Mundo do Xadrez

De fato, uma lenda reza que o xadrez foi criado com uma possibilidade de brincar de guerra, logo podendo-os comparar com unidades reais:

Peão=Soldado, tropas e infantaria.
Torre=Artilharia (longo alcance da artilharia, que por sua vez é móvel)
Cavalo=Cavalaria (tanques de fácil mobilidade, e capaz de destruir sem combate frontal, como o cavalo que ataca mas não pode ser atacado de volta, apenas por outro cavalo)
Bispo=Aviões (bombardeiros e até foguetes, ou atiradores de elite (snipers), que assim como o bispo, que se esgueira pelas diagonais)
Rei=Capital (local onde o presidente, chefe de estado ou líder habita)
Dama (Rainha)= Arma de destruição em massa (por sua grande mobilidade e poder bruto, além de fazer papel de Torre de Bispos da diagonal preta e branca)

Bem, o xadrez é dentre todos os "jogos de Tabuleiro" o que mais está relacionado a estratégia, mas credita-se aos Indianos sua criação em meados do século VI d.C. Era conhecido como "o jogo do exército" ou "Chaturanga" e podia ser jogado com dois ou mais jogadores... dentre as lendas a famosa é de que teria sido inventado por um sábio Hindu para alegrar um Rei que havia perdido um filho numa batalha.

Eu gostaria de enriquecer o debate fazendo, salvo melhor juízo, uma pequena colocação: à época que o xadrez foi criado,a guerra se apresentava com meios medievais, com isso não faz sentido falar em aviação. Os bispos simbolizavam sim o Clero, a Igreja, que tão importante papel exercia nos conflitos da época. A dama ou rainha remetiam a aristocracia, daí tanto poder. Já as torres levavam a ideia de máquinas de guerra (catapultas, as próprias torres móveis utilizadas na superação das muralhas, para dar maior alcance às setas dos arqueiros, etc...). Cavalos são exatamente o que são: cavalaria hipomóvel, com todas as características de flanqueamento pelo movimento da peça. Os peões a infantaria a pé, de deslocamento lento, mas em grande quantidade e finalmente o Rei, retratando o Estado. O jogo implica no uso de estratégia, pelo próprio desenrolar, e quanto a poder se prever alguns movimentos do adversário antecipadamente, na guerra também se faz dessa forma, e, como no xadrez, nem sempre se acerta... Pode-se também, como na guerra, mudar a estratégia conforme as necessidades forem se apresentando, induzir o inimigo ao erro e trocar (gambitos) peças por posições vantajosas. Sim, colegas, isso tudo é ESTRATÉGIA!

O avô do nosso xadrez é mesmo o jogo hindu shaturang (que se não engano significa "sofrimento do rei"), ele tinha quatro exércitos, jogava-se com 4 jogadores (uma dupla de aliados contra outra) e com auxilio de dados. As peças de cada exercito eram 4 infantes, um cavaleiro, uma biga (que origina nosso bispo), um elefante (que origina a nossa torre) e o rajá/rei/xá.

Ele originou o xadrez persa (que é o nosso), o chinês (xiangki, muito interessante de jogar) e o japonês (shogi, que tem a interessante característica que nenhuma peça é morta, mas sim CONVERTIDA, o que significa dupla baixa, você perde um poder de fogo e o inimigo ganha um!).
O xadrez persa introduziu a figura do vizir (que origina nossa rainha, ao chegar na Europa, com poderosas damas celtas).
Até nossos termos são persas. Ex: Xeque-mate significa o "rei morto."

Quanto a reprodução mais realista de uma batalha já foi dito aqui que a igualdade de número, equipamento e terreno raramente acontecem, mas o xadrez foi usado como comparador de liderança apenas.
O xiangki tem a particularidade de envolver a questão de atravessar rio, pântano e terreno urbano.
Os videogames atuais são melhores simuladores de tática.
Talvez o nosso xadrez seja mais um jogo tático que estratégico.

Até onde eu sabia o xadrez tinha sido criado na Índia, com regras e peças bem semelhantes as atuais, com a diferença que em vez das torres havia os elefantes-de-guerra, e em vez dos bispos haviam os carros-de-guerra, também chamados de vizires, já que eram os mais altos membros da nobreza (no caso os vizires) que combatiam nesses carros.

O jogo se espalhou pelo oriente e chegou à Europa pelas mãos dos cruzados, onde os elefantes foram, por analogia, substituídos pelas torres (ambas as estruturas militares serviam como base segura de lançamento de flechas) e os vizires substituídos pelos bispos (a Igreja influenciava os governos ocidentais tanto quanto os vizires no oriente).

A explicação para que a peça mais poderosa fosse a rainha, e não o rei, como era de se esperar, é de que a rainha, no tabuleiro de xadrez, não representava a "esposa do rei" em si, mas o espírito de fidelidade do povo para com o seu soberano.