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Música Colonial do Brasil

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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por Alquimista 19/12/2019, 13:24


Mais um pouco do livro A música no Rio de Janeiro no tempo de D. João VI, do musicólogo Vasco Mariz.

Vasco Mariz traça a história da música do Brasil colonial, incluindo um capítulo sobre a produção musical anterior à chegada de D. João.
A corte portuguesa instalou-se no Rio de Janeiro em 1808 e permaneceu na cidade até 1821.
Um amante da música, o então príncipe regente (D. João foi coroado rei de Portugal em 1818) deu impulso à atividade musical no Rio de Janeiro. Mandou buscar músicos em Lisboa e castrati italianos.
A construção do Real Teatro de São João, semelhante ao Teatro São Carlos, de Lisboa, foi outro empreendimento musical joanino. Inaugurada em 1813, a casa teve rica vida musical com a montagem de óperas diversas. Um incêndio destruiu o teatro em 1824.
Durante a estadia da família real portuguesa, três grandes compositores conviveram no Rio: José Maurício Nunes Garcia, Marcos Portugal e Sigismund Von Neukomm.
José Maurício era mestre de capela da Catedral e Sé do Rio de Janeiro desde 1798. Foi o responsável por toda a atividade musical da corte portuguesa até a chegada de Marcos Portugal, maior compositor lusitano do período.
Já Portugal foi nomeado compositor oficial da Corte e mestre de música de Suas Altezas Reais, ofuscando o talento do padre brasileiro.
Já o austríaco Neukomm, chegou ao Brasil acompanhando o Duque de Luxemburgo. Em terras brasileiras, foi professor de composição de D. Pedro e das princesas, além de prestar serviços como compositor, organista e pianista.
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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por Alquimista 19/12/2019, 13:28


Dois outros personagens importantes para a vida musical brasileira: D. Pedro e o cantor de modinhas Joaquim Manoel de Câmara, também analisados por Vasco Mariz no livro.

A música no Rio de Janeiro no tempo de D. João VI também aborda a capela real de Lisboa, as impressões dos estrangeiros sobre a vida musical no Rio e a missão artística francesa que chegou ao País em 1816.

Vasco Mariz é musicólogo e diplomata. Membro da Academia Brasileira de Música, publicou, entre outros, os livros Heitor Villa-Lobos, compositor brasileiro, História da Música no Brasil e Dicionário biográfico musical.
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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por Joker 1/4/2020, 14:36


Existe alguma ópera em português com mais de, digamos, 200 anos?
Qual seria a mais antiga, e onde se encontraria seu libreto?
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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por Alquimista 1/4/2020, 15:43


Marcos Portugal
Le donna cambiate
Demofonte
La Semiramide
Se não estou em erro, compôs 21 óperas.

João de Sousa Carvalho
L'amore industrioso, estreada em 1769

António Leal Moreira
Siface e Sofonista
L'Imenei di Delfo - 1795
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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por Alquimista 1/4/2020, 15:45


Leal Moreira foi o primeiro compositor a escrever óperas sobre textos portugueses, nomeadamente a serenata Os Voluntários do Tejo (1793) e duas peças de caráter cômico com libretos do brasileiro Domingos Caldas Barbosa (célebre também pelas suas modinhas): A Saloia Enamorada (1793) e A Vingança da Cigana (1794), estreadas no São Carlos. A sua única ópera interpretada no estrangeiro foi a última - a ópera "buffa" Il Desertore Francese, estreada em 1800 no Teatro Carignano de Turim.

Interessante, não achas?
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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por Trovador 1/4/2020, 18:27


Acho que a Joanna de Flandres também é uma ópera em português. Quem pode confirmar isso?
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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por sombriobyte 1/4/2020, 19:23


Amigos, o termo "ópera" é vago quando usado para definir espetáculos para o palco do tempo de Antonio José, o Judeu, Caldas Barbosa, José Mauricio e outros do século XVIII. Muitas vezes o compositor escrevia apenas uma cena ou uma ária com acompanhamento de pequena orquestra ou apenas alguns instrumentos e o empresário ou dono do teatro chamava aquilo de "ópera". Isso perdurou no Brasil até o século XX, e muito cantor cantou uma cena do Rigoletto ou da Norma com acompanhamento só de piano como se fosse a "ópera" toda, com orquestra. O público muitas vezes nem sabia o que era uma "ópera" completa.

Já na primeira metade do século XVIII várias são as apresentações de óperas ou trechos das mesmas, com orquestra reduzida ou pequenos conjuntos de instrumentos, em português. No Teatro do Padre Ventura, inaugurado no Rio antes de 1747, levavam-se dramas musicados de Antonio José, tais como Os Encantos de Medea. No Teatro de Manoel Luis, depois Teatro Regio, que durou de 1776 até 1812, foram cantadas em português A italiana em Londres, de Cimarosa, e Piedade de Amor, de Giuseppe Millico.

A Opera Nacional, fundada no Rio por José Amat em 1857, se destinava justamente em seu início a estimular a composição de óperas em português, o que dá origem a uma esplêndida floração de compositores como Elias Alvares Lobo (A Noite de São João, primeira ópera de autor brasileiro com libreto original em português sobre assunto brasileiro. O libreto é de José de Alencar), levada à cena a 14 de dezembro de 1860 no Teatro São Pedro, Henrique Alves de Mesquita (O Vagabundo, 1863), Carlos Gomes (A Noite do Castello, 1861, e Joanna de Flandres, 1863), Domingos Ferreira (A Corte de Monaco, 1862), o alemão Adolfo Maersch, autor de várias óperas de assunto brasileiro com libreto em português (Moema, Marília de Itamaracá, Lindóia), e vários outros. Essa geração se constituía em curioso fenômeno musicológico, pois tentava combinar a música da ópera italiana e francesa de então com tipos e costumes musicais brasileiros, como nossa modinha semiclássica de salão, nossos lundús e ritmos de negros e índios adaptados. Há gravações de várias dessas óperas (trechos, algumas completas, como A noite do Castello).

Carlos Gomes foi o mais famoso dessa fantasmagória geração, coisa curiosíssíssima que os europeus entendidos estudam como raridade de museu de arqueologia musical. Há trechos nessas óperas em que uma modinha de salão, bem ao gosto do Brasil monárquico de 1860, de repente se desenvolve em uma cadência verdiana típica do Ernani ou do Trovatore. Um barato. Tudo em português.

Saudações carlosgomesianas.

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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por Joker 1/4/2020, 22:11


Agradeço a contribuição.
Mas, meu interesse não é apenas quanto ao Brasil, mas à lingua portuguesa, de sorte que informações sobre óperas portuguesas também valem, desde que escritas em nosso vernáculo.
E esclareço meu objetivo: estou buscando meios de traduzir uma ópera italiana do séc. XVII para um português ao menos aproximado a essa época.
Traduções de óperas barrocas italianas para o português, feitas à época, também estariam dentro do escopo de minha curiosidade.
Já encontrei sítios italianos com glossários de termos antigos, que já não fazem parte do italiano moderno (mas que, curiosamente, alguns foram preservados em nosso português).
Se alguém souber de uma fonte de termos seiscentistas do português, agradeceria a dica.
Joker
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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por sombriobyte 1/4/2020, 23:02


Joker, as óperas em português de Portugal são mais raras e menos significativas que as brasileiras - os portugueses, mais próximos das monarquias européias, sempre julgaram óperas coisa de italiano, e seu maior compositor de óperas do final do XVIII e início do XIX foi Marcos Portugal, que só compunha com libretos em italiano. Tenho um livro sobre o teatro de ópera em Portugal na época (você já ouviu falar em Luisa Todi??), e vou tentar ajudá-lo.

sombriobyte

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Mensagem por Frederico Mercúrio 2/4/2020, 02:24


Há algumas confusões neste tópico sobre ópera em português. Há um excelente livro sobre a ópera em Portugal no século XVIII: "Opera in Portugal in the 18th Century", de Manuel Carlos de Brito. No séc. XVIII, os portugueses cultivavam uma espécie de "singspiel" ao qual chamavam de farsas, ou comédias com música. Trata-se de teatro por números com árias e coros. Este gênero foi amplamente divulgado no Brasil. Os teatros de Salvador, Recife, Rio de Janeiro e até mesmo Cuiabá, e Goiás, além de Vila Rica e outras vilas mineiras montaram estes espectáculos. Era desta maneira que os textos de António José da Silva, o judeu, eram realizados com música principalmente de António Teixeira. Tenho a partitura de "As Variedades de Proteu", restaurada por Filipe de Sousa. Outra "ópera" de Teixeira/o Judeu foi encontrada no arquivo de Goiás Velho há uns 35 anos atrás. Ao contrário do que foi dito, estes espetáculos eram muito populares especialmente no Teatro do Bairro Alto. Não foi a toa que o António José da Silva foi condenado pela Inquisição. Na segunda metade do séc. XVIII, outros compositores portugueses escreveram ópera no próprio idioma. Marcos Portugal tem várias de suas óperas cômicas em ambas versões realizadas ele próprio. António Leal Moreira, seu cunhado, escreveu importantes óperas em português como "A Salóia Enamorada" e "A Vingança da Cigana", que já foi montada no Brasil, em Brasília em 1983. Tenho o libreto que é de autoria do brasileiro Domingos Caldas Barbosa. Nesta ópera há lundús, modinhas e amplo uso de expressões afro-brasileiras através de um personagem negro que expressa-se num dialeto quimbundo/português. Se não me falha a memória, esta ópera é de 1798.
A primeira ópera de Carlos Gomes foi "A Noite do Castelo", cantada em português assim como a "Joana de Flandres", sua segunda ópera. Isto não era novidade para ele. O uso do italiano era um modismo e a possibilidade de projeção internacional.
Frederico Mercúrio
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Mensagem por sombriobyte 2/4/2020, 03:08


Não há confusão nenhuma neste tópico. Marcos Portugal compunha sobre libretos em italiano. Se há versões em português, esse é outro assunto. O que o Joker procura são óperas em português, e o termo ópera aí não se aplica às peças musicadas de Antonio José, etc. Essas peças, e outras da época, não eram populares no sentido de "povo", que não tinha acesso nem ao D. Maria nem a outros teatros portugueses. Povo no século XVIII não ia a teatros. Simplesmente não entrava. Em quase todos não havia entrada paga, e muito menos bilheteria. No Brasil, nem se fala. Quem ia a teatro eram nobres, clero, elite a eles ligada, gente rica, militares graduados (que ficavam em pé atrás), etc. No Brasil e em Portugal, tinha graça o Conde de Badajoz ir ao teatro e lá encontrar o Joaquim das Couves e a Maria dos Tombos. Ou Pombal dar de cara com o capitão de milícias que ele comandava de braço dado com a Maria Bigoduda.

Os espetáculos com peças musicadas de Antonio José, Caldas Barbosa, etc, não eram nem de leve comparáveis a óperas (aí sim) de Marcos Portugal. Nem no estilo, nem na forma (muito menos aí). Essa é que é uma confusão. Óperas seriam aquelas baseadas em Paisiello, Salieri, Cimarosa, Pucitta, etc. Por exemplo, tome-se A Saloia Enamorada. Isto é uma peça de Caldas Barbosa, DEPOIS posta em música por Antonio Leal Moreira, mesmo assim como uma peça de teatro musicada, e não uma ópera nos moldes do que o amigo Joker está procurando. A pensar assim - colocando Proteu e Saloia como "óperas" - vamos poder concluir que a "ópera" mais antiga em português é aquilo que Loredano de Albuquerque cantava com seus subordinados em 1545 em um palquinho armado às margens do Paquequer, ao som de alaúdes e atabaques indígenas.

Sds. portuguesas e operísticas a todos.

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Mensagem por Joker 2/4/2020, 13:51


Agradecendo as contribuições dos confrades, que trazem à baila fatos e questões interessantíssimas do ponto de vista musical e histórico, gostaria de esclarecer melhor que o problema que me coloquei é mais propriamente linguístico.
Assim, uma tradução de uma ópera italiana típica dos séc. XVII ou XVIII, permitiria, a meu ver, estabelecer traduções para termos tão comuns nessas obras como "nume" (que para outras línguas é traduzida de forma indistinta a "deuses"), "languir" (que até existe nessa forma em inglês e francês, mas que em português soa estranho) etc.
Na verdade, assim posto, talvez eu encontre o que busco na literatura da época, que, certamente terá sido influenciada de alguma forma pelos autores dos libretos italianos.
De qualquer forma, essa abordagem do problema levantou questões que mereceriam ser abordadas por um Lauro Machado Coelho numa A Ópera Luso-Brasileira.
Um abraço.
Joker
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Mensagem por sombriobyte 2/4/2020, 14:34


Joker, interessantíssima essa busca de libretos e suas traduções, com a inevitável linguagem própria a que isso levaria: os exemplos de "nume", "languir", são precisos. Tudo conduziria a uma nova língua: a libretística e o "libretês".

Possente nume dos vorazes vórtices, olhi-cerúlea, crini-pulcra déa!!

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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por Joker 2/4/2020, 15:00


Oi Sombriobyte,
Você tem ponteiros para essa discussão sobre "libretês"?
Joker
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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por sombriobyte 2/4/2020, 15:19


Joker, quando eu morava na Itália, uma amiga me mostrou em um livro uma matéria sobre libretística, muito amplo e cheio de exemplos, etc. Vou procurá-lo, talvez demore alguns dias porque não tenho aqui comigo TODOS os livros que minha amiga me mostrou. Mas foi a única matéria que vi sobre o assunto, que inclusive já foi objeto de acesos debates na Itália, pois estavam concluindo que nunca deram importância real a esse assunto, que nos séculos de ouro da ópera italiana (XVIII e XIX) tinha algum relevo. Se eu achar a matéria, mando-a para você com todo o empenho. Vou procurar também um livro que tenho sobre Da Ponte, que fala muito sobre outros libretistas e outros libretos que não os três famosos para WAM.

No Brasil, os libretos em certa época eram tidos como coisa de literatura séria, e todo literato e escritor que se prezasse queria escrever um, vide José de Alencar, Machado de Assis, MA de Almeida, Macedo, Taunay.

Sds. libretísticas.

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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por Joker 2/4/2020, 15:42


Sombriobyte, vou aproveitar que estou de quarentena por causa do coronavírus (COVID-19) e vou dar uma olhada no site do Real Gabinete Português de Leitura. Se não achar nada só o ambiente compensa...
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Mensagem por Joker 2/4/2020, 18:41


Depois de uma visita frustrada ao site do Real Gabinete Português de Leitura, atrás de traduções antigas de óperas italianas, procurei no site da Biblioteca Nacional.
Encontrei no catálogo duas obras traduzidas de Metastasio. Uma, Régulo, por nada menos que Bocage!
Outra, "Ezio. Opera do Abbade Pedro Metastasio. Traduzida segundo o estillo do Theatro portuguez por Nicoláo Luiz da Sylva..."
É um livro manuscrito, de mais de duzentas páginas com letras desenhadas a nanquim. Pode ser que sirva para meus propósitos, dado que até no frontispício indica ser uma tradução "ao estilo" da época.
Descobri contudo que a biblioteca nacional possui um setor só de música, onde devem estar libretos.
Imagino que pode conter preciosidades, lembrando que D. João VI ao fugir de Portugal deve ter trazido toda a produção artística do sec. XVIII e quiçá anterior, a não ser que isso tenha sido reenviado ao velho mundo posteriormente.
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Mensagem por sombriobyte 2/4/2020, 19:00


Joker, não encontrei ainda nada de positivo para te ajudar. A BN tem realmente seu departamento de música onde você mencionou, com um arquivo maravilhoso. Tudo que se sabe vem citado nas mesmas eternas fontes: Ayres de Andrade, Luiz Heitor, Cernicchiaro, Balbi, Varnhagen, Mucio da Paixão, Renato de Almeida, Mario de Andrade...................
Em breve, teremos Joker, o desbravador...

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Mensagem por Joker 2/4/2020, 19:26


Prosseguindo na minha pesquisa, descobri que a BN possui, entre as obras raras, "Ulysses em Lisboa opera portuguesa destinada a celebrar o feliz parto de Sua Alteza Real a Sereníssima Senhora Princeza do Brasil", com data de 1761. Sem indicação de autoria, muito menos dados sobre a sua execução, mesmo sobre a existência de música a acompanhá-la.
É um libreto de ópera séria, apesar do tema!, com personagens tais como Gorgoris, príncipe da Lusytania e inventor do mel.
Considera que Ulysses teria fundado Lisboa.
Parece ser o único libreto em português mesmo. Pela relação de libretos do sec. XVIII da BN, vê-se que os compositores na corte de Portugal costumavam era musicar libretos em italiano, em particular de Metastasio: David Perez (por volta de 1760), João de Souza Carvalho (~1780) e Marcos Portugal (~1800).
Ao que parece eram encenações feitas para a Corte em festas comemorativas de nascimentos etc.
Apresentavam-se também obras de compositores estrangeiros, provavelmente visitantes na época, como Jomelli.
Curioso verificar que encenaram Una Cosa Rara em homenagem a um aniversário de D. Carlota Joaquina.
Outra curiosidade: em 1784 foi executado o oratório Il Ritorno de Tobias de Haydn.
Finalmente, acho que encontrei o que procurava: libretos de quatro obras de Metastasio musicadas na corte, mas com texto bilíngue.
Em tempo, o setor de música da BN é muito impressionante, prateleiras com as obras completas de inúmeros compositores, inclusive alguns mais raros como Monteverdi, Rameau etc. etc.
Joker
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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por Trovador 2/4/2020, 22:22


Joker,
Por favor, me dê mais detalhes disso, estou bastante interessado.

Pretendo passar algumas horas na BN durante a minha próxima passagem pelo Rio, o que acontecerá depois que a crise do coronavírus terminar.
Trovador
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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por Trovador 2/4/2020, 22:23


Sombrio,
Aproveitando que você sabe dessas coisas, você sabe qual o arquivo mais importante em Lyon?
Trovador
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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por Joker 2/4/2020, 23:03


Trovador, estou nos primeiros contatos com a Biblioteca, mas posso ajudar no que for possível.
A dica inicial é o https://www.bn.gov.br/ , que permite pesquisar no catálogo.
O que mais queres saber?
A BN não empresta nem deixa xerocar, o que dificulta muito.
Mas acredito que alguém com um projeto de pesquisa possa superar essas dificuldades.
Joker
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Música Colonial do Brasil - Página 3 Empty Re: Música Colonial do Brasil

Mensagem por sombriobyte 3/4/2020, 03:10


Trovador, em Lyon só estive sempre de passagem, e infelizmente não sei qual o grande arquivo de lá. Mas vou tentar saber.

A BN não deixa tirar xerox DE SEUS ORIGINAIS, mas quando os mesmos estão microfilmados é permitido e eles até fazem um microfilme para o solicitante.

O Teatro de São Carlos de Lisboa tem muita coisa em seus arquivos.

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Mensagem por Euterpe 20/1/2021, 23:01

A música barroca mineira, na verdade, não é barroca. Explico: os "mestres do barroco mineiro" são erroneamente assim chamados pois tiveram suas músicas influenciadas diretamente pelo classicismo vienense, o qual tinha Haydn como referência. Essa interferência classicista consite no fato de a "música barroca mineira" não ser polifônica (a polifonia é a principal característica da música barroca) mas sim constituída de uma única melodia acompanhada por acordes breves, pouco variados.
Lembremos ainda que no Barroco há polifonia, porém uma melodia se destaca como principal sendo eventualmente evidenciada por um solista.
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