Sexo na Antiguidade

Castração pré-puberal X castração Pós-puberal

Partindo-se do pressuposto que na metade ocidental da Eurásia preferia-se não fazer penectomia (embora já conhecessem recursos para manter a uretra sem pênis visível), há dois eunucos bem diferentes:

A) Pre-puberal: costumam alcançar uma grande altura, ter vasta cabeleira, quadris femininos (a distribuição adiposa que confere maravilhosas curvas em mulher se deve a relativa pobreza de androgênio e não a abundancia de estrogênio!), tem voz infantil e pênis pequeno. Tem orientação sexual indiferente. Não necessariamente homossexual. Parecem servir como objeto sexual e bons funcionários civis burocratas

B) Pós-puberal: Continuam parrudos, com corpo masculino, voz grave e tendência a carequice e heterossexualidade como qualquer homem. Se deixados com pênis, terão ereção e copularão normalmente. A diminuição de desejo sexual pode ser nenhuma, especialmente se já tiveram experiências prazerosas com sexo heterossexual. Dão ótimos vigias de harém (quem não se atreveria a brincar com as beldades do harém se fossem guardadas por eunucos pre-puberais?), soldados, generais (Narses, Eutropius), almirantes (Zheng He) com a vantagem que poderão usurpar, mas jamais serem fundadores de novas dinastias. Não darão bons cantores especiais.

Ou seja, faraós e xas não eram ingênuos de saber que suas gostosas do harém brincavam entre elas e seus guardas eunucos pós-puberais, o que importavam é que os filhos fossem dele (faraó), claro que se fossem pegos no flagra, tais eunucos sofreriam muitas mutilações além da penectomia...

Bela contribuição.
Parece que eunucos existiam aos montes no mundo antigo, não?

Lembrei-me do César na peça "Hermanoteu na Terra de Godah", quando o Gladistone, Gladiador da Glande Grande, canta, e ele diz: "Provou que não é castrati"

No caso de Sporus, até mesmo por questões de minimização dos riscos, não terá sido mais provável a ablação dos testículos? (Prática esta que no ocidente persistiu, sem relação direta com a romana até o século XIX, neste caso para utilização dos castrati em coros das igrejas)

Em várias culturas muito antigas, a castração não era condenada. Vejam, como exemplo, a Índia, onde existe até hoje o costume da castração: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hijra

E tem os casos em que a castração era VOLUNTÁRIA!!!!!!!
Não lembro se era na China ou no império otomano ou persa, mas pro cara progredir no serviço público tinha que ser eunuco.
Daí muitos ''créu'' por conta própria ou por força dos pais.

Parece que a aparição de eunucos na corte faraônica se deu apenas após a conquista persa (depois do século VI a.C.). Não há nenhuma evidência que existissem no período faraônico "clássico" (do pré-dinástico até a 26a Dinastia). Mas eles pulularam, pintaram e bordaram na época ptolomaica, e perduraram até o final do domínio turco.

Galego escreveu:E tem os casos em que a castração era VOLUNTÁRIA!!!!!!!
Não lembro se era na China ou no império otomano ou persa, mas pro cara progredir no serviço público tinha que ser eunuco.
Daí muitos ''créu'' por conta própria ou por força dos pais.

Perfeito, era um meio de ascensão social, porque os imperadores os viam como ameaças menores. Gente que não tinha ambição de construir suas próprias dinastias. Mas isto não impediu um Eutropius usando o imperador Arcadius como marionete. De todo o modo, o mal terminaria que um eunuco causasse, terminaria com ele, não?

Galego escreveu:Parece que a aparição de eunucos na corte faraônica se deu apenas após a conquista persa (depois do século VI a.C.). Não há nenhuma evidência que existissem no período faraônico "clássico" (do pré-dinástico até a 26a Dinastia). Mas eles pulularam, pintaram e bordaram na época ptolomaica, e perduraram até o final do domínio turco.

Respondeu antes de eu perguntar. Pois minha dúvida era se a castração era uma prática geral, ou então cultural, presente em lugares específicos. Pelo que fala, não era algo corriqueiro no Egito, por exemplo.

Incrível como que ninguém citou Pompeia e Herculano até agora.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_er%C3%B3tica_em_Pompeia_e_Herculano

Sem sacanagens, por favor... mas alguém conhece algum estudo sério sobre a prostituição sagrada (hierodulia) nas civilizações antigas? Além de ajudar a sustentar o culto, qual teria sido seu exato papel social e religioso?

Em várias sociedades vão ter a ideia de castidade, de abstinência sexual, como um valor religioso, e não só a sociedade judaico-cristã. As vestais seriam um dos primeiros exemplos que me vem à mente, mas não o único.

Acredito que pode haver coexistência entre o celibato e a prostituição, no âmbito do sagrado, em muitas sociedades. Mas não me convenço que nós somos os "anormais" na história.

Heródoto descreve um ritual na Babilônia, onde as mulheres de diversas classes sociais, uma vez por ano, prostituíam-se em locais sagrados. Eu não lembro mais dos detalhes.

Segundo a História de Heródoto, toda mulher de Babilônia devia, uma vez na vida, prostituir-se a um estrangeiro por um preço simbólico, ao pé do santuário da deusa Militta, o que tinha um caráter de sacrifício. Contava ele que as feias podiam esperar muitos dias até que aparecesse algum estrangeiro caridoso ou pouco exigente...

Sexualidade entre antigos

Ótimo vocês retomarem este importante assunto!! Alguns questionamentos:

1) Os antigos egípcios não davam muito valor a virgindade e daí não dariam valor a virgindades em títulos de deusas ou de nobres. Mas os antigos gregos também não davam, porém em seus panteões havia deusas virgens como Héstia, Artemis e Atena, não?
2) A "circuncisão" praticada até hoje em ambiente rural do nordeste africano é a retirada do clitóris ou a sutura parcial da vulva, praticada até hoje por tribos semi-islamizadas? Tais práticas tem efeito devastador sobre a saúde física e mental destas mulheres.
3) Como se conseguiu passar da ideia circunmediterrânea do sexo sagrado para o sexo pecado (conceito que rende consequências até hoje ao Ocidente)? Qual o papel de Paulo/Saulo e e de Agostinho nisso? Eu discordo que o judaísmo original (pré- cativeiro babilônico) fosse tão roda presa com sexo. Basta ler o Cântico dos Cânticos. Talvez o judaísmo primitivo fosse homofóbico.

Profissionais

Que semelhanças e diferenças há entre as hertairas (como a famosa Aspásia de Mileto) do mundo grego e as gueixas?

Mesmo hoje, as gueixas não são prostitutas. São essencialmente artistas e animadoras de festas masculinas. É comum que se tornem amantes de clientes ricos, mas isso não faz parte do serviço: é mais ou menos como a relação entre artistas de cabaré e seus admiradores mais abonados.

A raiz ...
...da bronca da igreja cristã com a sexualidade foi o gnosticismo que acreditava na maldade intrínseca da matéria. Procriar, consequência provável do sexo seria perpetuar a obra do Demiurgo?

Acho que não, a rejeição dos cristãos ao sexo é anterior à influência do gnosticismo, que se desenvolveu nos séculos II e III d.C. Aparece já nos primeiros textos propriamente cristãos, as epístolas de Paulo. É mais provável que tenha vindo dos essênios.

Sexualidade Celta

Do que já li sobre o tema diz respeito principalmente a adoção de condutas homoeróticas em campo de batalha quando o intercurso dos combates se dá muito ao longe de casa. No caso não haveria relações sexuais entre os guerreiros, mas destes e homens que os acompanhariam transvestidos segundo alguns autores.

Outros insinuam que a prática era mais largamente aceita do que supõem a partir da acepção mais sexual da noção de ´Anam Cara´. No caso ´Anam Cara´ seria uma palavra de raiz gaélica onde onde ´Anam´ quer dizer ´alma´ e ´cara' ( ou chara) significa ´amigo´ ou em outros termos quer dizer: ´amigo d´alma´, ´alma gêmea´ e etc.

Agora como viviam em uma realidade tribal relações sexuais endogâmicas deveriam ser bem comuns, o que explicaria o motivo dos celtas darem mais importância à criação do que ao nascimento para fixação dos direitos do que é hoje chamado de ´pátrio poder´ em relação a prole talvez vigorasse uma certa ´confusão´em saber quem de fato era o pai de quem. (como diziam os romanos: a maternidade é uma certeza, a paternidade uma questão de fé ).

Mesmo não era incomum entregar os filhos (principalmente os com melhor situação social) para serem criados longe do lar num arremedo misto de conceito de adoção e relação de aprendiz-mestre.

Lembrando a mitologia celta neste pormenor é emblemático recordar o caso de Lugh que foi criado praticamente longe dos pais biológicos, Cian e Ethniu, para no lugar ser cuidado por Tailtui. (uma serva)

Diga-se de passagem no mito de Lugh também pode indicar esta lenda um fator curioso sobre os costumes celtas, a saber que muitos casamentos fossem criados mais por força de interesse outros além de estritamente o amor entre os nubentes na medida que a união entre Cian e Ethniu foi acima de tudo um dos vários casamentos firmados para buscar selar a paz entre Fomorianos e Tuatha Dé Danann.

Agora é tudo especulativo e muitas informações são ´confusas´, talvez por conta mais do preconceito dos autores sobre o tema seja motivados por homofobia ou em outro extremo por certa adesão a defesa de direitos de minorias que o fazem buscar em fatos pretéritos uma certa legitimação a posicionamentos seus que são mais de fundo ideológico do que qualquer outra coisa.

Num adendo, sobre certa manipulação ideológica, significativa é a alusão que alguns fazem sobre a sociedades celtas serem matriarcais ou que nelas havia um suposto culto a um Deusa-Mãe, isto é, ao fundo está a defesa de teses feministas mais do que propriamente há um compromisso com a realidade dos fatos.

Falávamos da questão da homossexualidade celta, no caso antes a minha dúvida era sobre se ´arracht´ queria mesmo dizer em gaélico o equivalente a gay.

No caso o equivalente em gaélico a ´gay´ não é ´arracht´, mas sim ´aerach´ (como também Homossexual seria homaighnéasach segundo vi em algumas pesquisas breves googleanas). O termo´ arracht´ designaria em gaélico ´monstro de espectro de forma real ou ilusório´.

Relata ainda a questão da homossexualidade por detrás de certos personagens da mitologia tais como Arthur e Lancelot, Mark e Tristan ou mesmo Cuchulainn e Ferdiad.

É tudo muito especulativo, porém o quanto existe por detrás disto algo de tabu já que vigora certo esteriótipo de descrever os celtas como uma espécie de ´guerreiros machões´onde não incluiria a visão de condutas homoeróticas fossem condizentes do que se esperaria de um grande lutador que vai disposto realizar atos de heroísmo em que mesmo era cogitado sacrificar a própria vida em combate do que optar pela derrota.

Tem um dado interessante: os romanos eram muito ciosos de sua "masculinidade". Um homem muito carinhoso com a esposa poderia ser tachado de "efeminado"; um grande general romano, Pompeu, se não me engano, era mal visto por causa disso. Mesmo fazer sexo oral numa mulher era visto como sinal de subordinação. E o importante era assumir um papel ativo. Não havia problema em fazer sexo com um escravo do sexo masculino, por exemplo, desde que o dono não assumisse um papel passivo.

O Mito da ''Loira Burra'' Origens na Antiguidade

Teoria remonta durante o Governo de Cláudio, tudo começou na Roma. As mulheres da época gostavam de fazer sexo várias vezes com o homem que quisesse, e não dependia se conhecia ou não o parceiro algumas eram ninfomaníacas, e os maiores alvos dessas mulheres eram soldados romanos. A terceira esposa do imperador Cláudio, a ninfomaníaca Messalina, gostava de fazer sexo com estranhos. Para não ser reconhecida e atrair mais facilmente suas "vítimas", saía para a sua caçada noturna usando uma peruca loira, exclusiva das ninfomaníacas e prostitutas romanas. Outras damas logo passaram a imitá-la na cor dos cabelos, e os legisladores foram incapazes de reprimir a nova moda. A obrigatoriedade do uso da peruca loira para as prostitutas caiu por terra, mas um elemento de fraqueza e abandono hoje associado às loiras sobreviveu ao longo de séculos, ressurgindo como o reverso da imagem de virginal inocência. As vadias da época tanto faz germana, judia, grega, ou romana eram reconhecidas pelo cor dos cabelos (loiros).

Nessa época quando você via uma Loira já sabia que se tratava de uma vadia!!!