Mundo da Música

O Mistério de Sor e suas variações sobre um tema de Mozart:

O compositor para violão Fernando Sor tem uma conhecida obra intitulada ''Variações sobre um tema de Mozart'' (da Flauta Mágica). Eu tenho a Zauberflote inteira aqui em casa (Levine, Araiza, Battle, Moll / Toscanini...) e não sei de onde ele tirou esse tema. Falei com um amigo meu violonista e ele disse que também não sabe. Ele ainda disse mais. Falou que tem informações de que ninguém nunca encontrou esse tema. Alguém sabe desvendar essa história?

O tema é tirado de "Das klinget so Herrlich", cantado pelos escravos no final do primeiro ato, após serem enfeitiçados pelo glockenspiel do Papageno. Está na faixa 16 do DVD do Levine que você tem.

É isso mesmo que o Alquimista escreveu, é o tema que o Papageno toca no Glockenspiel para os escravos dançarem, no final do primeiro ato.

Eu acho então que esta peça com as variações sobre o tema não toca o tema original, pois é bem diferente do "Das klinget so Herrlich", não percebi semelhanças.

Sds

Pegue a partitura das variações, ela tem uma introdução lenta e depois vem o tema, tocado praticamente só nas cordas mi e si do violão. Si lá sol#, sol#, si, lá... lá sol# fá#, fá#, sol, sol#...

Flautista de Hamelin escreveu:
Como foram nomeadas as notas musicais?

Foi no século XI, quando o teólogo e musicólogo Guido D'Arezzo (955-1050) tirou os sete nomes de um hino cantado em latim. Os meninos do coral regido por ele iniciavam os ensaios entoando esse hino composto em louvor a São João Batista. Era uma espécie de oferenda ao santo escolhido como padroeiro do coral para que ele lhes concedesse belas vozes. Cada verso que acompanhava a melodia começava um tom acima do anterior - assim, D'Arezzo identificou cada som com a primeira sílaba de cada frase.

(Ut) queant laxis
(Re)sonare fibris
(Mi)ra gestorum
(Fa)multi tuorum
(Sol)ve polluti
(La)bii reatum
Sanct loannes

(Sendo a note SI as iniciais de Sanct Ioannes)

A tradução desses versos seria algo como:
"Para que possam os teus servos exaltar, a largos pulmões, o maravilhoso dos teus milagres, retira-lhes dos lábios a impureza, oh São João".

No século XVII, um influente maestro italiano, João Batista Doni, aproveitou a dificuldade das pessoas em cantar a silaba UT para sugerir a mudança da primeira nota para DO, não por acaso a inicial do seu nome. A alteração, que só demorou a pegar na França, firmou a versão final da escala Do-Re-Mi-Fa-Sol-La-Si-Do, utilizada ate hoje em todo o mundo.

Pelo que sei, o hino a S. João foi escrito em aramaico por Gecep, o Cego, e traduzido para o hebraico por Qoélet, o Sábio – a versão latina deriva de uma tradução feita por S. Belisário, o Moço, de um manuscrito em grego, pretensamente versão do texto hebraico, atribuída a S. Lino, o Filósofo, por Antonomásia.

Há, no entanto, quem diga que foi S. Paulo o autor, já em latim, do hino – composto durante o tempo em que ambos estiveram presos em Moscou, na fortaleza que hoje leva o nome dos dois santos, às margens do rio Volga, e que abriga atualmente os restos mortais dos irmãos Karamazov – S. Anton e S. Piotr –, mártires da causa católica na Rússia medieval.

Na verdade o B é si bemol. A escala "normal" é A H C D E F G

Bibi,

Não sou especialista, mas isso que você disse (H como si natural) não se aplica só ao alemão?

Em inglês, pelo pouco que eu sei, B é si e si bemol é B flat.

Norman, Norman...

Começou bem! Seja bem-vindo!

O hino a São João, esse que derivou as notas musicais, é escrito é latim.

E que eu saiba, só na Alemanha o H é Si natural, em todos os outros lugares é usado o B como Si.

Norman, você judiou mesmo...

Só faltou dizer que a versão posterior em inglês foi redigida por John, the Baptist...

E que eu saiba o H é só na Alemanha mesmo...

Abraços...

Holst - "Os Planetas"

Gustav Holst é, juntamente com Elgar e Dellius, um dos maiores representantes da até então pouco conhecida música inglesa.
A Suíte Os Planetas é uma de suas principais obras orquestrais. Muitos dos grandes maestros da atualidade já regeram esta maravilhosa obra prima. Dentre eles os maiores intérpretes são as orquestras e maestros ingleses.
Todos os planetas tem um adjetivo que os descreve (não me lembro muito bem destes adjetivos). Por qual motivo, eu não sei ele não representou nem a Terra e nem Plutão.
Para um bom começo, recomendo o CD da coleção da Royal Philharmonic, com Vernon Handley.
E vocês, Mestres, gostam dessa obra? Qual gravação preferida?

Na época, Plutão não havia sido descoberto ainda...

Holst foi muito feliz na composição desta grande obra. Requer grande orquestra, além da participação de coral.

Tipo da música que você já se localiza no tempo e no espaço, isto é, no ESPAÇO.

Faz muito jus àquela velha propaganda: é fresquinho porque vende mais ou vende mais porque é fresquinho?

Por que cito isto? Ao ouvir esta peça, vejo ''guerras planetárias'', pântanos em planetas desconhecidos, figuras misteriosas, etc... Tudo por causa de filmes de ficção científica... Mas Holst morreu antes dos filmes (??!!!??!!).

Diria que antes da saga Guerra nas Estrelas, J. Willians ouviu muito Holst.

Lembrando que ele esteve ocupado também com as associações astrológicas/mitológicas do tema. Ouvi o Mythodea do Vangelis e este copia Marte descaradamente no início de sua obra encomendada pela NASA. Quanto a Holst, nunca soube porque usou "Dedico-me à ti, minha pátria" como tema principal em Júpiter. Saturno é o mais interessante, juntamente com o scherzo de Mercúrio, na minha opinião.

Ola, galera. Eu estava lendo este topico e fiquei muito curioso com o nome "os planetas". PELO AMOR DE DEUS, FALEM MAIS DESSA OBRA! Alem disso, ja ouvi que os planetas do nosso sistema solar "sao as expressoes supremas do amor e da sabedoria de Deus". E iSSO ALIADO À MUSICA FICA SHOW. VALEUUU! E UM ABRAÇO ATODOS OS MESTRES!

Pedroca,

Os movimentos da obra são os seguintes:
1. Marte, o Portador da Guerra (Allegro)
2. Vênus, a Portadora da Paz (Adagio)
3. Mercúrio, o Mensageiro Alado (Vivace)
4. Júpiter, o Portador da Juventude (Allegro giocoso)
5. Saturno, o Portador da Velhice (Adagio)
6. Urano, o Mago (Allegro)
7. Netuno, o Místico (Andante)

Os adjetivos não seriam uma alusão aos deuses romanos?
Confesso que fiquei curiosa com o nome da obra.

Tempos atrás assisti a um DVD na P&A, mas não me lembro qual era o nome do regente. Imagens fantásticas.

Eu tenho a gravação da CSR de Bratislava/Adrian Leaper (Naxos) que encontrei por uns 7 ou 8 reais em meio a uns cds de MPB numa lojinha perto da minha casa. Um desses acasos mais que fortuitos que ocorrem de vez em quando (já comprei as 3 missas de Bruckner da DG em cd duplo por R$ 9,90 e coisas do tipo...)

Ouvi "Os Planetas" quando tinha meus 17 ou 18 aninhos. Confesso que não gostei. Nunca mais me interessei por ela.
Estou pensando em ouvi-la novamente. Ainda tenho o LP guardado. Com Adrian Boult.
Sei que existe uma versão para dois pianos (já foi gravada) e deve ser interessante, dadas as dimensões da orquestra.

2112

Este é o meu disco preferido de rock! 2112 da banda Rush!

Tenho tanta adoração por este disco que tenho uma cópia da capa pregada na parede do meu quarto!!!




Fui apresentado ao Rush com a música 2112. E que cartão de visitas! Foi assim que entrei em contato com essa banda.

''And the meek shall inherit the Earth...''

Essa é a verdade, caríssimos... marquem as minhas palavras...

Somos os Sacerdotes dos Templos de Syrinx
Nossos grandes computadores tomam os corredores santificados
Somos os Sacerdotes dos Templos de Syrinx
Todos os dons da vida dentro de nossas muralhas são guardados

José Alexandrino de Sousa

Compositor mineiro, autor de muitas peças pra banda de música e também música sacra.

José Alexandrino de Sousa, compositor natural da cidade sul mineira de Pouso Alto, foi um compositor com obras de extrema inspiração. Algumas de suas obras são executadas na Semana Santa de São João del Rei, a mais tradicional semana santa de Minas e quiçá do Brasil, também em Aiuruoca e agora em Portugal.
Foi um homem sensível, deixando isso transparecer na sua obra.

Em carta de 1° de Fevereiro de 1953 ao maestro aiuruocano Francisco Gomes Ribeiro, José Alexandrino reportava a este que estaria deixando a música, transcrevo aqui parte da carta escrita.

"É oportuno revelar-vos que, aos poucos, me desliguei de compromissos de música, encerrei a carreira. Não tenho lauda de música, coro ou outra qualquer agremiação musical, nem sou membro efetivo de nenhuma; estou completamente livre de qualquer compromisso nesse sentido. Facilmente podereis concluir qual seja o motivo. A música me deu muito gosto, mas nunca prosperidade, por isso resolvi mudar o rumo das cousas. Acordei um pouco tarde, mas acordei. Dediquei à música toda minha mocidade, 43 anos dos mais vistosos de minha vida! E disso não me arrependo. Nesse saudoso período, percorri uma infinidade de mundos gosando (sic) as delícias dos sonhos e da fantasia gerados em meu próprio espírito! Abstraindo-me das agruras da vida terrena, da qual me esquecia quasi (sic) por completo, a música me proporcionou muita felicidade. Por vezes eu me sentia plenamente livre no espaço, leve como uma pluma e... pertinho, bem pertinho de Deus! Minh'alma se deliciou absorvendo o doce néctar da sumptuosidade e o amargor da desventura que eu, na fantasia, creava (sic). Muita cousa que não podia revelar pela palavra, revelei na linguagem velada e misteriosa dos sons que nem todos sabem compreender e muito menos penetrar. Eu e a música continuamos a ser muito bons amigos.”

Nessas palavras podemos sentir a sensibilidade do compositor, a qual deixa transparecer em suas obras de extrema beleza e musicalidade.