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Mitologia Brasileira

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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:51

Quando o conquistador espanhol Francisco de Orellana desceu o rio pelos Andes em busca de ouro, o rio ainda era chamado de Rio Grande, Mar Dulce ou Rio da Canela, por causa das grandes árvores de canela que existiam ali. A belicosa vitória das icamiabas contra os invasores espanhóis foi tamanha que o fato foi narrado ao rei Carlos V, o qual, inspirado nas antigas guerreiras ou amazonas, batizou o rio de Amazonas. Amazonas é o nome dado pelos gregos às mulheres guerreiras .

Os relatos de Orellana afirmam que a tropa fora advertida da existência desses índias antes mesmo de entrar em contato com elas. Orellana descreveu-as como mulheres altas e brancas, que andavam nuas e portavam apenas o arco-e-flecha, habitavam casas de pedra e acumulavam metais preciosos. O mito motivou os exploradores espanhóis a batizar o atual rio Amazonas, até então sem nome.

No livro Macunaíma, de Mário de Andrade, as icamiabas presenteavam seus amantes, os guacaris, depois do acasalamento, na Festa de Iaci com um muiraquitã, amuleto tradicional indígena. O presente serviria como recordação e tinha como intuito encorajá-lo à fidelidade.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:53

Icamiabas ou iacamiabas (do tupi i+kama+îaba, significando "peito rachado") é a designação genérica dada à índias que, segundo o folclore brasileiro, teriam formado uma tribo de mulheres guerreiras que não aceitavam a presença masculina. Compunham uma sociedade rigorosamente matriarcal, caracterizada por mulheres guerreiras sem homens, ou ainda mulheres que ignoravam a lei.O termo designaria também um monte nas cercanias do rio Conuris (no atual território do Equador). Esta lenda teria dado origem, no século XVI, ao mito da presença das lendárias Amazonas na região Norte do Brasil. Em "A Amazônia Misteriosa" de Gastão Cruls, lê-se:

"Aí existe mesmo, já nas cabeceiras do rio, a serra Itacamiaba, que por muito tempo se quis ter como o habitat da famosa tribo, e cujo nome deturpado para icamiaba, foi também empregrado como sinónimo de Amazonas."

Conforme consta da Relación de frei Gaspar de Carvajal, a viagem empreendida por Francisco de Orellana em 1541 e 1542 pelo maior rio do mundo, ajudou a recriar a lenda das mulheres guerreiras, as amazonas da mitologia grega clássica. As icamiabas eram índias que dominavam a região próxima ao rio Amazonas , riquíssima em ouro. Quando Orellana desceu o rio em busca de ouro, descendo os Andes (em 1541) o rio ainda era chamado de Rio Grande, Mar Dulce ou Rio da Canela, por causa das grandes árvores de canela que existiam ali.

A belicosa vitória das icamiabas contra os invasores espanhóis, que lhes disparavam flechas e dardos de zarabatanas, foi tamanha que o fato foi narrado ao rei Carlos V, o qual, inspirado nas antigas guerreiras hititas ou amazonas, batizou o rio de Amazonas, já que "amazonas" é o nome dado pelos gregos às mulheres guerreiras.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:54

Os relatos de Orellana afirmam que a tropa fora advertida da existência desses índias antes mesmo de entrar em contato com elas. Orellana descreveu-as como mulheres altas e brancas, que andavam nuas e portavam apenas o arco-e-flecha, habitavam casas de pedra e acumulavam metais preciosos. O mito motivou os exploradores espanhóis a batizar o atual rio Amazonas.

No livro "Macunaíma", de Mário de Andrade, as icamiabas presenteavam seus amantes, os guacaris, depois do acasalamento, na Festa de Iaci (ou Jaci) com um muiraquitã, amuleto tradicional indígena.

A mística do presente oferecido aos índios visava a encorajar a fidelidade a elas e para que, ao exibirem-no, fossem respeitados, pois presentear um índio com um muiraquitã representava o ato sexual consumado entre uma icamiaba e um índio. As icamiabas compunham uma sociedade rigorosamente matriarcal e se dessa união nascessem filhos masculinos, estes seriam sacrificados, deixando sobreviver somente os de sexo feminino.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_de_Orellanahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Amazonas_(guerreiras)http://pt.wikipedia.org/wiki/Icamiabashttp://pt.wikipedia.org/wiki/Muiraquit%C3%A3
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:55

Na verdade as icamiabas tinham homens em suas tribos, mas eles eram como escravos, faziam alguns trabalhos, e é claro eram necessário pra reprodução.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:56

De fato, na fonte em que encontrei e coloquei acima diz: "tribo de mulheres guerreiras que não aceitavam a presença masculina".

Mas em outros lugares, e acho que está mesmo mais correto, as icamiabas conviviam mesmo com os homens, mas com papéis invertidos. Nas tribos patriarcais convencionais, os homens caçam, pescam, fazem a guerra e constroem as habitações, enquanto as mulheres plantam, colhem, coletam frutos e raízes, cuidam dos filhos e dos afazeres domésticos.

Na tribo das icamiabas era feito tudo isso também, mas apenas se trocavam os homens e as mulheres nessas atividades.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:58

As Amazonas e o Eldorado

Diz-se que Eldorado é um país lendário e cheio de riquezas, que se dizia existir no Norte da América do Sul. Pois esse lugar é brasileiro e tinha ligação com a civilização inca e com o povo yanomâmi de Roraima. Até mesmo as Amazonas brasileiras podem ter sua origem entre as Virgens do Sol daquela civilização.

O texto a seguir se chama "Yes, sir! Eldorado é aqui", de Celso Serqueira (desculpem, mas, infelizmente, perdi o endereço do site dele; talvez consigam procurando pelo nome dele em sites de busca: o 'Serqueira' é com 'S' mesmo).
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:59

YES, SIR! EL DORADO É AQUI

No coração da floresta amazônica, reluzia uma cidade com prédios e telhados dourados, habitada por indígenas que tomavam banho de ouro em pó às margens de um lago. Lenda ou verdade? Pesquisas recentes fizeram surpreendentes descobertas sobre a incrível "cidade de ouro", incluindo antigas trilhas incas e fortes de pedra em plena floresta.

Os brasileiros, entretanto, não têm acesso à novidade: tudo de importante no patrimônio arqueológico de Manoa ou El Dorado foi levado para Londres, com a complacência e ajuda financeira do governo brasileiro, através do INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, em 1987. E mais: embora venda bem no exterior, não há editora daqui interessada em publicar o livro que relata a descoberta da cidade, e até as visitas ao local são privilégio de estrangeiros, trazidos através de uma agência de viagens norte-americana.

Os mapas da América do Sul nos séculos 16 e 17 mostram um enorme lago na Amazônia com as legendas "Parime", "Manoa", "Paranapitinga" ou "Mar Branco". Seria aí, nas fraldas de Roraima, que existiu o El Dorado. Sua história remonta a 1532, quando o exército espanhol do conquistador Francisco Pizarro chegou a Cajamarca, no Peru, e aprisionou o chefe índio Atahualpa, representante do deus Sol, exigindo dos nativos um fabuloso resgate para libertá-lo. Muitas mulheres indígenas foram obrigadas a ter relações sexuais com os soldados, dando origem aos índios de pele vermelha e olhos claros, um dos ramos yanomami.

Quando puderam se livrar das garras dos espanhóis, muitas delas seguiram uma trilha que as trouxe ao Brasil, ao norte do Rio Negro, onde passaram a viver e se tornaram as lendárias guerreiras amazonas. Histórias na região do Alto Amazonas dão testemunho da passagem dessas misteriosas "Virgens do Sol" pela floresta e também das viagens organizadas por soldados carregados de ouro procedente de El Dorado; as cargas eram parte do resgate do chefe Atahualpa, que os espanhóis, ao invés de libertarem, assassinaram.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 00:59

Um fato que intrigava os pesquisadores era por que os mapas deixaram de indicar o lago no decorrer do século 18. Hoje se sabe que ele secou em conseqüência da elevação gradual do seu fundo e a floresta tomou a enorme área antes submersa – hoje está coberta por pastagens. Foi um pesquisador chileno radicado no Brasil, Roland Stevenson, quem descobriu, em 1987, a localização exata do até então mítico El Dorado: ficava na Ilha de Maracá, no meio do lago Parime, em Roraima, e não às suas margens, como imaginavam os muitos aventureiros que a procuraram, inutilmente, durante séculos.

Um mês após a notícia correr, chegaram à ilha mais de 200 ingleses, a serviço da Royal Geographic Society em convênio com o INPA. O acesso ao sítio arqueológico foi exclusivo dos britânicos, e os pesquisadores brasileiros tiveram que se contentar com uma pequena área distante, nos arredores. O vigia que fazia o policiamento fluvial de Maracá relatou que "os ingleses tiravam toneladas e mais toneladas de material hermeticamente embalado, enviado de avião para a Guiana Inglesa e daí para Inglaterra". Muitos viram os numerosos caixotes despachados pelo Aeroporto de Boa Vista e que o Itamaraty acertou para que não fossem vistoriados.

O vigia acredita que, pelo grande peso dos caixotes e pelo cuidado com que os ingleses os manipulavam, poderiam conter peças de ouro. Questionado, o INPA alegou inicialmente que continham terra para análise na Inglaterra e, posteriormente, que eram "animais empalhados". Stevenson garante que "o resultado dessas supostas análises nunca retornou ao Brasil, como também nenhum estudo considerável e útil".

Recomendo enfaticamente a entrevista de Roland Stevenson para o site Arqueologia Americana
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Mensagem por Velha Ordem Mundial 5/1/2024, 13:31

Naiá e a Lua, Lenda do Guaraná, Mani-oca, Boiúna, Icamiabas, Tamba-Tajá, Boto, Iara, Curupira etc. Pra você que acha a mitologia indígena brasileira singela e mais ligada à natureza, este tópico é um prato cheio.
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Mensagem por Velha Ordem Mundial 5/1/2024, 13:33

Panteão tupi-guarani?

Pode-se falar de um panteão tupi-guarani mais ou menos geral a todas as comunidades, ou seja, de um conjunto definido de entidades sobrenaturais geralmente conhecidas e respeitadas, com um papel mitológico definido, como se fala dos deuses do Olimpo ou dos orixás do candomblé? Quais seriam essas entidades?
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 13:45

Penso que sim, embora considere um assunto para lá de sinuoso devido às muitas versões, interpretações, explicações e deturpações existentes.

Não conheço tanto. Topo conversar mais.

Em Tupã Tenondé; a criação do universo da terra e do homem segundo a tradição oral guarani, de Kaká Werá Jecupé (São Paulo, Peirópolis, 2001), o mundo começa assim:

"Nosso Pai Primeiro
Criou-se por si mesmo
Na Vazia Noite..."

Nosso Pai Primeiro, Ñande Ru Tenondé, Espírito-Música, Grande Som Primeiro, Eterna Música ou Tupã Tenondé seria assim a primeira entidade.
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Mensagem por Velha Ordem Mundial 5/1/2024, 13:46

Mas essa concepção é posterior à influência cristã, não? Na época do Descobrimento, me parece que Tupã era uma entidade menor (embora temida), e Maíra-atá, Maire ou Monan, herói civilizador, era mais importante. Outras figuras mencionadas pelos cronistas são Sumé ou Sommay, Maire-pochy, os gêmeos Aricoute e Temendonare, etc.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 13:49

Qual é o mito do sol no Guarani?

O fogo e o sol

Há vários mitos curiosos sobre a origem do sol, ausente em muitos outros relativamente próximos, como os Suruí, lembrando os múltiplos sóis dos Aztecas, que desaparecem sucessivamente.
No mito dos Aruá, o sol era como fogo, queimou uma criança e os homens o mataram. Vários sóis foram mortos pelos homens, até que o demiurgo, Paricot, resolveu elevar o céu para mais longe da terra.
No mito dos Jabuti de Rondônia, o sol nunca se punha, voltava imediatamente, nunca havia noite. Um dia, os "demônios" onças devoraram o sol, comiam também a humanidade. As mulheres grávida viravam onças, comendo os que haviam sido seus parentes. Os habitantes remanescentes na terra juntaram lenha e queimaram um pajé velho, para ficar no lugar do sol. O pajé foi se coçando no fogo, virando sol... não era mais gente, mas saiu muito namorador, excitando o ciúme dos homens, que o mataram. Outro pajé mais moderado foi escolhido, sentou-se na fogueira no seu banco de pajé, avisando os parentes para não chorarem, pois não iria morrer. Na fogueira, virou sol, o que existe hoje, e a ordem foi restaurada, não apareceram mais as onças monstruosas.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 13:49

O Sol / fogo segundo os Guarani:

Talvez a tradição indígena brasileira (e paraguaia) mais bem documentada seja a dos Guarani. São narrativas místicas, complexas, de difícil tradução, vivas e conservadas mesmo depois de 500 anos de contato, escritas por muitos pesquisadores.
O roubo do fogo, segundo a epopéia Guarani, ocorre na terra nova, quando a antiga foi destruída por um dilúvio, marcando a separação entre os deuses e a humanidade depois de um crime de incesto entre o deus Karaí Jeupié e a irmã de seu pai.
Os humanos habitam agora uma terra imperfeita, mas como escolhidos dos deuses. Nos Guarani: o mito tem grandes semelhanças com o dos Kuikuro, por exemplo, mas a narrativa é muito diferente.
"Os mestres do fogo/sol são os corvos. É preciso roubá-lo deles, a fim de q os futuros habitantes da nova terra
possam dispor dele.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 13:50

Personagens que pertencem ao mundo divino encarregam-se de cometer o roubo: heróis culturais, ou semideuses, ou mesmo Sol. Um deles finge-se de morto; os corvos chegam para cozinhá-lo e comê-lo.
O falso morto chacoalha-se e espalha as brasas, e o sapo consegue engolir uma pequena quantidade delas que, uma vez vomitada, é colocada no interior de algumas madeiras determinadas. Bastará aos homens, doravante, produzir fogo pelo método da fricção. Notemos que, para os Guarani, a fricção não produz verdadeiramente o fogo, mas permite simplesmente extraí-lo da madeira, onde já se encontra enclausurado. Quanto aos corvos, despossuídos para sempre do fogo, transformam-se no que estavam condenados a se tornar: corvos, isto é, os comedores de carniça a quem não molestará o fedor da 'coisa grande', nome religioso do cadáver"
Para entrar e emergir do labirinto de mitos, pode não ter conduzido a uma luz e a um fogo redentores da saída, mas mostra a complexidade de lidar com esse universo. A busca com múltiplas versões da simbologia do sol, do roubo do fogo e dos incêndios em povos indígenas da América ou da África - um jogo sem fim. Percebe-se muitos temas correlatos ao cosmos, do aparecimento das estrelas, das Plêiades, do sol e da lua, faz com que nos aprofundemos em outros significados, outros ângulos para compreender a linguagem imaginária e simbólica.
Os mitos indígenas - contam sobre a experiência dos seres humanos, sobre fenômenos naturais e o que se passou com o universo e com a terra - só que a verdade que contem, possivelmente não é literal, mas depende da força que nos desperta, curiosos ou estudiosos de acordo com o repertório cultural, essas ligações conseguem estabelecer entre os mitos e com a sua substância, um sentido oculto e profundo a ser reinventado.

Fonte: PEREIRA, Nunes. Moronguêtá, um Decameron Indígena, 2 v. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1967.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 13:52

Mais deuses:

Tupã = deus dos céus
Guaraci = deus do sol
Jaci = deusa da Lua
Rudá = deus do amor
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 13:53

As Pirâmides do Amazonas

A história que envolve a possível existência de, pelo menos, três pirâmides no meio da selva amazônica brasileira é uma das mais estranhas e misteriosas de que se tem notícia.
No Brasil, o tema se tornou conhecido publicamente em 1979, quando algumas revistas emissoras de televisão publicaram matérias sobre a descoberta de três estruturas de forma piramidal, recobertas pela vegetação, que teriam sido avistadas de alguma distância por um grupo que realizava uma expedição à procura de vestígios de uma antiga civilização existente, numa região próxima à serra do Gupira, no alto rio Negro.
Após uma série de controvérsias, alguns especialistas afirmaram, mesmo sem terem visitado a região, que as fotos apresentadas mostravam apenas formações naturais, morros cobertos pela vegetação, com formatos que lembravam pirâmides. O fato é que o assunto morreu e nunca mais se ouviu ou viu qualquer publicação a esse respeito. No entanto, o historiador, antropólogo e arqueólogo brasileiro Aurélio M. G. de Abreu apresentou uma versão bem mais completa para o caso, entendendo que o assunto foi muito mal explicado e ainda pior pesquisado pelas autoridades e cientistas brasileiros.
A história complicada começou em 1971, quando um piloto alemão que se encontrava em Manaus teve contato com um homem que dizia ser nativo da Amazônia, de uma região do interior, pertencente a uma tribo chamada ugha mogulala, filho de pai alemão e mãe indígena, e que falava alemão correntemente. Segundo ele, cerca de dois mil soldados alemães chegaram à região entre os anos de 1939 e 1941, enviados por Hitler como cabeça-de-ponte para uma possível invasão ao Brasil. Quado retornaram em 1945, alguns deles resolveram permanecer e se misturaram aos nativos.
O piloto alemão contou a estranha história so jornalista Karl Brugger, que foi a Manaus, entrou em contato com o nativo que falava alemão - que se chamava Tatunka Nara - que lhe contou que ainda existiam descendentes de uma civilização pré-colombiana vivendo no interior da Amazônia.

Continua....
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 13:54

Brugger partiu numa expedição às cidades em companhia de Nara em 1972 e, em 1976, publicou o livro Die Chronik von Akakor, em que narrava a chegada dos soldados alemães.
Diz-se que Eirch von Däniken também resolveu pesquisar sobre o assunto e esteve em Manaus em 1977, também contatando Tatunka Nara. Nessa ocasião, o nativo lhe disse que existiam três cidades habitadas no interior da mata - Akahim, Akakor e Akanis - e que em Akahim existiria um objeto que teria sido entregue aos sacerdotes mogulalas milhares de anos atrás, por deuses que vieram do céu. Segundo a lenda ou tradição desse povo, esse objeto começaria a cantar quando chegasse o momento de os deuses retornarem à Terra, e que isso vinha ocorrendo ultimamente. O piloto que primeiro fizera o contato foi encarregado por Däniken de dirigir-se até Akahim e obter o suposto objeto, e para tal armou-se uma expedição que, por sua vez, teve de contar obrigatoriamente com um arqueólogo brasileiro, sendo escolhido Roldão Pires Brandão.
Quando a expedição estava a dois dias da suposta cidade de Akahim, foi forçada a retornar para dar assistência a Roldão, que levou um tiro no pé. Segundo um comunicado da revista Ancient Skies, editado pela Ancient Astronaut Society, Roldão se teria ferido propositadamente para impedir que a expedição prosseguisse. Diz-se que a informação sobre as pirâmides foi passada à imprensa pelo próprio Roldão, depois que soube de uma expedição inglesa que estaria tentando atingir a região partindo da Venezuela.
O jornalista Karl Brugger retornou ao Brasil em 1981 e tentou realizar mais uma expedição com Tatunka Nara e um cineasta, mas a viagem foi suspensa porque o nativo disse que não haveria nenhuma segurança em atravessar a região, abalada por tribos em pé de guerra. A imprensa brasileira também publicou matérias procurando desmentir os acontecimentos, insistindo em que o nativo Tatunka Nara seria, na verdade, um ex-marinheiro alemão, neurótico de guerra, que teria inventado toda a história...

continua...
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 13:55

No entanto, o jornalista Brugger conseguiu colher material na Alemanha Oriental, um filme que mostrava a partida do grupo de soldados rumo à América do Sul e sua chegada à Amazônia. E as fotos obtidas são reais, por maiores que sejam as divergências. Para complicar o caso, Karl Brugger foi assassinado no Rio de Janeiro, em 1984, segundo informações da polícia pelo disparo da arma de um assaltante.
Esse assunto está ligado a uma série enorme de histórias que dizem respeito à possível existência de uma civilização pré-colombiana no Brasil, muito antes da chegada dos portugueses. Para alguns, como o próprio arqueólogo Aurélio de Abreu, não se pode descartar a possibilidade de que os maias tenham realizado uma série de viagens por mar, e instalado algumas colônias na região. Para outros pesquisadores da área, uma civilização independente teria existido em vários pontos do Brasil, talvez muito mais antigas do que se supõe, e causa irritação em grande parte dos investigadores autônomos e também em muitos arqueólogos o fato de os estudos referentes a essas descobertas não serem levados adiante, como ocorre com a provável existência de ruínas de cidades antigas na região da Serra das Figuras e também da Serra do Roncador e Paraúna.
Alguns estudiosos, como Peregrino Vidal, entendem que houve uma colonização sumeriana na América, com alguns contingentes sendo trazidos do Egito para elaborar as construções na região. Outros entendem que a Atlântida teria sido o centro do qual partiram colonizadores, tanto em direção ao Egito quanto em direção às Américas, levando com eles as técnicas de arquitetura e construindo pirâmides semelhantes dos dois lados do oceano.
Outras linhas de pesquisa entendem ainda que a Atlântida seria a própria América, o centro do qual se teria originado uma série de civilizações, inclusive a egipcia, e não é de estranhar que sejam encontradas pirâmides na região do Amazonas.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 13:56

KREEN-AKARORE (Carlos Drummond de Andrade)
Gigante que recusas
encaarar-me nos olhos,
apertar minha mão
temendo que ela seja
uma faca, um veneno,
uma tocha de incêndio;
gigante que me foges,
légua depois de légua,
e se deixo os sinais
de minha simpatia,
os detróis: tens razão.
Malgrado meu desejo
de declarar-te irmão
e contigo fruir
alegrias fraternas,
só tenho para dar-te
em turvo condomínio
o pesadelo urbano
de ferros e fúrias
em contínuo combate
na esperança de paz
-uma paz que se esconde
e se furta e se apaga
medusada de medo,
como tu, akarore,
na espessura da mata
ou no espelho sem fala
das águas do Jarina.


(In Discurso de Primavera e Algumas Sombras, Ed. Record)
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 13:58

Mapinguary.

Cientistas tentam encontrar "monstro da Amazônia"
Uma espécie de "monstro" lendário que habitaria a floresta Amazônica tem atraído um grande número de cientistas para a região. Nos últimos anos, eles realizaram diversas expedições para tentar encontrar a criatura, chamada de mapinguary.

A simples menção ao nome do mapinguary é suficiente para dar calafrios na espinha da maioria daqueles que habitam a floresta. O folclore na região é cheio de histórias sobre encontros com a criatura e, quase em todas as tribos indígenas da Amazônia há uma palavra para designá-lo. O nome geralmente pode ser traduzido como "a besta malcheirosa" ou "o animal barulhento".
A maioria dos que dizem ter visto o mapinguary o descrevem como uma criatura alta, que atingiria 2 m de altura quando estaria sobre as duas pernas. Ele também emitiria um cheiro muito forte e extremamente desagradável.
Em alguns lugares, a criatura é descrita como tendo dois olhos, mas há quem diga que ele possui apenas um, como os ciclopes da mitologia grega. Alguns afirmam que o animal possui uma grande boca malcheirosa.
Os cientistas que foram à Amazônia em busca do mapinguary não tiveram sucesso, mas, pelo menos um deles, afirma que pode explicar a origem da criatura. David Oren, ex-diretor de pesquisa no Instituto Goeldi, em Belém, afirma que a lenda do mapinguary é baseada no contato que os humanos tiveram com os últimos representantes da espécie das preguiças que não viviam em árvores e habitavam o solo.
"Nós sabemos que essas espécies extintas podem sobreviver como lendas por centenas de anos. Mas, quanto a saber se o animal ainda existe ou não, é uma outra questão, que nós não podemos responder ainda."
Segundo Domingos Parintintin, líder de uma tribo que vive na Amazônia, a única maneira de matar o mapinguary é dando uma pancada na cabeça do animal. Porém, ele afirma que o melhor a fazer é subir em uma árvore e se esconder, em vez de tentar matá-lo, já que a criatura tem o poder de fazer a vítima ficar tonta e "ver o dia virar noite".
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 13:59

A Lenda do Primeiro Gaúcho

Estávamos no século XVIII...

Uma partida de homens brancos atravessa as verdejantes campinas do Rio Grande do Sul, impulsionados pela necessidade de braços para as lavouras, buscam o índio. Hão de avassalar as tribos ocupantes desta região. Com esta intenção, viajam municiados e armados.

Os índios Minuano, avisados pelas sentinelas da aproximação dos brancos, montam em seus fogosos cavalos e, armados com flechas, boleadeiras e lanças, deixam o acampamento e rumam para as coxilhas. Ao avistar os invasores se aproximando, os índios usam de sua tática de ocultar-se ao longo do dorso dos cavalos. Deste modo, dificilmente seriam descobertos pelo inimigo. Imóveis, esperam eles o momento exato para atira-se sobre os viajantes.

Os homens brancos, não conhecedores dos hábitos e da tática empregada pelos índios habitantes das campinas do Sul, avistam à distância o bando de cavalos pastando e tomam esta direção, muito senhores de si. Mas, ao se aproximarem, os índios despencam dos animais e os recebem com uma saraivada de flechas. Respondem estes com tiros de arma de fogo.

Nova investida dos índios, desta vez, servindo-se das lanças, o que obriga os invasores a fugir em desordem. Caído por terra acha-se um moço ferido. Ao seu lado uma jovem índia minuano. Fascinara-a a coragem do estrangeiro. Tal homem sabe a sorte que lhe espera. E, interrogando a moça quando será sacrificado, responde-lhe esta que nada tema, pois estará a seu lado. Anima-o então com palavras confortadoras, cheias de simpatia e compaixão.

O prisioneiro é levado para o acampamento dos Minuano. Enquanto esperam que se cure da ferida para sacrificá-lo, dão-lhe toda a liberdade sob a vigilância das sentinelas. O jovem branco resolve fazer uma viola. Uma tarde à sombra de uma árvore, com a pouca ferramenta de que dispõe, a muito custo vai improvisando um rústico instrumento. Cava-a, dando-lhe a forma da viola. Coloca uma tampa com abertura circular para dar vibração ao som das cordas.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 14:00

Para colar a tampa emprega o grude de parasita sombaré, das árvores da serra. E da própria fibra da parasita ele prepara as cordas para o instrumento.

A índia que já lhe tem grande amizade, está sempre ao seu lado nas horas de folga. Enquanto o vê trabalhar, canta-lhe suavemente um canto doce e pitoresco minuano. Ainda não passara uma lua, e já, na grande ocara do acampamento, celebra-se o ritual do sacrifício. Todos os índios da nação, reunidos em torno dele, dançam e cantam sua morte. De vez em quando, passam, de mão em mão, cuias contendo o delicioso vinho fabricado com mel eiratim. Há um silêncio de morte em todo o acampamento.

O chefe Minuano ordena que soltem o prisioneiro e tragam-no à sua presença. Fitando o moço nos olhos fala:

- "Que a teus irmãos sirva de lição esta última derrota. Que não nos tornem a vir incomodar. Os que vierem nestes campos buscar escravos, hão de ser esmagados pelas patas de nossos cavalos. E tu, pagarás com a morte a tua audácia e dos teus!"

Contudo, o chefe Minuano concede ao condenado um último pedido. Surpreende-se o branco com tal gesto. E, dotado de inteligência, num relance percebe como poderá livrar-se da morte. Sabendo da emotividade e a influência que exerce a música sobre aquelas criaturas, pede que lhe tragam o seu instrumento de cordas. Quer tocar pela última vez! É a jovem índia que lhe traz a viola, debaixo dos olhares curiosos dos índios. Cheio de fé, o moço pega a viola. Depois de alguns sonoros acordes, entoa uma canção.

E, como por encanto, aquelas fisionomias rudes se transformam. Ouvem-no com enlêvo, exclamando a todo o instante: -"Gaú-che! Gaú-che!" ....o que significa: gente que canta triste.

Sensibilizados pela doce cantiga do condenado à morte, os índios intercedem para que o sacrifício seja revogado. Enamorado da jovem índia, acaba casando-se com ela. E dessa bela união, do elemento branco com o indígena, resultou este tipo extraordinário de homem, conhecido como GAÚCHO.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 14:02

Cuiãporanga? Alguém sabe o que significa isso?

Cunhã : fêmea
Poranga : bonita
Ou seja, o termo é empregado para designar mulher bonita.

A grafia é Cunhã-Poranga, sua raiz etmológica remonta ao tupi primitivo, mas creio tratar-se de de um termo nhengatu para designar mulher bonita, moça bonita. Cunhantã significa menina, mulher pequena. O termo cunhã-Poranga é usado nas apresentações folclóricas da Amazônia para retratar a mulher mais bonita da tribo.
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Mensagem por Ave de Rapina 5/1/2024, 14:06

A Saga do Guerreiro Kauan

A Saga do guerreiro Kauan: Passado misterioso, o surgimento das florestas, dos feiticeiros e a aliança secreta..

" No princípio havia apenas trevas, mas houve uma pausa.
A escuridão se abriu à luz. O crepúsculo se extinguiu...nessa hora as coisas aconteceram pelas mãos de um deus!
A terra tremeu, ganhou vida. Monã criou símbolos, confiou-lhes poder. Eles construíram as florestas e forjariam mais!

(...) Eis que a Morada do Trovão foi dominada pelo mal. Os símbolos foram roubados. A terra tremeu novamente. Por dentro das espessas folhas da floresta, feiticeiros se apossaram de poderes escuros; mudaram suas formas, transformaram-se em quase deuses".

-São trechos de "A Saga do Guerreiro Kauan"- histórias infanto-juvenis
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