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Mitologia Grega

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Mensagem por Hermes Trismegistus 8/3/2021, 15:26

ALCIONEUS E EURÍBATES

Numa das montanhas próximas da mítica cidade de Delfos havia uma caverna escura que servia de refúgio a um monstro de enormes proporções e que a população temia porque, segundo diziam, raptava os meninos dos arredores para chupar-lhes o sangue. Ao parecer, o bestial monstro era a personificação de uma antiga donzela que, assolada com insistência por Zeus, consentiu deitar-se com o poderoso deus, o que provocou a ira da ciumenta Héra, a rainha do Olimpo, quem, de forma fulminante, converteu a infeliz donzela no horroroso monstro Síbaris.

Era tanto o mal que aquele terrível animal infligia à população de Delfos que, como último recurso, decidiram consultar o Oráculo de Apolo. E a Pítia respondeu que, para aplacar o monstro, havia que levar-lhe um jovem efebo da cidade de Delfos e abandoná-lo à entrada da toca do terrível Síbaris, para que fosse sacrificado por este. Só assim o monstro abandonaria aquela terra e voltaria para os subterrâneos.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 8/3/2021, 15:27

O jovem escolhido foi Alcioneus, um belo jovem de Delfos, que, sem protesto algum de sua parte, deixou-se conduzir até o lúgubre lugar apontado pelo Oráculo. Quando a comitiva chegou à entrada da gruta, saiu entre os presentes um jovem lócrio, chamado Euríbates, que se ofereceu a ser trocado por Alcioneus, pois admirava sua coragem e dedicação. Todos ficaram perplexos perante a petição do rapaz e, sem mais preâmbulos, aceitaram a sua oferta. Euríbates substituiu Alcioneus como vítima propícia e, ao ver que este último o olhava com ternura e que dos seus olhos caíram lágrimas de agradecimento, pensou que deveria permanecer vivo em vez de deixar-se morrer passivamente. Por isso, penetrou com decisão na hedionda cova e atacou o monstro. Arrastou-o para a saída e esmagou a sua cabeça contra a saliência de uma rocha; a besta recuou como por magia e precipitou-se para sempre na profundidade abissal da gruta, por onde havia antes surgido. Nunca mais se soube de Síbaris, mas, no lugar onde Euríbates lhe estampou a sua cabeça, nasceu um manancial do qual brotaram as mais frescas e cristalinas águas de toda a região de Delfos. Em memória de todos os fatos lá ocorridos, chamou-se àquele lugar Fonte de Síbaris. E, mais tarde, quando os locros se estabeleceram definitivamente na Itália, fundaram uma cidade à qual, em recordação da efeméride mencionada, puseram o nome de Síbaris.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 8/3/2021, 15:28

APOLO E CASTÁLIA

A jovem Castália era esposa de Delfos, rei da Fócida, que havia construído a cidade de Delfos e a havia consagrado ao deus Apolo. Delfos era homem poderoso, filho de Poseidon e Melante, filha de um homem chamado Deucálion, e tivera de sua esposa um filho, que o chamaram de Castálios.

Tão logo Apolo a viu, enamorou-se. Mas Castália não queria pertencer a ninguém. Seu coração pertencia ao marido e ao seu filho, ao mesmo tempo que, sendo uma ninfa, adorava as flores e pertencia às águas. No entanto, Apolo perseguiu-a até o monte Párnassos, onde, com o rosto desesperado, vacilou de cansaço. Apolo alcançou-a. Enlaçou-a com braços de ferro, mas ela escapou e, cheia de dor, lançou-se nas águas de uma fonte.

E Apolo, sentando-se à beira da fonte, buscou com o olhar magoado, a imagem da bela moça. Mas era tarde, as águas nada lhe segredaram. Eram apenas as testemunhas silenciosas do amor irrealizado. No entanto, querendo conservar para sempre a lembrança de Castália, Apolo deu à fonte o seu nome. Depois, na mais profunda solidão, tomou seu caminho.

De repente, vindo de muito perto, chegaram-lhe aos ouvidos cantos suaves. Embevecido, procurou a fonte de tão puro som e deparou com as Musas, que, dançando numa clareira, alegraram o bosque com suas vozes doces e seus movimentos harmoniosos. A face luminosa do deus enfeitou-se em um sorriso.

Agradecido às Musas, em homenagem a elas concedeu às águas da fonte Castália o poder da inspiração. E pediu às nove filhas de Zeus que sempre o acompanhassem. A partir desse momento, quando desejasse conferir um dom especial a alguém, Apolo teria nas Musas suas mensageiras mais fiéis.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 8/3/2021, 17:41

BRANCOS

Demódocles, um homem de Delfos, tinha um filho chamado Esmicros. Seguindo os desígnios de um oráculo, navegou certo dia para Miletos levando o filho adolescente de treze anos de idade, e, no seu regresso, com a pressa de embarcar, de modo involuntário, perdeu seu filho, esquecendo-o naquele país. O filho de Eritarses, que guardava o rebanho do pai, recolheu ao desconsolado Esmicros e o levou ao pai, em Miletos. Eritarses, após indagar sobre a família de Esmicros, decidiu cuidar dele até que, um dia, o pai Demódocles retornasse para buscá-lo.

Certo dia, os garotos capturaram juntos um cisne, que provocou uma disputa entre os dois. Apareceu-lhes a deusa Leucótoe, que lhes pediu transmitir aos milésios que em sua honra realizassem jogos e que ambos deveriam fazer parte, onde se enfrentariam pacificamente.

Esmicros casou com a filha de um homem nobre de Miletos, e ela, pouco antes do parto, teve uma visão: o Sol lhe penetrara pela boca, passara pelo estômago indo alojar-se em seus órgãos genitais. Os adivinhos interpretaram a visão como favorável, e ela deu à luz um menino ao que chamou de Brancos, por causa de seu sonho, por ter o Sol passado pelos seus “brônquios”.

Brancos, belo como era, foi amado por Apolo e teve-o num dia em que o jovem apascentava o rebanho de seu pai. Brancos erigiu um altar a Apolo-Filésios, e o deus lhe concedeu a arte mântica; em seguida, instituiu em Dídime um santuário para o Oráculo, até hoje existente, sob a direção de seus descendentes, os Brânquidas, que se tornou tão importante quanto o santuário de Delfos.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 8/3/2021, 17:43

CÉCULOS

Um dia, enquanto Hefaístos trabalhava em suas fornalhas, uma faísca que voou da forja do deus foi fecundar o seio de Prenesta. Algum tempo depois, nascia um menino sem nome, pois não logravam dar-lhe um por desconhecer sua origem. No entanto, ao perceberem a pequenez dos seus olhos e sua dificuldade na visão, chamaram-no Céculos, “ceguinho”.

Depois de adulto, viveu largos anos em pilhagens e depredações; e pretendeu fundar uma cidade com o nome de sua mãe. Como não tivesse habitantes para povoar a nova cidade que começava a erguer-se com algumas casas, convidou os que moravam pela vizinhança. Estes, que o detestavam e não queriam crer fosse ele filho de Hefaístos (Vulcano), ficaram de repente cercados por chamas ameaçadoras, e logo viram-se obrigados a juntar-se com Céculos. E, aos poucos, apegando-se a ele, o ajudaram a construir Preneste, hoje Palestrina, na Itália.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 8/3/2021, 17:44

DRÍOPE E ÍOLE

Cragaleus, Dríope e Íole eram irmãos, filhos de Dríops, o rei do povo a que deu nome, os dríopes. Dríope foi desposada por Andrémon, o filho de Óxilos e irmão das Hamadríades; ele aceitou adotar o filho que Dríope tivera com o divino Apolo. Ela era amada pelo marido e feliz com o menino que ainda amamentava. Certo dia, as irmãs caminhavam pela margem de um rio que descia suavemente até junto da água, ao passo que a parte mais alta era recoberta de mirtos. As duas pretendiam colher flores, a fim de tecerem guirlandas para os altares das Ninfas, e Dríope trazia a criança no regaço, e amamentava-a, enquanto caminhavam.

Perto da água, crescia um lótus, repleto de flores cor de púrpura. Dríope colheu algumas e ofereceu-as à criancinha, e Íole ia fazer o mesmo, quando percebeu sangue escorrendo nas hastes de onde sua irmã colhera as flores. A planta não era outra senão a ninfa Lótis, que, fugindo um dia de um vil perseguidor, fora metamorfoseada na planta. Foi o que as duas irmãs ficaram sabendo pelos habitantes da região quando já era demasiadamente tarde.

Horrorizada quando percebeu o que havia feito, Dríope teria com prazer fugido do lugar, mas sentiu os pés enraizados ao solo. Tentou arrancá-los, mas só pôde mover os membros superiores. Aos poucos, a dureza da madeira foi subindo pelo seu corpo e ela, angustiada, tentou arrancar os cabelos, mas viu as mãos cheias de folhas. A criança sentiu que o seio materno começara a enrijecer-se e o leite cessava de correr. Íole contemplou o triste destino da irmã, sem poder socorrê-la.

Abraçou-se com o tronco que crescia, como se pudesse interromper a continuação da metamorfose, e teria de bom grado sido envolvida pelo duro córtex. Neste momento, surgiram o pai Dríops e o seu marido, Andrémon, e, ao perguntarem por Dríope, Íole apontou-lhes o lótus recém-formado. Abraçaram-se com o tronco, ainda quente, e cobriram suas flores de beijos.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 8/3/2021, 17:44

Íole, então, tomou a criança que chorava sobre um dos galhos do lótus, enquanto quase mais nada restava de Dríope, a não ser o rosto, que aos poucos ia perdendo seu aspecto. As lágrimas continuavam a escorrer-lhe dos olhos, caindo sobre as folhas, e, enquanto podia, ela falou em prantos:

— Não sou culpada. Não mereço este destino. Não injuriei pessoa alguma. Se eu disse falsidades, possa minha folhagem perecer com a seca e meu tronco ser cortado e queimado. Tomai este menino e entregai-o a uma ama-de-leite, e que ela o traga sempre para ser nutrido sob meus ramos e brinque com ele à minha sombra. E quando ele tiver crescido bastante para falar, ensinai-o a me chamar de mãe e dizer, com tristeza: “Minha mãe está sob este córtex”. Que ele seja cauteloso ao andar pelas margens dos rios e colher flores, lembrando-se de que cada planta, cada arbusto que vê pode ser uma deusa camuflada. Adeus, querido esposo, minha irmã, adeus meu pai. Se ainda me tendes amor, não deixeis que o machado me fira, nem que os rebanhos mordam e dilacerem meus galhos. Como não posso aproximar-me de vós, subi e beijai-me; e, por favor, enquanto meus lábios continuarem a sentir, erguei meu filho, para que eu possa beijá-lo.

Íole atendeu o seu pedido. De repente, Dríope sentiu que começava a lhe faltar a voz.

— Estou fazendo enorme esforço para falar, pois o córtex avança até meu pescoço, e logo atingirá meu rosto. Não precisais fechar-me os olhos, pois o córtex providenciará. Adeus... adeus...

Então os lábios cessaram de mover-se, e a vida extinguiu-se, mas os ramos conservaram durante algum tempo o calor vital.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 8/3/2021, 17:46

HÉLIOS E O CORVO

O corvo era um belo pássaro de plumagem branca e macia, que brilhava ao sol como seda. Era um atento serviçal da corte do deus Hélios. Como o deus da luz lhe dedicava grande afeição, o corvo começou a ficar vaidoso, preguiçoso e relaxado. Era, além disso, guloso por natureza.

Um dia, Hélios, sentindo sede, mandou o corvo buscar-lhe uma taça de água. O copeiro partiu célere para cumprir a tarefa, mas eis que viu, junto da fonte, uma bela figueira carregada de frutos. Ao notar que os frutos ainda não estavam maduros, o corvo ficou a esperar que eles amadurecessem. Nada lhe custava tirar uma soneca. E o tempo passou. Enquanto isso, a taça, abandonada, foi-se cobrindo de ervas e uma serpente se instalou nela.

Afinal, os figos ficaram maduros e o corvo satisfez o seu apetite. Tomando da taça, com serpente e tudo, encheu-a de água e foi ter com Hélios — que a esta altura estava furioso. Só não havia morrido de sede por ser imortal.

O corvo, baixando a vista, contou uma estória muito comprida para se justificar, em que figurava a dificuldade em encontrar uma fonte, uma serpente intrusa que se enroscara na taça depois de beber a água e assim por diante. Percebendo o embuste, o deus, enfurecido, enegreceu as penas do corvo e privou-o também de beber água no tempo da maturação dos figos.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 8/3/2021, 17:46

HERMÓCARES E CTÉSILE

Hérmócares, rapaz pobre, mas justo, estava apaixonado por Ctésile, filha do poderoso Alcídamas, de Atenas. Naquele dia celebrava-se uma festa em honra de Afrodite, e o jovem, vendo a amada mais bela que nunca, tomara uma maçã e nela inscrevera esta singela inscrição:

“Prometo, por Afrodite suprema, que serás minha esposa”.

Ctésile, ofendida, lançou fora a maçã e abandonou a festa. E o audacioso Hermócares, enquanto a via perder-se entre os demais devotos de Afrodite, gritou:

— Ctésile, Ctésile... Confessa que teus dentes nunca provaram maçã mais saborosa do que essa que tua alma agora provou!

Alcídamas, no mesmo instante, lhe deu a resposta:

— Comigo as coisas se resolvem pra já! Concedo-te, pois, a mão de minha bela Ctésile!

De fato, o velho Alcídamas tinha um bom olho para tudo, e enxergou logo no rapaz o genro ideal. E, logo que deixou o lugar, teve que observar:

— Bom, honesto e trabalhador!

Ctésile ficou logo sabendo do pedido e, depois dos primeiros encontros cedeu: Hermócares era, de fato, um bom homem. O casamento foi marcado para em breve.

E o pai, dando uma grande palmada no joelho, vaidoso de sua determinação, disse:

— Como assim: “podemos casar?” Não há tempo a perder!
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Mensagem por Hermes Trismegistus 8/3/2021, 17:48

A data aproximava-se rapidamente. Os preparativos evoluíam celeremente.

Certo dia, no entanto, às vésperas da tão-esperada data, o velho Alcídamas chegou diante da filha e lhe disse assim:

— Ctésile, querida.

— Sim, meu venerável pai.

— Tu vais mesmo casar daqui a alguns dias?

— Ora, papai, se Afrodite assim permitir e desejar...

— Eu também, mais que ninguém, o desejo. Mas prepara-te para uma pequena mudança: o teu noivo não será mais aquele infeliz do Hermócares.

— Não, papai?

E Alcídamas, com ar perfeitamente natural, disse:

— Estive conversando com um amigo e ele me propôs seu filho para genro. Não pude negar-lhe; é um belo rapaz e muito mais rico do que o miserável Hermócares. Bom, honesto e rico!

— Não, papai, quero me casar com Hermócares!

— Silêncio! Já está decidido, minha filha. E tu sabes: quando quero, decido o assunto pra já.

— Mas, papai...

Alcídamas, levantando a sua mão contra ela, ameaçou:

— Não me obrigues a convencer-te pelo método mais severo. O que eu disse, está dito.

E a partir dali, aqueles poucos dias, antes tão ansiosamente aguardados, agora eram vistos com tremendo pavor. Ctésile, desesperada, correu ao Templo de Afrodite e clamou, lavada em pranto:

— Afrodite, protege o meu amor!

Naquele mesmo instante, Hermócares entrou pela porta do templo, pois a havia visto entrar.

— Ctésile! Teu pai me proibiu de ver-te e não me quer mais para genro. O que faremos?

Ambos silenciaram. Mas eles sabiam que só havia uma alternativa. E exclamaram ao mesmo tempo:

— Vamos fugir!
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Mensagem por Hermes Trismegistus 8/3/2021, 17:49

Riram-se da coincidência, mas seus corações encheram-se de dúvidas, se era isto mesmo que queriam, se deveriam separar-se de suas famílias, se não seriam perseguidos... Afinal, toda a lista de vacilações, nas quais o desejo se torturava continuamente, surgiu num tropel nas mentes dos amantes. Muito diferente da firmeza e decisão do velho Alcídamas, eles iam e vinham em seus receios.

Mantiveram que decidir, e decidiram fugir. Na véspera do malfadado casamento, Ctésile e Hermócares partiram, na calada da noite, para serem felizes. Alcídamas, colérico, arrancava os cabelos em desespero.

— Vasculhai tudo debaixo do céu! Quero minha filha Ctésile de volta, já! Compreendestes? Trazei-a amarrada, se for preciso!

Mas Alcídamas jamais tornaria a pôr os olhos em sua filha. Um dia chegou um mensageiro esbaforido, que disse:

— Alcídamas,eis que a tua filha já é mãe!

— Mãe?! “Mãe” disseste? Mãe...! Mãe...!

Começou a repetir várias vezes, até conformar-se, e afirmou sorridente:

— Mãe!

Não foi tão rápido quanto das outras vezes, mas Alcídamas acostumou-se logo, também, a essa ideia — afinal, tornara-se avô.

Outro dia o mesmo mensageiro, novamente esbaforido, veio lhe dar mais uma notícia:

— Meu senhor! Meu senhor!

— Tenho outro neto?

O mensageiro respirou fundo e disse:

— Tua filha está morta!

Essa notícia o infeliz Alcídamas não pôde suportar, e caiu desmaiado, enquanto o mensageiro tentava reanimá-lo.

O enterro da bela Ctésile, que morreu durante o parto, deu-se alguns dias depois. Mas Afrodite, que protegera sempre o amor do jovem casal, fez com que no último instante Ctésile se transformasse na mais alva das pombas e viesse pousar sobre os ombros do enternecido Hermócares e de seu filhinho.
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Mensagem por Art3mis 8/3/2021, 17:59

Hermes, sobre seu rol de divindades, duvido que alguém tenha o que completar nessa lista. Nenhum livro que eu já tenha lido tinha uma lista tão extensa! Onde você pesquisou isso?
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Mensagem por Art3mis 8/3/2021, 18:01

Você se parece com meu professor de História Antiga, aliás, você não é professor de História Antiga também não?
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Mensagem por Art3mis 8/3/2021, 18:03

BIA, Deusa da violência.
DIKÉ (ou Dice), filha de Zeus com Têmis, é a deusa grega dos julgamentos e da justiça (a deusa correspondente, na mitologia romana, é a Iustitia), vingadora das violações da lei. Era uma das Horas.
MANIA, é A Deusa da loucura na mitologia grega, geralmente enviada àqueles que não observam os ritos, para perturbar-lhes o espírito.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 8/3/2021, 18:35

Art3mis escreveu:Hermes, sobre seu rol de divindades, duvido que alguém tenha o que completar nessa lista. Nenhum livro que eu já tenha lido tinha uma lista tão extensa! Onde você pesquisou isso?
Anos de pesquisa, amiga, em inúmeros livros de Mitologia Grega, em diversas bibliotecas, também em sites (onde pouco encontrei). Claro que tenho mais detalhadamente a respeito de grande parte desses nomes, mas o meu pouco tempo me permitiu postar de forma resumida. Eu mesmo sei que há mais nomes, mas não tive tempo (e ânimo) de incluí-los, por isso estou pedindo a colaboração e a boa-vontade de outros membros do fórum.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 8/3/2021, 18:36

Art3mis escreveu:Você se parece com meu professor de História Antiga, aliás, você não é professor de História Antiga também não?
Não, Art3mis. Não mesmo, apesar de que gostaria de ter sido. Obrigado pela consideração, mas sou autodidata, pesquiso Mitologia Grega por hobby.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 8/3/2021, 18:38

Eu sei que há ainda muitos nomes que passaram despercebidos, e outros que ainda nem conheço.

Bem lembrados estes nomes: Bia, Diquê e Mania. Mas tenho que lhe dizer que já mencionei Bia, que é a mesma Rome, e Diquê é uma das Horas (só não lhe dei a atribuição).

Quanto a Mania, este passou despercebido; é o nome latino da deusa grega Lissa. Peço-lhe que continue a buscar mais nomes, para enriquecer este mini-dicionário.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 8/3/2021, 18:39

CLÍMINDIS - filha de Hades e Pasitéa, era ninfa das Sombras, guardiã da fortuna de Hades.
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Mensagem por Art3mis 8/3/2021, 19:02

O Deus do Sarcasmo ofende o Olimpo.

Momo, o sarcasmo, nasce do sono e da noite. Mas embora tenha uma origem escura e quieta, vive de ruidosa zombaria, nada lhe escapa aos olhos pequeninos, luzidos atento por trás da máscara.
Não só os homens mas até mesmo os deuses temem suas palavras irreverentes, nascidas de um raciocínio rápido, que chegam velozes ao ouvidos e ferem o coração.
Momo é um descontente: na melhor ação humana ou divina, na ação mais pura ou nobre sempre encontra um motivo por pequeno que seja para sobre ele derramar sua zombaria.
Deuses e homens sentem-se despidos quando olhados por ele. E sentem a nudez proclamada ao mundo quando, dos lábios de momo brota um sorriso ou um comentário que não permite réplica.
Todavia, o jeito tranquilo de quem não briga seriamente, o sorriso vivo e constante, a graça da expressão, tudo em momo encanta e diverte – quando seus ditos ferinos têm como alvo defeito alheiro.
Pelo olimpo ele desfila seguido por uma plateia sorridente, buscando sempre uma vitima.
O sarcasmo marcava-lhe o rosto.
Um dia, porém, o medo secreto de ser exposto superou o prazer à maledicência e levou as divindades a expulsarem Momo.
O motivo poderia ser banal mas envolvia deuses: conta-se que ouve um torneio de feitos fantásticos. Netuno fez nascer um touro magnífico com as narinas vibrando em fúrias.
Vulcano criou um homem e, embevecido, contemplava sua obra tão perfeita.
Minerva também trabalhou seriamente e construiu uma casa. Muito grande, sólida confortável. Qualquer rei daria todo seu tesouro para habitar em tão belo edifício.
Os três deuses louvaram as próprias obras. Cada um estava certo de que a sua era a melhor. E todos argumentavam sem ouvir os argumentos dos outros. Estavam cegos e surdos para o que não fora feito pelas próprias mãos. E por isso não chegavam a conclusão alguma.
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Mensagem por Art3mis 8/3/2021, 19:09

Querendo por fim à situação de disputa, chamaram Momo para árbitro da excelência de seu trabalho. Sério pela primeira vez, o deus do sarcasmo examinou os feitos. Percorreu cada um deles com olhar atento e crítico.
Logo, porém, o sorriso brincalhão subiu aos lábios fruto de perigoso pensamento. E ele concluiu: o touro não tinha o corno bem situado. Deveriam estar mais próximos dos olhos para que o animal pudesse ferir com maior segurança. Ou então, mais perto das espáduas, para que seu golpe fosse de redobrada violência.
O homem de Vulcano também não escapou à crítica: não era perfeito, não era completo como seu autor pensava. Faltava-lhe uma janela, assim todos poderiam ver-lhe os sentimentos.
Restava a casa de Minerva. Momo percorreu-a, experimentou as paredes e julgou: era extremamente maciça. A deusa exultou-a sentindo-se vitoriosa.
Mas logo o sorriso murchou-lhe os lábios. Sua casa, dizia Momo, era extremamente maciça: assim impedia que se pudesse removê-la em caso de má vizinhança.
A ira dos deuses ofendidos e ridicularizados desabou sobre Momo.
As vozes elevaram-se raivosas e violentas. Os punhos fecharam querendo golpear.
E esse foi o último momento em que Momo pisou no Olimpo. De lá o expulsaram sem sorrisos no rostos contraídos, dizendo para nunca mais voltar.
Momo o sarcasmo, veio ter com os homens E passou a viver no meios deles falando e sorrindo como se nada tivesse perdido. Entre os humanos ele também encontra motivos para se divertir.
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Mensagem por Art3mis 8/3/2021, 19:16

Oráculo: Através do espelho, a busca pelo amanhã.

O homem olha-se no espelho e nele vê, refletida, a própria imagem. Se estiver feliz, seu rosto encontra o mesmo sorriso. E se está triste, depara com uma face tensa.
Houve um tempo em que os homens buscavam através do espelho, não um rosto, mas o futuro. Queriam olhar o que poderia ser, e para isso preparavam-se com fé e coragem.
Em Patras, as sacerdotisas do oráculo de Ceres interpretavam para os homens o que o deus lhe diziam através do espelho. Somente elas podiam compreender as predições; seus lábios eram o instrumento da voz divina.
Os homens aproximavam-se do oráculo e, com os olhos cheios de curiosidade e respeito aguardavam as cerimônias: preso a um cordão que as mãos delicadas seguravam, o espelho pouco a pouco descia para a fonte. Nunca poderia ser coberto pela água. Ficando à superfície, balançava ao sabor das pequeninas ondas. Uma ou outra gota ali buscava refúgio, mas tão transparente era que em nada ofuscava a imagem a ser formada.
Enquanto o espelho flutuava, os homens oravam ao deus pondo nas preces todo o fervor de um coração angustiado. A fumaça do incenso espalhavam-se, formando desenhos etéreos que o vento leve logo transformava em nada. Apenas o perfume invadia os corpos e aliviava os espíritos ansiosos.
Só nesse momento os homens recebiam permissão para olhar o espelho. Envoltos pela fumaça e pelo aroma que dela se desprendia inebriado de fé, escutavam as palavras do deus. Elas brotavam de lábios doces e belos e vinham em voz de sussurros.
Assim os homens podiam saber o que o destino lhes havia reservado. Recebiam do oráculo os conselhos do amanhã e também palavras de coragem e conforto, porque nem sempre o que se refletia no espelho era motivo para grandes alegrias.
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Mensagem por Art3mis 8/3/2021, 19:20

Poiné, O Castigo, Vinga o Deus Apolo.

Do Amor entre Apolo e Psâmate nasceu Limo. A mãe, porém, nem pôde mostrar o filho ao mundo: temia a ira de seu próprio pai,Crotopo o rei de Argos.
Inútil cuidado. O segredo não demorou a ser descoberto. E o soberano, duvidando das palavras da filha – que entre lágrimas lhe afirmava ter-se unido ao Deus Apolo – rejeitou a criança. Não podia olhá-la sem se envergonhar pelo que se julgava uma aventura indigna da condição de Psâmate.
Nem o choro frágil da criança nem as súplicas misturadas aos soluços puderam demovê-lo de sua vingança. Lino foi atirado aos cães, e seu pequenino corpo devorado diante dos olhos quase enlouquecidos de Psâmate.
Ela, porém, não pode chorar longamente a perda do filho, pois Crotopo logo mandou que a matasse. Não havia mais amor no coração do rei de Argos: Ele só guardava em si a vingança. Tinha sede de honra e saciou-a com o sangue dos seus.
Esquecia-se de Apolo: o deus amava a jovem e amava também aquela criança que não pôde viver. Seu amor entristecido transformou-se em ódio. Ele também desejou vingar-se. E para realizar tal desejo enviou Poiné, o Castigo, ao reino de Crotopo.
O emissário de Apolo chegou a Argos e, insaciável, começou a devorar as crianças da cidade. O grito de desespero atingiu todas as casa. Não se ouvia mais choro infantil e as mães tentavam inutilmente guardar seus filhos em segredos.
Mas Corebo, um jovem de Argos resolveu combater o monstro que chegara do Olimpo para enlutar sua pátria. Com extrema coragem enfrentou o Castigo e matou-o.
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Mensagem por Art3mis 8/3/2021, 19:22

Porém, manchou-se para sempre: havia interferido na vingança divina. A morte de Poiné tornou-se um peso insuportável.
Em busca de redenção, Corebo embrenhou-se nos caminhos de Delfos. Chegou ao Templo de Apolo hesitante, os olhos baixos despojados da antiga bravura. Humilde, tomou um tripé sagrado e depositou em seus ombros.
Durante longos tempos errou por montes e vales, encurvando sob peso da carga. Envelheceu carregando sua redenção.
Mas um dia – já nem mais se lembrava de há quanto tempo vagava pelo mundo – sentiu que seus ombros de repente tornaram leves, e viu sobre a relva o tripé caído. Entendeu o perdão. E nunca mais desejou partir. No mesmo lugar onde se viu liberto de seu fardo fundou Mégara, a cidade que habitou até o fim de seus dias.
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Mensagem por Art3mis 8/3/2021, 19:26

Zéfiro sofre pela bela Flora (Clóris).

Para Zéfiro, o vento Oeste, o único prazer da vida resumia-se em destruir os trabalhos humanos. Com seu sopro furioso, arrancava árvores pelas raízes. Ceifava as plantações. Desterrava as sementes para lançá-las às areias e às pedras estéreis. Provocava naufrágio em alto mar.
Para FLORA, a rainha da primavera, a felicidade consistia em espargir beleza no mundo dos homens. Com seus passos delicados, quase aéreos, transitava pelos campos protegendo as flores e encorajando os ordenados esforços dos vegetais que se preparam para explodir em cores e perfumes.
Um dia, encontra-se Flora e Zéfiro frente a frente. A senhora das flores recua, amedrontada e num gesto maternal, estende as mãos sobre as plantas, para defendê-las do ímpeto devastador de Zéfiro, o vento do Oeste.
Antes a luminosa beleza de FLORA, o vento refreia o sopro. Faz-se terno. Enamora-se. Por entre as flores, em doces murmúrios, corteja-a rainha da primavera. E as pétalas apenas tremulam sob os suspiros apaixonados.
Já nos campos e nos mares a vida dos homens e das plantas transcorre tranquila: o vento do Oeste não mais se empenha em destruir a natureza e a vida que sua amada tão zelosamente se esforça para proteger.
No reino da primavera, floresce o amor. Para FLORA, um sentimento suave que eleva o espírito. Para Zéfiro, uma força impetuosa que conduz ao prazer dos sentidos.
Embora apaixonada, tristemente FLORA recusa-se a corte de Zéfiro. Não pode unir-se a um temperamento em tudo contraditório ao seu.
Para não perdê-la, Zéfiro submete-se. Promete-lhe aprender a calma disciplina das flores. O equilíbrio da natureza. A paciência do mundo vegetal. A pureza de sua rainha.
Então FLORA consente em esposá-lo. E numa festa de cores e perfumes, une-se ao vento Oeste, que, deste esse momento passa a ser a doce brisa dos namorados.
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Mensagem por Rei de Ouros 8/3/2021, 19:39

Dúvida: Dioniso, Zagreu, ou Baco, o coxo...

Tem suas estórias em diversos povos indo-europeus, helenos, desde 2000 AC - me corrijam se estou enganando -, nas mais diversas partes do mundo antigo, entretanto só em determinada época recente, perto de 500 AC, seu culto tomou súbito valor com a queda da aristocracia. Poderiam, por favor, desenvolver e explicar melhor - mesmo resumidamente - esse interessante tema mitológico?
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