Informática para leigos

Troque o termo "bit" por "estado" que, acho eu, a coisa fica mais fácil.

Tempo, espaço são derivativos da alternância de estados.

Se não temos isto aí, temos a singularidade (E o que seria isto? Um uit?)

MacGyver escreveu:
Troque o termo "bit" por "estado" que, acho eu, a coisa fica mais fácil.

O bit, ele mesmo, precisa ser suficientemente estável na possibilidade da sua localização.
Agora, o estado do já estável bit, deverá ser biestável, ou seja, posto "alto" deverá permanecer "alto"; posto "baixo", deverá permanecer "baixo".
O ponto que pretendo enfatizar é que o nome do estado é arbitrário, enquanto o estado, em si mesmo, não é.

Tempo, espaço são derivativos da alternância de estados.

Esse modelo me soa um tanto "eletromagnético".
Para mim, espaço é algo primário que, eventualmente, pode ser percorrido por alterações periódicas.
Na eventual ausência de ondas, o espaço continua, visto que seria muito mais complicado não continuar.

Se não temos isto aí, temos a singularidade (E o que seria isto? Um uit?)

Sempre podemos dar nomes e convencionar...
"Universo presente "="1"
"Universo ausente "="0"
"Espaço presente "="sempre"
"Espaço ausente "="nunca"

O espaço contém espaços.
O primeiro é o ilimitado conjunto dos limitados.

O bit continua sendo a unidade mínima de informação fisicamente resolvível ou distinguível.
O qubit, teoricamente, pode conter um número ilimitado de bits.
Porém, na prática, o qubit conterá tantos bits quanto pudermos resolver em um processo seguro de medição.

As quatro transformações de 1 bit...

Não mude
Vá para zero
Vá para um
Mude

Computação, mesmo, é só isso. O resto é aplicação.

Na computação digital sim... mas na computação quântica você pode ir para qualquer superposição dos estados zero e um... são infinitas possibilidades.

Certo!

Mas, entendo o qbit como um suporte físico que pode, simultaneamente, conter vários bits de informação.

Enquanto na computação clássica cada bit físico corresponde a um único bit lógico, na computação quântica, um qbit físico poderá conter diversos bits lógicos.

Será que é isso mesmo?

Correto, mas é mais do que isso.

Além de 1 qbit poder armazenar informação equivalente a muitos bits (em teoria, uma infinidade de bits, caso não houvesse a interferência externa inerente a um cenárifo físico real), o qbit também permite operações além daquelas que um bit permite.

Não é uma vantagem apenas de compactação de armazenamento de informação, mas também (e principalmente) de capacidade funcional.

O computador quântico efetua operações que um computador digital (máquina de Turing) não faz.

Então o qbit já possui "extras" inerentes.

Ou aceitamos os "extras" ou o qbit deixa de existir.

O qbit, embora o mais simples possível, já é, inerentemente, bem complicado.

Tal como a mecânica quântica.

Einstein sempre desconfiou de que as leis da mecânica quântica pudessem ser originadas por elementos mais simples, que corresponderiam a "variáveis ocultas" no modelo matemático da mecânica quântica.

Porém, experimentos demostram que não há como existirem variáveis ocultas (pelo menos não dentro do pressuposto de que a natureza respeita o princípio da localidade, que estabelece que as ações naturais se propagam no espaço com velocidade finita e jamais causam efeitos instantâneos a distâncias arbitrárias).

Existe, porém, a interpretação de Bohm, que postula variáveis ocultas não-locais.

A idéia de uma natureza "não-local" é bizarra, porém o fenômeno do emaranhamento quântico (quantum entanglement) é uma evidência da existência de interações não-locais na natureza (e, diga-se de passagem, o entanglement tem um papel-chave no funcionamento dos computadores quânticos).

Na minha humilde opinião, já que não sou físico, o que me parece é que ainda há muita coisa não-explicada na mecânica quântica (óóóó... que conclusão óbvia ! rsrs).

Mas vale ressaltar que a viabilização da tecnologia de computação quântica depende apenas de leis muito bem conhecidas e reproduzíveis da mecânica quântica. Não depende de suas interpretações filosóficas, ou mesmo de uma eventual estrutura interna desconhecida de suas equações.

Ou seja, não existe nenhum obstáculo teórico para a construção de um computador quântico, existem apenas apenas obstáculos tecnológicos.

Tornou-se, portanto, um problema de engenharia e de ciência da computação, e não mais de física (embora até o presente momento seja uma área dominada primordialmente por físicos, devido aos conhecimentos específicos requeridos nesse tipo de projeto de engenharia - mas o cenário está mudando e a tendência é se tornar uma área interdisciplinar).

Eu vejo os físicos que trabalham com computação quântica trabalhando mais como "engenheiros" do que como "cientistas", pois eles não estão mais tentando desvendar mistérios da natureza, mas sim tentando encontrar soluções criativas e eficazes para superar obstáculos tecnológicos. A formação em física é mera conveniência momentânea, visto que é, até o momento, a única formação acadêmica que provê os conhecimentos necessários para a àrea. Acredito que em breve existirá formação em "engenharia da computação quântica", mas só quando se puder vislumbrar no horizonte um "mercado de trabalho" para tais engenheiros.