído?


Qual a proporção para que o ácido clorídrico e o ácido nítrico juntos possam corroer o ouro? Eu pesquisei em vários sites e só descobri que uma solução concentrada de Ácido Sulfídrico e Ácido Clorídrico são capazes de corroer o ouro.
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Mensagem por Fulcanelli 4/4/2021, 19:43

A água régia (do latim "aqua regia" que significa "água real") é uma mistura de ácido nítrico e ácido clorídrico concentrados, geralmente na proporção de 1 para 3. É um líquido altamente corrosivo de coloração amarela. É uma das poucas substâncias que podem dissolver o ouro e a platina.
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