Mestres do Conhecimento
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.

O Dilúvio na Mitologia

4 participantes

Página 1 de 8 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8  Seguinte

Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:38

Amigos.

Estou postando um novo mito romanceado, aliás, um 'mix' de mitos relacionados um com os outros, como Prometeus, Pandora, Io e o Dilúvio, que se passaram numa mesma época. Espero que seja de bom proveito.

PROMETEUS E OS MITOS DE PANDORA, IO E O DILÚVIO

O titã Jápetos, não pretendendo ficar para trás de seus irmãos, uniu-se à sua irmã Têmis, que deu à luz um filho: Prometeus, “o que pensa antes”. No entanto, insatisfeito, Jápetos foi unir-se a uma de suas sobrinhas, Clímene, filha de Océanos, que concebeu filhos para criar a humanidade e prover ao homem e a todos os animais da Terra com aquilo que necessitassem para sobreviver. A oceânide Clímene deu à luz Átlas, “o que suporta”, Mênetos, “o que se vangloria”, Epimeteus, “o que pensa depois”, Ancila, “a angulosa”, e Ânitos.

Contudo, o velho Jápetos nutria uma admiração secreta por seu primogênito, repetindo inúmeras vezes em trocadilho:

— Este Prometeus promete!

Clímene escutava pacientemente os prognósticos do marido, mas não podia deixar de concordar com o seu otimismo. Não raras vezes flagrara o menino metido no barro, modelando com habilidade seres das mais diversas formas.

Prometeus, o Previdente, cresceu sábio, vivia pensando em coisas que jamais pensava fosse existir um dia. Átlas tinha espírito agressivo. Mênetos era cruel. E Epimeteus, a Reflexão tardia, procedeu para outorgar aos vários animais da Terra a coragem, a força, a agilidade, penas, pelos, escamas, pele e outras proteções para o corpo; e estava outorgado que deveria criar o homem.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:39

O Céu e a Terra já estavam criados. A parte ígnea, mais leve, havia se espalhado e formado o céu (era Úranos divinizado). O ar colocou-se em seguida (era Éter divinizado). A Terra, sendo a mais pesada, ficou para baixo (era Géa divinizada) e a água ocupou o ponto inferior (representada pelos Titãs Póntos, Nereus e Océanos), fazendo flutuar a Terra. E nesse mundo assim criado, habitavam as plantas e os animais. Coube ao jovem Epimeteus, supervisionado por Prometeus, seu meio-irmão mais velho, a tarefa de providenciar os meios necessários para a sobrevivência e o crescimento dos animais da Terra. Epimeteus começou a distribuir as diversas qualidades aos vários animais: coragem, força, velocidade, sagacidade; para uns deu-lhes asas, garras para outros, uma cobertura de concha a outros... penas, escamas, pelos...

Mas faltava a criatura na qual pudesse habitar o espírito divino. Um ser capaz de odiar e amar, julgar e punir, perdoar e esquecer, lembrar e criar. Um ser que, com sua poderosa alma, fosse humilde o bastante para temer os deuses e render-lhes homenagens e cultos.

Então, um dia, chegou uma ordem de Cronos:

— Epimeteus, o senhor do Universo decidiu criar um novo ser sobre a Terra, de tal modo importante que há de se assemelhar em tudo às divindades.

— Um deus de segunda categoria? Para quê?

O titã Epimeteus teria que criar uma nova raça para povoar o mundo, um ser superior a todas as outras criaturas vivas. Porém, Epimeteus achou que tinha sido tão descuidado com os recursos que recebera, sendo muito liberal na distribuição das qualidades aos animais, que não tinha deixado mais nada para outorgar. Foi forçado a pedir a ajuda do irmão.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:40

O gigante sabia que na Terra estava adormecida a semente dos Céus. Por isso, para fazer um ser superior aos animais, apanhou um bocado de argila e molhou com um pouco de água de um rio (as lágrimas da Terra por seus filhos). Com essa matéria, incessantemente trabalhou, com muita paixão e arte, fez um novo ser, mais majestoso, ainda não semelhante aos deuses em inteligência, mas em aspecto, para que fosse o senhor da Terra e aprendesse a usar a inteligência e civilizasse o seu mundo, com suas idéias inventivas. Embevecido com a beleza de sua obra, Prometeus decidiu esculpir uma multidão de estátuas. E, por noites e dias inteiros, debruçou-se sobre a argila e deu-lhe formas sob os modelos divinos.

Depois de trabalhar por vários dias, deu enfim por concluída a tarefa. Embrulhou a imagem do novo ser, o qual havia batizado de “homem”. E foi levá-la até o senhor do Universo, quando esbarrou acidentalmente na porta, deixando cair a peça ao chão. Abalado com o desastre, Prometeus retirou o lençol que envolvia o trabalho e viu que sua criatura perdera uma de suas três maravilhosas pernas, e exclamou desolado:

— Que desastre lamentável!

Mas, como estivesse muito apressado, já que a data da entrega expirava, resolveu levá-la até Cronos assim mesmo. E foi levá-la todo orgulhoso.

Cronos recebeu das mãos de Prometeus a sua criação e começou a analisá-la. E sorriu. Prometeus, então, percebeu que, no lugar da terceira perna,que havia quebrado, sobrara um pequena saliência, e aplaudiu a obra de seu sobrinho. Os elogios eram como uma chuva benfazeja, e foi unânime. E todos os Titãs aprovaram a sua nova criação.

Mas pareceu-lhe vazia. Então, o artista dos deuses apanhou das almas dos animais características boas e más, animando sua criação: a coragem do leão, a fidelidade do cavalo, a força do touro, a esperteza da raposa, a avidez do lobo, e as criatura começava a movimentar-se, mas de forma lenta. E isto o preocupava.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:40

No início, Prometeus fez uma estátua para cada deus, ainda que meio deformadas, mas seria como uma máquina material para o mundo de Géa, tendo Têmis dado a elas a vida. Porém, não era o objetivo de Prometeus: ele queria um ser que comandasse o mundo e refletisse. Ainda faltava-lhes a faísca do espírito divino, que as tornasse capazes de ousar, de construir. Sabia disso, mas custava a encontrar a solução.

Um dia, Prometeus resolveu fazer, sozinho, o ser que tanto sonhava para o mundo de Géa. Pretendendo aperfeiçoar essa nova raça, dando a ela força e o dom de refletir, criar e ensinar, tornando-se mais próximo à raça divina, o titã Prometeus moldou uma estátua, de corpo andrógeno, criou o primeiro ser inteligente da Terra, fazendo-o com a imagem dos deuses. Mas não sabia sozinho como dar-lhe a vida.

Por isso, decidiu procurar a rainha das Ninfas do bosque sagrado, as Alseides, e pediu auxílio. Ela disse-lhe que deveria conseguir a melhor carne do touro que seria sacrificado aos deuses. Dela ele teria que extrair o sangue e banhar a estátua no terceiro dia de lua cheia. Quando chegasse o dia, ele teria que pegar um pouco do fogo sagrado, e, com este sendo segurado por ele sobre a cabeça da estátua, deveria recitar algumas palavras que ela iria dizer a ele.

E foi isso que fez: matou um touro, extraiu o sangue da carne e das vísceras que separou e banhou a estátua quando a Lua estava bem no alto. À chegada do Dia, Prometeus apanhou uma faísca do fogo sagrado da carruagem de Hélios, o Sol, segurou-o sobre o boneco e repetiu as palavras que a rainha das Alseides dissera-lhe. Assim, a estátua se transformou em um homem, um ser vivente, que comandaria a Terra. Métis admirou a criação perfeita do filho dos Titãs e insuflou naquela imagem de argila o espírito, o sopro divino, utilizando gotas de néctar divino.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:41

Foi assim que surgiram os primeiros habitantes fisicamente parecidos com os deuses na Terra, que passaram a viver em clãs e morar em cavernas. Mas faltavam-lhes os conhecimentos sobre os assuntos do seu habitat. Vagariam sem saber a arte da construção, da agricultura, da filosofia. Não saberiam caçar ou pescar — e nada haveriam de saber da sua origem divina. E continuariam assim por muito tempo, pois não eram de todo semelhantes aos deuses, mas aos animais. No entanto, os que viviam no grande deserto (o Saara) e nas regiões ocidentais (Península Ibérica) aprenderam a manejar o arco e a flecha, e os orientais (norte da Mesopotâmia) já domesticavam animais, como o carneiro. O povo oriental que conhecia o mar (a futura Palestina, especialmente Jericó) já utilizavam tijolos de barro secos ao sol, começavam a construir suas casas. Desenvolviam-se os primeiros povoados: Jericó e Catal Hüyük. Anos depois, na Anatólia, os habitantes começavam a domesticar o boi, e o colocaram para puxar as primeiras carroças. Conheciam a roda, mas mal conheciam o fogo, e o viam casualmente quando o Céu irava-se, lançando suas faíscas contra a Terra, incendiando-a. Mas, sempre que podiam, conseguiam guardar para si uma pequena chama e mantê-la viva por pouco tempo, e utilizá-la da melhor maneira possível.

Nessa época, surgiam Crés e Ínacos, de natureza divina, os primeiros civilizadores dessa nova raça. Surgia uma população na região de Senaar (Suméria), que fundou pequenas localidades como Ur, Uruk e Lagash. E foram eles mesmos que desenvolveram a escrita cuneiforme, o primeiro evento para o surgimento da Nova Era (que hoje chamamos de Idade Antiga).
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:41

No entanto, para que pudessem prosperar e gerar descendentes, os deuses permitiram que os semi-deuses se unissem à Ninfas. Daí, Ínacos, unindo-se à oceânide Mélia, gerou o primeiro filho considerado da raça humana, justamente por ter nascido do parto. E deram-lhe o nome de Foroneus, que havia recebido dos deuses o dom da vida longa e próspera. Iniciava-se, assim, a Geração de Ouro, dos súditos de Cronos, e seu tempo, Idade de Ouro, caracterizada pela vida feliz e semelhante aos seus criadores. A primeira raça humana vivia longe de preocupações ou trabalho árduo, comendo apenas bolotas, frutos selvagens e o mel que escorria das árvores, bebendo o leite de ovelhas e cabras. Nunca envelheciam, dançavam e riam muito; a Morte, para eles, não era mais terrível que o Sono.

Depois surgiram outros, muitos outros como ele, Foroneus, centenas de homens como ele, cada qual a seu tempo, realizando grandes proezas, civilizando os habitantes da Terra, dando-lhes força e capacidade de prosperar. Já naquele tempo, o rei Etam procurou descobrir uma maneira de fazer com que o homem pudesse lançar-se de um lugar para outro, uma das tentativas mais antigas do homem voar. Surgiam civilizações por toda parte, ainda que precárias, como Senaar (Suméria), Quemit (Egito) e a ilha de Cáftor ou Capadócia (Creta). Surgiam os acádios, que fundaram Agadê e Sippar, e teve como seu primeiro herói o rei Sargon. Até no extremo-oriente reuniam-se para fundar seus reinos, Índia e China; estes últimos, inclusive, já utilizavam a meridiana solar, um medidor do tempo. Os asiáticos já haviam descoberto como fabricar o vidro, com a ajuda das Forças da Natureza.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:42

No país dos quemitas (egípcios), imperaram as primeiras Dinastias, iniciando com os reis míticos, como Shemsou Hor. Hórus Iry, Hórus Ka, Hórus Skorpion e Narmer; um tempo depois, o grande Menés unificou os dois reinos, do Norte e do Sul, e fez Tínis sua sede. Entre tantos outros, reinaram Sanáquete, Khaba, Huni e Djeser, Quéops (Kufu), Kéfren (Rakhaef) e Miquerinos (Menkaure). E ainda centenas de Faraós que vieram depois.

Surgia ainda um povo muito remoto, distante, que habitavam além do Oceano: Ierne (hoje Irlanda), povoada primeiramente pelos filhos e descendentes de Nemred, da Cítia. Muitos e muitos anos depois, os homens Bolg invadiam o país.

E assim, sucessivamente, até um dia surgir, oriunda do Norte, uma raça mais brilhante, que formaria a Hélade. Poderia ser a migração dos povos citas liderados por Deucálion?

Após o evento da Titanomaquia, cujos lados opostos eram formados por deuses (liderados por Zeus) e Titãs (liderados por Cronos), da qual Prometeus decidiu tomar partido ao lado dos deuses, contrariando seus pais, resultou na derrota dos Titãs e seus aliados. O titã Prometeus, a exemplo de Océanos, Réia e Métis, resolvera não combater contra os deuses, mas ajudá-los, opondo-se à tirania de Cronos. Prometeus advertiu seus tios, primos e irmãos Titãs de que Zeus deveria ganhar a guerra. Epimeteus resolveu seguir o conselho do irmão, mas não Mênetos e Átlas, comandantes do exército de Cronos. Por isso, Mênetos foi punido e foi obrigado a servir como pastor dos rebanhos de Hádes; quanto a Atlas, por ter assumido o comando dos Titãs, foi severamente punido por Zeus e condenado a suportar o firmamento (que ameaçava desabar sobre a Terra) sobre os ombros para toda a Eternidade.

Depois que Zeus havia vencido os Titãs, vendo que era hora de acabar com os Males do mundo, ordenou a Prometeus que aprisionasse de vez todos os males que perambulavam devido ao evento da Titanomaquia, gênios maléficos, então representados pelos insetos mais nocivos.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:43

Prometeus, desejando livrar os homens de tais Males, caçou-os um a um e pô-los numa grande e pesada ânfora. Finalmente, Prometeus conseguiu aprisionar os Ponoi (Trabalhos penosos), as Nosoi (Doenças) e os Kakoi (Males), filhas da Discórdia, que incluía a Inveja, a Fome, a Gula, a Ganância, o Ódio, a Velhice, o Medo, a Peste, a Vingança (Poiné), o Terror, a Guerra, o Ciúme, a Intolerância, a Dor, o Sarcasmo, enfim todos os males que afligiam e atrapalhavam a vida dos seres humanos, desde que ele os havia criado. Porém, pensando mais um pouco, decidido a beneficiar os homens num possível incidente, pôs no fundo da ânfora Elpis (a Esperança); e fechou a ânfora com um lacre. Com ele permaneceu até o momento em que achasse por bem incumbir a outrem de guardá-la com segurança.

Quanto a Prometeus, este passou a ter o privilégio de livre acesso ao Olimpo, palácio recentemente construído sobre o monte de mesmo nome, que serviu de quartel-general dos deuses contra seus oponentes. Amigo de todos os deuses, Prometeus foi convidado a se fazer presente às núpcias de Zeus e Héra.

Um dia, muito tempo depois que Zeus havia distribuído cargos aos seus irmãos e filhos no Olimpo, Prometeus, vivendo entre os deuses, decidido a tomar as dores de seus protegidos na terra, decidiu também que deveria confiar a ânfora que continha os Males do mundo a um guardião de sua confiança. Lembrou-se de seu irmão Epimeteus, que vivia entre os homens, que estavam longe da cobiça dos deuses. Epimeteus deveria tornar-se o guardião da ânfora.

Então, encarregou o deus Hermes de cumprir a missão. Este, desconhecendo exatamente o que continha, apresentou a Epimeteus a ânfora, lacrada, dizendo-lhe:

— Confio-te esta preciosa ânfora, mas peço-te, Epimeteus, que não a abras jamais! Contém todos as bênçãos dos deuses. Se desobedeceres, será um desastre para a humanidade.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:43

O jovem Epimeteus, que era aprendiz de titã e rei entre os homens, vivia muito tempo entre os homens, e, como eles, era fraco e não entendia as coisas divinas como Prometeus. Por isso, sem compreender o que realmente se passava, tratou apenas de guardar a ânfora em lugar não muito seguro.

O mundo era ainda criança, como seus habitantes ainda eram jovens, jovens até na sua velhice. Zeus mantinha o Tempo sob seu controle. A juventude reinava por todos os lados, a alegria e a paz também reinava, já que Zeus e os demais deuses haviam dado um fim ao terror que outrora havia imperado por parte dos temíveis Titãs do rei Cronos. Zeus era supremo, assim como Hádes e Poseidon, que governavam o mundo habitado por deuses, gênios, Ninfas, homens e animais. A derrota de Cronos havia sido o início de um tempo de paz, enquanto Géa não clamasse por vingança, e enquanto não houvesse um motivo que interrompesse o sossego dos que habitavam na Terra.

Era um tempo que não se fazia nada de errado. Não havia brigas, nem se chorava pela dor ou pela morte de alguém — já que não havia. Ninguém se machucava nem havia de machucar seu amigo. Todos partilhavam tudo. Começavam a surgir os reinos, e bons soberanos como Árgos, Pelasgos e Licáon. Surgiam deuses que formariam o panteão olímpico, como as Musas, Atena, Astréia, as Horas, as Moiras, Afrodite, Ilítia, Hefaístos, as Cárites, Ártemis, Apolo e Hermes. Foroneus, o primeiro ser humano que havia surgido, era sábio patriarca entre os que habitavam o mundo. Era o articulador, o mentor dos reis daquele tempo.

Era um tempo em que não se sentia fome, pois bastava erguer os braços e colher os frutos em abundância, mesmo que grande parte da Terra havia sido devastada durante a batalha dos Titãs. Havia frutos e flores, o Céu era límpido, azul e branco; o Sol era ameno, não mais agressivo como houvera sido Hiperíon, mas suave como Hélios, que ocupara o lugar do pai depois que Zeus se tornara senhor do mundo. Sélene era a senhora do noite e Éos, a deusa do amanhecer.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:44

A chuva caía como pluma, nos lugares certos, sobre as árvores que precisavam de água, para dar frutos mais gostosos e flores mais bonitas. Não havia tempestade nem trovoadas, nem furacões; somente a brisa soprava.

Não havia doenças, nem se conhecia o medo. Os animais eram amigos dos homens, e todos viviam em mútua harmonia pisando tapetes de relva e folhas.

O homem é que, até então, relacionava-se com as Ninfas, já que a mulher ainda não havia sido criada — pois era apenas um vago projeto de Zeus.

Prometeus era bom, profundamente generoso. Amava os homens, pelos quais sentia profunda compaixão. No entanto, apesar de muito felizes, já que ainda não conheciam as calamidades do mundo, os homens viviam em covas escavadas nas montanhas, alimentavam-se de carnes cruas de animais, além dos frutos da Natureza, sentiam frio durante o Inverno e evitavam perambular durante a Noite, pois nada podiam ver e não conseguiam dissipar as trevas.

Ao contrário dos homens que havia anteriormente criado, Prometeus ensinou a Foroneus todos os seus segredos humanos. Inspirou-o a inventar o arado para que pudesse plantar, ensinou-o a cunhar moedas para que houvesse o comércio, a escrita e a mineração. Ensinou-lhe a arte da profecia e da astronomia, enfim todas as artes necessárias ao desenvolvimento da humanidade. Mas ainda faltava-lhe um último dom para que pudesse manter-se vivo e manter vivos os seus semelhantes: o fogo. Este dom, entretanto, havia sido negado à humanidade pelo grande Zeus, que mantinha-se no seu Olimpo e esquecia-se do povo da Terra, da Geração de Bronze.

Prometeus dedicou a vida a um objetivo sagrado: ficar ao lado dos homens e ajudá-los a viver melhor. Mesmo sabendo que acabaria pagando caro por seu grande amor à humanidade, nunca se deixou intimidar por isso. Pois eram suas palavras:

— Sem sacrifício, não se consegue nada nobre ou belo.

Naquele dia, guiado por Atena, subiu aos elevados píncaros do Olimpo, onde ardia o fogo divino de Héstia.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:44

— Vê, Prometeus, com o domínio deste fogo o homem será superior às demais criaturas.

E nele o titã acendeu uma tocha, com um caule do nártex. Com o produto desse roubo, precipitou-se pela encosta da sagrada montanha, aproximou-se dos homens, que o esperavam ansiosamente, e deu-lhes a luz e o calor. E os homens gritaram:

— Uma dádiva dos deuses!

Desde então, devido essa generosa dádiva, a vida humana transformou-se radicalmente. Com a tocha incandescente, acenderam fogueiras permanentes em todos os lugares. Aprenderam com seu mestre e criador a construir seus primeiros fornos e fundir minério. Aprenderam a trabalhar o bronze, a prata e o ouro, fazendo valer a Idade de Bronze. Fizeram ferramentas, utensílios domésticos, armas e outras coisas de que necessitavam.

Tudo corria bem, até que o senhor do Olimpo descobriu que Prometeus, guiado por Atena, entrara secretamente no Olimpo e roubara uma brasa viva do braseiro de Héstia. Isto permitiu que os mortais criados por ele, a partir de então, cozinhassem seus próprios alimentos, algo que os deuses não faziam. Prometeus escondera a brasa no oco de uma vara de funcho e a carregara em segurança, acesa, até a Terra, e ensinara o seu uso a Foroneus, que passou para seus descendentes. Seria o primeiro passo em direção à civilização da raça humana. Os homens construíram suas casas, forjaram instrumentos de trabalho, comeram carnes assadas, aqueceram-se durante os frígidos invernos e iluminaram as noites, com o que suprimiram de seu coração, para sempre, o desconhecido. Prometeus lhes havia proporcionado um incalculável presente, havia-lhes levado o bem-estar, a alegria e o recurso.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:45

A ajuda de Prometeus, entretanto, não parou aí. Ele ensinou os homens a domesticar animais, a atrelar aos bois os primeiros carros. Graças a Prometeus, os homens construíram pequenos barcos a remo, ajudando-os a atravessar rios e mares. Ensinou-os também a prevenir-se contra as Doenças: aprenderam a ferver ervas para fazer remédios, e assim a Morte tornou-se menos ameaçadora do que fora até então, apesar do dom que tinham de uma vida longa. Prometeus ensinou-os a interpretar oráculos, a evitar infelicidades e a superar dificuldades. Com sua ajuda, novos horizontes abriram-se para a humanidade. A dádiva do fogo iluminou as mentes, aqueceu os corações e revigorou os corpos. Agora só existia uma diferença entre os deuses e os homens: a eternidade.

Esses progressos, a princípio, agradaram a Zeus, mas a raça humana tornava-se mais forte... e ameaçadora. E o senhor do Olimpo começou a temê-los:

— É tudo culpa de Prometeus. Foi ele quem lhes deu o fogo e ajudou-os a tornar-se iguais aos deuses.

Isso não lhe saía da cabeça, e ele pôs-se a lançar uma profusão de desgraças sobre os homens, para que perdessem o poder que o filho de Jápetos lhes havia concedido.

Mas Prometeus resistia:

— Não posso ver os homens da Terra mergulhados na dor e na tristeza.

E continuou a ajudá-los secretamente.

Quando o senhor do mundo soube o que Prometeus estava fazendo, ficou fora de si e ameaçou-o com o dedo em riste:

— Toma cuidado, filho de Jápetos. Se me desafiares mais uma vez, vais te arrepender de teres nascido.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:46

— Ouve, senhor do Universo, eu não sou de me intimidar com ameaças ou de me dobrar a torturas. Tu esqueceste as batalhas em que lutamos juntos, e agora procuras me amedrontar para que eu te obedeça. Não te lembras da batalha contra meus parentes os Titãs, que travamos para salvar da tirania não só os deuses, mas também os homens? Não digo que os malfeitores não devam ser punidos, principalmente quando são poderosos e dominam povos ou cidades inteiras. Mas por que fazer toda a humanidade sofrer, quando ela está apenas tentando progredir?

Após essa troca de palavras ríspidas, a inimizade entre Zeus e Prometeus foi crescendo cada vez mais.

Prometeus orgulhava-se da sua criação: o homem; e tendo surgido divergências entre os deuses e os homens primitivos, pois se misturavam, Prometeus tomou parte destes últimos. Por isso, o titã, desejando saber se realmente Zeus era digno das honras divinas que prestavam-lhe, excogitou um ardil para provar a sua clarividência: quando todos, deuses e homens, se encontraram para um banquete em Mecone, num lugar chamado Campo das Papoulas, onde deveriam ser separados uns dos outros, Prometeus repartiu um touro portentoso. Colocou-o, com mostras de amizade, defronte da assembléia, procurando burlar a visão interior de Zeus. Para si mesmo e para o seu povo, encheu o estômago do animal com carne fatiada e miúdos gordos. Para Zeus, envolveu lindamente os ossos de gordura reluzente, de maneira que não se podia perceber o conteúdo de nenhuma porção.

Certamente que Zeus não tinha a menor intenção de renunciar às melhores partes em favor dos simples mortais. Não que os deuses precisassem da carne dos sacrifícios, pois comiam ambrosia e bebiam néctar, cujo sabor era-lhes muito mais agradável do que a raça humana podia imaginar. O que lhes dava prazer era o cheiro delicioso que emanava das fogueiras dos altares, e não a carne. E Zeus observou:
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:46

— Filho de Jápetos, ó mais ilustre de todos os reis, amigo, com que desigualdade dividiste as partes! Tu podes ser o mais inteligente dos deuses, filho de Jápetos, mas fizeste uma divisão muito injusta. Tanto melhor: facilitaste minha escolha. Não terei nenhuma dificuldade em decidir qual das porções caberá aos deuses do Olimpo.

Prometeus, sorrindo interiormente do ardil, pediu a Zeus:

— Honrado Zeus, maior dentre todos os deuses imortais, escolhe a parte que teu coração desejar! Tua decisão será respeitada, tanto por mim quanto pelos homens.

E Zeus, ao pensar na carne boa que estaria sob a gordura branca e brilhante, seu olhos cintilaram. Por isso, apontou para a travessa que brilhava com a gordura. Este optou pela parte que parecia a melhor. E outorgou:

— De agora em diante, esta é a porção que pertencerá aos deuses, para todo o sempre, e a outra porção pertencerá aos homens. Esta é a minha decisão, e nada poderá mudá-la!

Muito satisfeito, já que humilhava a raça humana, percebeu um sorriso irônico nos lábios do titã, e seu rosto contraiu-se numa súbita suspeita. Ele afundou as mãos na primeira travessa, a que havia escolhido, e puxou a gordura para o lado. E teve uma grade surpresa! Enfurecido, Zeus descobriu que havia escolhido apenas os ossos para o sacrifício aos deuses, ficando a boa carne para os mortais. E, pior, sua decisão era irreparável...

— Bem vejo, amigo japetonida, que ainda não te esqueceste da arte de enganar!

Pelas transgressões de Prometeus, Zeus começava a querer puni-lo. E a primeira atitude foi tomar dos homens o fogo um dia furtado por Prometeus. Sem o fogo, todo e qualquer trabalho humano era muito difícil ser executado, nem poderiam os homens cozer os alimentos. E comentou consigo mesmo:

— Veremos se vão gostar da carne sem cozê-la. Agora talvez não pensem que seu ardiloso amigo Prometeus lhes fez algum favor.

E disse a Prometeus:

— Filho de Jápetos, cuidado com minha ira, pois sabes o quanto posso ser cruel quando quero punir.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:47

As forjas silenciaram em todo o mundo, e durante algum tempo as bigornas e os martelos estiveram momentaneamente pacificados. Quando a Noite descia sobre a Terra, as pessoas corriam a se envolver em suas peles, buscando o abrigo das suas moradas geladas e escuras. Sem o fogo para cozinhar os alimentos, tiveram também os homens de retroceder ao hábito de comer alimentos crus.

Entrementes, Poseidon pretendia apoderar-se de Árgos, ser seu protetor e ser pelo povo venerado. Mas teve que enfrentar Héra, que também desejava obtê-la. Os deuses foram convidados a decidir, e Poseidon teve que jurar que não lançaria sua ira contra aquele povo se não fosse o eleito. Foroneus, escolhido como juiz, auxiliado por Ínacos, seu pai, optou por Héra, que, além de Árgos, teria o direito de obter a Ápia inteira. Não tendo sido o escolhido, Poseidon teve um acesso de fúria, mas canalizou sua zanga para outro rumo... e secou todos os poços de água. Só depois de os habitantes de Árgos haverem construído um templo em honra do deus do mar é que ele se acalmou.

Prometeus, percebendo que o homem não estava de posse do fogo, que o fazia trabalhar — já que via-o ocioso, não se deu por vencido, e pretendeu novamente colher uma fagulha do divino elemento, mas foi avisado por Atena:

— Cuidado, pensa duas vezes antes de afrontar novamente a ira de Zeus!

Prometeus, surdo aos avisos da deusa, preferiu correr o risco. Aproveitando a escuridão da Noite, enrolou-se num manto negro e subiu aos Céus. Aproximando-se pé ante pé, puxou das vestes um tição apagado e o ascendeu na lareira de Héstia. Conseguiu roubar novamente uma faísca do fogo do Céu. Tapando com a mão a minúscula chama, voltou à Terra e se apressou em devolvê-la aos homens. E, antes do amanhecer, eles já haviam acendido uma grande fogueira, e multidões de pessoas, de diferentes lugares, iam até o lugar para recolher um pouco do fogo que haviam recebido. E, dentro de algum tempo, o mundo já estava iluminado e aquecido.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:48

Zeus, mais zangado do que nunca, começava a insinuar que Prometeus, na verdade, tinha ido até o Céu no intuito de lhe raptar Atena, e, por isso, pensou em puni-lo severamente.

— Aquele maldito intrometido saiu outra vez em defesa de seus protegidos! Desta vez seu ultraje não ficará sem resposta!

Decididamente iludido pelo titã, não conteve o ressentimento, e resolveu punir simultaneamente os homens e seu protetor.

Prometeus, que já havia dado forma a uma nova geração de homens, civilizados, decidiu esculpir a forma da Verdade, usando toda a sua habilidade a fim de que ela se tornasse um padrão para regular o comportamento das pessoas. Enquanto estava trabalhando, ele recebeu uma convocação inesperada do poderoso Zeus. Prometeus deixou o astuto Dolus (a Malandragem) encarregado de sua oficina. Dolus tinha se tornado recentemente um dos deuses aprendizes. Enquanto Prometeus se encaminhava diante de Zeus, Dolus, tomado pelo fogo da ambição, usou o tempo à sua disposição para moldar com seus dedos astutos uma figura do mesmo tamanho e aparência que a criação de seu mestre, e ainda com características idênticas.

Enquanto isso, Zeus descarregava sobre Prometeus a sua ira e seu rancor:

— Filho de Jápetos, rejubilas-te por haveres roubado o fogo divino e iludido a minha sabedoria; mas esse ato será fatal a ti e aos homens que hão de vir. Para vingar-me, enviar-lhes-ei um funesto presente que os enfeitiçará e fará com que amem o seu próprio flagelo.

Assim sabendo e prevendo um castigo severo, Prometeus foi procurar seu irmão mais novo, Epimeteus, e o advertiu não aceitar presentes dos deuses do Olimpo, em hipótese alguma.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:48

Em seguida, lembrando-se dos seus afazeres, retornou para sua oficina, onde Dolus o aguardava. O aprendiz mal conseguiu terminar sua obra realmente notável, pois faltou barro para os pés da estátua. E, ouvindo os passos de Prometeus, rapidamente sentou-se na sua cadeira tremendo de medo. Prometeus ficou espantado com a similaridade das duas estátuas e quis dar a impressão que todo o crédito fosse seu, devido a sua própria habilidade. Logo, ele colocou as duas estátuas no forno e quando elas estavam completamente endurecidas, concedeu-lhe a vida: a sua verdadeira criação andou com passos comedidos, enquanto sua gêmea inacabada tinha uma postura emperrada no seu andar. Aquela falsificação, produto do subterfúgio, adquiriu o nome de Pseudos, “falsidade”.

Um dia, Zeus, o rei do Olimpo, pensando em vingar-se de Prometeus, chamou Hefaístos e disse-lhe:

— Meu filho, preciso que realizes um trabalho que se torne uma obra-prima. Tens que fazer uma jovem belíssima, semelhante às deusas do Olimpo.

O divino ferreiro ficou surpreso e um tanto indeciso e confuso. Como iria fazer para contentar o pai? Durante toda a sua vida, tinha feito jóias, tronos, carros, escudos, armas e armaduras para os deuses. Jamais, porém, havia pensado numa obra como a que Zeus lhe pedia; pensava jamais comparar-se com Prometeus, que havia criado o homem... No entanto, sabia Zeus que Níobe e Io eram consideradas por todos como Ninfas, escondendo de sua esposa Héra a real natureza das mesmas. Entretanto, Hefaístos, também dotado de rara inteligência, também sabia, e possuía um dom inventivo. Como não lhe podia desobedecer às ordens, inclinou a cabeça em sinal de assentimento e obediência e encaminhou-se para a forja. Impossível? Se Prometeus havia conseguido criar o homem, ele que era de raça inferior, por que não poderia criar o sexo oposto, ele que era um deus?
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:49

Fez, então, em bronze, uma figura semelhante à ninfa, deu-lhe um rosto magnífico, que adornou com resplendentes cabelos loiros, concedendo-lhe como alma uma chispa do fogo divino.

Ao sair de suas mãos talentosas, a belíssima figura de mulher moveu-se, então criada por Hefaístos, falou e sorriu-lhe, graciosamente.

E Atena disse, entusiasmada:

— Nunca nada de mais perfeito saiu de tuas talentosas mãos, meu irmão!

— Devo isto também a ti, Atena.

— Vamos, levemos já nossa criação a Zeus, para que ele nos dê logo a sua aprovação!

Enquanto a obra de Hefaístos se constituía, Zeus decidia condenar Prometeus ao suplício: haveria de ser acorrentado ao pico mais alto do Cáucasos para todo o sempre. E estava entregue aos seus pensamentos, quando foi surpreendido. Tão logo o rei dos deuses pôs os seus olhos sobre a nova criatura, eles encheram-se de um brilho intenso.

— Hefaístos e Atena, excedestes a mim tudo o que se refere à beleza!

E aplaudiu com entusiasmo a obra que tinha diante de si.

Todas as divindades acorreram para vê-la a admirá-la e cada qual desejou obsequiá-la. Era perfeita. E Zeus disse-lhes:

— Eu a imaginei como uma dádiva para a humanidade.

E todos correram a enfeitar a mulher com presentes. Atena, que se tornava aliada de seu pai Zeus, deu-lhe um cinturão de pérolas, uma túnica de púrpura, um manto branco e reluzente, cobriu-lhe o rosto com um véu, coroou-lhe a cabeça com flores frescas e cingiu-a com um diadema de ouro ornamentado com desenhos de animais, que Hefaístos fizera para agradar seu pai. Afrodite concedeu-lhe todas as graças femininas e os encantos fatais. Apolo deu-lhe o dom da música. As Horas adornaram-na com perfumadas flores brancas. As Cárites colocaram, em seu flexível e bem torneado pescoço e em seus roliços e elegantes braços, jóias preciosas, e assim todos os demais deuses. O último a presenteá-la foi Hermes, que lhe inspirou as palavras sedutoras e a arte do ludíbrio, chamando-a Pandora, por ter recebido “todos os dons” divinos. Zeus ficou satisfeito:
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:50

— Pandora, Pandora... tem um som volátil... magnífico!

Em seguida, Zeus puxou o seu filho Hermes para um lado e deu-lhe instruções secretas. O deus-mensageiro, obedecendo às ordens do pai, ensinou Pandora a falar docemente, mas com falsidade, dando-lhe um caráter dissimulado e traiçoeiro.

Antes, porém, de dispensar Pandora, Zeus chamou-a a um canto, já com um olhar de desconfiança da esposa Héra:

— Vem cá, Pandora, preciso dizer-te algo. Concedi um presente aos homens como sinal de meu apreço por eles, mas é teu também. É uma ânfora, ricamente trabalhada de filigranas de prata e arabescos, que Hermes ficou a cargo de entregá-la a Epimeteus.

Pandora arregalou os olhos de curiosidade para saber o que continha. Pretendia partir logo para abrir o seu presente, mas foi alertada pelo rei dos deuses.

— Não, minha filha, não podes fazer isto! É para ser mantida fechada, sempre fechada.

— Como?

— Esquece, querida, esquece. Não é para ser aberta em ocasião alguma, compreendes?

— Sim, sim... acho que compreendi.

Atena, ouvindo aquela conversa, pensou, ao analisar melhor a criatura:

— Por Zeus, acho que esqueci de um pequeno detalhe...!

Mas Atena, além disso, ouvia com desconfiança acerca do misterioso conteúdo da ânfora. Zeus nada revelara, e isto revelava qualquer trama contra a raça protegida pelo titã Prometeus. Por isso, manteve-se à distância, mas sempre atenta.

Até que Zeus deu-lhe permissão para partir.

— Podes ir, minha menina.

Então Zeus mandou que Hermes a conduzisse à Terra para onde vivia Epimeteus, irmão de Prometeus. Lamentavelmente, os dois irmãos tinham poucas coisas em comum, pois Epimeteus não só era ingênuo, como também fraco. Prometeus já o alertara muitas vezes para nunca aceitar presentes de Zeus, seu primo, se não quisesse prejudicar-se.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:50

Pandora agradeceu a todas as divindades os preciosos mimos e, em seguida, subiu num carro dourado, que a levaria ao seu destino, e desceu à Terra, aonde deveria se tornar esposa de um rei. E, enquanto viajava com o deus Hermes, Pandora não via a hora de ir ver seu presente, mesmo que não pudesse abri-lo; tinha muita vontade de saber o que era, mas permaneceu calada e conteve sua ansiedade.

Nessa época, Prometeus unia-se a uma ninfa, Hesíone, também chamada Clímene, e esta lhe dera um filho: Deucálion.

Um dia, Epimeteus, pretendendo conhecer um amigo como ele — os humanos diziam que ele havia nascido como as árvores e as flores, sem pai nem mãe — deparou-se com uma criatura estranha: era uma criatura linda, de cabelos loiros, jovial e radiante, semelhante às Ninfas, mas humana, que lhe cruzava o caminho.

— Como é que tu te chamas?

— Pandora. E o teu nome?

— Epimeteus.

— Estou feliz em te conhecer.

— Eu também a ti.

Os dois se contemplaram deslumbrados, cada qual achando que o outro era a coisa mais bonita que cada um já tinha visto. Porém, Epimeteus era um jovem titã e Pandora, a primeira mulher que surgia, que vinha juntar-se às Ninfas.

Pandora pensava:

— Ele é mais bonito que o Sol.

Epimeteus, por sua vez:

— Ela parece uma nuvem branca que enfeita o Céu...

E começaram a andar e correr, alegremente, pelo tapete verde que encobria o chão da Terra. Entraram na casa de Epimeteus, até que, mexendo num armário, Pandora viu a ânfora fechada de forma angular. Pandora, como se já não soubesse, perguntou-lhe:

— O que é isso?

— Uma ânfora.

— Que é uma ânfora, eu sei. Mas de quê?

— De segredo.

— Pode-se ver o que há dentro?

— Essa ânfora é a única coisa proibida que eu conheço. Está aos meus cuidados. Só ouvi dizer, com certeza, que contém todas as bênçãos dos deuses. Não devemos abri-la.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:51

— Por quê?

— Porque foi deixada aqui por um homem, que a entregou a mim e me proibiu de abri-la. Disse para jamais desejar abri-la!

— Ele não está aqui, vamos abri-la?

Epimeteus nem se deu ao trabalho de responder. Pegou-a pela mão e levou-a para apresentá-la aos amigos e às jovens Ninfas que brincavam e cantavam alegremente no bosque.

Todos ficaram estupefatos, admirando Pandora. Ninguém ousava guardar menor ressentimento, por inveja à sua beleza. Estavam felizes por ter mais uma em seu grupo. Devia ser alguma criação divina, filha de um deus ou mesmo uma deusa disfarçada. Talvez Afrodite.

— Epimeteus, onde tu a encontraste?

— Deve ter vindo do Olimpo.

— E ela vai ficar sempre conosco?

— Se Zeus quiser, sim!

Nisso, Epimeteus notou que Pandora saía da roda festiva, afastando-se do grupo.

— Em que tu estás pensando, Pandora?

— Adivinha...

— Se muito me engano...

— Adivinhaste!

Os dois riram, mas Prometeus, que a tudo havia percebido, disse-lhe:

— É, só que não pode ser, está bem? O homem que deixou a ânfora neste lugar disse que era pra não abrir. Eu prometi.

— Deixa que eu abro. Tu ficas só olhando.

— Não, Pandora. Promessa é promessa. Se ele aparecer, ficará muito zangado...

— Eu tenho muita vontade de saber o que há naquela ânfora... Deve haver coisas lindas...

E olhou para Epimeteus com um brilho penetrante nos olhos, completando:

— Tu tens medo de abrir?

Epimeteus não conhecia o medo. Ninguém conhecia, por isso disse-lhe:

— Não é preciso medo... Basta desmanchar o nó do cordão de ouro que está lacrando a tampa da ânfora.

— Então é fácil!

— É. Só que eu não vou abrir, nem tu vais. A ânfora contém todos os males do mundo.

Pandora olhou para a caixa e falou:

— Ah, não acredito que esta ânfora encerre males para os homens, conforme te disseram. Com certeza, ela contém alguma coisa bela e preciosa, algum mágico poder e quem sabe se, abrindo-a, nos tornaremos poderosos?... Tu és rei, não?

— Pandora...
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:52

Ela baixou a cabeça e duas lágrimas correram de seus olhos. Epimeteus jamais havia visto uma lágrima. Não conhecia a tristeza. Quando as viu, pensou que eram duas pérolas, e deu um beijo na pérola que rolava de seu olho direito.

Daí em diante, Epimeteus já sabia. Pandora pensava seriamente no que não devia fazer.

— Tu não podes pensar noutra coisa, Pandora? Me faz este favor, faze o que te peço...

— Eu só queria ver. Não vou tirar nada de lá...

— Mas tu és muito curiosa. Zeus nos perdoe por isso! Jamais vi alguém como tu...

Apareceram outros jovens, e levou-os a brincar. E, por algum tempo, tudo foi esquecido. Apenas Prometeus percebia o que havia por trás de tal repentina aparição de Pandora. Epimeteus estava apaixonado, e seu irmão quis avisá-lo:

— Isso é algum truque de Zeus. O melhor mesmo é mandá-la de volta aos deuses.

Enquanto os outros jovens subiam em árvores, para colher frutos ou tirar flores, Epimeteus sentiu a mão de Pandora em seu ombro:

— Como era ele? Me conta...

— Ele quem?

— Aquele homem que deixou aquela ânfora...

— Era jovem também, mas de porte atlético, forte...

— Sabe o nome dele?

— Nem lembrei de perguntar. Prometeus sabe quem ele é.

— Algum deus?

— Não sei... Usava um manto e trazia um bastão com duas serpentes entrelaçadas.

— O que seria?

— Como tu és curiosa, Pandora!... Ele calçava sandálias aladas!

— Já sei! O deus Hermes.

— Hermes? Quem é Hermes?

— Depois tu dizes que eu sou curiosa... Hermes é o mensageiro de Zeus.

— E daí?

— Daí eu vou abrir a ânfora, meu querido! Deve estar cheio de coisas fabulosas que os deuses guardam.

— Mais uma razão para não abrir, Pandora. Mais uma razão... Se eles lacraram, motivo sério os deuses deviam ter... E não se fala mais nisso, entendeu?

Falou tão sério, que Pandora teve que concordar.

— Está bem, não se fala mais nisso.

— Nem se pensa.

— Impossível, Epimeteus. Não posso deixar de pensar.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:53

— Pode pensar. Mas vais me prometer que não falas mais em tentar abrir a ânfora até Hermes voltar, prometes?

— Prometo.

Epimeteus tomou-lhe a mão, carinhoso.

— Então vamos brincar.

— Vamos.

E saíram correndo. A meio caminho, Pandora o deteve:

— Escuta, Epimeteus. E se Hermes não voltar?

— Ele prometeu voltar.

— Mas se não voltar?

— Se não voltar, não voltou, e pronto!

Os olhos de Pandora brilharam.

— Nesse caso, a gente o que é que faz?

— O que é que a gente faz?

Epimeteus olhou para uma libélula que sobrevoava e fez um sinal para Pandora. E saiu correndo atrás do inseto que vibrava as asas no meio das flores. Pela primeira vez, desde que conheceu Pandora, deu-lhe as costas, pois estava desgostoso com a sua teimosia. E foi juntar-se aos seus amigos.

Epimeteus, num momento sozinho, refletindo sobre as palavras de seu irmão Prometeus, sobre Pandora, e repentinamente preocupado por tê-la deixado sozinha, dirigiu o olhar para o Céu e disse:

— Por favor, senhor Hermes, agradece muito a Zeus por sua bondade, mas dize-lhe que não sou digno de tão belo presente e devo devolvê-lo.

Nesse meio tempo, assustado com o castigo que Prometeus receberia, Epimeteus resolveu casar-se com Pandora. Mas seu irmão Prometeus, muito desconfiado do surgimento inesperado daquele ser atraente, que enfeitiçava o coração de Epimeteus, avisava-o, temendo por uma vingança de Zeus:

— Epimeteus, pela última vez te aviso, toma cuidado com os presentes que receberes de Zeus. Já há algum tempo que ele anda furioso comigo, porque ousei roubar o fogo dos céus para levá-lo aos homens. E fica atento com tua esposa.

Epimeteus escutou com atenção as palavras judiciosas do irmão, mas logo as esqueceu com o mesmo empenho, assim que recebeu dos lábios de Pandora o primeiro beijo. E, desde então, os dois passaram o tempo muito felizes, e esse tempo foi preenchido de tal forma, que Pandora esqueceu-se da ânfora misteriosa.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:53

Dessa união nasceu Pirra. Então, Prometeus teve outros filhos com Hesíone (Clímene): daí, nasceram Licos e Quimereus. Mais tarde, unindo-se com outra ninfa e teve as filhas Tebe e Ásia (ou Hélen), e um filho, Etneus.

Io era filha de Ínacos e irmã de Foroneus, Egiáleo e Pelasgos. Ela exercia a função de sacerdotisa no Templo de Héra e tinha muitos pretendentes, entre os quais Lircos, filho de seu irmão Foroneus, que a pretendia desposar. Mas ela vivia tranquila junto do seu pai, o influente deus-rio. Nada parecia poder quebrar a sua paz, salvo que era muito bela.

Havia uma ninfa, Íinx, que era filha do deus Pan e da oréade Eco. Ela, muito encrenqueira, resolveu suscitar o amor de Zeus por Io, fazendo-o beber uma poção do amor. Zeus, então, decidido em se apossar de Io, foi até a moça enquanto pastoreava os rebanhos do pai na planície de Lerna. E tentou seduzi-la.

— Ó donzela, feliz será aquele que vier a possuir-te. Mas nenhum mortal é digno de ti, que bem mereces ser a noiva do maior dos deuses! Pois saibas que eu sou Zeus.

Io correu, mas o deus foi por demais rápido, enquanto dizia:

— Não fujas de mim, princesa! O calor do meio-dia está ardente. Vem comigo, a sombra da mata nos convida. Por que te torturas no calor do dia? Não temas entrar na floresta. Vou proteger-te, eu, o deus que empunha o cetro dos Céus e que lança os raios sobre a Terra.

Io correu mais que em toda a sua existência e, certamente teria conseguido escapar se Zeus fosse mortal e não uma divindade. Io corria, amedrontada, quando percebeu que uma neblina muito espessa tomava forma e a rodeava, sombriamente. Por fim, não conseguia ver nada mais que brumas negras na sua frente. Com medo de cair em algum lugar perigoso, parou e foi pega por Zeus, que raptou-a e levou-a para lugar seguro.
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Hermes Trismegistus 25/3/2021, 13:54

Enquanto isso, pela ausência da princesa, Lircos recebeu a ordem de ir procurá-la. Partiu com alguns companheiros e se pôs a correr o mundo. Não a encontraria em lugar algum e, com medo de retornar derrotado, partiria para a Cária, aonde haveria de desposar Hilébia, filha de seu tio Egiáleo.

Amanhecia no Olimpo, Héra, a rainha dos céus, acordara há pouco e percebera que estava só em seu leito. Zeus, seu esposo, já havia levantado.

— Por que terá levantado tão cedo? Há dias que ele anda meio estranho... Deve estar tramando algo...

Héra, observando o movimento de Árgos, sobre o desaparecimento de sua sacerdotisa, começou a desconfiar de Zeus seu esposo. Percebeu a escuridão que envolvia a Terra.

— Se eu não estiver totalmente enganada, estou sendo novamente traída por meu marido!

Então, procurou por ele, espetou-lhe a acusação da sua paixão, mas o deus declarou-se inocente e negou qualquer relação com a jovem. Héra, não estando muito disposta a continuar a conversa, ameaçou com um espetacular castigo a nova amante com quem porventura ele a estivesse traindo. Foi quando, virando-se para um lado, viu Íinx segurando o riso, o que lhe valeu a ira da rainha. Héra percebeu que a ninfa divertia-se com suas as poções e, num piscar de olhos, transformava-a numa pequena ave trepadora.

Um tempo depois, a ciumenta deusa relanceou o olhar por sobre a vastidão do mundo, até fazê-lo recair, finalmente, sobre uma imensa nuvem escura que cobria a região que cercava o Haliácmon, ao sul. Héra desconfiava que só podia ser obra de Zeus e que a impedia de ver o que ocorria, então desceu à Terra envolta numa nuvem e apressou-se em dissipar as nuvens, chamando a atenção de Zeus e sua amante.

— Não te assustes, Io querida, mas serei obrigado a mudar-te em novilha, temporariamente.

E, sem esperar resposta, transformou-a numa bela novilha. No mesmo instante, Héra surgiu, logo avistou Zeus deitado ao lado de uma bela novilha branca.

— O que fazes aqui, parado aí com essa novilha?
Hermes Trismegistus
Hermes Trismegistus

Mensagens : 4041

Ir para o topo Ir para baixo

O Dilúvio na Mitologia Empty Re: O Dilúvio na Mitologia

Mensagem por Conteúdo patrocinado


Conteúdo patrocinado


Ir para o topo Ir para baixo

Página 1 de 8 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8  Seguinte

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos