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Mitologia Grega

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Hermes Trismegistus
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 06:17

Turnos vestiu a couraça de ouro, protegeu as pernas com caneleiras também douradas, cingiu a espada, cobriu a cabeça com o elmo igualmente de ouro e desceu a cidadela, exultando com a perspectiva da batalha e animado pela esperança da vitória. Junto das portas da cidade encontrou Camila, seguida das suas valentes guerreiras. Esta, vendo-o, saltou do cavalo, e a tropa fez o mesmo; então, disse ao príncipe rútulo:

— Turnos, é lícito ao corajoso confiar em si próprio, por isso comprometo-me hoje de abater as hostes de Enéias, lançando-me contra ele, sozinha, com minhas guerreiras. Quanto a ti, recomendo que não te ausentes da cidade e a defendas.

O herói acolheu com satisfação a proposta.

— Essa prova de valor te eleva, ó donzela, rainha entre o teu povo, acima do teu sexo e na estima de todos os varões. A partir deste momento, partilharás comigo de todos os esforços da guerra. Os meus exploradores dizem-me que Enéias mandou avançar a sua cavalaria ligeira e que ele, à testa do grosso da tropa, ruma para a cidade, atravessando a montanha. Preparar-lhe-ei uma cilada num desfiladeiro selvagem e, com as minhas tropas, ocuparei as duas extremidades do estreito passo. Por tua vez, tu receberás com a tua cavalaria o impacto da tropa etrusca, e para isso te cedo o herói Méssapos com os esquadrões latinos. Confio-te, entretanto, o comando supremo, incomparável donzela.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 06:18

Camila era filha de Métabos, um rei tão cruel e déspota que acabara expulso do reino pelos súditos. Ao deixar sua cidade, para fugir à ira do povo, levara consigo a filha de tenra idade, deixando para trás a esposa Cásmile. Chegando à margem do rio Amazenos, que transbordava devido às fortes chuvas, vira-se impedido de atravessá-lo a nado por causa da filha, que carregava nos braços. Ouvindo atrás de si o tropel dos perseguidores, amarrara a criança ao dardo com tiras feitas da casca de uma árvore e arremessara o dardo à margem oposta. Depois, atirara-se às águas revoltas, conseguira vencer a correnteza e atravessar o tortuoso rio. A partir de então, passara a viver com a filha entre os pastores das montanhas. Criara a criança alimentando-a com leite de égua e frutas do mato. Logo que a menina dera os primeiros passos, aprendera a lançar o dardo e a manejar o arco e a flecha. Tornara-se uma jovem alta, forte e bela. Muitos homens desejavam possuí-la ou tê-la por esposa, mas a moça só encontrava prazer na caça e na guerra. Como a deusa Ártemis (Diana), era virgem e tinha horror ao matrimônio. Tinha fama de vencer o Vento em velocidade. E tão logo ascendeu ao trono paterno, se pôs à testa de um exército comandado por três outras jovens guerreiras e correu em auxílio de Turnos.

E iniciou Turnos a sua caminhada por estreita senda que percorria tortuoso vale limitado, de ambos os lados, por abruptas paredes cobertas de espessa mata. Na parte superior, já no topo da montanha, estendia-se um campo liso dissimulado no meio das árvores, assaz conveniente para se armar uma cilada, e do qual era possível atacar facilmente tanto pela direita como pela esquerda, ou então, das alturas, lançar pedras ao fundo do barranco. Para ali se dirigiu Turnos com as suas tropas, postando-se nas alturas e nas gargantas.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 06:18

Enquanto tal sucedia, os troianos e os seus aliados etruscos, com os esquadrões de cavalaria, iam avançando para as muralhas. Os cavalos, briosos, pisoteavam o chão, eriçado de verdadeira mata de resplendentes lanças. Na frente, surgiram os latinos com Méssapos, Cátilos e Córas à testa, e a cavalaria volsca, comandada por Camila.

A deusa Diana, a Ártemis greco-troiana, sentada numa nuvem, ao ver os preparativos para o reinício da batalha, disse à serva Ópis:

— Ópis, Camila vai participar da guerra. Quero-a muito, desde que era criança. Temo pela sua sorte. Dou-te, Ópis, a seguinte incumbência: Vai à terra latina, onde neste momento reiniciam a batalha maldita, e leva contigo o arco e as setas. Fica sempre perto de Camila e que seja punido com a morte qualquer homem que porventura ousar feri-la. Se ela morrer, não permitas que ninguém a despoje das suas armas.

O exército troiano já se encontrava nas proximidades de Laurentos. Quando os dois exércitos se viram à distância de um tiro de lança, permaneceram em enorme gritaria e, esporeando os animais, de todos os lados começaram a voar projéteis, toldando o céu. Quando as hostes inimigas se atiraram à luta, lança contra lança, a ordem da batalha dos latinos começou a ceder, e, dali a pouco, protegendo as costas com os escudos, iniciaram a retirada em direção à cidade. Os grupos avançados travaram escaramuças com soldados latinos, pondo-os em fuga. Todavia, tratava-se de uma retirada apenas aparente; ao chegarem às muralhas, porém, voltando-se repentinamente, arremeteram contra os perseguidores etruscos com violento ímpeto, pegando-os de surpresa e obrigando-os a recuar. A manobra repetiu-se duas vezes, e somente na terceira se converteu o choque em verdadeira batalha, na qual a luta se generalizou, combatendo homem contra homem. Não tardaram em ressoar os gemidos dos moribundos; armas e cadáveres jaziam no meio de torrentes de sangue, cavalos semimortos se confundiam com os corpos dos cavaleiros, enquanto outros se encabritavam sobre os cavaleiros abatidos.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 06:19

E as tropas troianas e etruscas foram recebidas por uma chuva de pedras atiradas pelos anciãos, mulheres e crianças que guarneciam as ameias. Pouco a pouco, os soldados latinos conseguiram reagrupar-se e atacaram o inimigo pela retaguarda. Acossados simultaneamente de direções opostas, os troianos tiveram de abandonar apressadamente suas posições.

A batalha ocupou toda a planície que se estendia à frente da cidade, sem se definir por nenhum dos adversários, pois ambos os exércitos avançavam e recuavam alternadamente. Entre os mais valentes contendores, destacava-se Camila, armada como uma amazona, ora brandindo a sua machadinha, ora retesando o arco e disparando suas setas fatais. Seus golpes eram sempre certeiros, sua mira nunca falhava o alvo. Quando lhe sucedia recuar, voando na montaria, não deixava de voltar-se e, em plena carreira, disparar suas setas. Entre suas vítimas, encontrava-se o caçador etrusco Órnitos, que como elmo usava uma queixada de lobo, com a boca escancarada mostrando os dentes afiados, e como arma carregava uma chuça de caça. Não obstante sua enorme força, foi vencido por Camila, que, zombando, trespassou-o com a lança:

— Pensavas que caçavas animais, tirreno desgraçado? Os braços de uma mulher reduziram a nada todas as tuas jactâncias!

Rodeavam-na um grupo escolhido de valorosas donzelas; entre elas, Larina, Tula e Tarpéia, por ela própria eleitas como companheiras e que a acompanhavam constantemente, na paz e na guerra. E bom número de frígios tombaram diante das guerreiras.

Muitos outros guerreiros foram também mortos pela filha do rei Métabos. Um deles, belicoso filho de Aunos, um dos lígures mais valentes moradores do Apeninos, o Destino quis que ela o tivesse pela frente. Foi surpreendido quando acabava de despedaçar o crânio de Orsílocos.

A vista de tão terrível mulher causou-lhe espanto, e percebendo que já lhe não seria possível evitar o combate com ela, e afastar do caminho a feroz inimiga, valendo-se da astúcia, gritou:
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 06:20

— Teu cavalo é muito veloz, guerreira, e ninguém pode enfrentar-te em igualdade de condições. Desce e luta comigo! Veremos se continuas arrogante.

Camila aquiesceu, saltou do cavalo e mandou uma das companheiras segurar as rédeas do animal. E enfrentou o rapaz sem outras armas senão o escudo e a espada. O adversário, certo de que a cilada tivera êxito, em vez de descer, aproveitou a oportunidade e, esporeando sua montaria, afastou-se a galope. Camila, indignada, gritou:

— Impostor! De nada valerão os ardis da tua terra, e tu não voltarás a ver teu pai!

E, pondo-se a correr com pés como se tivessem asas, alcançou o fugitivo. Agarrando-lhe as rédeas, imobilizou o animal, arrancou da sela o cavaleiro e o matou a golpe de espada.

Então, Tárcon, poderoso herói dos etruscos, gritou para a sua cavalaria:

— Abandonais a batalha por causa de uma mulher, covardes? Estais sempre prontos para danças e festas, e vos arrastais à retaguarda, quando se trata de batalhas. Segui-me!

E cavalgou na direção de Vênulos, príncipe de Tíbur, agarrou-o pelos braços, arrancou-o do cavalo e puxou-o para o seu. Cingindo-o com o braço direito, em plena carreira, tratou de ferir Vênulos com sua lança partida, mas este, tentando evitar o golpe, mantinha a mão na garganta do inimigo. Mas o ferro transpassou-lhe a armadura, e Tárcon deixou cair ao chão o corpo desfalecido de Vênulos. Ao presenciarem a cena, troianos e etruscos sentiram-se revigorados e voltaram a atacar.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 06:20

Durante o desenrolar da batalha, Arunte, famoso arqueiro etrusco, observava Camila e, seguindo-a por toda parte, esperava uma oportunidade para matá-la. Havia entre os troianos um sacerdote de Cíbele, de nome Cloreus, que se distinguia pela beleza das suas armas. Envergava um manto de púrpura e empunhava um arco lício revestido de ouro. Seu elmo, de ouro maciço, reluzia ao Sol e sua túnica era do mais fino lavor. Camila, seduzida por aquelas riquezas e, desejando apoderar-se delas, começou a negligenciar sua guarda, e em dado momento a seta de Arunte, que contava com o auxílio de Apolo, foi cravar-se abaixo do seio esquerdo da guerreira, que rodopiou sobre o cavalo e teria caído ao solo, se suas companheiras não a amparassem quando deslizou da sela. Ainda tentou retirar a flecha, e só conseguiu quebrá-la, cuja ponta lhe causara profundo ferimento entre as costelas. Sentiu que os olhos se lhe amorteciam, uma profunda lividez invadia-lhe as faces. Mal respirando, disse a Aca, sua favorita:

— Amiga, vai dizer a Turnos, quais são as minhas últimas ordens, pois que a Noite se fecha em torno de mim. Daqui por diante, deverá ele dirigir a luta e proteger a cidade contra Enéias.

Disse, soltou das mãos as rédeas e deslizou lentamente pelo cavalo até o chão; ali, inclinando a cabeça e o pescoço, expirou.

Prorromperam os volscos em gritos de desespero, e a batalha recrudesceu. E Arunte, o etrusco, temendo a vingança das guerreiras de Camila, fugiu e se escondeu, mas passado algum tempo retornou à batalha, jactando-se de sua façanha, e iniciou-se uma batalha feroz pelo cadáver de Camila. Só então o etrusco foi atingido pela seta invisível da ninfa Ópis e morreu com a face enterrada na poeira. Foi pisado e esquecido pelos seus.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 06:21

Após a morte de Camila, os volscos e suas guerreiras começaram a fugir, seguidos de perto pelos rútulos. Os troianos e os etruscos foram encurralando aos poucos as fileiras latinas, que acabaram sendo dizimadas. Os soldados que restavam procuravam refugiar-se na cidade. Dali a pouco, perseguidos e perseguidores chegaram simultaneamente às portas, penetrando juntos na praça e levando a efeito impressionante carnificina. Noutros pontos, o povo, assustado e em pânico, conseguiram fechar as portas e muitos latinos se viram perdidos no campo, onde morreram sob as lanças inimigas.

A guerra só findou com o duelo decisivo entre Enéias e Turnos. Enéias cravou a lança no peito de Turnos, e o frio da Morte lhe percorreu os membros, e, com um gemido, expirou, abandonando o corpo sem vida sua sombra irritada, que voou para o Averno e entrou no Reino dos Mortos. Em seguida, Enéias cercou Árdea e mandou atear fogo na cidade. A cidade foi então consumida pelas chamas, reduzindo-se apenas a um monte de cinzas; e das cinzas surgiu uma ave de porte majestoso, que os latinos chamaram-na de ardea, “garça”.

A HERANÇA DAS AMAZONAS

Subentende-se que, desde Mírine, ao passar dos tempos, as Amazonas foram enfraquecendo e perdendo terreno, chegando a se extinguirem. No entanto, houveram culturas similares às Amazonas da Mitologia Grega, que deram continuidade à sua história.

Em tempos históricos, quando as Amazonas habitaram próximas do mar da Hyrcania (hoje mar Cáspio), a rainha Taléstria (Thalestris), durante treze dias, compartilhou o leito com Alexandre o Grande, a quem buscava por sua fama com o fito de ter com ele uma filha poderosa. Depois, regressou ao seu país. 400 anos mais tarde, Plutarco mencionou a não menos de quatorze eminências que contavam esta história, apesar de que nove delas foram consideradas ficção. No entanto, essa história foi motivo de debate durante o reinado de Lisímacos, o sucessor de Alexandre, na Trácia.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 06:21

As mulheres armadas têm atuado com uma certa freqüência. Chandragupta Maurya (322 a 298 a.C.), o primeiro imperador que formou um estado centralizado na Índia, tinha uma guarda pessoal formada por mulheres gregas gigantes.

As guardas reais femininas reapareceram 2.000 anos mais tarde na história da Índia como guardas do Nizams de Deccan e Hyderabad.

Na ilha de Lanka (o Sri Lanka hodierno), a família real de Kandy tinha uma guarda de mulheres arqueiras.

Na Europa, as tribos celtas e germânicas tinham mulheres lutando ao lado de seus maridos.

Tácito contava que Boadicea, a rainha dos Icenis, tinha mais mulheres que homens em seu exército. Quase da mesma forma, a rainha macedônica Adea Eurídice pegava em armas e comandava seus exércitos lutando como um homem, liderando homens.

Na Escandinávia, as mulheres que não tinham ainda a responsabilidade de criar uma família podiam tomar as armas e viver como guerreiros. Eram chamadas Skjaldmö, donzelas escudadas, e muitas delas apareciam na Mitologia Nórdica. Uma das mais famosas foi Hervor, que tomou parte no ciclo da espada mágica Tyrfing. O cronista danês Saxo Grammaticus relatara que quando o rei sueco Sigurd Ring e o rei danês Harald Wartooth se encontraram na batalha de Bravalla, trezentas donzelas escudadas lutaram no bando danês sob o comando de Visna. Saxo contara que as donzelas lutaram com escudos pequenos e espadas largas.

Uma lenda provavelmente baseada nas Amazonas gregas apareceu na história da Bohemia. Conta-se que um grande bando de mulheres, lideradas por Vlasta, manteve uma guerra contra o duque da Bohemia, e que escravizaram ou mataram a todos os homens que caíram em suas mãos; mas, finalmente, foram desapiedadamente derrotadas pelo duque.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 06:22

No século XVI, o explorador espanhol Francisco de Orellana afirmou que havia lutado no rio Marañón, na América do Sul, com mulheres guerreiras que disparavam dardos de zarabatanas e flechas. A tradição conta que a partir de então o rio passou a ser chamado de Amazonas, ainda que também se afirma que este nome provém do termo indígena amassona, “destruidor de barcos”, que se aplica à onda gigante chamada “pororoca”. Segundo outro relato, mais especificamente em território brasileiro, o encontro se deu onde hoje o rio Jamundá desemboca no Amazonas, perto da atual fronteira entre os Estados do Amazonas e do Pará.

Havia uma força militar de 6.000 unidades de guerreiras oriundas de Dahomay (o atual Benim), na África Ocidental, que esteve ativa desde o século XVI até finais do século XIX. Tiveram muito êxito em suas batalhas contra os reinos vizinhos, sendo finalmente derrotadas pela França.

A Líbia tem uma larga história sobre suas mulheres guerreiras, provavelmente anterior às Amazonas gregas. Todavia, hoje, Gadafi é protegido por soldados do sexo feminino. E outros grupos étnicos africanos que tiveram amazonas foram os Igbo e os Fulani, que integraram as mulheres em seus exércitos.

No reino de Siam, no século XIX, o rei tinha um batalhão pessoal de 400 mulheres lanceiras. Estas eram eleitas entre as mais belas do país, e diziam que eram peritas no manejo das armas, mesmo que as considerassem demasiadamente valiosas para serem enviadas para a guerra.

Outros povos que tinham mulheres guerreiras foram os árabes, os aborígenes australianos, os berberes, os chineses, os curdos, os filipinos, os maoris, os micronésios, os papuanos e os rajput.

Cerca de 400 mulheres tomaram parte como soldados na Guerra Civil dos Estados Unidos. Para casos relevantes de mulheres que têm-se convertido em soldados, pode-se fazer referência a Mary Anne Talbot e Hannah Snell.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 06:23

Na década de 1950 se descobriram no sul da Ucrânia várias tumbas do século IV a.C.; em algumas delas que pertenciam a mulheres, junto aos restos humanos, encontraram espadas, lanças, punhais e armaduras, o que tudo indica que essas tumbas correspondiam a mulheres guerreiras.

Em Xemo-Avchala, perto de Tíflis, na Geórgia, foi encontrado a tumba de uma mulher enterrada junto com suas armas, demonstrando que realmente existiram mulheres guerreiras naquela região.

Tem-se advertido que até o século XX, as Amazonas têm sido representadas tipicamente na literatura como um adversário estrangeiro que rebaixava a masculinidade dos heróis. Por isso, uma meta clássica dos heróis tem sido derrotá-las e humilhá-las como forma de reafirmar a superioridade masculina.

ÚLTIMAS DESCOBERTAS

Túmulos de mulheres cavaleiras e guerreiras, enterradas com suas armas, foram descobertos no sul da Rússia, exatamente onde os gregos antigos diziam que ficava o reino das Amazonas. Os gregos foram os primeiros a mencioná-las, difundindo um mito que viajou para outras culturas. Ninguém, naturalmente, levava o mito a sério. Para os cientistas, nunca se colocou a hipótese de que um povo de mulheres guerreiras pudesse ter existido, ainda mais sete séculos antes da Era Cristã, exatamente onde os gregos situavam as Amazonas.

Acontece que, perto da cidade de Pokrovka, onde a Rússia se encontra com o Cazaquistão, a arqueóloga americana Jeannine Davis-Kimball, do Centro de Estudos dos Nômades Euroasiáticos, da Universidade de Berkeley, na California, descobriu cerca de cem túmulos do povo sármata. Eles viviam, no século VI a.C., nas estepes entre o mar Negro e o mar Cáspio — a Sarmácia, a terra das Amazonas, segundo o historiador grego Heródoto (484-420 a.C.).
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 06:23

O intrigante é que 15% das covas eram de mulheres, algumas de 13 ou 14 anos, enterradas com flechas de bronze, espadas e adagas. Os esqueletos tinham as pernas arqueadas, como as de quem passa boa parte de seus dias a cavalo. Havia várias sepulturas com homens e bebês juntos. E nenhuma criança enterrada com mulheres.

A descoberta ainda está provocando sensação entre antropólogas e arqueólogas de inspiração feminista, como a própria Davis-Kimball. Ela não sabe, ainda, como explicar tudo o que encontrou e prefere uma interpretação prudente, supondo que fossem pastoras, que carregavam armas para defender a si próprias, a seus animais e a seu clã, de ladrões e inimigos. Mas os dados que possui lhe autorizam a propor uma revisão da teoria antropológica sobre o predomínio do patriarcado na civilização.

A antiga Sarmácia ficava entre o mar Negro e o Cáspio. Os túmulos foram encontrados perto da cidade de Pokrovka, na fronteira entre a Rússia e o Cazaquistão. Pelo fato de terem sido sepultadas com suas armas, e por andarem com certa demasia a cavalo, Jeannine Davis-Kimball supunha serem guerreiras, sem nenhuma dúvida. Isso, entretanto, não quer dizer que fossem Amazonas conforme o figurino grego. O certo é que seu papel na sociedade não era nada passivo. Entre os corpos desenterrados, há até três sacerdotisas guerreiras, identificáveis pelos objetos dentro do túmulo: jóias de ouro, braceletes e colares, conchas, contas de pedra e vidro com valor religioso, espelhos de bronze e vasos cerimoniais para sacrifícios aos deuses, além de armas. As sacerdotisas tinham importante função social, como adivinhas e oráculos.

Havia também vários bebês enterrados junto com homens. À primeira vista parecem sugerir que o cuidado com as crianças cabia ao sexo masculino. Mas isso é especulação, pois podiam ser homens de baixo status social que tomavam conta das crianças enquanto os pais e as mães trabalhavam.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 06:24

POSSIBILIDADES HISTÓRICAS

No ano 450 a.C., quando Heródoto escreveu sobre as Amazonas, a lenda já existia. Ela aparece em várias passagens da Mitologia Grega, como por exemplo nos mitos de Belerofonte, Héracles, Guerra de Tróia, Mírine, Príamos e Otreus, os Argonautas, Enéias... A palavra amazona vem de mázos (seio) antecedida pelo prefixo alpha (a, em grego), que, aí, indica ausência. Quer dizer “sem seio”. Há versões do mito em que as mulheres mutilavam um dos seios para melhor manejar o arco e a flecha. Davis-Kimball acha isso fantasia pura, porque não há representação artística na época (século VII a.C.), ou mesmo posterior, que mostre as mulheres sem um seio, parecendo que a tradução para o termo também poderia ser “que não foi amamentado”. Poderiam ser guerreiras que não foram amamentadas.

Heródoto viajou pelo mar Negro e relatou no clássico História as informações que recolheu sobre as guerreiras. Segundo ele, uma expedição grega, em data não definida, teria vencido as Amazonas na batalha de Termódon (Termodonte) e levado várias cativas, em barcos. Mas, chegando a alto-mar, as prisioneiras se rebelaram e desembarcaram na Cítia, na costa do mar de Azov, atual Rússia. Os Citas e as Amazonas teriam se unido e emigrado para as estepes entre os rios Don e Volga, dando origem ao povo saurômata. Esse povo passou a conservar o antigo costume de montar a cavalo e praticar a caça. As mulheres passaram a acompanhar seus maridos na guerra, trajando as mesmas vestes que eles. Havia uma lei segundo a qual uma mulher não podia casar-se enquanto não matasse um inimigo. Por isso, muitas morriam de velhice e solteiras.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 06:25

Segundo Davis-Kimball, os Saurômatas se espalharam por uma grande área. Por volta de 400 a.C., foram colonizados por um povo indo-europeu que veio da Ásia Central, os Sármatas, com quem se misturaram. A maioria dos túmulos descobertos em Pokrovka são do primeiro período sármata. Está claro que, pelo menos no início de sua civilização, os Sármatas treinavam as mulheres jovens em equitação e no manejo de armas.

Arqueólogos russos já haviam encontrado túmulos de mulheres com armas no Cazaquistão. Mas, por distração — ou por preconceito —, o fato não recebeu a merecida atenção. Segundo Davis-Kimball, as mulheres em Pokrovka, há 2.500 anos, detinham uma posição única na sociedade. Controlavam riquezas, realizavam rituais para suas famílias e clãs, andavam a cavalo, caçavam antílopes das estepes e pegavam em armas para se defender e aos seus.

Quanto ao matriarcado, as descobertas de Davis-Kimball encantaram a ala feminista da Antropologia nos Estados Unidos. A tese do patriarcado universal pode se revelar o mais consumado mito machista, segundo as observações da antropóloga Sarah Nelson, da Universidade de Denver. O regime em que o pai exerce a autoridade na família, o patriarcado, fundou a ordem das sociedades gregas e hebraicas e a própria civilização cristã ocidental. Do seu oposto, o matriarcado, o sistema onde supostamente a mulher exerceria a autoridade total, não há exatamente exemplos na História, mas só mitologias. Há, sim, muitos povos tribais em que os direitos de herança e de linhagem são transmitidos pela família da mulher — do tio materno para o filho de sua irmã, e não do pai para o filho mais velho —, como os trobriandeses da Melanésia, os ashantis de Gana e os kayapós no Brasil. Mas, mesmo nessas sociedades, o poder político continua exercido pelos homens.

FIM
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Mensagem por Rei de Ouros 13/3/2021, 07:03

Hermes Trismegistus escreveu:do tio materno para o filho de sua irmã, e não do pai para o filho mais velho —, como os trobriandeses da Melanésia, os ashantis de Gana e os kayapós no Brasil. Mas, mesmo nessas sociedades, o poder político continua exercido pelos homens.
A causa disso é, no passado, a maternidade de alguém podia ser assegurada, mas a paternidade não.
Por outro lado, desde pelo menos a invenção da pecuária, a participação do macho na reprodução (antes disso não se fazia relação causa-efeito entre copular e parir), deixou claro que a liderança podia ser reservada a quem, além de participar na reprodução, tinha mais músculos e podia ser descartado com menos risco pra sobrevivência do clã em caso de guerra, os homens. Basta um homem e várias mulheres pra manter o clã. O excesso perigoso de homens pode ser diminuído se deixassem as tarefas militares com homens.
Uma possível mudança de matriarcado pra patriarcado portanto pode se confundir com a muito mais provável mudança da teocracia pra militocracia, não importando o sexo do sacerdote ou do guerreiro profissional.
Hermes, você não citou a nossa Maria Quitéria!
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 14:31

Hehehehehe!

Na verdade não incluí vários outros exemplos, como, por ordem cronológica:

- a oceânide Estige (com seus filhos, a única entre os deuses que socorreram Zeus na guerra contra os Titãs),
- também sobre Ênio (a personificação da guerra como representante feminina),
- Atena (como representante da guerra com estratégia e prudência),
- Ártemis (como representante feminina da Morte Natural),
- Pandora (a primeira mulher, já que as anteriores eram consideradas Ninfas ou de natureza divina),
- Semíramis (a rainha-geurreira de Babilônia e Nínive),
- Clóris (a filha de Anfíon, vencedora em Jogos Olímpicos),
- esqueci de mencionar a batalha das Amazonas e os Atenienses de Teseus (que vou mencionar em seguida),
- Atalanta (e sua participação na expedição dos Argonautas, na caçada ao Javali de Cálidon e suas vitórias nos funerais de Pélias),
- Ônfale (a rainha a que Héracles tornou-se escravo),
- Dejanira (esposa de Héracles, como uma guerreira na batalha contra os Dríopes),
- Dido (a rainha de Tiro que foi erguer a cidade de Cartago na Líbia)
- e o episódio das Sabinas (raptadas pelos Romanos do rei Rômulo).

Alguns desses itens foram mencionados e outros ainda mencionarei neste mesmo tópico.


Última edição por Hermes Trismegistus em 13/3/2021, 14:37, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 14:32

Este mito se sucedeu logo após a batalha entre Héracles e as Amazonas pela posse do cinturão da rainha Hipólita, e Teseus foi um de seus heróis.

TESEUS E ANTÍOPE

O rei Teseus, depois de alguns dias no país das Amazonas, com seus guerreiros atenienses, cortejado por Antíope, com ela se casou, esquecendo-se de Egle, que até então a amava. Antíope fez o herói esquecê-la e, mais tarde, Teseus retornou para a Ática, e Antíope o acompanhou com o fito de conhecer o país de seu esposo, deixando o trono a cargo de sua irmã Melânipe e a pequena Pentesiléia. Mas não voltou; pelo contrário, encantou-se com as belezas daquela terra e decidiu ficar, a contragosto de suas ancilas, que a haviam acompanhado.

Da união de Teseus com Antíope, nasceu um menino, que, em memória da grande Hipólita, a maior entre as rainhas Amazonas, foi chamado de Hipólitos. E Antíope, para preservar um costume antigo entre o seu povo de mulheres guerreiras, não querendo abandoná-lo, como faziam outrora, dedicou o menino à deusa Ártemis e, como tal, deveria viver de forma casta, sem conhecer o pecado da carne.

Mais tarde, o rei Teseus organizou uma expedição à ilha de Creta a fim de tomá-la e fazer subir ao trono um soberano digno e aliado de Atenas. Mas soube da morte do rei Minos,e permitiu que Catreus continuasse em seu lugar.

Com a morte de seu pai, rei de Creta, e a invasão de Teseus no país, Catreus, que também já tinha idade avançada, teve que abandonar o país e, esquecido das profecias sobre seu destino, procurava informações sobre o paradeiro de seu filho Altêmenes.

Naquele tempo, em Rodes, enquanto prosperava a cidade de Cretênia e reinavam os irmãos Altêmenes e Apemósine, o deus Hermes, pretendendo a ela se unir, agarrou-a mediante um estratagema, espalhando peles frescas de touro diante dela e fazendo-a escorregar. O irmão matou-a a pontapés pela desonra que lhe infligira, não acreditando que seu amante fosse divino.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 14:33

Então, com a morte do rei Minos e o exílio de Catreus, subiu no sólio cretense o príncipe Deucálion, filho mais velho de Minos, com o consentimento de Teseus. Assim, Fedra, que havia seguido sua irmã Ariadne para a Hélade e estava morando em Atenas, desejando retornar para Creta, pediu autorização a Teseus, que consentiu. Ela, então, regressou à sua pátria, onde ficou a morar no palácio de seu irmão, onde tornou-se ainda mais bela e inteligente.

Teseus, no entanto, vivia com uma mulher lindíssima, mas a juventude dela se afastava e seu corpo de mãe já perdia o encanto. Sentia-se solitário, num tempo em que cessavam as batalhas, levando uma vida monótona e cansativa. E, lembrando-se de Fedra, a irmã menor de Ariadne, pretendeu revê-la, já que ouvia falar de seus encantos. Antes, porém, como era seu costume, consultou o Oráculo de Delfos, que exigiu o fim de Antíope. Isso se fazia necessário para que a Sorte lhe sorrisse e tivesse uma vida tranquila ao lado de sua futura noiva. Mas Teseus não quis matá-la, preferindo apenas dissolver o casamento, já que era mãe de seu filho Hipólitos.

Deucálion, o filho de Minos, também tinha estima por Teseus e decidiu fazer um acordo de proteção e aliança com os atenienses. Então, o rei Deucálion, com o seu séquito de Creta, fez uma visita ao rei de Atenas, propondo-lhe a paz entre os dois reinos. Certamente Teseus concordou, mas lhe disse que gostaria de casar-se com Fedra, e seu pedido não lhe foi recusado. Logo o filho de Egeus foi para Creta a fim de buscar Fedra e, efetivamente, viu-a muito parecida com sua irmã Ariadne, que Teseus sentiu-se outra vez na flor da juventude. E conduziu-a à sua casa. Como seu casamento com Antíope havia-se consumado segundo as leis bárbaras de outro país, não foi difícil desfazê-lo, e Antíope continuou na casa como se fosse uma concubina.

E uma grande festa de casamento se realizou em Atenas. Antíope, durante a festa nupcial, armada de um punhal, tentou assassinar a nova rival, mas foi impedida a tempo e Teseus trancou-a numa prisão.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 14:34

Quando Teseus se casou com Fedra, filha do rei Minos, se fez necessário mandar o pequeno Hipólitos para Troézen, na casa de seu bisavô Piteus. O velho rei recebeu o menino como se reavesse o próprio neto Teseus, e nomeou-o seu herdeiro. Hipólitos ali cresceu, preferindo dedicar-se à caça e à vida em contato com a Natureza. Vivia fazendo oferendas à deusa Ártemis e menosprezava o encantos femininos, provocando em Afrodite o desejo de lhe aplicar vingança.

Melânipe, a rainha das Amazonas, avisada em sonhos pelo pai, o deus da guerra, sobre o que acontecia em Atenas, levantou-se às pressas e incitou suas guerreiras à vingança. Desconhecia-se o paradeiro de Antíope, e Melânipe organizou um exército armado comandado por Molpádia, de sua confiança.

As Amazonas, de escudos em forma de meia-lua, sob o comando de Molpádia, “a que canta e dança”, vindas a cavalo por terra, do norte — pois não conheciam a arte da navegação —, invadiram a Hélade quando ainda Teseus comemorava a sua união com Fedra, e vinham conquistando todos os lugares que passavam: na Tessália, Queronéia, Mégara e outras cidades. A notícia chegou em Atenas, e Teseus reuniu os nobres para uma assembléia, a fim de preparar-se para uma batalha sangrenta. Como conhecia bem a dificuldade de lutar contra as Amazonas em campo aberto, Teseus preferiu esperá-las em sua cidade, protegidos dentro de suas muralhas.

A ala esquerda do seu exército de Molpádia situava-se no Areópago e a esquerda ficava no Pnice. Dali partiram elas contra a Acrópole e assenhoraram-se de Atenas e ergueram seu acampamento no centro-meio da cidade, enquanto os cidadãos, assustados, buscavam refúgio na fortaleza real.

Uma embaixatriz amazônica, acompanhada de algumas guerreiras, puseram-se aos pés das muralhas da cidadela, exigindo a devolução de Antíope, sua rainha, e a rendição de Teseus, mas seu coração foi endurecido, e jamais entregaria a cidade de seus antepassados.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 14:35

Por muito tempo, nenhuma das partes ousou atacar, mas por fim Teseus encetou a luta a partir da fortaleza, depois de ter feito uma oferenda ao deus do terror, seguindo as recomendações de um oráculo. Primeiro os homens de Atenas recuaram diante do ataque das guerreiras e foram forçados a retroceder até o Templo das Erínias. E um contingente ateniense caiu-lhes sobre a retaguarda, vindo da Colina das Musas. O flanco direito das Amazonas foi obrigado a ceder terreno até elas alcançarem o seu acampamento, e muitas foram mortas. No entanto, Antíope, ainda apaixonada, foi libertada pelas companheiras e tentou persuadi-las a desistirem, precisando ser violenta, no que foi brutalmente assassinada pela flecha certeira de Molpádia, julgando-a ingrata e indigna por tamanha dedicação, enquanto Antíope se encontrava ao lado de Teseus. E Teseus, por sua vez, para vingá-la, à frente de seu exército, seguindo à risca os conselhos da deusa Atena, liquidou a guerreira com um golpe de lança, atiçando seus companheiros, e conseguiu derrotá-las. Orítia conseguiu escapar ao massacre e foi-se esconder em Mégara, onde, inconformada pela derrota, veio a falecer. Outras, expulsas de Atenas, fugiram a galope, e seus cavalos, exaustos, caíram por terra; as que conseguiram chegar nos limites da Trácia, rumaram para a Cítia.

E a guerra só terminou com uma trégua no quarto mês de cerco; as poucas Amazonas feridas, que se renderam, deixaram Atenas, com o consentimento de Teseus, e foram para o porto de Cálcis, de onde voltaram para a Ásia Menor num navio mercante.

Enquanto isso, durante uma caçada, em Temiscira, era assassinada involuntariamente a rainha Melânipe, por uma seta perdida de sua irmã Pentesiléia, que errava o cervo para acertá-la no ventre. Pentesiléia, a próxima na sucessão, subiu ao trono, mas foi alvo de censuras e olhares maldosos, e foi perseguida pelas Queres.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 14:36

Mais tarde, uma coluna foi erigida em Atenas em memória de Antíope, e em Mégara um túmulo em forma de meia-lua em honra de Hipólita. Molpádia também recebeu dos atenienses um monumento sepulcral, perto do Templo da Mãe-Terra. As que caíram quando tentavam sair da Tessália, foram enterradas entre Escotúsia e Cinoscéfalos. As que morreram em combate em Queronéia, foram enterradas junto ao rio Hémon. Na região da Lacônia, hoje, alguns altares indicam o lugar por onde as Amazonas avançaram e dedicaram duas imagens de madeira a Ártemis e Apolo. Também em Troézen, há um Templo de Áres que comemora a vitória de Teseus sobre esse destacamento numa batalha perto do Istmo. Foi também erguido, no Areópago, um santuário de heróis em honra das Amazonas chamado Amazônion. E ainda, para mostrar a veracidade desse acontecimento, duas grandes pinturas de paredes sobre a batalha foram reproduzidas, uma no Tesêion, o santuário de Teseus, e a outra no Stoa Poikile, a “sala multicolorida”. E a guerra foi também reproduzida individualmente por pintores em vasos, sem falar nos escultores que decoraram tantos edifícios, e não apenas em Atenas, com relevos das Amazonas combatentes e agonizantes. A batalha contra as Amazonas aparece, ainda hoje, nas esculturas do Pártenon, criadas pelo escultor Fídias. E, mais do que nunca, os atenienses tornaram-se veneradores da deusa Ártemis, a protetora das Amazonas.

FIM
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 18:24

MELÉAGROS E O JAVALI DE CÁLIDON

Alô, amigos! Segue mais um mito interessante: Meléagros e o Javali de Cálidon. Porém, estão inseridos parte de mais alguns mitos correspondentes, envolvendo Héracles, Atalanta, Dejanira, Oineus, entre outros.

Façam bom proveito, e postem dúvidas (caso houverem); o tópico está aberto.

MELÉAGROS E O JAVALI DE CÁLIDON

Endímion, filho de Étlios, havia deixado o trono da Élide sem rei, desamparado. Tivera filhos com uma ninfa do lugar, Míia, e chamavam-se Péon, Epéios, Pisa, Eurídice e, de forma incerta, Étolos. E seus filhos passaram a disputar o poder numa corrida de carros, durante os jogos fúnebres em honra de Azan, filho do herói Arcas.

Durante a prova, Étolos era o favorito, o mais eficiente e o mais dedicado. Mas o Destino não lhe foi favorável, pelo contrário, lhe foi cruel. Enquanto conduzia seu carro velozmente, teve o infortúnio de atropelar um homem, que era nada mais nada menos que o velho Ápis, filho de Foroneus e senhor absoluto de toda a Ápia, e o levou à Morte. Étolos recolheu as rédeas, parando a sua biga, e Epéios ultrapassou-o e venceu a prova. Este era o novo rei da Élide.

Por certo Étolos foi mandado embora da Élide, e teve que com Lisímaca, filha de Abas e neta de Melampos. Ela lhe deu os filhos Adrastos, Prónax, Aristômacos e Mecisteus. Depois casou-se com Eurínome, filha de Apolo, e teve duas filhas, Erífile e Estérope, e cinco filhos, Ágrios, Leucopeus, Alcátous, Melas e Oineus.

Havia ainda os que afirmavam que Oineus era filho de Fítios e neto de Oresteus, o primeiro homem a descobrir a cultura da uva. Ou ainda de Porteus e Êuritis.

Oineus, após desposar Altéia, filha de Téstio, tornou-se o novo soberano de Cálidon. Teve com ela os filhos Toxeus, “o arqueiro”, Clímenos, “o famoso”, Melânipos, Eurímede, Melânipe e Gorge.

Altéia, mulher de Oineus, rei de Cálidon, teve do deus Ares um filho chamado Meléagros. Sete dias após o nascimento do menino, ardia em febre, quando as Moiras foram ter com a mãe, em sonhos:

— Rainha, viemos para te dar um aviso.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 18:25

Com os olhos fechados, em sonhos, ela ergueu a cabeça do encosto do leito.

— Um aviso?

E avisou-lhe Láquesis:

— É exatamente sobre o teu inocente menino. Ele há de tornar-se um grande herói.

E disse-lhe Cloto:

— Será um homem corajoso, de espírito nobre.

Altéia encheu-se de alegria, até ouvir a observação da mais velha, Átropos:

— A vida de teu filho só há de durar o tempo que o ramo de oliveira levar para queimar na lareira.

— Não...!

Altéia, que diziam ter gerado Meléagros do deus Áres, saltando da cama, ajoelhou-se diante da lareira e pôs sua mão frágil na brasa que ardia e retirou imediatamente o tição que queimava ao fogo, um ramo de oliveira. Enrolou-o nas dobras de suas vestes e derramou água para apagá-lo. Depois, voltou os olhos para pedir piedade às três deusas, mas elas já haviam desaparecido. Em seguida, guardou o ramo cuidadosamente num cofre bem fechado. Com isto, o menino melhorou de saúde.

Recebido na Etólia por Oineus, Dionisos manteve relações com Altéia, sua esposa. Oineus, temeroso, fingiu não perceber, e o deus recompensou a complacência do rei, dando-lhe a primeira cepa da vinha , e ensinou-lhe a cultura, o preparo do vinho e o seu uso. Fez isto através de Estáfilos, filho do deus, que era um pastor do reino e que havia descoberto o estranho fruto a que deu nome. Oineus provou aquela bebida que nem todos ainda conheciam na Hélade, e deu-lhe um nome derivado do seu: oitanos, “vinho”.

Da união entre Dionisos e sua esposa Altéia, nasceu uma menina, belíssima, e chamou-a Dejanira. E o pequeno Meléagros, encantado e muito apegado à irmãzinha, encarregou-se de protegê-la como seu irmão mais velho. Assim o faria até o dia em que a Moira resolvesse cortar o fio de sua vida.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 18:25

Oineus não foi fiel à sua esposa. Como Altéia havia tido dois filhos com os deuses Áres e Dionisos, viu-se no direito de ter filhos com outras mulheres. Havia uma moça que servia a mesa de seu palácio, e chamava-se Peribéia. Era prêmio de sua vitória contra o rei Hipónous, de Ólenos, que o atacou e venceu. E teve relações com ela. Depois, abandonou-a aos porqueiros de sua casa. E foi nesse meio que nasceu e cresceu a criança. A mãe deu-lhe o nome de Tideus, “o porteiro”.

Um dia, Oineus enfureceu-se com o seu filho Toxeus, “o homem do arco”, que, por haver descurado as vinhas do pai e saltado sobre as suas valas, foi morto por ele.

Meléagros, juntando-se aos discípulos do centauro Quíron, adquirindo estreita amizade com Héracles, Jáson, Peleus e Télamon, atingiu idade viril, após uma alegre infância, tornou-se o melhor lanceiro da Hélade e tomou a responsabilidade de zelar pela segurança de sua irmã Dejanira. Bem mais tarde, desposou Cleópatra (filha do herói Idas e neta de Afareus) e teve os filhos Fereus e Ageleus.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 18:26

Assim que ouviu falar que seu amigo Jáson organizava uma expedição à longínqua Cólquida, correu para revê-lo em Iolcos e recebeu o convite para participar da seleção dos heróis que comporiam a tripulação da nau Árgo. E Meléagros, classificando-se entre os cinqüenta remadores do Árgo, encontrou-se com seus velhos amigos da escola do Sábio Centauro. Houve, entre eles, Atalanta, a única mulher do grupo, que foi admitida no Árgo, a convite de Jáson, apesar dos protestos, já que não faria parte do grupo de remadores. Afeiçoou-se à donzela guerreira e seguiu viagem com seus amigos Argonautas. Teve uma participação secundária, de apoio, não se destacando com grandes proezas, que estavam reservadas mais a Héracles, Jáson, Atalanta, Orfeus, Polideuces (Pólux), Tífis e Idas. Mas teve um feliz regresso a Iolcos, depois de muitas aventuras e perigos ao longo dos mares e das terras mais estranhas, que jamais um homem da Hélade ousou navegar ou pisar. Ria-se de ter sido um dos responsáveis pelo sucesso da missão, trazendo no Árgo o tosão de ouro, troféu que continha o espírito de Frixos.

Meléagros não retornou imediatamente a Cálidon, mas permaneceu em Iolcos para ver ascender ao trono Acastos, filho de Pélias, assistir as núpcias de Admetos e Alceste e ver o casal tornar-se os novos reis de Féres. Só então, acompanhado de amigos etólios, foi encontrar-se com seus pais, irmãos e irmãs em Cálidon.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 13/3/2021, 18:26

Porém, no tempo em que Meléagros e os Argonautas viajavam em busca do Tosão de Ouro, Oineus, rei de Cálidon, por ocasião de um festival da colheita, fez as honras da casa e ofereceu os primeiros frutos da colheita de um ano abençoado aos deuses. A Deméter ofereceu os cereais, a Dionisos, o vinho, a Atena, o azeite e a cada deusa, o fruto que lhe cabia. Só se esqueceu de Ártemis, de novo Ártemis, como ocorrera a Admetos, cujo altar permaneceu sem incenso. Isso enfureceu a deusa, que decidiu vingar-se. Por ter o soberano de Cálidon esquecido dela — coisa comum de acontecer — a deusa mandou ao país um horrendo e gigantesco javali para devastar os campos do rei. Seus olhos vermelhos reluziam, seu pescoço era rijo e suas presas eram tão grandes quanto as de um elefante. As plantações de trigo foram pisoteadas e arruinadas, as vinhas devoradas e destruídas, as oliveiras abatidas com os seus frutos, e muita gente morreu tentando apanhá-lo. Os rebanhos, os pastores, os cães, os próprios touros mais furiosos, não conseguiram evitar-lhe a cólera. Todos fugiam; os campos ficavam desertos e somente as cidades é que ofereciam um abrigo seguro contra o furor do poderoso animal.

E um escravo do rei surgiu correndo, porta adentro, trazendo a assustadora notícia.

— Meu rei, um monstruoso javali está devastando todo o reino! Os camponeses se mudaram para a cidade, o tumulto é grande e a desordem se encaminha!

Meléagros ficou perplexo. Seu pai, no entanto, desconfiava já da razão daquela terrível praga.

— Acho que sei o que é, meu filho. Deve ser um castigo de Ártemis, a cujo sacrifício faltei alguns meses atrás, enquanto viajavas com teus amigos para a Cólquida.

Entretanto, Meléagros, ardendo do desejo de se notabilizar em tão perigosa ocasião, inspiradíssimo na sua recente viagem à Cólquida e nas façanhas de Héracles, resolveu exterminar o javali.

— Deixa comigo, meu pai!
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