Ian Fleming

Que boa biblioteca de James Bond você tem aí, Monalisa.

Infelizmente eu nunca achei MORTE NO JAPÃO e O HOMEM DO REVÓLVER DE OURO.
Qual o seu livro favorito?

Os meus favoritos são Goldfinger e Para vc somente. Nesse último tem uma passagem curiosa, na qual ficamos sabendo onde, quando e como Bond perdeu a virgindade. É uma informação meio inútil, tá certo, mas Fleming vira e mexe mostra(va) um lado mais "humano" de Bond que às vezes é meio esquecido nos filmes...

Nos livros, os detalhes que passariam completamente despercebidos nas telas têm seu devido destaque. E é esse um dos motivos por que não devemos comparar os livros com os filmes!!!

O primeiro que eu li foi Morte No Japão. Bem mais tarde li os dois da L&PM: Os Diamantes São Eternos e Viva e Deixe Morrer (o próprio Os Outros Que Se Danem), além do Questão de Honra, do John Gardner!!!

Dúvida

O personagem 007, criado por Ian Flemming, lembra em alguma coisa o Sherlock Holmes, criado por Artur Conan Doyle, além de ser britânico?

Na literatura tudo se lembra, tudo se reinventa... Mas são gêneros um pouco diferentes, Doyle escrevia no estilo de romance policial, que foi bem divulgado pela primeira vez pelo Edgar Allan Poe e seguido por vários (Agatha Christie, por exemplo), já Fleming tem uma abordagem mais contemporânea e voltada pra ação, uma literatura que chamam de literatura de massa.

Terry Silver escreveu:E por falar em Cassino Royale...

Le Chiffre, o pior??

Vale lembrar que nos livros o verdadeiro inimigo de Bond era a Smerch...

Já li quase todos os livros oficiais do Fleming, caçados pacientemente em livrarias e sebos (livros como "Morte no Japão", mais raros, estão quase caindo aos pedaços).

Achei o último que me faltava: Espião e amante. Mas confesso que estou adiando a leitura. O que sei sobre o livro me dá a impressão de um livro realmente "ovelha negra" na obra de Fleming. Algo como o conto "Quantum de refrigério", do livro Somente para seus olhos, que não tem muito a ver com 007 em si.

Alguém leu o livro? O que achou?

Já li ''The spy who loved me'' e achei muito interessante, pois é uma proposta diferente dentre tudo que Fleming produziu. Esse romance me fez lembrar de Daniel Defoe em seu ''Robinson Crusoe'', pois esse lance de diários, cartas e afins é um recurso diferenciado do qual o autor pode se valer... o que Fleming quis, de acordo com um pensamento infundado que nutro, foi ver no que dava uma aventura do 007 escrita/vista/vivenciada sob o prisma feminino, daí aquela "justificativa" do começo do livro.

Galera, eu tenho um livro que aposto que ninguém aqui tem:




Como todos vocês devem saber, foi desse autor, que era ornitólogo, que Fleming buscou sua inspiração para criar o nome do seu famoso personagem, já que um dos passatempos prediletos de Fleming quando estava na Jamaica era observar aves. hehehehe

Foi dar ideia, agora vou ter que garimpar este livro pra acrescentar em minha coleção.

Outra curiosidade é que Goldeneye é na verdade o nome da casa que o Ian Fleming tinha na Jamaica. Lá era seu refúgio e era em Goldeneye que ele escrevia seus romances.

A propósito, uma vez eu estava lendo o livro Moonraker, e depois assisti a Goldeneye, quando comecei a notar semelhanças entre as tramas:

Em MR, Hugo Drax é um soldado alemão que tem seu rosto desfigurado numa batalha, e se faz passar por soldado britânico, p/ mais tarde se vingar do país que combatia. É tornado num Cavalheiro britânico, e usa dessas credenciais para guardar uma arma secreta contra os soviéticos, o Moonraker, e é com essa mesma arma que ele vai usar contra Londres.

Em GE, Alec Trevelyan é um cossaco, que foi protegido da traição de seu povo pelos britânicos, e desde então queria vingar-se contra a Inglaterra. Se faz passar por mafioso russo e, com isso, reunir a organização necessária p/ roubar uma arma satélite contra Londres, provocando a ruína da Inglaterra e causando uma grave crise econômica, em seu próprio benefício.

Por mais que a história original de MR não tenha sido usada no filme homônimo, foi usada em GE e também em DAD, inclusive, a personagem Miranda Frost iria se chamar Gala Brand (bondgirl do livro MR). Em DAD, o vilão também se faz passar por outra pessoa, inclusive se torna cavalheiro britânico, e também se vale dessas credenciais p/ lançar um satélite no espaço. A luta de espadas em DAD também relembra uma parte do livro MR.

Salvo engano, creio que MR é o livro que mais teve referências em Bondmovies. Deve ser uma desculpa por terem abandonado a ideia principal do livro e a mudarem totalmente na adaptação p/ os cinemas.

Diga-se de passagem, os filmes GE e MR tem os nomes das armas, enfim, equipamentos, com os quais o vilão quer fazer sua ação.

No filme OP, o vilão Khan, após perder no jogo de gamão, usa a mesma frase que Sir Hugo Drax disse a Bond no livro MR: "Gaste o dinheiro depressa, Sr. Bond!"

É verdade...
Não tinha parado para pensar nisso...

Incrí­vel como o Hugo Drax de Ian Fleming nada tinha a ver com o do cinema!!!

Gyodai, mas se considerarmos que Sir Gustav Graves e Alec Trevelyan foram inspirados no Sir Hugo Drax, houve sim uma adaptação deste para os cines.

Aliás, peço desculpas aqui p/ quem se ofender por eu contar partes do livro. Vai saber né...

Na boa, se eles não tivessem escrachado tanto na adaptação p/ os cinemas, p/ concorrer com os filmes de Sci-Fi da época, teria sido um sucesso estrondoso, o maior dos filmes de Moore e quiçá, o melhor de todos os filmes, digo isso com um pouco de exagero.

Mas enfim, usaram partes do filme em pelo menos mais três filmes posteriores, tá bom também...

Concordo contigo, mas tinha me referido ao Moonraker do cinema, onde o Hugo Drax nada tinha a ver com o original de Ian Fleming!!!

Enfim, esse é um dos melhores livros de Fleming. Mas quanto ao Drax, acho que ele se encaixa mais no perfil de Graves do que do Alec.

Também acho que Sir Gustav Graves, de DAD, seja mais parecido com o perfil de Sir Hugo Drax, do livro.

Como se não bastassem as referências sobre o livro em Octopussy, GoldenEye, e Die Another Day, encontrei mais uma:

No livro, a tática de apostar contra o mercado, graças a certeza de uma catástrofe iminente, foi usada, em Casino Royale, na 1ª parte do filme, onde o vilão iria lucrar com a explosão do avião. Se bem que em Goldeneye o vilão também fazia algo parecido, aproveitando que os registros bancários londrinos desapareceriam, fazia suas operações fraudulentas.

Sem contar que toda cena de octopussy, onde 007 joga com Kamal Khan, que fraudava, faz alusão com Hugo Drax do livro, que também fraudava.

Uma coisa que assisti em um dos documentários da Ultimate Edition (se não me engano era um depoimento da Barbara Broccoli) e achei interessante foi que os que participam da criação do 007, em especial os roteiristas, sempre voltam aos livros, buscando na criação de Fleming algo que possa ser colocado no filme, prova disso são as intersecções entre obras e filmes que estão sendo coletadas neste tópico.

IAN FLEMING - State of Excitement

Alguém já tinha ouvido falar nessa obra de Fleming intitulada "State of Excitement: Impressions of Kuwait", que relatava as impressões do autor no ano de 1960 sobre o Kuaite e a sua indústria petrolífera?

Aparentemente, o trabalho nunca foi publicado, por não ter sido aprovado pelo governo daquele país. No entanto, os manuscritos da obra podem ser encontrados na Lilly Library (Indiana University).


Fonte: Ian Fleming & James Bond: The Cultural Politics Of 007.


Obs: Na internet, pode-se obter um teaser deste livro (Ian Fleming & James Bond).
Estou pensando em comprar. Alguém saberia dizer se o livro é bom mesmo?

Não, mas tente imaginar um lorde inglês, com seus hábitos pontualmente cumpridos, num país como aquele, ainda mais naquela época...

Boa coisa, com certeza, ele não disse...

YOLT de Fleming - e aquele castelo?

Pessoal, quando li o YOLT uma dúvida me ficou: afinal, o que Blofeld queria com aquele castelo da morte? Pode ser que isso esteja claro no livro, mas me passou despercebido... alguém está com isso fresco na memória?

Cara...

Não me lembro direito, mas acho que Blofeld estava mesmo com o "demônio" no corpo hahahaha. Ele queria mesmo era acabar com a raça humana, a começar pelo Japão que tinha um monte de suicidas.

Há muitos anos que li esse livro, mas parece que Blofeld (ou Dr. Shatterhand) passava por uma fase niilista, meio fora da casinha mesmo!!!