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Mensagem por Flautista de Hamelin 30/6/2019, 20:31


Eu falo DVÓjak, Sãns e RostroPOvich...
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Mensagem por sombriobyte 1/7/2019, 02:20


Dvorak é praticamente impronunciável para um "não iniciado" em língua tcheca. Falo o Dvorják, que se tornou clássico.

Falo Saens, como já ouvi vários franceses falando.

E a pronúncia correta de Rostropovic é Róstropovic.

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Mensagem por Lilith 1/7/2019, 12:54


Sendo o nome russo, a pronúncia mais aproximada é /rastrapóvitch/.

Saudações по-русски.
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Mensagem por Lilith 1/7/2019, 12:55


Gente, alguém poderia me dizer por que o concerto 21, Kv.467, de Mozart é chamado de Elvira madigan?? (de onde surgiu isso??)
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Mensagem por Eugene Hector 1/7/2019, 13:14


Por causa de um filme.
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Mensagem por Alquimista 1/7/2019, 19:06


"Elvira Madigan", de 1967, apesar de ser um filme sueco, não tem nada a ver com Bergman. Na verdade, foi dirigido por Bo Widerberg.

(Aliás, trata-se de uma refilmagem. O original é de 1943 e foi dirigido por Ake Ohberg.)

O Concerto no. 21 de Mozart acabou ganhando esse apelido nonsense porque seu andante - gravado por Géza Anda - foi utilizado em uma importante cena do filme.

(Eugene espertalhão! hehe)
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Mensagem por Necromante 1/7/2019, 19:51


Hehe,

Após essa sequência de mensagens, "algo me diz" que o Eugene Hector editou uma mensagem em que dizia que o filme era de Bergman...

BIG LOL!
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Mensagem por Eugene Hector 1/7/2019, 20:17


Eu editei antes do Alquimista postar a mensagem!
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Mensagem por Alquimista 1/7/2019, 20:35


Se ele editou antes ou depois de mim não sei. Só sei que eu li e por isso escrevi, hehehehe...
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Mensagem por Alquimista 4/7/2019, 06:01


Johann Sebastian BACH (1685-1750)

"A beleza da música de Bach é tal que, sinceramente, a gente não sabe como se portar para se tornar digno de escutá-la."
Claude Debussy

SUA VIDA

Se existe um sobrenome ligado à música, ele se chama Bach. Desde Veit Bach, que no século XVI tocava cítara enquanto moía seus grãos, até 1685, quando nasceu Johann Sebastian, são contados 27 músicos Bach - de 33 homens nascidos com o nome. É, portanto, uma tradição respeitabílissima.

O maior de todos os Bach, Johann Sebastian, nasceu em 21 de março de 1685, em Eisenach, pequena cidade da Turíngia, leste da Alemanha. Era filho de um músico, claro, Johann Ambrosius Bach, Haussmänner (músico municipal). E foi o próprio pai quem o iniciou na música, ensinando-lhe violino, ao lado do tio Johann Christoph, que passou os primeiros rudimentos de órgão. Muito novo, Johann Sebastian passou a cantar em coros e assim ia entrando no mundo musical.

Mas sua infância ficou marcada mesmo pela orfandade: sua mãe morreu quando tinha nove anos e seu pai, quando tinha dez. Desde então, foi criado pelo irmão mais velho, Christoph, que trabalhava como organista em Ohrdruf, cidade próxima, onde passariam a morar.

Aos quinze anos, Johann Sebastian conseguiu entrar na escola de São Miguel de Lünenburg, onde cantaria no coro e teria ensino formal de música. Fez progressos admiráveis, e, aos dezoito anos, foi contratado, sem concurso, como organista da Nova Igreja de Arnstadt, recém-construída.

Ele perdeu o emprego alguns anos depois, ao se ausentar por quatro meses, para ir a Lübeck conhecer o célebre Buxtehude, que admirava. Mas não permaneceu muito tempo desempregado: foi logo admitido como organista em Mühlhausen. E, em 1707, se casou com Maria Barbara, uma prima distante.

No mesmo ano, transferiu-se para a corte de Weimar, para trabalhar como organista, violinista e compositor. Ficou por lá até 1717, período esse cheio de conflitos com o duque - ambos, Bach e o nobre, tinham personalidades difíceis.

Depois de Weimar, foi para Köthen, onde trabalhou para um príncipe mais amigável, Leopold d'Anhalt-Köthen. Foram cinco anos frutíferos. Como Leopold era calvinista, Bach não podia escrever música religiosa para o culto, ficando restrito à música instrumental - datam dessa época os Concertos de Brandenburgo, o Cravo bem temperado, a maior parte de sua música de câmara, as suítes orquestrais...

Durante a temporada em Köthen, Bach ficou viúvo de Maria Barbara, casando-se em seguida com Anna Magdalena Wilcken, uma das cantoras da corte. A morte da esposa aguçou-lhe o sentido religioso e a vontade de retomar a tradição familiar de trabalhar para a igreja; em 1723, obteve o cargo de Kantor (professor e diretor musical) na Igreja de São Tomás, em Leipzig.

Foi em Leipzig que Bach compôs a maior parte de suas cantatas, as duas Paixões e a Missa em si menor. Mas a rotina na igreja e na escola foi o amargurando. Bach, pouco a pouco, foi se isolando. Chegou mesmo a compor muito pouco - dedicava-se mais a remanejar as obras antigas, fazendo transcrições para o órgão ou as readaptando - o que era especialmente estranho para um músico que conseguira compor uma cantata por semana.

Em 1750, fica cego. Desesperado, tenta duas cirurgias com um charlatão inglês, John Taylor, mas elas só pioram sua situação: ao dia 28 de julho, morreu Johann Sebastian Bach. Ficou nas sombras até 1829, quando Mendelssohn regeu a Paixão segundo São Mateus em Berlim.

SUA OBRA

A obra de Johann Sebastian Bach é a maior unanimidade da história da música. Ninguém ousa profaná-la, ninguém se arrisca a desqualificá-la. Não há defeitos em Bach, de sua menor peça para cravo à Missa em si menor.

Bach não foi um renovador como Beethoven, Wagner ou Debussy, mas um grande consolidador de formas. Ele trabalhou em todos os gêneros (tirando a ópera), os aperfeiçoando ao máximo, e colocando sua marca pessoal, inigualável.

Não há dúvida também que Bach foi dos grandes compositores aquele que mais tinha domínio técnico - foi o melhor de todos os polifonistas e o maior mestre da fuga e do contraponto de todos os tempos. Mas toda sua maestria de artesão da música, título que não o desagradaria, não excluiu a sensibilidade de sua arte, uma das mais expressivas e profundas do século XVIII.

MÚSICA SACRA
Bach tinha inabalável fé luterana e provou isso com inúmeras obras sacras. O destaque são suas mais de 200 cantatas, que compôs ao longo da vida. As mais conhecidas são as de BWV 4, 78, 82, 140, 147 e 202, mas todas despertam interesse.

Entre as obras maiores, destacam-se o Oratório de Natal e as grandes paixões de São João e, principalmente, de São Mateus. A última é considerada por alguns o maior monumento da música ocidental. É profundamente espiritual e meditativa, capaz de gerar grandes reflexões em quem escuta.

Dado que era protestante, Bach escreveu poucas obras em latim, entre elas o Magnificat e a suprema Missa em si menor. Esta é a prova de como ele conseguia fazer o novo a partir do já existente: grande parte da obra é baseada em temas de suas próprias cantatas - sacras ou profanas - e do cantochão tradicional da Igreja Católica.

MÚSICA ORQUESTRAL
Bach nunca teve à sua disposição uma grande orquestra. Mas, de acordo com suas possibilidades, escreveu verdadeiras obras-primas orquestrais. As mais conhecidas são as quatro suítes, com destaque para a segunda e a terceira (a da célebre Ária).

A incursão de Bach no concerto grosso está bem ilustrada nos seis Concertos de Brandenburgo, que impressionam por seu grande vigor e virtuosismo. Para instrumento solista e orquestra, os quatro concertos para violino (dois deles duplos), de expressividade quase romântica, e os para conjunto de cravos, em boa parte adaptações de seus concertos para violino e dos de autores como Vivaldi e Marcello.

MÚSICA INSTRUMENTAL
O instrumento natural de Bach era o órgão, e foi como grande organista que obteve a admiração de seus contemporâneos. Seria natural que dedicasse a este instrumento algumas de suas obras-primas.

Destacam-se em suas obras organísticas as quatro coleções de prelúdios-corais baseados em corais luteranos, a célebre Tocata e fuga e ré menor, a Tocata, adagio e fuga em dó maior e a monumental Passacaglia e fuga em dó menor.

Para o teclado (clavicórdio ou cravo, tanto faz, já que Bach chamava ambos de klavier, teclado), Bach dedicou sua obra mais "teoricamente engajada", o Cravo bem temperado, um conjunto de 48 prelúdios e fuga, dois em cada tonalidade, que serviu para consolidar definitivamente o sistema tonal que subsiste até hoje, além do Concerto italiano e das Variações Goldberg, uma de suas obras-primas mais apreciadas.

No campo da música de câmara, não podemos nos esquecer das Partitas para violino solo e das Trissonatas, para flauta e cravo.
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Mensagem por Alquimista 6/7/2019, 05:54


Fundamentos da Acústica

Utilizando-se do conceito Forma de Onda, podemos dizer que todos e quaisquer instrumentos musicais tem a sua forma de onda característica e particular.
A forma de onda mais elementar é a onda sinusoidal. É o tipo mais elementar de vibração, é periódica, pois se repete a cada período, e soam em uma só frequência: portanto, poderá ser um tom puro como a de um diapasão acústico.
Já as formas de ondas que correspondem às notas dos instrumentos musicais, costumam ser mais complicadas. São formadas por mais de um tom puro e em diversas combinações não sendo um tom puro, e sim uma onda complexa, no entanto são periódicas, pois se repetem a cada período.
Do comprimento de onda dizemos que é a distância física que uma onda percorre no tempo de um ciclo completo.

Mundo da Música - Página 10 Compri10

A frequência e a quantidade de ciclos por segundo, o comprimento de onda e a frequência estão relacionados e obtemos que:

comprimento de onda (m) = velocidade do som (m/seg.)
                                                  frequência (Hertz)
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Mensagem por Alquimista 6/7/2019, 05:56


A absorção acústica de um material é a relação entre a quantidade de som absorvido e a quantidade de som que está incidindo neste material. Podemos atribuir, por exemplo, valores de 0 a 100, a esta quantidade de absorção; de um lado temos o vão aberto de um compartimento como uma janela aberta.
Essa janela aberta ''totalmente'' absorve normalmente 100% do som incidido, por outro lado um material que reflita todo o som que incida sem nenhuma absorção terá 0% de quantidade de absorção. Medimos geralmente o coeficiente de absorção para as bandas de frequência de uma oitava com frequências centrais de 125 Hz, 250 Hz, 500 Hz, 1KHz, 2KHz, 4KHz.
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Mensagem por Alquimista 7/7/2019, 03:27


SELOS - Conheça as empresas que fabricam os discos que amamos

Pode parecer estranho um fórum sobre assuntos diversos ter uma seção destinada aos selos e às gravadoras. Mas não é. Para o melômano comprador de disco de música erudita, é muito importante saber reconhecer a companhia que produz seu CD. Elas não são todas iguais, nem agem da mesma forma - cada uma delas tem suas características próprias, preferências estilísticas, coleções, artistas contratados, etc. Assim, é bastante útil conhecer essas empresas. Foram aqui selecionadas as principais delas e as que são mais facilmente encontradas nas lojas brasileiras.

UNIVERSAL MUSIC GROUP

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A Universal Music Group é o resultado da fusão entre a Universal e a gigante PolyGram. Dessa maneira, tornou-se, de longe, o maior conglomerado musical do planeta. Tem nada mais nada menos que três dos maiores selos: Deutsche Grammophon, Decca e Philips.


DEUTSCHE GRAMMOPHON

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A Deutsche Grammophon é o selo mais tradicional de música erudita. Atrás do famoso logotipo amarelo, sempre - ou quase sempre - encontramos excelentes discos, de qualidade sonora e com grandes intérpretes. Seu grande forte são as obras sinfônicas: orquestras como a Filarmônica de Berlim e de Viena e maestros como Pierre Boulez e Claudio Abbado gravam para o selo. Sem contar seu acervo riquíssimo, que para nossa sorte é sempre relançado em álbuns de preço camarada.


ARCHIV

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A Archiv é o selo da Deutsche Grammophon especializado em música pré-clássica, interpretações históricas e instrumentos de época. Artistas como John Eliot Gardiner e Trevor Pinnock gravam ou gravaram pela Archiv, o que a tornou respeitadíssima em sua área.


DECCA

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Decca é uma tradicional gravadora inglesa, muito conhecida do amante de ópera, sua especialidade. Sua linha de música antiga, descontinuada, se chama L'Oiseau-Lyre. A Decca também tem seu próprio selo de world music, new age e novos compositores, Argo.


PHILIPS

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A Philips é uma gravadora holandesa de nome tradicional e passado glorioso. Seu catálogo - relançado em coleções como Duo, Philips 50 e Eloquence - é de altíssima qualidade. Porém, com o surgimento da Universal Music Group, a Philips mudou radicalmente sua linha: a prioridade agora é o crossover (fusão de pop com clássico). Hoje a Philips é subordinada à Decca inglesa, como selo do chamado Decca Music Group.


BMG CLASSICS

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A BMG é outro grande conglomerado do setor. Possui quatro selos conhecidos: RCA Red Seal, Arte Nova, Deutsche Harmonia Mundi e Melodiya.


RCA VICTOR RED SEAL

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Esta gravadora é tradicionalíssima em sua área. Seu passado foi grande: Arturo Toscanini e Arthur Rubinstein, entre outros, gravaram com a RCA. Atualmente, artistas importantes como Sir Colin Davis, Günter Wand, Michael Tilson Thomas e o pianista Evgeny Kissin estão entre seus contratados. Gravações mais antigas que se tornam clássicos da discografia são relançadas em uma linha denominada Gold Seal. Outra série que a RCA mantém de gravações antigas é a Living Stereo, constituída de importantes documentos discográficos dos anos 1950 e 1960.


ARTE NOVA

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É o selo budget price da BMG. Conta com artistas consagrados mas não tão célebres - como o maestro Stanislaw Skrowaczewski e o pianista brasileiro Ricardo Castro - e lança, a preços bastante baratos (menores que os da Naxos, inclusive), discos de excelente qualidade. Uma grande pedida.


DEUTSCHE HARMONIA MUNDI

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Selo alemão, não podemos confundir a DHM com a Harmonia Mundi independente. É um selo considerado alternativo, isto é, grava com artistas sem tanto renome um repertório mais diferenciado, especialmente música de câmara e vocal. Sua especialidade é música antiga.


MELODIYA

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Este selo foi o oficial durante o regime comunista da ex-União Soviética. Assim, conta com inúmeras gravações históricas, seu carro-chefe, com artistas legendários como Sviatoslav Richter, Mstislav Rostropovich, etc.


EMI CLASSICS

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Essa gravadora inglesa é uma das mais respeitadas do mercado mundial de música erudita. Além dos novos lançamentos (que andam rareando, porém), a EMI tem um enorme número de gravações históricas, soberbamente remasterizadas e que volta e meia são relançadas. A EMI também se dedica à ópera. O grupo a qual pertence tem dois braços, menores e mais regionalizados: a Angel, selo americano, e Virgin Classics, selo inglês.


SONY CLASSICAL

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A Sony Classical é a antiga CBS Masterworks, que foi comprada pela megaempresa japonesa. Ela rivaliza com a Deutsche Grammophon em termos de arquivo: milhares de gravações de alta qualidade artística, que são seu grande trunfo. Lança também novos discos com estrelas como Yo-Yo Ma, Murray Perahia, Placido Domingo, Joshua Bell etc. Porém o nível artístico dessas novas gravações é oscilante, e constantemente a Sony Classical faz concessões a outros gêneros, como música de cinema, jazz, world music. E, como seria fácil de imaginar, a mistura quase sempre é de gosto no mínimo duvidoso. A subdivisão da Sony Classical dedicada à música antiga se chama Vivarte.


WARNER CLASSICS

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A Warner Classics tem quatro selos: Teldec, Erato, Nonesuch (world music e novos compositores) e Finlandia.


TELDEC

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Gravadora alemã, é o principal selo da Warner. Entre seus contratados, artistas conhecidos (Quarteto Borodin, Daniel Barenboim, Kent Nagano, Nikolaus Harnoncourt, Kurt Masur) e o nível artístico de seus CDs é sempre alto. A Teldec tem um selo de música contemporânea - New Line e uma divisão de música antiga - Das Alte Werk.


ERATO

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Tradicional selo francês, hoje pertencente a Warner. A Erato está para a Teldec assim como a Philips está para a Deutsche Grammophon: tem um catálogo fabuloso mas hoje dedica-se mais ao crossover que ao clássico propriamente dito.


NAXOS

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A Naxos é o grande enigma e a onda do momento no mercado discográfico clássico mundial. Qual a receita de seu sucesso? Boas gravações, catálogo gigantesco, repertório variado e preços imbatíveis. A filosofia da Naxos é gravar com bons e baratos músicos, juntar isso com material gráfico medonho e vender isso aos montes por bagatelas. E o nível artístico das gravações da Naxos é de primeira, sempre, apesar de dificilmente contar com estrelas do showbiz clássico mundial - resultado: seus discos são ótimas pedidas, porque o preço é muito bom! A Naxos é o selo principal de uma companhia chamada HNH, baseada em Hong Kong. A HNH não tem relação alguma com nenhuma corporação e tem uma divisão para novos repertórios, a Marco Polo, além de selos dedicados a gravações históricas, jazz e música chinesa. A gravadora dinamarquesa Da Capo faz parte do holding da HNH, mas é desvinculada da Naxos.


HARMONIA MUNDI

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A Harmonia Mundi é um dos mais conhecidos selos independentes (não devemos confundi-lo com a Deutsche Harmonia Mundi, da BMG). O repertório é mais diversificado do que os das companhias maiores, com destaque para a música de câmara, vocal e música antiga. A Harmonia Mundi se destaca pela qualidade excepcional de suas gravações - tanto a nível técnico como a nível artístico - e pelo acabamento primoroso de seus produtos. Além disso, ela distribui um selo semi-independente chamado Praga, especializado em registros impecáveis de artistas de República Tcheca.
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Mensagem por Alquimista 3/8/2019, 02:41


Uma Breve História da Música

Geralmente se divide a história da música ocidental em seis grandes períodos: Idade Média, Renascimento, Barroco, Classicismo, Romantismo e Modernismo. Obviamente, tal divisão não é tão precisa assim, e são comuns serem criadas sub-divisões e mais sub-divisões. Sem querer dar uma de musicólogo, o que não sou e estou longe de ser, criei um esquema simples de segmentações e períodos para organizar o nosso estudo de história da música.
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Mensagem por Alquimista 3/8/2019, 02:44


Uma Breve História da Música - IDADE MÉDIA (900-1400)

Cantochão (900 - 1200)
Gregório Magno, Guido d'Arezzo, Hildegard von Bingen

Ars Antiqua (1200 - 1300)
Leonino, Perotino

Ars Nova (1300 - 1400)
Vitry, Machaut

Como a história das civilizações, a história da música também se inicia com o advento da escrita - da escrita musical, mais especificamente. Isso se dá através do esforço do monge beneditino Guido d'Arezzo, no século X. Porém, há uma pré-história musical também. Podemos, é claro, retomar desde a música egípcia e dos antigos gregos e romanos. Mas como não conhecemos qualquer forma de notação musical desses povos, sua música não pode ser estudada porque dela não restou nenhum registro. Só conhecemos as obras criadas a partir do século IV, mantidas pela tradição oral e pela liturgia católica até d'Arezzo, que as anotou e as perpetuou.

Antes da invenção da partitura, o fato mais importante da História da Música foi a sistematização rígida da música litúrgica da Igreja feita pelo Papa Gregório Magno. No século VI, ele cria o cantochão, canto a uma só voz, dito monódico, oficial e único tolerado pela Igreja. O maior compositor do canto gregoriano, como o estilo ficou mais conhecido, foi uma mulher: a freira alemã Hildegard von Bingen, nascida em 1098.

Mas o cantochão dava seus últimos suspiros. A polifonia, canto a duas ou mais vozes, introduzida na música profana no século XI, começou a ganhar terreno. Já no século XIII, através dos compositores da Escola de Notre-Dame, Paris, notadamente Leonino e Perotino Magno, ela foi introduzida definitivamente à Igreja. É a fase que seria mais tarde identificada como Ars Antiqua.

A Ars Nova surge no século XV, com nomes como Phillippe de Vitry, Guillaume de Machaut e Francesco Landini, e leva a polifonia a um nível de sofisticação extremo. A transição para o RENASCIMENTO já está feita.
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Mensagem por Alquimista 3/8/2019, 02:47


Uma Breve História da Música - RENASCIMENTO (1400-1620)

Renascença (1400 - 1550)
Desprez, Victoria, Dufay, Lassus

Pré-Barroco (1550 - 1620)
Monteverdi, Peri

A Renascença leva a cabo duas revoluções: a contrapontística e a harmônica. Na primeira, a complexidade polifônica aumenta ainda mais. São compostos motetos, missas e madrigais de até 8 vozes simultâneas! Muitas vezes, cada voz cantava um texto diferente, sendo a compreensão obviamente impossível. Paralelamente, na harmonia, o sistema modal dominante na Idade Média caía gradualmente, e era substituído pelo tonalismo. Além disso, a música instrumental começava a se desenvolver, após um longo período de gêneros puramente vocais.

Os primeiros grandes compositores renascentistas são o inglês John Dunstable e o francês Guillaume Dufay, ainda no século XV. No cinquecento (séc. XVI), surgem as escolas nacionais: a flamenga (Jacob Obrecht, Johannes Ockeghem, Orlandus Lassus, Josquin Desprez), a alemã (Heinrich Isaac, Hans Leo Hassler, Michael Pretorius), a inglesa (William Byrd, John Dowland, Orlando Gibbons), a espanhola (Tomás Luís de Victoria, Antonio Cabezón) e a italiana (Luca Marenzio, Don Carlo Gesualdo e Giovanni Perluigi da Palestrina).

O maior compositor renascentista foi, sem dúvida, o italiano Claudio Monteverdi. Ele foi a verdadeira ponte entre o Renascimento e o Barroco, vivendo em ambos os períodos. Porém, o marco definitivo do fim da Renascença foi a composição da primeira ópera da história - Dafne, do também italiano Jacopo Peri, composta em 1597. Como a letra tinha papel importantíssimo na compreensão do enredo da ópera, a polifonia foi substituída pela homofonia, isto é, pelo canto a uma voz, mas, diferentemente do canto gregoriano, acompanhado.

Infelizmente, perdeu-se o manuscrito de Dafne. Assim, a ópera mais antiga que conhecemos integralmente é Orfeu, de Monteverdi, composta em 1607. Aqui as inovações de Peri são levadas adiante, definindo o destino dos próximos 150 anos de música: o BARROCO.
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Mensagem por Alquimista 3/8/2019, 02:51


Uma Breve História da Música - BARROCO (1620-1750)

Primeiro Barroco (1620 - 1700)
Frescobaldi, Lully, Purcell, Charpentier, Corelli, Pachelbel

Segundo Barroco (1700 - 1750)
Couperin, Vivaldi, Handel, Albinoni, Rameau, J.S. Bach


PRIMEIRO BARROCO 1620-1700

O início do século XVII foi marcado por grandes evoluções técnicas, principalmente na construção e desenvolvimento de instrumentos musicais. As atenções dos compositores, então, voltaram-se à música instrumental. Os músicos seiscentistas são os criadores dos embriões da maior parte dos gêneros orquestrais conhecidos hoje: concerto, abertura, sinfonia etc.

O concerto nasceu com o nome de concerto grosso. A diferença entre esse e o concerto clássico é que não há um solista, mas um grupo deles - o concertino, que dialoga com o restante da orquestra, o chamado ripieno. Um dos primeiros que se destacaram nesse gênero foi o italiano Arcangelo Corelli.

A sinfonia barroca não tem quase nenhuma relação com o tipo de sinfonia que estamos acostumados a ouvir hoje, como as de Beethoven, por exemplo. O nome sinfonia era dado às introduções orquestrais que precediam as apresentações de ópera - o que chamamos modernamente de abertura. Mas parece indiscutível que essas aberturas tenham sido as mães de todas as sinfonias; por merecimento, o avô seria Alessandro Scarlatti, um dos maiores operistas do período, criador do modelo italiano de abertura, dividida em três partes segundo o esquema rápido-lento-rápido. Exatamente como os três movimentos da sinfonia clássica.

No campo vocal, Marc-Antoine Charpentier escreve as primeiras cantatas (algo como uma suíte vocal, que reveza árias e recitativos, sem elementos dramáticos) e Giacomo Carissimi, os primeiros oratórios (cantatas longas, quase óperas não encenadas). Na ópera, Henry Purcell e Jean-Baptiste Lully são os maiores; na Itália, o estilo de ópera vai se transformando, ficando mais virtuosística e menos apegada ao libreto. É o nascimento do bel canto.

SEGUNDO BARROCO 1700-1750

A geração de compositores do início do século XVIII não dedicou-se à criação de novos gêneros, como a geração passada, mas sim à sua consolidação, levando os disponíveis à perfeição. Os concertos grossos, as cantatas, os oratórios, as paixões, a música para cravo e órgão, todas as modalidades atingiram seu mais alto nível e alcançaram sua forma definitiva.

Toda a música instrumental deste período é dominada pela fuga. A fuga é uma forma de escrita contrapontística, isto é, uma composição onde várias vozes (geralmente quatro) dialogam, "brigam" e se transformam, num fluxo intenso de música que exige bastante do ouvinte. A maior parte dos concertos, dos prelúdios-corais e dos motetos é escrito em forma fugata.

Outra característica da música orquestral setecentista é o baixo contínuo. O contínuo é um instrumento - geralmente de teclado, como o cravo ou clavicórdio - responsável em grande parte pela sustentação harmônica da obra. Como seu próprio nome diz, ele toca continuamente. Dada a sua importância estrutural, o baixo contínuo geralmente comandava toda a execução, e seu posto geralmente era destinado aos mestres-de-capela, os regentes. Ainda hoje, nos conjuntos de instrumentos de época, o maestro está sentado ao cravo.

O maior compositor barroco é, sem dúvida, o alemão Johann Sebastian Bach. Ele cultivou todos os gêneros, exceto ópera e balé, e a enorme força de sua obra ainda se faz sentir, tanto na música vocal, com suas cantatas e oratórios (incluindo aí a fabulosa Paixão segundo São Mateus), como na música instrumental, com suas tocatas para órgão e o Cravo bem temperado, obra definitiva que é referência para toda a música que seria mais tarde composta.

O alemão naturalizado inglês George Frideric Handel é outro nome de destaque, principalmente na ópera e no oratório (O messias é o maior exemplo). Antonio Vivaldi, padre veneziano, dedicou-se mais ao concerto e é o pai da música sinfônica posterior; porém, ele também se dedicou bastante à ópera e à música sacra.

Domenico Scarlatti, filho de Alessandro, era o Vivaldi do cravo. Escreveu mais de quinhentas sonatas para seu instrumento. Porém, a sonata barroca nada tem a ver com a forma que seria desenvolvida no Classicismo. É uma peça, geralmente curta, para instrumento solista, e é assim chamada para diferenciá-la da cantata: uma é cantada, a outra é tocada.

O último grande nome do Barroco é o francês Jean-Phillipe Rameau. Ele deixou duas grandes contribuições: a primeira foi dada na teoria, com seus tratados de harmonia que consolidaram o sistema tonal como o predominante nos próximos 150 anos; a segunda foi dada na prática. Ele se voltou contra a ópera de estilo italiano de A. Scarlatti e Handel, então em moda, e compôs obras mais sóbrias, onde o coro e a orquestra tinham maior destaque. Sua busca de harmonia e equilíbrio foi o pontapé inicial do CLASSICISMO.
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Mensagem por Alquimista 3/8/2019, 02:57


Uma Breve História da Música - CLASSICISMO (1750-1820)

Rococó (1750 - 1790)
W.F. Bach, C.P.E. Bach, J.C. Bach, Haydn, Boccherini, Gluck, Mozart

Pré-romantismo (1790 - 1820)
Beethoven, Weber, Paganini, Rossini, Schubert


ROCOCÓ 1750-1790

Duas foram as frentes de batalha no início do Classicismo: a música instrumental e a ópera. Na música instrumental, os primeiros campeões foram os filhos de Bach, principalmente Carl Phillip Emmanuel, que contribuiu de forma decisiva para a consolidação da forma-sonata, linha mestra de todo o período. Na ópera, Christoph Willibald von Gluck, que levou adiante as conquistas de Rameau na busca de uma ópera mais racional.

Harmonia e equilíbrio são as palavras-chaves do Classicismo. A música era vista como uma diversão leve e refinada, sem os exageros dramáticos e de ornamentação barrocos. Assim, ela se torna algo mais despojado, simples, homofônico, mas em compensação tende a ser uma arte frívola, formalista e um tanto mecânica.

A forma-sonata serviu de base fundamental para toda a música instrumental da segunda metade do século XVIII. Todos os principais gêneros criados na época - a sinfonia, o concerto para solista, o quarteto de cordas, a sonata - têm seu principal movimento, e talvez mais um outro, escrito na forma-sonata. Assim, embora tenha servido como molde para grandes obras-primas, ela de certa forma homogeinizou a produção instrumental da época.

Produção que não era pequena. O maior exemplo é o austríaco Franz Joseph Haydn, o primeiro grande gênio clássico. Ele escreveu 104 sinfonias, 80 quartetos de corda, 50 sonatas para piano, 20 óperas e ainda encontrou tempo para compor oratórios impressionantes como A criação e As estações.

Apesar desses feitos impressionantes, o maior compositor do período, e isso o próprio Haydn afirmava, foi mesmo Wolfgang Amadeus Mozart. Além de ser um verdadeiro prodígio (aos quatro anos já dava concertos!) e de compor copiosamente, era um músico sensível e profundo. Mozart estava longe de escrever peças superficiais como a de seus contemporâneos; aí que residia a grande diferença. Ele foi o melhor em todos os gêneros: do concerto para piano, modalidade que praticamente criou sozinho, à ópera, tudo que leva sua assinatura tende à perfeição.

PRÉ-ROMANTISMO 1790-1820

As últimas obras de Mozart são bastante diferentes das que ele compunha enquanto adolescente. Elas são mais dramáticas, tensas e refletem bem o seu estado psicológico, angustiado por perceber que estava morrendo. O Requiem é o maior exemplo dessa música que deixava de ser um divertimento frívolo e que começava a ser confessional, quase um retrato interior do compositor.

Quem levou adiante esse aspecto emocional foi o alemão Ludwig van Beethoven. Ele, que conheceu Mozart pessoalmente e que tinha sido aluno de Haydn, começou a escrever peças que aliavam o senso formal dos mestres a uma profundidade psicológica sem par em seus contemporâneos. Apesar de revolucionárias no conteúdo, que é altamente pessoal e subjetivo, no que concerne à forma, as obras beethovenianas estão fortemente arraigadas na tradição, na sonata, nos gêneros consagrados.

Essa fusão de individualismo e rigidez formal é a característica principal das duas primeiras décadas do século XIX e Beethoven logo se tornou o modelo dos demais compositores da época, principalmente Carl Maria von Weber e Franz Schubert. O primeiro compôs óperas como O franco-atirador, que levaram a fantasia mozartiana a um nível quase sobrenatural. Elas impressionaram, meio século mais tarde, o jovem Richard Wagner.

Já Schubert, que tinha verdadeira paixão por ópera e compôs várias delas, não obteve destaque como operista. O campo em que triunfou foi o lied (canção artística alemã) e música instrumental. Algumas de suas obras são ainda mais pessoais e introspectivas do que as de Beethoven, e ele foi um dos primeiros a experimentar gêneros de forma mais livre, como noturnos, fantasias e improvisos. Assim, ele mostrou, de maneira bastante intuitiva, o caminho que seus posteriores deveriam seguir.

O italiano Niccolò Paganini é importante não como compositor, mas como o primeiro superstar da história da música. Ele provavelmente foi o maior violinista de todos os tempos e soube cultivar sua fama. Tocava de forma tão emocional que parecia estar "possuído pelo demônio" - e, de fato, muita gente acreditava que ele tinha mesmo um pacto com o Diabo. Logo deixou de ser um homem para se tornar um mito. O primeiro grande mito do ROMANTISMO.
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Mensagem por Alquimista 3/8/2019, 03:06


Uma Breve História da Música - FUGA

A forma plana é onde todas as vozes de uma composição se movimentam juntas. Podemos sintetizar um scherzo em A-B-A porque quando estamos no trio, todas as vozes estão no trio. Porém existe um tipo de forma musical em que isso não ocorre - a fuga.

A fuga se movimenta em vários planos. As vozes mantêm certa independência umas das outras. Assim, as formas fugatas são as mais complexas, tanto para o compositor como para o ouvinte. As fugas, como peças polifônicas, são totalmente baseadas no contraponto, mais do qualquer outra forma. Este é o grande diferencial da fuga - a movimentação formal não ocorre apenas horizontalmente, mas também verticalmente. Vamos ver o que isso significa.

SUJEITO E CONTRA-SUJEITO
Antes de prosseguirmos, vale a pena lembrar que, independentemente do número de vozes em que uma fuga se desenvolva, o compositor sempre dará uma colher de chá ao pobre ouvinte, limitando-se a duas ou três vozes simultâneas e realçando uma delas. Uma fuga a seis vozes, onde todas tocam simultaneamente e em alto e bom som, seria inaudível.

Toda fuga é baseada em um tema chamado sujeito. Este sujeito geralmente é uma melodia curta e marcante, fácil de ser memorizada. A fuga começa com a apresentação do sujeito em uma das vozes, sem acompanhamento. Feito isso, ele é enunciado pelas vozes restantes, uma após a outra. Imaginemos uma fuga a quatro vozes. A chamada exposição teria o seguinte aspecto:

voz 1: sujeito...    
voz 2:               sujeito...  
voz 3:                              sujeito...  
voz 4:                                             sujeito...

As reticências indicam que o fluxo musical não pára. Quando uma voz apresenta o sujeito, expõe em seguida outra melodia, geralmente contrastante, denominada contra-sujeito, assim:

v1: s... cs...    
v2:       s... cs...  
v3:             s... cs...  
v4:                   s... cs...

Quando uma voz apresenta sujeito e contra-sujeito, ela termina a fase da exposição e passa a se denominar voz livre. Porém, algumas vezes é necessária uma pequena transição:

v1: s... cs... t... vl...    
v2:       s... cs... t... vl...  
v3:             s... cs... t... vl...  
v4:                   s... cs... t... vl...

E a exposição se encerra quando todas as vozes são "livres". Em algumas fugas, há uma reexposição, igual à exposição, mas onde as vozes entram em ordem diferente.

DESENVOLVIMENTO
A partir de então, a fuga segue por caminhos menos definidos. Não há um molde muito rígido, apenas um conceito de que, no desenvolvimento, serão apresentadas seções secundárias denominadas episódios, e que, entre eles, será reapresentado o tema, de forma variada. Um esquema possível seria o seguinte:

episódio 1 - sujeito - episódio 2 - sujeito - episódio 3 - sujeito...

As entradas do sujeito nunca são literais. Sempre o tema sofre uma ou outra variação, geralmente de origem contrapontística - e tem seu caráter modificado, principalmente. O fato é que o desenvolvimento é a parte da fuga onde o compositor pode dar asas à sua imaginação.

STRETTO
Concluído o desenvolvimento, inicia-se o stretto, que é o gran finale da fuga. Aqui o sujeito é exposto pelas diferentes vozes quase que simultaneamente, num ritmo acelerado e crescente - uma voz parece sempre estar querendo se afastar da outra, fugir da outra, daí o nome fuga. É uma passagem de grande força, e representa a vitória do sujeito e da tonalidade principal da fuga, a tônica. Após o stretto, segue a cadência (frase de encerramento).

A fuga é o molde formal de muitos gêneros, todos do século XVIII, onde predominou - concerto grosso, prelúdios corais, motetos, madrigais etc.
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Mensagem por Alquimista 3/8/2019, 03:17


Uma Breve História da Música - Forma-Sonata

Não há dúvida: a forma-sonata é o esquema formal mais importante da história da música. Nenhuma outra forma foi tão usada, tão estudada, tão valorizada, e, ao mesmo tempo, tão debatida, tão controversa e tão modificada pelos compositores. É o típico exemplo de uma arte viva, que se transforma no tempo.

Vale a pena ressaltar que estamos nos referindo ao modelo formal usado nos primeiros movimentos de sonatas, sinfonias, concertos, quartetos, etc.

HISTÓRICO
A forma-sonata surgiu no início do Classicismo, em meados do século XVIII. Embora não se saiba quem foi seu criador, ela deve muito de sua existência a um dos filhos de Bach, Carl Philipp Emanuel. Ele foi um dos primeiros a adotá-la em seus concertos, sonatas e sinfonias, e praticamente definiu a forma.

No Barroco, o termo "sonata" era usado para definir qualquer gênero puramente instrumental - assim como "cantata" era um gênero vocal. As sonatas de Scarlatti, por exemplo, eram compostas no esquema A-B.

A C.P.E. Bach seguiram-se Haydn e Mozart, que ampliaram a forma e a consolidaram definitivamente. A partir deles, a forma-sonata tornou-se o molde habitual para os primeiros movimentos de sinfonias, concertos, quartetos e, claro, sonatas.

VISÃO GERAL
A forma-sonata pode ser esquematizada como qualquer forma ternária, A-B-A, como um scherzo, por exemplo. Porém, ficou mais usual anotar a sonata como exposição-desenvolvimento-reexposição. Pelo menos três temas são trabalhados nas seções, a, b e c, como no esquema abaixo:

exposição              desenvolvimento      reexposição
a    b    c                    a     b    c                a    b    c
tônica dominante     tons distantes            tônica

Muitas vezes, os compositores acrescentam uma introdução lenta antes da exposição e uma coda apoteótica após a reexposição. Mas isso não chega a alterar a essência da forma-sonata, já que geralmente esses anexos independem dos temas principais do movimento.

A forma-sonata se inicia com a exposição, onde, como o próprio nome indica, são apresentados os temas; no desenvolvimento, eles são transformados, tratados de maneiras diferentes; e, na reexposição, o material temático retorna à sua forma original, embora nem sempre isso signifique um retorno literal.

Vamos ver cada uma das partes do melhor jeito possível: ouvindo música. O exemplo escolhido para ilustrar a forma-sonata foi o primeiro movimento da Sinfonia Clássica, op. 25, de Prokofiev. Apesar de ser uma obra do início do século XX, volta e meia ela é usada como modelo da forma, que é seguida à risca. Prokofiev escreveu essa sinfonia pensando em como Haydn faria se estivesse vivo. O resultado é mais do que um pastiche, é uma homenagem ao classicismo vienense - e, por tabela, à forma-sonata.



EXPOSIÇÃO
Na exposição, como já vimos, são apresentados, um a um, os temas do movimento. Dada a importância, vamos apresentar cada uma de suas partes. Tente memorizar os temas; é com eles que o compositor trabalha todo o tempo.

introdução
Este Allegro não começa propriamente no primeiro tema. Há antes uma espécie de introdução, como se Prokofiev quisesse avisar que a música começou.

primeiro tema
Agora sim, o primeiro tema! Repare no seu caráter relativamente tenso, e no ritmo rápido com que as cordas o executam. Para facilitar a memorização, ele é repetido em seguida, o que também acontece com os temas seguintes, na exposição.

segundo tema
O segundo tema vem em seguida e é na verdade uma extensão do primeiro, mas as madeiras o desenvolvem de maneira menos brusca. No final, há uma pequena ponte para o surgimento do...

terceiro tema
...terceiro tema, mais relaxado, e mais humorístico também, fazendo um forte contraste com o primeiro. Os temas contrastantes é característica da exposição da forma-sonata tradicional. Note a aceleração que ocorre no final.

cadência
É o encerramento da exposição, fortemente marcado. Em sinfonias clássicas (ou "pastiches", como neste caso), todas as seções têm finais marcados. Mais adiante, as divisões tornam-se menos distintas no fluxo musical.

Pronto. A exposição cumpriu seu papel: apresentou todos os temas, contrastantes, duas vezes. Veja - ouça - como ficou a exposição completa.

DESENVOLVIMENTO
No desenvolvimento, o compositor pode dar asas à sua imaginação. Ele vai pegar os temas apresentados na exposição e retrabalhá-los, modulando-os (mudando de tonalidade), alterando ritmos, variando, enfim. Daí a importância da exposição: ela tem que ser bem feita, para dar origem a um desenvolvimento interessante.

Tornou-se tradicional fazer um desenvolvimento tenso, dramático. Isso causa grande efeito, e faz com que a reexposição surja com toda a força possível, como uma volta ao lar depois de uma viagem turbulenta.

Não é necessário fracionar o desenvolvimento do exemplo que estamos estudando. Aqui, ele segue a ordem da exposição, e é fácil distinguir os temas, portanto não será complicado perceber a estrutura.

desenvolvimento
Ele inicia diretamente no primeiro tema, omitindo a introdução. Note que estamos em outra tonalidade - soa diferente! Ao contrário da exposição, aqui o tema não é repetido. Logo em seguida, o segundo tema, duas vezes: na primeira, é uma repetição quase literal da exposição; na segunda, Prokofiev prepara um clima mais tenso que culmina com a aparição do terceiro tema, antes humorístico, agora dramático. Esse é o clímax do movimento, que leva à cadência, mais marcada ainda que a da exposição.

REEXPOSIÇÃO
Após as tempestades do desenvolvimento, casa! A reexposição, nos primeiros tempos da forma-sonata, era uma repetição exata da exposição. Porém, Mozart mudou o esquema, alterando a reexposição, como se após discutirem, os temas chegassem a uma conclusão, um pouco diferente da ideia que tinham no início.

Como seria de esperar, não é necessário fracionar nosso exemplo de reexposição. Ele é bem próximo da exposição, com uma ou duas mudancinhas.

reexposição
Omitida no desenvolvimento, a introdução volta na reexposição, e, em seguida, vem o primeiro tema. Porém, ele não se repete. O segundo tema sim, mas não é nem de longe uma repetição literal: como no desenvolvimento, a segunda repetição é variada, e apresenta uma idéia nova, que é quase uma consequência natural do tema. O terceiro tema, por sua vez, surge sem alteração, e assim chegamos à cadência, levemente alterada para chamar um gran finale, inesperado: a reaparição da introdução, que iniciou o movimento, é chamada para terminá-lo, com todos os fogos de artifício a que tem direito.

Ah! Quer saber como tudo isso soa reunido? Escute o primeiro movimento completo da Sinfonia Clássica, op. 25, de Prokofiev, então.
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Mensagem por Alquimista 3/8/2019, 03:27


Uma Breve História da Música - BALÉ

Balé é música posta em gesto. Dançar é uma das primeiras atividades humanas e, até o século XIII, era parte essencial de qualquer peça musical, ao lado da letra. Não existia música sem poesia e sem dança. Mas o balé como conhecemos hoje surgiu nas cortes italianos do Renascimento e foi definitivamente consolidado no reinado de Luís XIV, na França, em meados de 1650. Passo importante também foi dado no início do século XIX, com a adição dos passos nas pontas dos pés e da tradicional saia.

Musicalmente, todo balé é estruturado em atos e cenas, como a ópera, embora sejam comuns balés em um só ato e de desenvolvimento mais fluido, sem maiores interrupções. Porém, fora dos teatros, a música de balé é mais conhecida através das suítes. Elas são compilações, para sala de concerto, das cenas mais expressivas da versão levada ao palco. As suítes de balé não têm movimento único - elas são divididas em vários movimentos, como a suíte orquestral barroca. Cada um deles retrata uma ou mais cenas do balé original.

O balé não era um gênero muito respeitado nos círculos musicais até o século XIX. Foram músicos como Tchaikovsky (O quebra-nozes) e Delibes (Coppelia) que devolveram certa dignidade à arte. No início do século XX, em grande parte graças aos Balés Russos de Sergei Diaghilev, o balé entrou definitivamente na vanguarda. Debussy (Jeux), Ravel (Daphnis et Chloé), Falla (El amor brujo), Satie (Parade) e Prokofiev (Romeu e Julieta) foram alguns dos compositores que se dedicaram ao balé.

Capítulo importante da história do balé cabe a Igor Stravinsky. Ele, através de sua parceria com os Balés Russos, trouxe através do balé inúmeras revoluções de sua música de vanguarda. A Sagração da Primavera, o maior escândalo da história do teatro, e talvez a obra musical mais revolucionária de todos os tempos, é um balé.
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Mensagem por Alquimista 3/8/2019, 03:30


Uma Breve História da Música - MISSA

Mais do que qualquer outro, a missa é um gênero extremamente ligado às tradições e ao formalismo das cerimônias da Igreja Católica. Como o próprio nome diz, a missa é uma obra para vozes solistas (geralmente quatro, duas masculinas e duas femininas), coro e orquestra que reproduz integralmente o texto da missa católica, em latim.

As missas são estruturadas em seis grandes partes: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus, Benedictus e Agnus Dei. Diferentemente do oratório e da cantata, na missa não há grande distinção entre árias e coros (que podem aparecer em conjunto), e desaparece a figura do recitativo. Algumas missas podem apresentar subdivisões entre as seções, ou mesmo acrescentar outras, mas a estrutura básica mantém-se sempre a mesma.

Embora seja um gênero católico, a maior missa de todos os tempos foi composta por um protestante: é a monumental Missa em si menor, de Bach. Outras missas importantes são a grandiosa Missa solene, de Beethoven, a Missa Nelson, de Haydn, a Missa da coroação, de Mozart, a Missa em mi bemol maior, de Schubert, a Missa em fá maior, de Bruckner e a Missa glagolítica, de Janácek (esta, de maneira nada ortodoxa, é cantada em eslavo antigo).

Outra espécie de missa é o requiem, a missa dos mortos. Ela é dividida em sete grandes seções: Introitus, Secuentia, Offertorium, Sanctus, Benedictus, Agnus Dei e Communio. O requiem mais conhecido é o de Mozart, seguido pelos de Berlioz, Verdi e Fauré, sem esquecer o Réquiem alemão de Brahms, que não usa o texto tradicional latino, mas trechos da Bíblia de Lutero.

Além da missa e do requiem, há uma variedade de textos da liturgia católica que são ocasionalmente musicados, como o Gloria (Vivaldi e Poulenc), o Magnificat (Bach), o Te deum (Berlioz e Bruckner), o Stabat mater (Vivaldi e Dvorák) e o Jubilate, entre outros.
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Mensagem por Alquimista 3/8/2019, 03:33


Uma Breve História da Música - MOTETO

Além do canto gregoriano, o moteto e o madrigal são os únicos gêneros vocais cantados a capella, isto é, sem nenhum acompanhamento instrumental. Porém, enquanto o canto gregoriano é monofônico (o coro canta em uníssono), o moteto e o madrigal são basicamente polifônicos, baseados na fuga e no contraponto.
Ambos são composições curtas para coro a várias vozes. A diferença entre eles está no fato que o moteto é baseado em textos religiosos e o madrigal em textos profanos. Os gêneros floresceram principalmente na Renascença de Palestrina, Lassus, Victoria e Byrd. Mais adiante, já no século XIX, quem se destacou com seus motetos foi Bruckner.
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Mensagem por Alquimista 3/8/2019, 03:36


Uma Breve História da Música - MÚSICA INSTRUMENTAL

O conceito de música instrumental é bastante abrangente. Podemos rotular como instrumental qualquer peça musical que não use voz, sapateado ou outra fonte sonora que não seja um instrumento musical. Isso englobaria desde sinfonias e concertos a quartetos e sonatas. Mas o que queremos abordar neste tópico é algo mais específico: chamaremos de música instrumental toda música executada por apenas uma pessoa, ou por ela e seu acompanhante. Em suma: música para solistas.

Devido ao seu caráter polifônico, o piano é o instrumento preferido dos compositores. O violino é também muito requisitado, seguido pelo violoncelo e pelos instrumentos de sopro, notadamente a flauta e o clarinete. Mas todos eles costumam ter o piano como acompanhante, pois são instrumentos pobres em harmonia. Já o órgão, com seu som "orquestral", tem um repertório bastante diferenciado, o que o destacou dos demais instrumentos.

HISTÓRIA E GÊNEROS

Há inúmeros gêneros instrumentais, e nesse aspecto a evolução histórica da música é decisiva. Vamos ver os principais gêneros de cada período:

Barroco
A música instrumental barroca é geralmente dividida em duas correntes: a italiana e a francesa. A italiana era baseada na sonata - lembrando aqui que o termo é usado em oposição à cantata, isto é, aquilo que se toca, não o que se canta. As sonatas eram composições em três movimentos (rápido-lento-rápido), construídas em forma de fugas a duas ou três vozes. A música instrumental francesa baseava-se nas suítes e partitas, formalmente iguais às suítes orquestrais - obras em vários movimentos, todos baseados em danças da época.

Classicismo
Como época dominada pela forma-sonata, naturalmente o gênero instrumental clássico por excelência foi a sonata. Embora também dividida em três movimentos (rápido-lento-rápido), ela é diferente da sonata barroca porque não é estruturada na fuga, mas na forma-sonata, e, dessa maneira, tem o lado polifônico menos desenvolvido.

Romantismo
O Romantismo, como reação ao formalismo do século XVIII, caracteriza-se justamente pelos novos gêneros instrumentais que vê nascer, todos de forma bastante livre: o noturno, o prelúdio, a fantasia, a balada, o estudo e o improviso, entre outros. Todos eles são gêneros curtos, em um único movimento, estruturados em seções dispostas livremente. A sonata e a forma-sonata ainda subsistem em meio às revoluções - mas claro que de maneira bastante modificada.

Modernismo
É difícil contabilizar os gêneros instrumentais modernos. Cada compositor tinha uma maneira muito pessoal de se expressar. De uma maneira geral, pode-se verificar o retorno de alguns gêneros antigos, como a suíte e a própria sonata, e a subsistência de alguns gêneros românticos, que conviveram com as "vanguardices" modernas.
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Mensagem por Alquimista 3/8/2019, 03:41


Uma Breve História da Música - ÓPERA

A ópera é um gênero que não deixa ninguém indiferente: ou se ama ou se odeia. Os que se enquadram no segundo time têm alguns argumentos para justificar sua posição: a má-qualidade dos enredos, com histórias estapafúrdias e inverossímeis, os virtuosismos vocais exagerados, o ambiente cheio de convenções e tradições antinaturais e, em alguns casos, a música superficial e espetaculosa. São argumentos fortes.

Mas, apesar de toda sua aparência kitsch e demodée, a ópera continua conquistando corações e mentes mundo afora. Existem pessoas - e não são poucas - que realmente se emocionam quando um tenor consegue suplantar, sem falhas, todas as "armadilhas" vocais colocadas pelo compositor em uma ária. Junte a isso o fascínio pela voz humana e teremos aí uma combinação irresistível para muita gente. Daí o grande número de subprodutos de ópera que a indústria fonográfica coloca no mercado - Os três tenores, compilações de árias, crossovers (cantores líricos interpretando música popular, muitas vezes ao lado de astros pop), Andrea Bocelli...

Obviamente não vamos mencionar aqui esses subprodutos, de gosto para lá de duvidoso. Vamos falar da ópera de verdade, o espetáculo que envolve literatura, poesia, dança, teatro e música e que leva multidões para os teatros. Apesar de todos os defeitos que a ópera possa ter, grandes compositores se dedicaram a ela, criando música gloriosa. Vale a pena conhecer mais essa música.

ESTRUTURA

Uma definição usual, extremamente resumida, de ópera é que se trata de teatro cantado. Portanto, ela tem os aspectos tanto de teatro como de música vocal. Estruturalmente, isso é notado. Óperas são divididas, como peças de teatro, em grandes partes denominadas atos (geralmente três), que por sua parte são divididas em partes menores chamadas cenas.

A ópera inteira é precedida por um grande prelúdio orquestral, denominado abertura (ou mesmo prelúdio). Algumas aberturas apresentam alguns temas principais da obra, sendo uma espécie de "resumo da ópera". Outras servem apenas como chamariz para o público, como que avisando a todos do início da ópera. Da mesma maneira, cada um dos atos geralmente é precedido por um breve prelúdio orquestral.

As cenas são, normalmente, compostas de uma ou duas árias (ou coros) entremeadas de recitativos. Os recitativos são o recheio necessário à costura dramática da ópera, mas não têm maiores funções musicais. O que atrai realmente o público são as árias, duetos (árias a duas vozes), trios etc. A ópera pré-wagneriana tem divisões mais audíveis entre recitativos e árias. A partir de Wagner, o fluxo torna-se contínuo.

SUÍTE
Quando uma ópera faz grande sucesso, muitas vezes o compositor elabora uma versão para sala de concerto. Essa versão é denominada suíte. Ela é composta da abertura e dos demais prelúdios, mais as orquestrações das árias mais significativas.

HISTÓRIA

As origens da ópera remontam ao ano de 1594, ano em que foi encenada pela primeira vez Dafne, de Jacopo Peri. A intenção de Peri e dos nobres florentinos que o circundavam era recriar o teatro grego. Para tanto, reuniram teatro, poesia e música. No princípio, a música servia como um suporte às palavras, que eram a base da nova arte. Dafne não chegou até nós. A primeira ópera que conhecemos, provavelmente muito melhor sucedida que a de Peri, é Orfeu, de Monteverdi, de 1607. Foi ele quem lançou realmente as bases do gênero.

Podemos dizer que a criação da ópera foi fato decisivo para o início do Barroco. Durante o século XVII e, principalmente, o século XVIII, o ideal de Monteverdi, o da união palavra-música, foi se perdendo. Conforme o gênero foi se popularizando, sua música perdia a vinculação com o sentido dos versos e com o desenrolar do enredo. O interesse é a parte vocal e o virtuosismo dos cantores. Os maiores mestres da espetaculosa ópera barroca foram Alessandro Scarlatti e Handel (autor de Júlio César).

Gluck mudou esse perfil. Ele considerava a ópera de sua época muito artificial e cheia de vícios, e tentou mudar esse perfil. As óperas de Gluck, principalmente Orfeu e Eurídice, são mais naturais, coerentes e apresentam maior equilíbrio entre texto e música, chegando próximo ao ideal dos primeiros operistas. Também no Classicismo, surge a figura de Mozart como o compositor da melhor música feita para ópera desde então. Suas óperas, entre elas A flauta mágica, estão entre as mais perfeitas do repertório.

A ópera romântica teve início promissor, com o Fidelio de Beethoven e O franco-atirador de Weber, mas logo caiu em decadência. Foi a fase da grand opera parisiense, onde compositores como Meyerbeer e Halévy faziam enorme sucesso com obras superficiais, cheia de efeitos fáceis e lugares-comuns. Até a chegada de Wagner. Com obras como Tristão e Isolda, Wagner elevou a ópera a um nível artístico nunca alcançado. De fato, ele considerava a ópera como obra de arte total, a união de todas as grandes artes. A contribuição wagneriana ultrapassou a fronteira da ópera e influenciou toda a história da música.

Na Itália, o campeão da ópera romântica foi Verdi, o inaugurador de um estilo mais realista, chamado verismo. Verdi tinha enorme senso teatral, comprovado por óperas como Aída, plenamente eficientes tanto por seu mérito musical como pelo mérito dramático. Outra linha italiana é o bel canto de Bellini (Norma) e Donizetti (O elixir do amor), que se caracteriza pela importância dada ao virtuosismo vocal em detrimento do drama e do enredo. Mais adiante, Puccini (Tosca) fez uma síntese dos dois estilos, acrescentando uma orquestração mais rica de cunho wagneriano.

Na França, óperas como Fausto, de Gounod, e Manon, de Massanet, trouxeram os sentimentos românticos mais exaltados - segundo alguns, "água com açúcar" - à ópera. Em compensação, as óperas de Bizet, sobretudo Carmen, são mais leves por seu teor de comédia, e se enquadram na chamada ópera-comique francesa.

Na Rússia, uma grande tradição de ópera nacionalista de sabores "exóticos" foi inaugurada com Ruslan e Ludmila, de Glinka. O exemplo foi seguido por Borodin (Príncipe Igor) e Mussorgsky (Boris Godunov). No leste europeu, outros compositores escreveram óperas nacionalistas: A noiva vendida, de Smetana, Rusalka, de Dvorák, e Jenufa, de Janácek, são bons exemplos, todos tchecos.

No século XX, a primeira grande ópera foi Pelléas e Mèlisande, de Debussy. Ela retoma alguns procedimentos monteverdianos: a declamação, a importância das palavras, o acompanhamento discreto. Depois de Pelléas, a ópera mais importante do século XX é Wozzeck, de Alban Berg. Ela apresenta várias novidades. A primeira é o libreto cruento e realístico - ou expressionista - incomum no teatro de ópera. A segunda é o uso de cenas extremamente curtas. A terceira é a inclusão de formas abstratas como o rondó e a passacaglia, escondidas nas cenas da ópera. A quarta e mais importante é o uso do atonalismo da Escola de Viena. Wozzeck foi a primeira ópera atonal a ser encenada. Outros grandes exemplos modernos são Elektra e Salomé, de Richard Strauss, O castelo do Barba Azul, de Bartók, Moisés e Aarão, de Schoenberg, A carreira do libertino, de Stravinsky, e - por que não? - a ópera-jazz Porgy and Bess, de Gershwin.
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