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Mitologia Grega

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Mensagem por Hermes Trismegistus 9/3/2021, 18:19

Ninos, com o consentimento da madrasta, ocupou o trono de Babilônia, e tornou-se grande conquistador: subjugou a Ásia, chegando até as fronteiras da Líbia. Era o segundo soberano da Assíria quando Abrão, filho de Taré, nascia em Ur, na Caldéia. Com todo o seu poder, mandou construir uma nova cidade, ao norte, e lhe deu o nome de Nínive, substituindo Assur como sede de seu governo, passando a ser chamado pelo nome de Nemrod.

Houve, nessa mesma época, uma terrível seca em Argos, somente amenizada com a união de Poseidon com Amímone, uma das filhas de Dânaos. Dânaos havia-se tornado famoso soberano em Árgos, chegando a formar alianças com reis de terras vizinhas. Chegou mesmo a mandar construir uma cidade na Hespéria (Itália, mais precisamente no Lácio), e chamou-a Árdea, onde passaram a residir o povo dos rútulos, onde Daunos foi seu rei maior. Em seguida ocorreu o episódio da falsa aliança de Dânaos e seu irmão Egitos, ocorrendo o assssinato 49 filhos de Egitos pelas Danaides, permanecendo apenas Linceus e Hipermnestra, que se apaixonaram e abandonaram Argos. Mais tarde, depois que Linceus invadiu Argos a frente de um exército, fez subir ao trono Tríopas.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 9/3/2021, 18:20

Enquanto isso, Ninos (ou Nemrod, como chamavam-no os assírios) cedia aos encantos de sua madrasta e com ela contraiu matrimônio. Os babilônios adoravam sua rainha, Semíramis, como uma deusa. Ela tornava-se precursora de novos ritos atrozes como a “Prostituição Sagrada”. A sua promiscuidade era tanta que chegava a romper a imaginação dos mais assíduos amantes. Chegava a ser abominável. Tanto que Ninos, um dia, sem a mínima condição de pelejar, devido sua fraqueza depois de momentos excessivamente libertinosos, obrigou-se a própria Semíramis a fazer parte do comando na guerra. O seu reinado encaminhava-se para a perdição. Chegou a criar uma lei com a qual permitia aos seus súditos usufruir da luxúria, livre e aleatoriamente. Porém, temendo que suas ancilas se deitassem com seu filho amante, infringiu ela mesma a lei encerrando-as numa sala tal qual o costume de egípcios e outras populações da África.

Semíramis passou a mesclar luxúria e crueldade, sensibilidade e frieza. E passou a matar todos os seus amantes, logo depois que com eles se unia. Ninos-Nemrod começou a ver em sua mãe um monstro, pronta para amar, parir e trair. E, temendo que dela nascesse a qualquer momento um herdeiro bastardo que lhe sucedesse o Império, movido pela Ira, pretendeu matar a rainha meretriz. Mas não conseguiu realizar seu intento: Semíramis, perante a corte, se converteu em uma formosa gaivota e voou para longe e para nunca mais voltar. E foi nessa época que Ninos-Nemrod mandou construir em Babilônia uma alta torre com o objetivo de alcançar o céu: a Torre de Babel.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 9/3/2021, 18:21

Enquanto um ancião oriundo da terra dos caldeus, de nome Abrão, conduzia uma caravana de viajantes pelos desertos da Síria, rumo à terra dos cananeus, a ocidente, Lirceus conduzia um ataque à cidade de Lerna, a fim de tomá-la, pois lá se encontrava o mentor da morte de seus irmãos. Lirceus conseguiu encontrar Dânaos e, sem pensar duas vezes, tirou-lhe a vida, e as Danaides foram devidamente castigadas e enviadas ao Tártaros.

FIM


Este mito, inserido na Mitologia Grega, tal qual o mito de Píramos e Tisbe, está ligado diretamente com relatos históricos e bíblicos.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 01:21

O mito de Cacos

Héracles e Íolas seguiam tangendo os bois de Gérion, passando pela Gália e pela Ligúria. Estando na região dos Alpes, no entanto, uma mensageira de Héra ensinou aos heróis, propositadamente, o caminho errado para atingir, mais rápido, o caminho da Hélade, e, ao invés de seguirem direto rumo ao Oriente, contornando a Itália, entraram no Álbula, hoje rio Tibre, atingindo o interior do país, que os gregos conheciam por Hespéria. Chegaram na região de Palanteus, cujo rei chamava-se Evandros, um homem vindo da Arcádia há alguns anos, com sua família e uma colônia de árcades. Dirigia todos os assuntos mais pela autoridade que lhe dava ser uma pessoa instruída, que sabia ler e escrever, que por uma nomeação oficial. Era muito venerado por seu povo pela sua mãe, a ninfa Carmenta, uma deusa que era o oráculo dos deuses antes da chegada da Sibila na Itália.

Próximo ao lugar onde se ergueria, futuramente, a cidade de Roma, às margens do Álbula, detiveram-se para fazer pastar a manada num lugar muito agradável. Héracles deitou-se numa sombra para descansar, depois de saciarem a sede e a fome com carne e vinho. Eles não sabiam, mas perto dali habitava um filho de Hefaístos, Cacos, homem na parte superior e monstro na inferior, um sátiro que vomitava fogo pela boca.

Seduzido pela beleza do rebanho dos estrangeiros que haviam chegado na região, o famigerado Cacos decidiu apoderar-se dos animais. Cacos conseguiu roubar oito dos belos animais, restando apenas dois. Para que ninguém seguisse as pegadas dos bois, levou-os puxando-os pelo rabo, fazendo-os andar para trás. Assim, as marcas das patas indicavam a direção errada.

Os heróis, ao acordarem, viram que faltava a maior parte do rebanho e começaram a procurá-lo por todos os lugares. As pegadas levavam a lugar algum, e acabaram desistindo da busca.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 01:23

Héracles e os seus estavam para partir com apenas dois bois, que mugiam, quando, de repente, os bois desaparecidos — haviam novilhas no rebanho — responderam ao longe. Foi aí que Héracles e os seus voltaram sobre os seus passos. E foi no caminho que encontraram-se com Caca, a irmã do ladrão. Ela advertiu Héracles do roubo, denunciando Cacos e prevenindo o herói de seus temíveis poderes.

Héracles caminhou diretamente para uma caverna do monte que, futuramente, se haveria de chamar Aventino. Algumas cabeças ensanguentadas pendiam da entrada fechada por uma pedra que vinte bois não poderiam ter movido. Em volta, encontrou alguns ossos de viajantes que tinham sido devorados.

De repente, depararam-se com um gigante, que tinha os olhos injetados de vermelho, que por ali passava e que ia em direção da caverna. Provavelmente deveria habitar nela. E Héracles, desconfiado, perguntou:

— Ei, meu bom gigante, não viste algumas reses perdidas passarem por aqui?

— Não, senhor, sinto muito. Quem sabe se eu as encontrar, eu te avisarei.

De súbito, assim que o gigante se preparava para entrar, rolando a rocha, Héracles ouviu o mugir de uma rês, que vinha do interior da caverna. Héracles, então, lhe perguntou:

— Tu pareces mugir muito bem! Onde aprendeste?

E já foi indo pra cima de Cacos, que espirrou fogo pela boca para distrair o herói, entrou correndo na caverna e rolou a imensa rocha para fechá-la. Assim, Héracles pôde confirmar quem era o ladrão. Mas Héracles, com alguns murros violentos, reduziu em pedaços a rocha.

— Devolve os meus bois, ladrão miserável!
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 01:23

A caverna, semi-escura, estava um pouco iluminada por um archote. O ladrão, temeroso, havia se refugiado mais para o interior. Das paredes pendiam as cabeças ensanguentadas de duas reses, ossos de animais e até de homens. O gigante era canibal. Mais ao canto haviam também galinhas recém-penduradas, mostrando que ultimamente as coisas não andavam nada boas para o ladrão.

— Vamos, ladrão de galinhas, aparece!

Chegando a uma galeria profunda, o herói, com muito cuidado, para não ser surpreendido, olhava para todos os lados, para cada canto escuro.

Quando, de repente, o infeliz gigante, soltando um grito, tentou pegá-lo de surpresa, vomitando fogo pela boca. Héracles, esquivando-se, agarrou-o pelo pescoço e torceu-o até que o gigante desistisse. Esperto e ágil, conseguiu, tomando da espada, enterrou-a na garganta do monstro que caiu morto, exalando uma última fumaça pela boca. E, de uma pequenina língua de fogo que ainda exalava com seu último suspiro, Héracles acendeu um archote e, com ele, conseguiu finalmente encontrar os bois roubados.

Héracles levou os animais de volta até onde havia ficado Íolas, e não havia percebido que um dos bois havia fugido durante a luta e, entrando no mar, foi arrastado para a ilha vizinha daquele país. Quando Héracles notou a falta de um de seus bois, talvez o mais bela da manada, ficou furioso.

— Héra está ficando insuportável! Foi obra da deusa!

Certamente, Héra empurrava Héracles e seu navio para inúmeros perigos, com o fito de que, de um momento para outro, sucumbisse.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 01:24

Os pastores rodearam Héracles, que os havia livrado de um dos bandidos mais temidos daquela terra. Evandros chegou e lhe agradeceu pessoalmente, e ouviu a narrativa dos que testemunharam o duelo do herói estrangeiro com o monstro Cacos. Então, Evandros percebeu que estava diante de um homem incomum, não só pelo porte e aspecto a que se apresentava, mas provavelmente era filho de um deus.

— Amigo, como te chamas? De onde vens?

— Meu nome é Héracles, sou filho do poderoso Zeus. Venho de Tebas, na Hélade, e sigo para Micenas conduzindo a manada de Gérion, o terrível gigante que está a caminho do Hades.

— Oh, Héracles, filho de Zeus! Salve, sê bem-vindo! Sou Evandros, rei desta terra, e meu pai é o deus Hermes. Também vim da Hélade, há muitos anos atrás, para este país habitar. Minha mãe, Carmenta, que era uma autêntica intérprete dos deuses, predisse que tu haverias de aumentar o número dos habitantes do céu, e que te seria dedicado um altar neste sítio. A este altar, o povo que será o mais importante e poderoso de toda a terra lhe dará o nome de Ara Maxima, e te dará culto segundo o próprio rito.

Héracles respondeu oferecendo sua mão a Evandros como sinal de aceitação e amizade, e disse:

— Estou de acordo com tudo o que disseste, Majestade, exceto que eu mesmo erguerei o altar, não a mim, mas em honra de meu pai, a quem devo a minha vida.

Então, tomou um de seus bois e com ele celebrou o primeiro sacrifício ao deus seu pai. Em seguida, em memória de seu triunfo, Héracles ergueu o altar a Zeus-Sóter, Salvador, que mais tarde os romanos haveriam de chamar Ara Maxima. E Zeus lhes deus um sinal de aprovação: um trovão retumbou, e o povo inteiro explodiu em júbilos.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 01:26

Havia duas famílias importantes naquelas paragens: eram os Pontitio e os Pinario. As duas foram convidadas ao banquete ritual que se faria depois do sacrifício. Sucedeu que os Potitio chegaram a tempo em que se servia a carne consagrada, enquanto que os Pinario chegaram tarde, após o banquete. Esse foi o motivo de que, a partir de então, a estirpe dos Pinario não poderiam participar dos banquetes rituais depois dos sacrifícios. Mas os Potitio foram nomeados por Evandros sacerdotes perpétuos para que celebrassem os sacrifícios em honra de Héracles. E assim seria até que não houvessem mais descendentes dessa família.

Para relembrar tal feito heroico, os habitantes da região passariam a celebrar, todos os anos, a partir de então, um festa em honra de Héracles. Inclusive Evandros, aconselhado pela mãe Nicóstrata, resolveu sanear o Palatino, depois que Héracles o livrou do temível Cacos. Carmenta, assim também chamada Nicóstrata por ser sacerdotisa que proferia seus oráculos em versos, era considerada por muitos uma ninfa, já havia contribuído de forma essencial para o desenvolvimento daquela gente: levou para a Itália o alfabeto arcadiano e inúmeros conhecimentos úteis à vida de um povo tão ignorante, que eram os Aborígenes. Mais tarde, Roma, reconhecida, atribuiria ao seu culto um dos sacerdotes mais venerados pelo povo, o flamen carmentalis. E passaria a ser venerada como deusa tutelar das crianças, presidindo aos nascimentos.

Não bastasse a admiração daquele povo pelo seu novo herói, durante a viagem de Héracles pela Itália, alguns habitantes de Alba decidiram acompanhá-lo para o Oriente. Eles seguiriam para além da Hélade e chegariam até a longínqua região do Cáucaso, onde fundariam um reino, a Albânia.

FIM
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Mensagem por Nostradamus 10/3/2021, 02:21

Só consigo encontrar coisas vagas sobre os feitos de Hércules. Graças a sua pesquisa estou conhecendo mais sobre o herói Aqueu.
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Mensagem por Nostradamus 10/3/2021, 02:23

Continua postando coisas difíceis de encontrar, tipo coisas que não se encontram no Google.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 05:08

Eu faço questão de postar esses mitos, mas seria mais fácil para mim se me pedissem quais os mitos desejados, pois o material que tenho é muito extenso, eu não teria condições de postar tudo, desde o início. Sempre que seleciono um mito, eu procuro revisá-lo antes, apesar do pouco tempo que tenho. Por isso, me ajudaria muito se me indicassem o mito para eu postar. Se valer a pena, se o mito tiver bons detalhes, certamente farei.

Tem vários mitos que mesmo eu não tenho mais detalhes, e logo solicitarei para ver se alguém pode me ajudar. É só me sobrar um tempinho, e farei isto também.

Claro, minha gente, que esses mitos que eu posto são, boa parte, romanceados, baseados nos mitos, colhidos de diversos escritores e historiadores, mas não perdem a essência do original. Quanto a serem romanceados, não os ignoro, pois até mesmo Homero romanceou a Ilíada e a Odisséia, mesmo em versos. De onde ele tirou tão detalhadamente os diálogos que compõem suas obras? Se vocês estudarem a fundo essas duas obras, verão que há um exagero de diálogos, que Homero deve ter tido o direito de licença poética. Não só Homero, mas outros também. Vejam Electra, Édipo-Rei, Hipólito, Prometeus Acorrentado...
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 05:10

Nostradamus, só uma pequena correção: sei que você ao mencionar "herói Aqueu", quis dizer HERÓI HELÊNICO (ou HERÓI GREGO, expressão usada tardiamente). Mas na verdade Héracles foi um HERÓI DÓRIO, já que os Tebanos eram de origem Dórica.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 05:11

Só não leve a mal pela correção. Fiz isso apenas no sentido de curiosidade. Não é errado referir-se aos gregos usando o termo "aqueus", usado na Ilíada, sendo que a antiga Grécia foi dividida etnicamente em Eólios, Dórios, Aqueus e Jônios, todos do tronco de Hélenos, que resultou na Hélade, a antiga denominação da Grécia.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 14:17

Dédalos, Ícaros e o Labirinto

Pasífae (Pasiphäe), filha de Hélios, o deus-Sol, foi desposada por Minos II, filho do rei Licastos e neto de Minos I, filho de Zeus e Europa. Minos II tivera muitos filhos com Pasífae, três belas moças, Astréia, Ariadne e Fedra (Phaedra), e quatro varões, Deucálion, Catreus, Andrógeo e Glaucos, o menor.

Glaucos, ainda pequeno, ao perseguir um camundongo, caiu em um pithos (grande jarro cerâmico) cheio de mel, e afogou-se. A informação de que quem só podia devolver a vida ao menino seria a pessoa que melhor soubesse descrever a cor de uma vaca cuja tonalidade mudava três vezes ao dia, trouxe de várias partes de Creta e da Hélade um bom número de adivinhos. Todos tentaram descobrir aquele mistério: a vaca passava da cor branca para a vermelha, e logo, para a cor preta. Foi um difícil desafio, que se prolongou por vários dias.

Havia um adivinho que era conhecido pelo nome de Políidos (ou Poleydos), filho de Céranos, oriundo de Árgos, que, depois de muito observar, chegou a uma conclusão:

— A vaca tem a mesma cor da amora, o fruto que começa branco, logo enrubesce e, já maduro, se torna preto.

Minos, ainda que meio desconfiado, decidiu arriscar, e mandou que o conduzissem até o cadáver de seu filho, e deixou-o sozinho. Logo, surgiu uma serpente, e Políidos, amedrontado, matou-a. E foi com grande espanto que presenciou outra serpente, que em seguida apareceu, trazendo na boca uma erva com que cobriu o corpo da companheira morta. E, miraculosamente, ela ressuscitou. Políidos apanhou aquela erva prodigiosa, e seguiu o mesmo exemplo realizado pelo ofídio, e foi com espanto que viu o menino acordar para a vida.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 14:18

Minos, o filho de Licastos, para impressionar o povo e se fazer rei, afirmou que os deuses lhe concederiam todas as graças e favores que exigisse. Pondo-o à prova, a população sugeriu que pedisse a Poseidon, o deus do mar, fazer nascer das águas um touro. Seguido pelos crédulos e os incrédulos, Minos se dirigiu à praia e fez uma invocação fervorosa à gigantesca divindade:

— Ó Poseidon, poderoso deus do mar! Dá-me algum sinal para mostrar que sou teu favorito! Faze um touro branco sair das águas, e eu o oferecerei em sacrifício!

Para assombro de alguns e regozijo de outros, as ondas se encresparam, avançaram e recusaram e, finalmente, se rasgaram num profundo abismo do qual surgiu um magnífico touro branco. Imenso, belíssimo, fogoso! Nadou até a areia, em terra firme, e galopou por entre a multidão embevecida. Parou diante do rei Minos que o afagou emocionado.

— Vistes? Poseidon me protege... Portanto, o trono de Creta deve ser meu.

No entanto, observando melhor aquela criatura, livre nos prados verdejantes de Górtyne, Minos ficava cada vez mais deslumbrado, e pensou:

— É uma pena sacrificar um animal tão bonito!...

Decidindo guardá-lo para si próprio, em vez de sacrificá-lo a Poseidon como havia anteriormente prometido. Então, mandou buscar em seus rebanhos um touro qualquer e ofereceu-o em sacrifício, em lugar daquele que havia surgido do mar. Depois, feliz da vida, Minos voltou ao palácio e, em seguida, foi mostrar o seu presente à toda a população em praça pública. Maravilhada, a população o aclamou rei de Creta.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 14:19

Na época em que governava em Atenas o rei Pandíon, abaixo da Acrópole, próximas ao mercado, existiam muitas lojas e salões de artistas. Ali trabalhavam escultores, pintores e muitos outros. Entre eles havia Dédalos, artista e hábil artesão, um perito afamado e descendente direto dos reis Erecteus e Cécrops, por sua mãe ou por seu pai, apesar de sua origem duvidosa: uns diziam-no filho de Métion (filho de Erecteus), ou de Eupálamos, filho de Métion, e sua mãe chamava-se Álcipe, ou talvez Mérope, também da casa de Erecteus.

Dédalos, ferreiro famoso de Atenas, devia sua maravilhosa habilidade a Atena e Hefaístos. Mas também havia sido discípulo do deus Hermes. Os moradores de Atenas admiravam as invenções de Dédalos e costumavam dizer que ele era protegido de Atena, a deusa da sabedoria e das belas-artes. Suas construções fizeram Atenas ainda mais bela do que já era. Além de ferreiro, era arquiteto, escultor, pintor, desenhista, cientista e construtor. Diziam ter inventado o fio a prumo, a machadinha, o nível d’água, a pua, a bússola geométrica, o machado, as vergas, o augúrio, a cola e os bancos dobráveis e reclináveis. E era um excelente escultor, melhor que qualquer outro. Nas obras dos artistas da época, os olhos eram sempre fechados e as mãos, junto à parte lateral do corpo, pendiam sem vida. Mas Dédalos foi o primeiro a abrir os olhos de suas esculturas humanas, e foi também o primeiro a esculpi-los com as mãos estendidas e abertas e parecendo em movimento. Chegou mesmo a inventar os autômatos, estátuas capazes de ouvir e movimentar-se sem ajuda humana. E fora ainda o primeiro a colocar mastros e vergas nos navios.

Ácale, também chamado de Tálos, seu sobrinho, filho de sua irmã Pérdix, tornou-se seu colega de profissão; era um menino muito esperto, e, juntos, haviam formulado muitos projetos revolucionários para a época. Em sua oficina, Ácale o ajudava; ele gostava do serviço que seu tio executava, ouvia-lhe os conselhos com atenção e dia-a-dia tornava-se cada vez mais habilidoso.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 14:20

Já com doze anos de idade, certa vez, Ácale precisou cortar uma tora em duas partes. Para isso, resolveu usar o maxilar com dentes pontiagudos de uma serpente que havia encontrado. Resolveu experimentar, e foi que conseguiu cortar a madeira tão rápido e tão bem que, depois do feito, sentou-se e começou a nele pensar seriamente. Precisava que fosse maior, mais eficiente, de uso fácil. Então, copiou em bronze a forma dos dentes do réptil e experimentou seu novo invento. Com a ferramenta que acabava de inventar, foi capaz de cortar não apenas pedaços de madeira mas também um tronco inteiro, diante do tio Dédalos, que estava estupefato. Ácale (Tálos) havia inventado a serra.

Dédalos ficou impressionado com a descoberta do rapaz e, orgulhoso, mostrou a todo mundo a ferramenta inventada por ele.

— Vê, Pérdix, olha que excelente ferramenta teu filho inventou! Vem ver o que se pode fazer com isso.

Assim, mostrou à irmã que o serrote de Ácale era capaz de serrar madeira.

— Cuidado com a sua fama, Dédalos... Do jeito que a coisa vai, Ácale será um grande páreo para ti!

Apesar de Dédalos não ter gostado muito da cínica brincadeira de Pérdix, argumentou:

— É exatamente isso que desejo que aconteça.

Porém, Tálos, seu sobrinho, que também era muito habilidoso, sobrepujou-o em engenho; pois foi quem inventou, além da serra com dentes, o cinzel, o compasso e a roda de oleiro, com a qual a argila era modelada, chegando a sua fama a ameaçar e superar a do tio, o que provocava o ciúme de Dédalos, e tal sentimento foi notado pelos seus amigos e parentes. Certamente, Dédalos demonstrava-se um tanto rancoroso.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 14:20

Certo dia, tio e sobrinho estavam passeando pela Acrópole. Eles estavam no topo de uma rocha alta, junto do Templo de Atena, e admiravam, lá embaixo, a esplendorosa vista da cidade e as belas obras arquitetônicas que haviam produzido juntos. Mais no fundo apareciam as planícies da Ática e os cumes das montanhas que separavam o país dos reinos vizinhos. Viam os belíssimos marcos distantes que divisavam os muitos portos do mar de Égina. Observavam os bosques sagrados e o horizonte, quando, num momento de descuido, Ácale tropeçou, perdendo o equilíbrio e, antes que Dédalos o pudesse acudir, caía o garoto das alturas da Acrópole, indo despencar no meio da multidão de transeuntes.

Dédalos, imaginando que o acusariam de assassinato por seu ciúme, resolveu enterrar o menino secretamente, mas foi descoberto enquanto acabava de enterrá-lo. Dédalos tentou esconder o ato alegando estar enterrando uma serpente. Porém, foi desmascarado, e o cadáver foi desenterrado. O terrível acidente foi aumentado pelos inimigos de Dédalos, que haviam sido testemunhas oculares do acontecido. Eram homens cheio s de veneno na alma, além de serem de grande influência em Atenas. Com isso, acabaram levando Dédalos aos tribunais, no Areópago, onde o acusaram de haver empurrado Ácale para a Morte. Os amigos e parentes do infeliz nada puderam fazer, porque as provas eram evidentes. Segundo os acusadores, Dédalos, invejoso das habilidades de Ácale seu sobrinho, havia-lhe tirado a vida, atirando-o do alto do Templo de Atena. Contando com amigos entre os juízes, os acusadores pediram sentença de morte a Dédalos. Mas não conseguiram levá-lo à forca; conseguiram apenas condená-lo ao exílio, muito embora a maioria dos atenienses soubesse o quanto Dédalos amava seu sobrinho.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 14:21

Assim, Dédalos enfrentou um golpe atrás do outro. Atenas perdia para sempre um grande artista e um grande ajudante. Além do mais, devido à morte de Ácale, houve uma sentença injusta que impediu a Dédalos o direito de continuar vivendo e trabalhando em qualquer outra cidade do país. Quanto a Ácale, ou Tálos, a deusa Atena compadeceu-se dele e transformou-o numa perdiz.

Escapando à forca, Dédalos teve que exilar-se. Seguiu em direção do Pireus na primeira embarcação que saiu do porto, ao sul de Atenas. Não se importava para onde deveria ir, nem buscou saber para onde iam os marinheiros que lhe davam carona. Só depois de estar em alto-mar que soube que navegava para o leste, rumo às Cíclades. Passando por Delos, Náxos, Théra, finalmente, pelo sul, chegou à grande ilha de Creta, aonde outrora reinava Minos, filho de Zeus e Europa, e, depois de ter passado o trono para Licastos, reinava o filho deste, também chamado Minos, homônimo ao avô. Era um rei de coração duro e governava nada mais nada menos que a terra mais poderosa do Mediterrâneo. Seu povo conhecia as lidas da navegação e possuía a maior frota do mundo, e seu império estava no auge da fama.

Em sua capital, Knossos, que rebrilhava toda em ouro e mármore, o luxo era espantoso! Havia, ao lado de outros belos e imponentes edifícios, luxuosíssimos palácios e templos. Minos não era um rei que escondia a sua riqueza, como fazia Midas, o rei da Frígia. Ao contrário, queria que todos os estrangeiros que chegassem à ilha ficassem maravilhados com o seu poder.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 14:22

Minos vivia se gabando de tudo que possuía, mas quando visitou Atenas onde viu aqueles templos e estátuas, a graça de seus prédios públicos e outras obras-de-arte, seu orgulho da beleza de Knossos acabou de uma só vez. Foi nessa oportunidade que ele descobriu que mesmo que alguém possuísse muito dinheiro, nem sempre seria capaz de criar o belo. Para isso, precisava de prática e dom de um artista. Assim, durante a sua permanência em Atenas, quando algo belo o deixava extasiado, ele sempre perguntava que o havia executado. A resposta era sempre a mesma: Dédalos. E foi assim que Minos tomou conhecimento do maior artista e mais hábil artesão que o mundo jamais havia conhecido.

Quando, impressionadíssimo com tudo que havia visto em Atenas, o grande rei voltou a Creta, Knossos pareceu-lhe uma cidade pobre e feia apesar de ser toda coberta de ouro e de impor respeito sobre todas as nações do mundo. E pensava:

— Se Dédalos trabalhasse para mim, eu nada mais teria a desejar!

Certo dia, quando Minos estava absorto em seus próprios pensamentos e sentado ao trono, um súdito aproximou-se todo contente:

— Salve, poderoso rei de Creta! Trago-te notícias que acabarão agora mesmo com sua tristeza. Será uma das maiores alegrias para o teu nobre coração!

— Nestes últimos tempos só tenho recebido boas notícias. Mas nenhuma boa demais para acabar com a minha tristeza!

— Desta vez, Majestade, acredito que receberás a notícia com a qual tanto sonhas: Dédalos está em Creta e deseja trabalhar para o rei!

Minos deu um salto.

— Dédalos, em Creta?! Pois vou procurá-lo pessoalmente!

Assim, com honras reais, Minos foi ao encontro de Dédalos. Mais que depressa lhe pôs à disposição tudo o que ele precisasse para começar sua vida em seu país; e propôs-lhe trabalho, pretendendo que começasse suas tarefas a partir do dia seguinte.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 14:23

A partir de então, Knossos e todos os outros lugares da ilha passariam a possuir belos edifícios e maravilhosas obras-de-arte. E Minos não escondia seus entusiasmo de elogiar Dédalos.

Durante muitos anos, Dédalos viveria em Creta e trabalharia em prol daquele povo e seu rei. Lá, construiria a famosa sala de dança da princesa Ariadne, filha do rei, e faria para seu senhor estátuas falantes e andantes.

Estando em Creta, também haveria de realizar obras para outros povos, para os egípcios, por exemplo, como um pátio exterior do Templo de Ptáh (o Hefaístos grego), em Mênfis, onde colocaria uma estátua dele mesmo.

Dédalos casou-se com Náucratis, uma linda moça das ilhas Cíclades, e tiveram um filho chamado Ícaros. Mas, logo após o nascimento da criança, Náucratis não resistiu e encontrou-se com a Morte.

Pandíon, que era rei de Atenas, sofria com as pressões de seus irmãos para que dividisse o reino, especialmente Metíon, filho de Erecteus, que pretendia fazer de seus filhos reis absolutos. E conseguiu realizar seu intento: Metíon e seus filhos expulsaram Pandíon de Atenas, que teve que fugir, e foi refugiar-se junto do rei Pilas. Nesse reino, apaixonou-se pela princesa Pélia, da qual teve os filhos Nisos, Pálas, Egeus e Butes. Então, agraciado pelo rei Pilas, Pandíon tornou-se o novo rei de Cária, a antiga cidade fundada por Foroneus.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 14:24

Havia um príncipe chamado Catreus, filho do rei Minos e da rainha Pasífae. Não era o primogênito, mas era muito respeitado no país, o que gozava de ser príncipe-herdeiro. Porém, o Destino lhe reservava uma vida nada tranquila: um Oráculo o advertira que um de seus filhos o mataria. Catreus, nessa época, tinha quatro filhos: as donzelas Aérope, Clímene e Apemósine, e um varão, Altêmenes. Apemósine e Altêmenes, com medo de morrer pelas mãos do próprio pai, fugiram do país e foram morar em Rodes, aonde fundariam a cidade de Cretênia. Já Clímene e Aérope, estas foram entregues ao navegador Náuplios para que as vendesse como escravas a estrangeiros que pelos seus domínios passassem. Porém, Náuplios haveria de se apaixonar por Clímene e com ela se casaria; e Aérope, por isso, seria levada para Árgos, aonde desposaria um homem chamado Plístenes, filho de Pélops.

Rebelavam-se os descendentes de Pandíon contra o poderio ateniense dos filhos de Metíon para a recuperação do trono. O povo de Cária venceu a batalha e, com a morte de Metíon, os vencedores começavam a instalar-se nos territórios conquistados. Então, restando apenas Pálas e Egeus na pretensão direta ao trono, iniciaram uma disputa acirrada pelo mesmo. E, enquanto as desavenças prosseguiam, Egeus retirou-se de Atenas disposto a retornar assim que recebesse um sinal de aprovação divina.

Abdicou Pandíon do trono de Cária em favor de seu filho Nisos, que ocupou o seu lugar junto com Megareus, filho de Poseidon e Énope. A este último coube uma parte da cidade, que se chamou Mégara, enquanto que Nisos fortificava a outra metade da cidade e a chamava Nisa. Mais tarde as duas partes seriam unificadas, e a cidade se chamaria definitivamente de Mégara.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 14:25

Mas o deus dos mares estava enfurecido com a deslealdade do mortal Minos. Poseidon convocou seus filhos e filhas, seus monstros e seus Gigantes para imaginarem um castigo à sua altura. Precisava ser qualquer coisa soberba que desencorajasse os homens de nova traição, pois matá-lo apenas seria pouco. Foi Tríton, filho do deus, quem sugeriu:

— Deves, meu pai, fazer a rainha Pasífae se apaixonar perdidamente pelo touro branco e conceber dele um filho que há de se tornar a vergonha e a desgraça do traidor e sua família. Não deverá ser nem homem, nem animal, mas uma insólita combinação de ambos, uma anomalia repulsiva e aterradora que há de espalhar o terror por aquelas terras.

Assim, Poseidon inspirou o artesão Dédalos (ou Daídalos), que construiu uma vaca de madeira para Pasífae, com uma abertura logo abaixo da cauda, e ela, flechada pelo deus Éros, entrou secretamente no seu interior, ajustou-se e esperou. A sua criação era perfeita, enganaria qualquer ser humano ou animal, podendo ser confundida. E cumpriu-se a desforra do deus dos mares. A vaca foi levada para a morada do touro branco, que não resistiu e acasalou a artificial fêmea.

Pasífae devia ter sofrido muito, mas satisfez seus mais sarcásticos desejos. Ao seu tempo, deu à luz um ser. Logo ao nascer, a aberração mostrou sua perversidade, alimentando-se unicamente de carne humana. Chamava-se Astérios. Em dias, transformou-se num adulto com chifres imensos e pontiagudos. Os apavorados cretenses renomearam-no Minotauros, rotulado como filho do rei.

Minos respeitou-o, mas o temia, não ousando opor-lhe qualquer resistência. Além do pavor ao monstro, havia o medo de incorrer novamente na ira de Poseidon, pois intuiu a intervenção do deus naquele estranho nascimento. A Minos não agradava o aspecto nem a razão de ser daquele híbrido, e foi consultar o Oráculo, que lhe disse:

— Esconde tua vergonha com esperteza.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 14:26

Então, mandou chamar Dédalos, o ateniense exilado em seu país, e ordenou-lhe que pensasse no assunto. Deveria ele encerrar o monstro em um recinto de onde fosse impossível a sua fuga, já que, até o momento, mantinha-o acorrentado nas masmorras de seu palácio, construir um palácio que abrigasse o Minotauros e, numa sala vinculada à mesma construção, encerrou Pasífae, a causa de sua vergonha.

Dédalos pertencia à nobre raça de Cécrops e Erecteus, era um verdadeiro gênio, conhecedor das artes e da ciência. A par das plantas da cidade de Knossos, imaginou construir uma espécie de masmorra ou palácio-labirinto no subsolo do palácio real, cujo porão servia de ventilação. No entanto, se estenderia para além de seus limites, chegando a circundar o bosque que havia aos pés do palácio. Neste bosque, o Minotauros faria o seu covil. Com a ajuda de seu filho, Ícaros, Dédalos iniciou a obra que o tornaria imortal, o maior de todos os arquitetos da História. Usou para aquela grandiosa obra homens que só entravam vendados para que não encontrassem a porta de saída. Ali trabalhavam e, após uma longa jornada, saíam novamente de olhos vendados, guiados pelo próprio Dédalos, o único que conhecia os caminhos daquele palácio tortuoso, que mais parecia o curso do Meandros, o rio da Frígia, que tinha muitos afluentes. Chamou-o “Labirinto”. Foi construído de um modo tão complexo, com tantos aposentos e corredores, era cheio de câmaras, tudo muito confuso, e lá abrigou o Minotauros. Sua intenção era que fosse uma prisão, pois ninguém conseguia encontrar sua saída, nem mesmo o monstro. Só Dédalos, o construtor ateniense daquele palácio, conhecia o segredo. Seus corredores, de tal forma traçados e entrançados, que uma vez entrando neles jamais se poderia sair. Se algum prisioneiro daquele lugar não morresse devorado, conseguindo escapar do monstro, certamente enlouqueceria de angústia por não encontrar a saída. Ademais, quase todos os caminhos levavam ao Minotauros...
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Mensagem por Hermes Trismegistus 10/3/2021, 14:27

Para acalmar o monstro e aplacar seus urros apavorantes, Minos permitiu que ele continuasse com seus repastos sinistros e lhe ofereceu, todos os anos, os mais graciosos adolescentes das cidades cretenses que lhe deviam favores. Nesse labirinto e na bocarra atroz do Minotauros acabavam todos os criminosos de Creta e todos os prisioneiros recolhidos nas guerras. Inclusive, nesse mesmo lugar, ameaçava trancar Pasífae, a progenitora daquela ameaça, e, talvez por causa do ato indigno de sua mulher, mantinha-a viva sofrendo o contínuo escárnio de ser ignorada, já que Minos tornou-se irremediavelmente infiel.

Uma das primeiras escapadas extras do rei Minos foi com a ninfa Androgenéa, a “mãe de varões”. Pária, outra ninfa, lhe deu filhos: Eurimédon, Crisos, Nefálion e Filolaus. Também a ninfa Dexitéa, que foi mãe de Euxântios. Mas nenhuma lhe agradou mais que Britomártis, a “doce donzela”, muito bela, e era filha de Zeus e Cármis, a filha de Éubolos. A virgem estava em um lugar destacado do serviço de Ártemis, ocupando-se de seus afazeres; Britomártis havia inventado a arte da rede de caça e brilhava por seu conhecimento e destreza. Talvez por esta capacidade de seguir o rastro e ocultar-se da presa, Britomártis, quando chegou a hora de escapar do insaciável Minos, conseguiu evitá-lo por nove meses, correndo por montes e vales, ocultando-se entre folhas as secas e os arbustos. Mas acabou encurralada às margens de um precipício. A virgem preferiu a morte a cair nas mãos do rei, lançando-se do alto para as profundezas do mar. Mas foi resgatada pela rede de alguns pescadores, que a viram cair na água. Por isso, a deusa Ártemis decidiu premiar a sua firmeza e elevou-a à categoria de deusa, e batizou-a com um novo nome: Dictina, a “filha da rede”, e deu-lhe uma morada no monte Dicte.
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