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Mitologia Brasileira

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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:11

Sobre a lenda, estamos diante de uma ginecocracia, isto é, um governo de uma mulher, no nosso caso, Naruna. Portanto, é possível afirmar, que já houve épocas, na Amazônia, que imperava o matriarcado, mas que esse direito foi perdido, com o aparecimento de Jurupari, o "Filho do Sol", que instituiu novas leis sociais. Todas as mulheres então, passaram a uma condição de inferioridade.

Não satisfeitas com a nova condição e tendo em vista à forte repressão masculina, muitas fugiram e outras, como é o caso de Naruna, que não conseguiu retomar o poder, preferiu matar-se.

Date, na lenda, é considerado um dos "Filhos do Sol", ou seja, pertencia a uma comunidade de homens, que respeitavam as duras leis de Jurupari.

O Jurupari, foi o responsável pela instituição secreta "Casa dos Homens", que nada mais é do que um divisor de águas entre homens e mulheres, ou seja, servia para impor o caráter patriarcal no seio das tribos.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:11

SITUAÇÃO DAS MULHERES ENTRE OS KAIAPÓS

As mulheres indígenas também são feministas, conhecem seu valor e sabem se impor diante de seus maridos e companheiros.

Na nossa sociedade indígena, em quase todas as tribos conhecidas, há igualdade entre os sexos. As restrições a certos tipos de afazeres possuem raízes mitológicas e não preconceito em relação ao sexo.

Entre os Kaiapós, do grupo Jê, as meninas chegam a puberdade por volta dos onze anos e já recebem instruções de suas mães para a utilização da planta conhecida como "mehrã-kendiô" (gente não deixa gerar), um anticoncepcional natural, com a qual fazem chás que as esterilizam por mais de um ano.

Também fazem uso de pinturas e "arapê kamrik" (bandoleira de fios de algodão na cor vermelha), para mostrar que já estão na idade de iniciar-se sexualmente. Depois elas passeiam pela tribo e arredores, para serem perseguidas pelos homens solteiros e serem desvirginadas. Quando a situação é concretizada, elas relatam aos seus pais e o acontecimento é comemorado.

Daí em diante, passam a ser consideradas adultas e vão pertencer à categoria "mekraytuk", mulheres que possuem as coxas pintadas de preto, com direito a fazer amor com quem quiserem.

Os rapazes também passam por uma situação semelhante e são agarrados pelas mulheres. Depois de serem desvirginados, passam a pertencer à categoria menõrõnu e devem usar proteção peniana. Quando as duas categorias se encontram, praticam relações sexuais livremente.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:12

TIPOS DE CASAMENTO ENTRE KAIAPÓS

Já o casamento entre os Kaiapós são de dois tipos. No "me-prõ-printi" (o casamento prometido ou de virgens). A cerimônia é chamada de "abénmó djuuó ngo", que significa "gente, uns aos outros, pão dá". Nela é realizada uma grande festa, onde são servidos beijus com castanha do pará. Durante a festa o casal recolhe-se a uma choça reservada aos nubentes, onde acontece o defloramento. Em seguida, o jovem marido deverá exibir seu pênis sujo de sangue ao Conselho dos Velhos. Caso não haja sangue, fica comprovado que o casal teria tido relações antes do casamento.

O outro tipo de casamento é o que ocorre entre aqueles que já foram iniciados sexualmente. É organizada também uma grande festa para os jovens casadouros formam semi-círculos em frente um do outro, e uma pajé manda uma moça escolher seu marido. Ela aponta o rapaz que mais lhe agradar e, esse não poderá recusar, pois caso contrário, será ridicularizado por seus companheiros. Nesse tipo de casamento não há pacto de fidelidade conjugal até que resolvam consolidar a relação com um filho.

As índias Yanomami casam-se após a segunda menstruação, o que ocorre com a idade de onze à treze anos. Com doze anos, muitas delas já têm filhos. As mulheres também participam das guerras, com medo de servirem de troféus para os vencedores.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:12

A infidelidade feminina, muito constante nessa tribo, é perdoada em troca de uma punição: o irmão aplica uma surra nos amantes. Essa punição redime o adultério e a sociedade não condena mais a mulher.

Também o homem que gosta de se ausentar da tribo e sua mulher não fica contente com a situação, corre o risco de quando voltar já encontrar outro em seu lugar. E a mulher é sempre considerada herdeira inconteste e jamais perde a guarda de seus filhos.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:13

Apesar de toda essa liberdade feminina os Kaiapós, realizam uma vez ao ano o Mebiôk, o Ritual das Amazonas.

Durante sete dias, ou o período de uma lua, as mulheres se tornam donas da aldeia e instalam-se na "ngobe", ou seja, na Casa dos Homens, proibida às mulheres. Cabe aos homens realizar as tarefas femininas, preparando os alimentos e cuidando dos filhos. À noite, eles são chamados para atender as necessidades das mulheres e provarem que são viris. É como se a época do matriarcado retornasse. Na última noite, no encontro na "ngobe" completamente às escuras, sem mostrar quem realmente são, fazem sexo até o pajé anunciar a aurora. Elas vão tomar banho e depois voltam às suas casas e a sua vida normal.

Através desse ritual, as mulheres relembram a seus maridos de que, se não as tratarem bem, elas podem se rebelar, como já fizeram suas antigas ancestrais, as amazonas.

As lendas das Amazonas não estão presentes apenas na cultura Kaiapó. Enquanto os homens xinguanos (Kamayurá, Ywalapiti, Mehinaku ou Waurá) realizam rituais como Karytu, Yawari ou Kuarup, no qual, além da mensagem mítica, pretendem reafirmar seu poder na sociedade, valorizando a beleza, a força e o vigor dos homens, as mulheres, em oposição, celebram o Yamarikumã, o ritual das Amazonas.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:13

Esse ritual representa a rebelião coletiva contra o desprezo e a humilhação de permanecerem como simples espectadoras, assistindo às demonstrações que consideram machistas. Reagindo, elas fazem o "moitará" (o comércio de troca intertribal), batem nos maridos, apropriam-se dos seus artesanatos e das flautas sagradas, cantam, dançam e lutam "huka-huka" e promovem uma festa tão grande quanto a masculina. Essa é a forma de demonstrarem que a qualquer momento podem repetir o episódio das amazonas guerreiras e viver isoladamente.

Texto pesquisado e desenvolvido por

ROSANE VOLPATTO

Bibliografia consultada:

Geográfica Universal - "A Guerra dos Sexos" - JAN/95

As Amazonas - Fernando G. Sampaio

Lendas e Mitos da Amzônia - Ararê M. Bezerra/Ana M. T. de Paula
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:15

Revestidas em fadas cantoras, lobisomens, serpentes gigantes, ou seres de uma perna só, nossos ecossistemas brasileiros também são protegidos por entes que se aliam à Educação Ambiental. Manoel diria que “as coisas que não existem são mais bonitas ”. Quais mitos são narrados em sua região? Entreviste seu avô, ou uma moradora antiga do bairro para um “causo” que mantenha relação com a dimensão ambiental. Pode ser um boto cor-de-rosa, um Curupira de pés virados, uma Iara das águas, o negrinho do pastoreio, ou até uma mula sem cabeça. São pratos saborosos ao paladar do teatro, criando diálogos nas asas da imaginação. Os cenários e os figurinos sofrem metamorfoses constantes, basta imaginação, criatividade e bons temperos de paixão, porque amar nunca foi ultrapassado, sempre foi revolucionário!
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:16

Material em Espanhol

Tenho encontrado mais coisas em espanhol versando sobre os mitos amerindios, como a fabulosa obra "soprendate com la mitologia universal" de january brendan. Apelar para essas publicações são uma boa, já que lá o assunto é mais levado a sério que cá; outro ponto positivo é de trazer lendas dos povos amazônicos que, só com muito esforço, poderíamos chamar de "brasileiros", "bolivianos" etc, uma vez que a existência dos povos é anterior à existência das (ficitícias) fronteiras. A obra de Câmara Cascudo é bem recomendada, mas infelizezmente ainda não tive acesso à ela. Já postei nessa comunidade um relato sobre ELDORA (EL INDIO DORADO) retirado de uma dessas obras em espanhol.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:18

A formação do mito brasileiro "passa" necessariamente pela confluência das três culturas, por exemplo Yara, Saci, mula sem cabeça, o próprio Tupã, todos eles receberam camadas de influência europeia e negra, o próprio Tupã foi alçado da sua condição de deus tribal para deus criador por obra e graça dos jesuítas. Este é um aspecto da questão, outro é a própria condição de mito. Temos no Brasil as fábulas (que aqui apresentam-se como casos de assombração) e os mitos e importante saber a diferença. Alguns mitos de criação (puros) podem ser encontrados em edições especializadas, normalmente versão sobre mitologia de uma determinada nação indígena que é diferente de outra. Não esqueça que temos pelo menos 147 línguas nativas no Brasil e isto pressupõe mitologias diferentes.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:19

São Cosme e Damião

Cosme e Damião foram martirizados na Síria, porém é desconhecida a forma como morreram. Seu culto já estava estabilizado no Mediterrâneo no século V. Perseguidos por Diocleciano, foram trucidados e muitos fiéis transportaram seus corpos para Roma, onde foram sepultados no maior templo dedicado a eles, feito pelo Papa Félix IV (526-30), na Basílica no Fórum de Roma com as iniciais SS - Cosme e Damião.
Alguns relatos atestam que eram originários da Arábia, mas de pais cristãos. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio. Surgiram várias versões, mas nenhuma comprovada com fundamento histórico. Em uma das fontes, explica-se que eram dois irmãos, bons e caridosos que realizavam milagres. Alguns relatos afirmam que foram amarrados e jogados em um despenhadeiro sob a acusação de feitiçaria e inimigos dos deuses romanos. Em outra versão, na primeira tentativa de morte, foram afogados, mas salvos por anjos. Na segunda, foram queimados, mas o fogo não lhes causou dano algum. Apedrejados na terceira vez, as pedras voltaram para trás, sem atingi-los. Por fim, morreram degolados.
Depois de mortos, apareceram materializados ajudando crianças que sofriam violências. Ao gêmeo Acta é atribuído o milagre da levitação e ao gêmeo Passio a tranqüilidade da aceitação do seu martírio. A partir do século V os milagres de cura atribuídos aos gêmeos fizeram com que passassem a ser considerados médicos, pois, quando em vida, exerciam a medicina na Síria, em Egéia e Ásia Menor, sem receber qualquer pagamento. Por isso, eram chamados de anargiros, ou seja, inimigos do dinheiro. Mais tarde, foram escolhidos patronos dos cirurgiões.
...
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:20

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Sempre confiantes em Deus, oravam e obtinham curas fantásticas. Também foram chamados de "santos pobres". Muitos esforços foram feitos para demonstrar que Cosme e Damião não existiram de fato, que eram apenas a versão cristã dos filhos gêmeos pagãos de Zeus. Isto não é verdade, embora haja evidências de que a superstição popular muitas vezes fez supor haver em seu culto uma adaptação do costume pagão.
No Brasil, em 1530, a igreja de Iguaraçu, em Pernambuco, consagrou Cosme e Damião como padroeiros. No dia 27 de setembro, quando é realizada a festa aos santos gêmeos, as igrejas e os templos das religiões afro-brasileiras são enfeitados com bandeirolas e alegres desenhos.
No candomblé, são associados aos "ibejis", gêmeos amigos das crianças que teriam a capacidade de agilizar qualquer pedido que lhes fosse feito em troca de doces e guloseimas. O nome Cosme significa " o enfeitado" e Damião, "o popular".
Padroados: Farmacêuticos; Faculdades de medicina; Barbeiros e Cabeleireiros.
Protege: Orfanatos; Creches; Doceiras; Filhos em casa; Contra hérnia e Contra a peste.
Emblema: caixa com unguentos, frasco de remédios, folha de palmeira.
Pesquisa: Terra Esotérico
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:21

O macaco perante o juiz

Andava um bando de macacos em troça, pulando de árvore em árvore, nas bordas de uma grota. Eis senão quando, um deles vê uma onça que lá caíra. Os macacos se enternecem e resolvem salvá – la. Para isso, arrancaram cipós, emendaram-nos bem, amarraram a corda assim feita á cintura de cada um deles e atiraram uma das pontas à onça . Com o esforço reunido de todos, conseguiram iça-la e logo se desamarraram, fugindo.
Um deles, porém, não o pôde fazer a tempo e a onça segurou-o imediatamente.
- compadre macaco, disse ela, tenha paciência. Estou com fome e você vai fazer-me o favor de deixar-se comer.
O macaco rogou, instou , chorou; mas a onça parecia inflexível. O macaco então lembrou que a demanda fosse resolvida por um juiz. Foram a ele; o macaco sempre agarrado a onça. É o juiz de direito entre os animais o jabuti, cujas audiências são dadas à borda dos rios, colocando-se ele em cima de uma pedra. Os dois chegaram e o macaco expôs as suas razões.
O jabuti ouviu-o e no fim ordenou:
- bata palmas.
Apesar de seguro pela onça, o macaco pôde assim mesmo bater palmas. Chegou a vez da onça, que também expôs suas razões e motivos. O jabuti, como da primeira vez, determinou ao felino:
- bata palmas.
A onça não teve remédio senão largar o macaco, que se escapou, e também o jabuti, atirando-se na água.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:23

Existe um El Dorado? Pelo que andei lendo o el dorado seria um rito de entronização de um líder indígena que era coberto de ouro (daí o el dorado) e era entronizado na lagoa sagrada. Sendo que todo esse ritual estaria ligada com o episódio da princesa de Guatavita que havia desaparecido nesta mesma lagoa. O mito do El Dorado surgiu quando os europeus deliram e confundiram uma pessoa com um lugar (talvez influenciados por relatos não ameríndios como as ilhas das bem-aventuranças).
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:23

...
Creio que o mito de Eldorado foi criado pela mente européia mesmo. Lendo alguns dos relatos dos cronistas percebi uma certa influência dos mitos europeus na forma de contar os mitos. Talvez o eldorado seja uma leitura do mundo amerindio a partir da mitologia européia. No caso a Ilha das Bem-aventuranças dos gregos talvez seja uma fonte desse mito, como a Odisséia parece ter sido a fonte de algumas outras aventuras pelo Amazonas...
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:26

Lenda pudica - como surgiu o pênis

Vou contar-lhes uma lenda da tribo Kaapor urubu. Essa lenda é de como surgiu o pênis nos homens (isso mesmo). Vai lá então:

Logo após Mair ter criado os homens e mulheres, extraindo - os da wirapitang ou árvore de lenho vermelho. faziam as mulheres, então, todos os serviços: cortavam madeiras, caçavam, derrubavam a floresta, plantavam mandioca e construíam as cabanas, enquanto os homens só dormiam em redes. nesses tempos os homens eram como crianças , pois não tinham pênis; nem o próprio Mair não o possuía.
Isso indignou as mulheres, e assim Mair fêz um rancuãi - ang ( pênis fantasma, de rancuãi : pênis, e ang : fantasma) para elas. era uma coisa enorme que vivia debaixo da terra, como uma grande minhoca azul, de meia milha de comprimento. desejando - o, elas o chamavam suavemente - " ò meu rancuãi - ang, ò meu macho, `o meu marido" - batendo , em seguida, delicadamente, na terra.
ouvindo -as o rancuãi - ang caminhava pela terra e erguia a cabeça exatamente em frente da mulher , de modo que ela pudesse acocorar – se em cima dele e gozar. qdo terminava o rancuãi - ang desaparecia. então a mulher pegava um pote e mijava nele, depois de cinco dias nascia uma criança no pote.
um dia porém, um dos homens cansado de dormir, levantou -se e segui a mulher que ia preparar a farinha de mandioca. ela acendeu o fogo debaixo do grande prato de tostar a farinha , e enquanto esperava ele aquecer , sentiu, repentinamente, desejo do rancuãi - ang.
falou suavemente, bateu na terra e acocorou - se sobre a cabeça do rancuãi que emergira da terra . o rapaz viu tudo isso, qdo a mulher saiu, quis experimentar, , chamando o rancuãi - ang. bateu no chão , ele ergueu a cabeça e o homem não sabendo que mais deveria fazer, tomou o facão e decepou a cabeça do rancuãi.
dois dias depois a mulher voltou a casa da farinha para tostar a mandioca, bateu na terra delicadamente e nada aconteceu. bateu outra vez e nada.
o rancuãi - ang havia morrido. furiosa, a mulher procurou Mair, gritou por ele:
- " onde está nosso marido?
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:26

continua

“ onde está nosso macho?”
Mair não o sabia. As mulheres ficaram tão furiosas que encheram o rio de pedras até a água desaparecer e foram organizar outra aldeia muitas milhas adiante.
Mair ficou aflito:
- “ quem matou o macho das mulheres?”

- “ fui eu”, acusou –se o jovem.
- “ vá buscá – lo”.
Foi o jovem a casa da farinha , arrancou o rancuãi – ang do buraco , achou a cabeça , era tal a cabeça de uma serpente, com olhos, boca, língua bifurcada, e trouxe tudo. Mair cortou o corpo do rancuãi – ang em pedaços , cuidadosamente, deu – lhes forma e prendeu – os aos homens. Após terminar o serviço, chamou as mulheres dizendo – lhes:
-“ voltem todas, cada homem tem agora seu próprio rancuãi “.
E as mulheres, de bom grado , voltaram e foram imediatamente surucadas pelos homens. Um homem enquanto surucava com a mulher viu seu rancuãi se desprender e cair dentro da mulher, que jogou o rancuãi fora, e ele ficou triste.
- “ Eh Mair, meu rancuãi desapareceu!” – queixou –se.
Mair pô- lo novamente e atou – o no lugar com casca de embira. È por isso que os homens têm cabelo no púbis. qto as mulheres, não puderam elas, nunca mais , fazer filhos mijando em potes, mas têm que os manter na barriga, e os parir .
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:33

Kurupi

Deus tupi-guarani da sexualidade e fertilidade, filho de Tau e Kerana, costuma estuprar índios perdidos na floresta, assim como índias virgens (ou seja, não discriminava sexos), sendo que, se isto ocorrer em noites de lua nova, segundo a crença, será concebido um ser híbrido, pequenino e levado.
Kurupi ainda tem o hábito macabro de se alimentar de crianças e filhotes recém-nascidos e é reconhecido por seus gritos e gargalhadas malévolos.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:35

Uma bela origem do deus Sol

Antigamente, muito antigamente, no tempo em que vivia entre os Tucuna, o Sol era um moço forte e muito bonito. Por ocasião da festa de Moça-Nova, o rapaz ajudava sua velha tia no preparo da tinta de urucu. Ia à mata e trazia uma madeira muito vermelha, chamada Muirapiranga. Cortava a lenha para o fogo onde a velha fervia o urucu para pintar os Tucuna.

A tia do moço era muito mal humorada, estava sempre a reclamar e a pedir mais lenha.

Um dia o Sol trouxe muita muirapiranga e a velha tia ainda resmungava insatisfeita. O rapaz resolveu então que acabaria com toda aquela trabalheira. Olhou para o fogo que ardia, soltando longe suas faíscas. Olhou para o urucu borbulhante, vermelho, quente. Desejou beber aquele líquido e pediu permissão à tia, que consentiu:

- Bebe, bebe tudo e logo, disse zangada. Julgava e desejava que o moço morresse.

Mas, à medida que ia bebendo a tintura quente, o rapaz ia ficando cada vez mais vermelho, tal qual o urucu e a muipiranga. Depois, subindo para o céu, intrometeu-se entre as nuvens e passou desde então a esquentar e iluminar o mundo.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:37

Quem ja ouvio falar no carneiro de ouro???

Pois bem, o carneiro de ouro é uma lenda existente na cidade de Itabaiana, interior de Sergipe.

Diz a lenda que na serra de Itabaiana, agora parque florestal, habita um carneiro de ouro, e quando alguém fica perdido na mata ou sozinho ele aparece, mas seu brilho é tao intenso que a pessoa fica cega e morre na mata, caindo de algum penhasco, se afogando, fome e outras coisas mais.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:38

Essa a lenda só existe na cidade de Itabaiana, a serra de Itabaiana onde o carneiro supostamente habita também tem uma lenda.

Diz que uma índia chamada Ita que morava na Bahia acabou por vim parar em Sergipe, e morava na serra, Se eu não me engano Ita morreu por algum amor, então batizaram a serra de Ita+Baiana - Itabaiana.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:39

A sereia da Lagoa do Abaeté

A lagoa do Abaeté situa-se no bairro de Itapuã, localizando-se ao centro da Área de Proteção Ambiental do Parque Metropolitano da Lagoa e Dunas do Abaeté, em Salvador, capital da Bahia.

Lagoa de mistérios e encantos, muitas lendas surgiram em torno das águas escuras dessa massa de água doce cercada pelas alvíssimas areias de imensas dunas. A antiga Lagoa de Itapuã, escondida em meio a belezas naturais, era reverenciada como sagrada, pelos adeptos do candomblé.

Visitada por poucos turistas, todos temiam o banho em suas águas que, segundo se dizia, "engoliam" em misteriosos rodamoinhos, cujos pontos eram do conhecimento de poucos. Eventuais mortes por afogamento apenas aumentavam essa aura de mistério, e se dizia que era uma sereia que prendia quem em suas águas se banhasse.

O fato é que, por sua água doce, sustentada por nascentes que surgem no meio das dunas - e não pelo represamento da chuva, como um dia se acreditou - o Abaeté era usado por lavadeiras que, em suas margens, ajudaram a manter vivas muitas das tradições ancestrais que enriquecem a cultura de Salvador.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:42

No nordeste existe a lenda das Luzernas, comenta-se que quando dois compadres estão brigados, se morrerem sem fazer as pazes, aí a alma do que foi primeiro fica à espera do outro aguardando a passagem para a morte, quando os 2 então mortos transformam-se em 2 bolas de fogo e começam a se gladiar nos pastos e nos céus das terras interioranas. Existe uma explicação científica para tais fenômenos, que são bolças de gás podendo ser proveniente de animais mortos que entram em combustão no ar, dando a impressão de estarem flutuando, mas vai dizer isso à minha avó que afirma já ter visto tais almas em chamas se gladiarem, é uma coisa muito sinistra quando nossos avós falam de tais fenômenos.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:43

É o que se chama "fogo-fátuo".

O fogo-fátuo é uma inflamação espontânea de gases emanados dos pântanos e dos sepulcros. É disso que também vem o mito de Mboi-Tatá (Boitatá, a serpente de fogo).

Nossa, esses mitos de terror me deixam arrepiado...
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:44

Saci Pererê

Mito do folclore Brasileiro, bastante difundido de a Norte a Sul, através de inúmeras variantes: Saci Cererê, Saci Taperê, Mati Taperê, Matinta Pereira, Martim Tapirera e Martim Pererê. O mito tem procedência ameríndia, de fonte tupi-guarani. Teria sido, primitivamente, um mito ornitomórfico: pássaro encantado e, ainda hoje, em diversas versões, o saci é uma ave. transformou-se, depois, em mito antropomórfico: negrinho de um pé só, com uma carapuça vermelha e cachimbo na boca. De todas as formas esta última é a mais popular. É uma espécie de duende que vive de noite, a perturbar os viajantes e tropeiros, pedindo fumo e fazendo-os errar os caminhos. É interessante que mesmo nos dias atuais, entre os roceiros, coloca-se fumo para o Saci nos galhos de árvores a fim de afastar as suas diabruras. Dizem que, de noite, faz trança nas crinas dos cavalos e costuma assobiar e gritar: "Saci Pererê, minha perna dói como o quê!". Tudo que se encontra revirado, da noite para o dia, nas fazendas do interior, é atribuído a esse pitoresco demônio do folclore Brasileiro. Além disso, tem especial prazer em azedar o leite, gorar os ovos das galinhas e impedir o milho-picoca de rebentar. No extremo-norte, onde a influência ameríndia é mais intensa, o primitivo mito ornitomórfico sobrevive sob forma do pássaro encantado Matinta Pereira, que traz desgraças e sofrimentos. A antropomorficação do mito primitivo primitivo primitivo apresenta um influxo indireto do elemento negro. O Saci adquiriu feição de moleque brincalhão. Outra transformação, mais complexa, é a versão de Romãozinho, também um negrinho notívago que faz estripulias nos terreiros e, às vezes, dentro das próprias casas. Em torno desse personagem se formou uma lenda: Romãozinho era um negrinho desobediente e mau, que bateu em sua mãe e foi condenado a perambular de noite pelos campos e matos.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:51

Icamiabas ou iacamiabas (Amazonas)

Icamiabas ou iacamiabas (do tupi i + kama + îaba, significando "peito rachado") é a designação genérica dada a índias que, segundo o folclore brasileiro, teriam formado uma tribo de mulheres guerreiras que não aceitavam a presença masculina. Compunham uma sociedade rigorosamente matriarcal, caracterizada por mulheres guerreiras sem homens, ou ainda mulheres que ignoravam a lei . O termo designaria também um monte nas cercanias do rio Conuris (no atual território do Equador). Esta lenda teria dado origem, no século XVI, ao mito da presença das lendárias Amazonas na região Norte do Brasil. Em A Amazônia Misteriosa de Gastão Cruls, lê-se:

Aí existe mesmo, já nas cabeceiras do rio, a serra Itacamiaba, que por muito tempo se quis ter como o habitat da famosa tribo, e cujo nome deturpado para icamiaba, foi também empregado como sinônimo de Amazonas.
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