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Mitologia Grega

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Hermes Trismegistus
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Mitologia Grega - Página 37 Empty Re: Mitologia Grega

Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:47

No mundo físico, a Terra tornou-se a virgem pronta a ser penetrada por uma chuva que ainda não tinha acontecido e a ser rasgada por um arado que um dia seria criado por algum ser humano que ainda não existia, nem mesmo nos pensamentos do Grande Espírito.

No mundo astral, Géa tornou-se mãe. Desse parto magnífico nasceu o primeiro ser divino, a serpente Ógigos (ou Ofíon), o Titã por excelência.

No entanto, logo que Ógigos percebeu ser superior, extremamente grande, enrolou-se ao redor da Terra e ameaçou-a com seu sibilo horripilante, mostrando ser páreo para governar o mundo no lugar de seu pai. Porém este, ameaçado, estendeu seu braço poderoso, agarrou a serpente e atirou-a no Orco, as prisões infernais, onde jazia o Tártaros.

Para substituir o filho indesejado, Géa continuou a parir através da semente de Úranos. Nasceram as Forças da Natureza que também iriam se manifestar no mundo físico. Eram os Titãs — o primogênito Océanos (Okéanos), Crios (Kreios), Céos (Koios), Hiperíon (Hyperíon), Jápetos (Iápethos) e o jovem Cronos (Krónos), e as Titânidas — a mais velha delas, Téa (Theía ou Aethra), Réia (Rhéa), Urânia ou Têmis (Themis), Mnemósine (Mnemosyne), Febe (Phoíbe) e Tétis (Têthýs).

Océanos era o espírito da água. Ao nascer, projetou-se como uma serpente imensa pelos mundos sutis, criando forças, concentrando em si todas as potestades marítimas e então lançou-se no mundo físico, que se encheu pela primeira vez de uma umidade que crescia, que o impregnava em todos os recantos mais íntimos do seu ser material, que aumentava, que crescia, que se transformava nas águas que transbordavam em todo o mundo físico. Tornava-se o Rio-Oceano, que passou a correr em torno da esfera achatada da Terra.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:48

Tétis, destinada a reinar, era a Nutriz de todos os seres vivos nascidos em seus domínios, as águas.

Outro titã, Hiperíon, era o espírito do fogo, o fogo astral. Junto de sua irmã Téia, a Realeza, estendeu-se pelos mundos sutis seus longos braços ígneos. A mãe Géa uniu-se ao filho Hiperíon, e engendraram Aqueronte (Akhérôn).

Crios (a Tirania) era o frio divinizado, eram as noites sem dia em que futuramente o Sol, demorando-se no leito de suas esposas, não haveria de atrelar seus cavalos de fogo e deixaria que descansassem nas estrebarias ocultas pela Noite.

Céos (a Inteligência), em sua belíssima forma astral de um azul translúcido, debruçou-se sobre o mundo, tornando-se um eterno observador, ligando-se definitivamente ao pai Úranos.

Mnemósine (a Memória) expandiu-se pelo espaço infinito e transformou-se na Memória do Universo, no plasma onde seriam gravados todos os acontecimentos passados e onde seria impresso tudo aquilo que ainda estava para acontecer, tanto no mundo dos deuses, como no mundo dos seres humanos, cuja semente primeira ainda nem mesmo existia.

Havia ainda Jápetos (a Mortandade) que, junto com sua irmã Têmis, a personificação da Lei, abrangiam todas as leis da Natureza, seus limites, suas fronteiras.

Réia ou Cíbele, símbolo da Natureza, logo que nasceu, foi exposta pela mãe numa floresta, e os animais ferozes tomaram conta dela e alimentaram-na. Ela passou a zelar pela Natureza, chegando a presidir a própria Terra cultivada.

O último dos Titãs era o ambicioso e espertalhão Cronos, que o Destino preparava para torná-lo o novo senhor do Universo, ao lado de sua irmã Réia.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:49

Dentre os demais filhos de Úranos e Géa havia também os terríveis Cíclopes, criaturas gigantescas com um único olho na testa. Eles possuíam poder sobre o fogo, sabiam dominar as forças das tempestades e dos trovões. Os Cíclopes viviam em montanhas altíssimas e mantinham aceso, no pico de uma delas, um fogo que nunca se apagava: era um gigantesco vulcão onde eles, futuramente, haveriam de forjar armas e escudos. Os Cíclopes eram criaturas de um poder incrível. Quando andavam por entre as montanhas, relâmpagos pavorosos e trovões violentos sacudiam a Terra, e o mundo inteiro tremia à sua passagem. Os primeiros Cíclopes, Uranianos, chamavam-se Brontes (Brontés), do trovão, Estérops (Steropés), do raio, e Argeus (Argés), do relâmpago.

Porém, havia ainda os três maiores e mais terríveis seres dessa prole numerosa, talvez os filhos mais velhos de Géa, nascidos antes dos Titãs: os Hecatônquiros, Gigantes de cem mãos que representavam as Tempestades. Essas criaturas tinham tanta força que eram capazes de levantar rochas do tamanho de montanhas e podiam fazer o mundo inteiro estremecer; eram a personificação dos terremotos, e chamavam-se Cotos (Kotto), Briareus e Giges (Gygés).


OS FILHOS DE GÉA E PÓNTOS
Póntos (o Mar) gerou sozinho a Nereus, o “velho do mar”, e, depois, unindo-se a Géa, teve os filhos Taumas (o Espanto), Fórcis (a Espuma do mar) e Ceto (os Terrores do mar), que deram origem aos monstros das águas, e também Cefeus (ou Egéon), Euríbia (a Fúria do mar), a ninfa Hália (a Salinidade) e os Télquines, os primeiros habitantes da ilha de Rodes, que se chamou Telquínia.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:49

Os Télquines (Telkhînes) eram magos, encantavam por meio de sortilégios, benévolos no início, mas logo tomaram um caráter malfazejo, lançando o mau olhado e destruindo as colheitas. Faziam chover, nevar, saraivar ou ventar conforme desejavam. Colhiam a água do Estige, regavam com ela o solo e faziam nascer enfermidades e desgraças, como a fome, a peste e a seca. Divindades marinhas, assumiam a forma de Tritões, ou adquiriam a forma de serpentes. Chamavam-se Argíron, Críson, Licos e Cálcon.

AS ERÍNIAS
Aqueronte, filho de Hiperíon e Géa, foi envolvido pelo manto negro de Nix, que a ele se uniu e engendrou as terríveis Erínias, destinadas a serem deusas da Vingança, do Remorso, do Castigo. E foram chamadas de Alecto, Mégera e Tisífone. Nasceram velhas, repulsivas, aladas e com os cabelos entrelaçados de serpentes. Passaram a empunhar tochas e chicotes, envolvidas de um manto negro, como a Noite. Não se comoviam com as lágrimas e as súplicas. Foram levadas ao Tártaros para castigar os criminosos, tirando-lhes toda esperança de misericórdia. Percorrendo o espaço silenciosamente, acompanhavam os criminosos durante a vida e desciam com eles aos Infernos.

Entretanto, eram doces e complacentes com os homens bons e piedosos. Passariam a proteger o viajante, o estrangeiro e o mendigo. Tornaram-se deusas da moralidade e da ordem social, e asseguravam o reino do direito e da lei, sendo chamadas pelos atenienses de Eumênides.

Aqueronte teve, também, uma filha chamada Orfne, e com ela teve uma relação incestuosa. E deles nasceu Ascálafos.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:50

NASCEM OS RIOS E AS OCEÂNIDES
Océanos era o poder masculino que logo procurou unir-se a um oposto feminino para criar. E encontrou sua sábia e alegre irmã Tétis, o espírito feminino das águas, que ao toque de Océanos tornou-se a mãe de três mil Rios, chamados Potamoi, entre os quais o Nilos, o Alfeus, o Erídanos, o Estrímon, o Erimantos, o Nestos, o Báfiras, o Istros, o Hébros, o Ardekos, o Fásis, o Áquelous (antigo Forbas), o Símoeis, o Ganges, o Gigas, o Hermas, o Peneus, o Tígris, o Êufrates, o Orontes, o Méles, o Páctolos, o Kékinos, o Caícos, o Satimnoeis, o Heptáporos, o Ródios, o Rinos, o Grânicos, o Ásopos, o Astérion, o Sangários, o Ninfeus, o Partênios, o Ládon, o Hális, o Termódon, o Tânais, o Borístenes, o Áxias, o Haliákmon, o Brícon, o Indos, o Ácis, o Anápis, o Crínisos, o Ânio, o Álmon, o Nódinos, o Numícios, o Tíberis, o Eurotas, o Ismênio, o Pérmessos, o Ínacos, o Céfisos, o Clitumnos, o Enipeus, o Sélenos, o Fílis, o Hélicon, o Ímbrasos, o Meandros, o Erídanos, o Sébetos, o Vulturnos, o Egeus, o Lámos, o Tartessos, o Líris, o Óliras e o Escamandros.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:50

Teve ainda as Fontes, as Nascentes, os Riachos e três mil Ninfas, as Oceânides, entre as quais Electra (a Faísca), Ânfiro, Dóris (a Dádiva), Plexaura (o Vento açoitante), Galaxaura (a Calmaria), Clímene (a Glória), Calírroe (o Belo-fluir), Díone (a Luminescência), Plutó (a Riqueza), Eurínome ou Eunônia (a Abundância), Menesto (a Resistência), Polidora (os Dons), Métis (a Astúcia, a Prudência), Ídea, Tóe (a Velocidade), Perseis, Ocírroe (a Mobilidade), Urânia (a Celestial), Ocíptoe, Peitho (a Sedução), Calipso (o Ocultamento), Fílire ou Naís, Hesíone, Idótea, Liríope, Laódice, Leuce (a Branca), Lisítoe, Melibéa, Mélie, Lêucipe, Petraia (as Rochas), Téa, Xante (a Ruiva), Pito, Iante, Hipos, Zeuxo (a Corrida), Quio, Rodéa, Clície, Pasftae, Meloleósis, Cerdeis, Janina, Acaste, Criseis, Tiqué (o Acaso), Béroe, Cáfira, Dore, Aetra, Admete (a Indomável), Plêione, Idíia (os Conhecimentos Mágicos), Mélia, Neda, Ródia e Estige (a Abominação).

Océanos, unindo-se à ninfa Panfíloge, teve ainda as filhas Líbia e Ásia, ou Clímene (a Glória). E, unindo-se à ninfa Partênope, teve as filhas Europa e Trácia.

A oceânide Electra uniu-se a Taumas, a personificação do Espanto, e deu à luz duas filhas, Íris e Arcé (o Orvalho), Idaspes e às terríveis Hárpias (as Arrebatadoras), que se chamaram Aelo (a Borrasca), Ocíptoe (“rápida no voo”), Céleno (a Obscuridade) e Podarge.

Géa uniu-se ao seu filho Océanos e deu origem às Náiades (Ninfas dos ribeiros e riachos), as Crenéias (Ninfas das fontes) e as Pegéias (Ninfas das nascentes). Géa também deu origem às Napéias (Ninfas dos vales e florestas), as Oréades (Ninfas das montanhas e cavernas), as Dríades (Ninfas das florestas), as Hamadríades (Ninfas dos carvalhos) e a serpente Píton.

Océanos e Tétis geraram ainda as Néfeles (as Nuvens).

E Océanos, de todos os seus filhos começou a cuidar com veneração.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:51

ASTREUS, PÁLAS E PÉRSES
E Crios, as Forças do Ar, evitou unir-se às irmãs, como faziam seus irmãos, mas foi unir-se com Euríbia, filha de Póntos, que lhe deu os filhos Astreus (os luzeiros do Céu), Pálas (ou Pallas, a Belicosidade) e Pérses (a Destruição).

Dentre os Ventos, Zéfiros uniu-se à deusa Íris (filha de Taumas e Electra) e gerou Potos (a Saudade); depois, unindo-se à hárpia Podarge, engendrou os corcéis Xantos e Bálios, as éguas Deino, Xanto, Lâmpon e Podargo, e os dois garanhões Flógios e Hárpagos.

O vento Bóreas uniu-se a hárpia Ocíptoe e deu origem a sete cavalos imortais.

OS FILHOS DE JÁPETOS
O titã Jápetos, não pretendendo ficar para trás, uniu-se à sua irmã Têmis, que deu à luz um filho: Prometeus, “o que pensa antes”. No entanto, insatisfeito, Jápetos foi unir-se a uma de suas sobrinhas, Clímene, filha de Océanos, que concebeu filhos para criar a humanidade e prover ao homem e a todos os animais da Terra com aquilo que necessitassem para sobreviver. A oceânide Clímene deu à luz Átlas, “o que suporta”, Mênetos, “o que se vangloria”, Epimeteus, “o que pensa depois”, Ancila, “a angulosa”, e Ânitos.

Contudo, o velho Jápetos nutria uma admiração secreta por seu primogênito, repetindo inúmeras vezes em trocadilho:

— Este Prometeus promete!

Clímene escutava pacientemente os prognósticos do marido, mas não podia deixar de concordar com o seu otimismo. Não raras vezes flagrara o menino metido no barro, modelando com habilidade seres das mais diversas formas.

Prometeus, o ”Previdente”, cresceu sábio, vivia pensando em coisas que jamais pensava fosse existir um dia. Átlas tinha espírito agressivo. Mênetos era cruel. E Epimeteus, a “Reflexão tardia”, procedeu para outorgar aos vários animais da Terra a coragem, a força, a agilidade, penas, pelos, escamas, pele e outras proteções para o corpo; e estava outorgado que deveria criar o homem.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:52

HÉLIOS, ÉOS E SÉLENE
Hiperíon, “o de cima”, ao estender seus longos braços flamejantes, encontrou sua irmã Téa, e uniu-se a ela, que por sua vez lhe deu três lindos e reluzentes filhos: Hélios (o Sol), Éos (a Aurora) e Sélene (a Lua). Hélios e Sélene, unidos, deram origem às Estações: Finifóron (Outono), Eiar (Primavera), Térus (Verão) e Químon (Inverno). Mais tarde, as deusas Horas passaram a representá-las.

Éos uniu-se a Astreus, filho de Crios e Euríbia, e concebeu os Astros, entre eles Eósforos, Peroeis, Perais, Fáton, Estilbon e Fainon. Geraram também os Anemoi (os Ventos): Bóreas (vento Norte), Zéfiros (vento Oeste), Nótos (vento Sul), Euros ou Argestes (vento Leste), Córos ou Círon (vento Noroeste), Cécias (vento Nordeste), Apeliotes (vento Sudeste) e Lips (vento Sudoeste), e ainda uma ninfa, Clóris (a Flora).

OS FILHOS DE ÉRIS
Éris, “conflito”, “disputa”, era a deusa da Discórdia. Tinha asas nos ombros e nos pés, era impiedosa e sanguinária, animadora de conflitos e das guerras, com os quais se alegrava. Era a “senhora da dor”. Deu origem a vários filhos, quase todos ligados à guerra, ao combate, entre os quais Ate (a Ruína, o Erro), Disnomia (a Confusão, a Desobediência às leis), Neikea (os Litígios), Androktasias (a Carnificina), Algea ou Algós (a Dor), Limos (a Fome), Lógos (a Fofoca), Ponós (o Trabalho, a Fadiga), Himínias ou Isminas (o Combate, a Luta), as Pseudo-logoi ou Pseudéias (a Mentira), as Nicéias (os Litígios), Amfilogie (a Disputa), Lethe (o Esquecimento), Máquias ou Makahi (as Batalhas), Kydoemos (a Balbúrdia), Fonós (o Homicídio) e Hórkos (o Juramento). Ao dar à luz o último filho, foi auxiliada em seu parto pelas Erínias, que tinham como função perseguir e assassinar quem quer que não honrasse os próprios votos.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:52

LETO E ASTÉRIA
Céos uniu-se a sua irmã Febe, a Brilhante. Ambos movimentavam as etéreas camadas de ar que se formavam acima de Géa, a Terra. Daí, tiveram duas filhas: Leto (a Noite clara) e Astéria (a Noite estrelada), e dois filhos, Lélatos e Afirafes.

A DECISÃO DE MNEMÓSINE
E Mnemósine decidiu não pensar em engendrar filhos, tornando-se a primeira deusa casta. E haveria de ser assim até que o Destino outorgasse de outra forma.

ÚRANOS PUNE SEUS FILHOS
Havia muitos deuses, mas Úranos continuava sendo o senhor do Universo, que mantinha a ordem em tudo. Seu poder era imenso, cada desejo seu era lei, e todos o obedeciam. O reinado de Úranos foi um tempo muito feliz, pois até ali não existia a Morte nem a Inveja nem a Violência. Entretanto... as coisas não poderiam ficar assim para sempre.

Certo dia, Úranos brigou com seus filhos, Hecatônquiros e Titãs, porque eles o haviam desrespeitado. Por esse motivo, o deus resolveu castigá-los severamente. Ao ver a fúria do filho e marido, a Mãe-Terra ajoelhou-se a seus pés e implorou que os perdoasse:

— Meu filho e senhor, rei do mundo, suplico-te que perdoes teus filhos para que não aconteça uma grande desgraça à família dos deuses!

— Mãe dos deuses, quando os filhos desrespeitam o pai, devem ser banidos da luz do dia! Se eu não os castigar agora, mais cedo ou mais tarde eles novamente me enfrentarão. Quem sabe até não haverão de querer tirar-me do trono?

Dizendo tais palavras, Úranos fez a terra abrir-se. Imediatamente, os Titãs e os Hecatônquiros caíram nos abismos, nas terras negras de Tártaros onde não havia nem a luz do dia nem a pálida penumbra da Noite. Lá tudo era obscuro.

— Aí ficarão para sempre, no ventre da Terra, para que nunca mais ousem desafiar a minha autoridade!
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:53

Vendo-os presos naquele mundo, Géa ficou com o coração partido. Afinal, eram seus filhos também. Por esse motivo, resolveu ir conversar com eles para incentivá-los a resistir, já que Géa, sendoa Terra seu domínio, tinha livre acesso por esse mundo obscuro, para onde desejasse chegar. Quando os encontrou, disse-lhes:

— Como posso viver em paz sabendo que meus filhos estão presos nos domínios de Tártaros? Vamos, qual de vós tem coragem de sentar-se no trono dos deuses? O vosso pai já reinou por muito tempo. Chegou a hora de um de vós substituí-lo!

Ouvindo isso, os Titãs e os Hecatônquiros abaixaram a cabeça. O poder de Úranos era imenso, metia-lhes medo e temiam seu ímpeto violento. Entretanto, nem todos se acovardaram. Nos olhos de um deles brilhou um lampejo de coragem. Cronos, o mais novo, durante muito tempo vinha sonhando, em segredo, tornar-se o rei do mundo. Cronos sabia que seu pai havia cometido um erro grave, aprisionando os filhos no mundo subterrâneo de Tártaros. E agora, chegava a hora de agir.

GÉA SUSCITA OS TITÃS CONTRA ÚRANOS
Por ter Úranos aprisionado seus filhos nos abismos do Tártaros, a Mãe-Terra se revoltou e fez com que seus filhos, os Titãs, se rebelassem contra o pai.

— Ah, meus filhos, não quereis ouvir-me e punir vosso pai por esse cruel malfeito? Ele foi o primeiro a engenhar um ato vergonhoso, desde a criação do Universo.

Todos estavam com muito medo, e nenhum ousava abrir a boca, com exceção de Cronos, o mais moço.

— Mãe, dou-te minha palavra e agirei de acordo com ela. Pouco se me dá do nosso pai, de nome odiado. Ele foi mesmo o primeiro a engenhar um ato vergonhoso! Mas diz, minha mãe, o que devo fazer para livrar-te de tanta dor!
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:54

Diante disso, Géa regozijou-se. Com a ajuda da mãe, abrindo um buraco nas paredes, Cronos conseguiu fugir da prisão nas trevas e voltou à luz do dia. Como já estava desacostumado com a claridade, mal conseguia abrir os olhos. Por isso, quase nada podia ver. E, logo que recuperou a visão, exclamou a Géa, sua mãe:

— Mãe-Terra, mil vezes obrigado por me ajudar a ver novamente este mundo maravilhoso que será só meu! Agora, eu vou, pois tenho uma grande tarefa a realizar.

Depois de tais palavras, Cronos desapareceu das vistas de sua mãe e foi preparar-se. Então, Géa ordenou a seus filhos, os Télquines, fabricarem para Cronos uma alfanje de diamante, bem parecido com uma foice, e sua mãe lhe disse, num misto de vergonha e esperança:

— Usa este instrumento da melhor maneira que puderes!

Cronos levantou a foice e não hesitou um só instante: enrolou-se em uma nuvem e voou bem alto a fim de ficar aguardando uma oportunidade para aparecer.

A oportunidade que ele esperava aconteceu um dia, quando encontrou Úranos dormindo.

— Dorme, tirano...

Aproximou-se dele rapidamente, examinou algum tempo o rosto do impiedoso deus, empunhou a alfange e pensou:

— Realmente... demasiado soturno.

Pensou em sangrá-lo na altura do coração, mas teve um plano melhor, imaginando para Úranos o exílio, já que reprovava a incessante fecundação à sua mãe. Em questão de segundos cumpriu a promessa que fizera a ela: segurando sua genitália com a mão esquerda (que desde então se tornou a mão dos maus presságios), fez descer o terrível gume e deu-lhe um golpe certeiro, ferindo-o gravemente no escroto, símbolo de sua dignidade, já que passava por ser o deus fecundo da Natureza. Um grito terrível, como jamais se ouvira em todo o Universo, ecoou na abóbada celeste, despertando toda a criação, enquanto os testículos do Céu, arrancados pelo golpe da foice, voaram longe e foram cair no mar (seguramente no cabo Drépanos) e o seu sangue escorreu, como chuva, e foi cair na Terra.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:54

— Duplo sucesso! De agora em diante, não preciso mais ter medo de Úranos!

E Úranos, com as mãos postas sobre a ensanguentada virilha, gritou:

— Quem ousou levantar mão ímpia contra o soberano do mundo?

Respondeu Cronos, ainda a brandir a foice manchada de sangue divino:

— Isto é pelos tormentos que infligiste à minha mãe, bem como a mim e a meus irmãos.

Com isso, Úranos ficou sem forças tanto para governar como para ter mais filhos. Úranos caiu sobre seu leito acolchoado, calando sua voz com uma dor inigualável. E as nuvens do Céu mancharam-se de vermelho.

Cronos, eufórico, foi logo contar a proeza à sua mãe, que lhe disse com satisfação:

— Este é o meu filho.

Imediatamente foram soltos todos os outros Titãs, menos os Hecatônquiros, seus irmãos, pois os temia. Cronos, então, recebeu a sua recompensa: era agora o senhor inconteste de todo o Universo. E uma grande festa se realizou.

Naquele instante, a escuridão tomou conta da Natureza. Relâmpagos e trovões sacudiram a Terra como se a desejassem destruir. E ouviu-se uma voz como um estrondo:

— Que a minha maldição caia sobre ti, filho mau! Que um dia teus filhos façam a ti o que acabas de fazer a teu próprio pai!

Tais palavras bastariam para congelar nas veias o sangue de qualquer mortal. Cronos, porém, não ficou nem um pouco assustado. Estava tão confiante em sua vitória que nenhum pensamento negativo perturbou-lhe a alegria. E exclamou com um riso talhado no rosto:

— Só ameaças... Deus morto, deus posto!

Mas aquela irritante profecia ficara ecoando na sua mente, até que Cronos, por fim, reconheceu-se também um tanto soturno:

— Será que uma vitória, neste mundo, não pode ser nunca completa?
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:55

Quanto a Úranos, após sua derrota, separou-se de Géa e se retirou definitivamente, deixando apenas uma cortina azul no alto do firmamento, e jamais voltou a ter contato com a Terra, indo fixar-se na parte superior do Cosmo. E, para evitar que Úranos voltasse a tocar Géa, Cronos mandou construir quatro colossais alicerces nos cumes das mais altas montanhas espalhas pelos quatro cantos da Terra.

OS FILHOS DA MUTILAÇÃO
Do sangue divino que caiu do escroto de Úranos, sobre a Terra, quase de imediato nasceram as Ninfas Melíades, e ainda um filho chamado Hecáteros (Silenos), que desposou Ancila, filha de Jápetos, e teve muitos filhos, os Hecatérides, entre os quais estavam os Silenos e as Ninfas Oréades.

Os testículos de Úranos caíram no mar, mergulhando em suas águas profundas, próximo à ilha de Cipros. Durante toda a noite o mar revolveu-se violentamente. A espuma do mar subia ao alto em grandes ondas, como se lançasse ao Vento os seus leves e espumosos véus. Mas quando a Noite recolheu finalmente o seu grande manto estrelado, dando lugar à Aurora, que já tingia o firmamento com seus dedos cor-de-rosa, percebeu-se que as águas daquele mar pareciam agora outras, completamente diferentes. Alguma transformação ocorria.

O borbulhar imenso das ondas anunciava que algo estava prestes a surgir.

Das margens de Cipros, algumas Ninfas, reunidas, apontavam, temerosas, para um trecho agitado do mar:

— Tálassa está prestes a parir algo!

— Será algum monstro?

Mas nem bem o Sol lançara sobre a pátina azulada do mar os seus primeiros raios, viu-se as espumas, que pareciam subir das profundezas, cessar de borbulhar. Um grande silêncio pairou sobre tudo.

— Que perfume delicioso!

As demais Ninfas, erguendo-se nas pontas dos pés, aspiraram a brisa fresca e olorosa que vinha do alto-mar. Nunca as flores daquela ilha haviam produzido um aroma tão penetrante e, ao mesmo tempo, tão discreto; tão doce e, ao mesmo tempo, tão provocantemente acre; tão natural e, ao mesmo tempo, tão sofisticado.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:56

De repente, do espelho sereno das águas, que mais pareciam formar um lago adormecido, começou a elevar-se o corpo de alguém.

— Vede, é a cabeça de uma deusa! Como é formosa!

Era um rosto perfeito: os traços eram arredondados onde a beleza exigia que se arredondassem, aquilinos onde a audácia pedia que se afilassem e simétricos onde a harmonia exigia que se emparelhassem. Era o ser feminino mais belo que a Natureza pudera criar desde que o mundo abandonara o Caos.

O restante do corpo foi surgindo aos poucos: os ombros lisos e simétricos, os seios perfeitos e idênticos. Sua cintura, com suas curvas perfeitas e fechadas, parecia talhada para realçar o umbigo também perfeito, o qual acomodava delicadamente, como um encantador pingente, uma minúscula e brilhante pérola. E, logo abaixo, um véu triangular, tecido com os mais delicados e dourados fios, agitava-se delicadamente, esbatido pela brisa da manhã.

Algumas aves marinhas surgiram, arrastando uma grande concha, a qual depositaram ao lado da deusa, para que ela, como em um trono, se assentasse. Um marulhar de peixes saltitantes a cercava, enquanto golfinhos puxavam seu elegante carro aquático até as areias da praia.

Nem bem a deusa colocara os pés na ilha, e toda ela verdejou e coloriu-se como nunca antes havia sido. Por onde ela passava, brotavam do próprio solo maços aromáticos de flores multicores, os pássaros todos entoavam um conserto de vozes perfeitamente harmoniosas e os animais iam até ela para receber o seu afago. E as Ninfas lhe perguntavam:

— Quem és tu, mulher mais que perfeita?

E ela, com uma voz cristalina e docemente áspera, envolta num hálito que superava em delícia ao de todas as flores que seus pés haviam feito brotar, respondeu:

— Não tenho um nome, mas sei que nasci da espuma do mar e do sêmen divino.

E a chamaram de Cípris (ou Ciprina), pois ela havia surgido nas praias de Cipros. As Horas, filhas de Têmis, abandonaram os portões do Olimpo e voaram para vesti-la e adorná-la de flores e grinaldas.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:56

Então, surgiram dois enormes Hipocampos, e os gênios do mar atrelaram-nos à concha da deusa. E, pelas ondas, os magníficos cavalos-marinhos puxaram a carruagem e atravessaram o mar, e foram defrontar-se à ilha de Cítera, onde a recém-chegada foi recebida de braços abertos pela deusa Peitho, a Persuasão, e pelas Nereidas, que passariam a chamá-la também de Citeréia.

Tão logo tocou a terra, a enorme concha se abriu e, nela, surgiu a donzela de resplandecente formosura.

Mas precisava de um nome. Um nome que a diferenciasse de todos os deuses, de Cipros e de Cítera. Sua origem era incerta, sabendo-se apenas que se tratava de uma deusa nascida das espumas do mar. Dizia ter nascido dramaticamente do escroto de Úranos, decepado pelo filho Cronos, cujo sangue havia caído nas águas do mar. Por isso, pela sua origem, todos passaram a chamá-la de Afrodite, “nascida da espuma”.

FORONEUS E OS PRIMEIROS TROGLODITAS
O Céu e a Terra já estavam criados. A parte ígnea, mais leve, havia se espalhado e formado o céu (era Úranos divinizado). O ar colocou-se em seguida (era Éter divinizado). A Terra, sendo a mais pesada, ficou para baixo (era Géa divinizada) e a água ocupou o ponto inferior (representada pelos Titãs Póntos, Nereus e Océanos), fazendo flutuar a Terra. E nesse mundo assim criado, habitavam as plantas e os animais. Coube ao jovem Epimeteus, supervisionado por Prometeus, a tarefa de providenciar os meios necessários para a sobrevivência e o crescimento dos animais da Terra. Epimeteus começou a distribuir as diversas qualidades aos vários animais: coragem, força, velocidade, sagacidade; para uns deu-lhes asas, garras para outros, uma cobertura de concha a outros... penas, escamas, pelos...

Mas faltava a criatura na qual pudesse habitar o espírito divino. Um ser capaz de odiar e amar, julgar e punir, perdoar e esquecer, lembrar e criar. Um ser que, com sua poderosa alma, fosse humilde o bastante para temer os deuses e render-lhes homenagens e cultos.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:57

Então, um dia, chegou uma ordem de Cronos:

— Epimeteus, o senhor do Universo decidiu criar um novo ser sobre a Terra, de tal modo importante que há de se assemelhar em tudo às divindades.

— Um deus de segunda categoria? Para quê?

O titã Epimeteus teria que criar uma nova raça para povoar o mundo, um ser superior a todas as outras criaturas vivas. Porém, Epimeteus achou que tinha sido tão descuidado com os recursos que recebera, sendo muito liberal na distribuição das qualidades aos animais, que não tinha deixado mais nada para outorgar. Foi forçado a pedir a ajuda do irmão.

O gigante sabia que na Terra estava adormecida a semente dos Céus. Por isso, para fazer um ser superior aos animais, apanhou um bocado de argila e molhou com um pouco de água de um rio (as lágrimas da Terra por seus filhos). Com essa matéria, incessantemente trabalhou, com muita paixão e arte, fez um novo ser, mais majestoso, ainda não semelhante aos deuses em inteligência, mas em aspecto, para que fosse o senhor da Terra e aprendesse a usar a inteligência e civilizasse o seu mundo, com suas idéias inventivas. Embevecido com a beleza de sua obra, Prometeus decidiu esculpir uma multidão de estátuas. E, por noites e dias inteiros, debruçou-se sobre a argila e deu-lhe formas sob os modelos divinos.

Depois de trabalhar por vários dias, deu enfim por concluída a tarefa. Embrulhou a imagem do novo ser, o qual havia batizado de “homem”. E foi levá-la até o senhor do Universo, quando esbarrou acidentalmente na porta, deixando cair a peça ao chão. Abalado com o desastre, Prometeus retirou o lençol que envolvia o trabalho e viu que sua criatura perdera uma de suas três maravilhosas pernas, e exclamou desolado:

— Que desastre lamentável!

Mas, como estivesse muito apressado, já que a data da entrega expirava, resolveu levá-la até Cronos assim mesmo. E foi levá-la todo orgulhoso.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:58

Cronos recebeu das mãos de Prometeus a sua criação e começou a analisá-la. E sorriu. Prometeus, então, percebeu que, no lugar da terceira perna,que havia quebrado, sobrara um pequena saliência, e aplaudiu a obra de seu sobrinho. Os elogios eram como uma chuva benfazeja, e foi unânime. E todos os Titãs aprovaram a sua nova criação.

Mas pareceu-lhe vazia. Então, o artista dos deuses apanhou das almas dos animais características boas e más, animando sua criação: a coragem do leão, a fidelidade do cavalo, a força do touro, a esperteza da raposa, a avidez do lobo, e as criatura começava a movimentar-se, mas de forma lenta. E isto o preocupava.

No início, Prometeus fez uma estátua para cada deus, ainda que meio deformadas, mas seria como uma máquina material para o mundo de Géa, tendo Têmis dado a elas a vida. Porém, não era o objetivo de Prometeus: ele queria um ser que comandasse o mundo e refletisse. Ainda faltava-lhes a faísca do espírito divino, que as tornasse capazes de ousar, de construir. Sabia disso, mas custava a encontrar a solução.

Um dia, Prometeus resolveu fazer, sozinho, o ser que tanto sonhava para o mundo de Géa. Pretendendo aperfeiçoar essa nova raça, dando a ela força e o dom de refletir, criar e ensinar, tornando-se mais próximo à raça divina, o titã Prometeus moldou uma estátua, de corpo andrógeno, criou o primeiro ser inteligente da Terra, fazendo-o com a imagem dos deuses. Mas não sabia sozinho como dar-lhe a vida.

Por isso, decidiu procurar a rainha das Ninfas do bosque sagrado, as Alseides, e pediu auxílio. Ela disse-lhe que deveria conseguir a melhor carne do touro que seria sacrificado aos deuses. Dela ele teria que extrair o sangue e banhar a estátua no terceiro dia de lua cheia. Quando chegasse o dia, ele teria que pegar um pouco do fogo sagrado, e, com este sendo segurado por ele sobre a cabeça da estátua, deveria recitar algumas palavras que ela iria dizer a ele.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:58

E foi isso que fez: matou um touro, extraiu o sangue da carne e das vísceras que separou e banhou a estátua quando a Lua estava bem no alto. À chegada do Dia, Prometeus apanhou uma faísca do fogo sagrado da carruagem de Hélios, o Sol, segurou-o sobre o boneco e repetiu as palavras que a rainha das Alseides dissera-lhe. Assim, a estátua se transformou em um homem, um ser vivente, que comandaria a Terra. Métis admirou a criação perfeita do filho dos Titãs e insuflou naquela imagem de argila o espírito, o sopro divino, utilizando gotas de néctar divino.

Foi assim que surgiram os primeiros habitantes fisicamente parecidos com os deuses na Terra, que passaram a viver em clãs e morar em cavernas. Mas faltavam-lhes os conhecimentos sobre os assuntos do seu habitat. Vagariam sem saber a arte da construção, da agricultura, da filosofia. Não saberiam caçar ou pescar — e nada haveriam de saber da sua origem divina. E continuariam assim por muito tempo, pois não eram de todo semelhantes aos deuses, mas aos animais. No entanto, os que viviam no grande deserto (o Saara) e nas regiões ocidentais (Península Ibérica) aprenderam a manejar o arco e a flecha, e os orientais (norte da Mesopotâmia) já domesticavam animais, como o carneiro. O povo oriental que conhecia o mar (a futura Palestina, especialmente Jericó) já utilizavam tijolos de barro secos ao sol, começavam a construir suas casas. Desenvolviam-se os primeiros povoados: Jericó e Catal Hüyük. Anos depois, na Anatólia, os habitantes começavam a domesticar o boi, e o colocaram para puxar as primeiras carroças. Conheciam a roda, mas mal conheciam o fogo, e o viam casualmente quando o Céu irava-se, lançando suas faíscas contra a Terra, incendiando-a. Mas, sempre que podiam, conseguiam guardar para si uma pequena chama e mantê-la viva por pouco tempo, e utilizá-la da melhor maneira possível.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:59

Nessa época, surgiam Crés e Ínacos, de natureza divina, os primeiros civilizadores dessa nova raça. Surgia uma população na região de Senaar (Suméria), que fundou pequenas localidades como Ur, Uruk e Lagash. E foram eles mesmos que desenvolveram a escrita cuneiforme, o primeiro evento para o surgimento da Nova Era (que hoje chamamos de Idade Antiga).

No entanto, para que pudessem prosperar e gerar descendentes, os deuses permitiram que os semideuses se unissem à Ninfas. Daí, Ínacos, unindo-se à oceânide Mélia, gerou o primeiro filho considerado da raça humana, justamente por ter nascido do parto. E deram-lhe o nome de Foroneus, que havia recebido dos deuses o dom da vida longa e próspera. Iniciava-se, assim, a Geração de Ouro, dos súditos de Cronos, e seu tempo, Idade de Ouro, caracterizada pela vida feliz e semelhante aos seus criadores. A primeira raça humana vivia longe de preocupações ou trabalho árduo, comendo apenas bolotas, frutos selvagens e o mel que escorria das árvores, bebendo o leite de ovelhas e cabras. Nunca envelheciam, dançavam e riam muito; a Morte, para eles, não era mais terrível que o Sono.

Depois surgiram outros, muitos outros como ele, Foroneus, centenas de homens como ele, cada qual a seu tempo, realizando grandes proezas, civilizando os habitantes da Terra, dando-lhes força e capacidade de prosperar. Já naquele tempo, o rei Etam procurou descobrir uma maneira de fazer com que o homem pudesse lançar-se de um lugar para outro, uma das tentativas mais antigas do homem voar. Surgiam civilizações por toda parte, ainda que precárias, como Senaar (Suméria), Quemit (Egito) e a ilha de Cáftor ou Capadócia (Creta). Surgiam os acádios, que fundaram Agadê e Sippar, e teve como seu primeiro herói o rei Sargon. Até no extremo-oriente reuniam-se para fundar seus reinos, Índia e China; estes últimos, inclusive, já utilizavam a meridiana solar, um medidor do tempo. Os asiáticos já haviam descoberto como fabricar o vidro, com a ajuda das Forças da Natureza.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 13:59

No país dos quemitas (egípcios), imperaram as primeiras Dinastias, iniciado pelo grande Menés, que unificou os dois reinos, do Norte e do Sul, e fez Tínis sua sede. Entre tantos outros, reinaram Sanáquete, Khaba, Huni e Djeser, Quéops (Kufu), Kéfren (Rakhaef) e Miquerinos (Menkaure). E ainda centenas de Faraós que vieram depois.

Surgia ainda um povo muito remoto, distante, que habitavam além do Oceano: Ierne (hoje Irlanda), povoada primeiramente pelos filhos e descendentes de Nemred, da Cítia. Muitos e muitos anos depois, os homens Bolg invadiam o país.

E assim, sucessivamente, até um dia surgir, oriunda do Norte, uma raça mais brilhante, que formaria a Hélade. Poderia ser a migração dos povos citas liderados por Deucálion?

OCÉANOS ABANDONA O CÉU
Cronos havia tirado seus irmãos do seio da Terra. Essa vitória deixou-o ainda mais seguro, pois sabia poder confiar neles para ajudá-lo a manter-se no poder. E, com relação aos Gigantes de cem mãos e cem braços, os Hecatônquiros, Cronos deixou-os presos, pois não inspiravam fidelidade. Isso porque, se tinha certeza de poder confiar nos Titãs como amigos capazes de fazer tudo o que pedisse, desconfiava dos Gigantes e tinha medo da força deles.

Um único titã recusou-se a apoiar Cronos: foi Océanos. Ele achou horrível o fato de um filho ter coragem de ferir o próprio pai para tirar-lhe o trono. Esse foi o motivo pelo qual não apoiou os planos de Cronos. Por isso, Océanos retirou-se para um lugar muito distante, levando consigo Tétis, aonde passou a viver em paz, por não concordar com as leis ilícitas de seu irmão.

Assim como os Hecatônquiros, Cronos sentia-se ameaçado pelo que fizera ao seu pai., por isso trancafiou também os Cíclopes nas prisões eternas e profundas do Orco. Em troca, libertou Ógigos, o seu irmão mais velho, segundo as ordens da mãe Géa. Ógigos, agradecido por ter-lhe concedido a liberdade, estabeleceu sete planetas, para cada qual um titã governar.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 14:00

Cronos, apesar de ser o mais novo dos Titãs, depois de haver destronado o pai, obteve de seu irmão mais velho, Ófion, o monstro-serpente, ou Ógigos, o Titã, o favor e o direito de governar sobre o Universo, por ter sido o único a impor coragem e rebelar-se. Mas Ógigos impôs a Cronos uma condição:

— Reinarás supremo, mas faze morrer toda a tua posteridade masculina, para que não sejas ameaçado nem o teu poder.

HÉLIOS ENTRE OS ASTROS
Hélios tinha cabelos dourados, corpo esguio e olhos serenos. Era belo e feliz. E, por essa razão, seus tios, os Titãs, odiavam-no: eram infelizes, cheios de problemas, e não podiam perdoar tanta harmonia num só ser.

Hiperíon e Téa, desde cedo, perceberam a hostilidade existente na família. Mas nunca poderiam imaginar que, sendo do mesmo sangue, os Titãs chegariam a cometer aquele horrendo crime. Pois, um dia, movidos pela fúria da Inveja, eles lançaram o radiante e inocente Hélios às águas do Erídanos. A bela Sélene, ao tomar conhecimento do trágico destino do irmão, arremessou-se do alto do palácio. E morreu também. Hiperíon e Téa, pálidos de sofrimento e espanto, a tudo observavam sem nada poder fazer.

Mas Téa não acreditava que seu filho estivesse morto. Como louca, pôs-se a rondar, noites e dias seguidos, as águas negras do Erídanos, tentando inutilmente encontrá-lo. Sem alimento e sem repouso, definhou até que um dia adormeceu de fadiga. Então um sonho veio libertá-la da infinita angústia que a devorava. Hélios apareceu-lhe sorrindo, suavemente agitando os longos cabelos dourados, sereno e confiante como sempre fora em vida. Com muito carinho, pediu à mãe que não chorasse mais, pois agora ele vivia entre os deuses, ao lado de sua irmã, que também vivia.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 14:01

Quando Téa acordou, uma estranha calma a inundou. Ela olhou para o alto e entendeu. Seus filhos estavam lá, mesmo que separados pelo Dia e pela Noite. O Sonho não lhe havia mentido. Entre os poderosos deuses, Sol e Lua iluminavam tanto o sofrimento como a alegria dos mortais. Pois que agora, todo dia, apareciam no alto do céu, intermediados pela irmã Éos, a Aurora.

As conspirações no alto do Céu aconteciam enquanto os homens da Terra se multiplicavam, unindo-se às Ninfas que infestavam todas as regiões. Daí, surgiam Egiáleo, Pelasgos e Fegeus, filhos de Ínacos e Mélia, a mais abençoada das Oceânides. Os Ináquidas estavam destinados a reinar sobre todas as clãs, de sul a norte, de leste a oeste,e seriam conhecidos como os primeiros troncos da raça helênica.

CRONOS ENGOLE SEUS FILHOS
O reinado de Cronos, que havia começado por um ato de injustiça e violência, fez surgir as desgraças no mundo. Cronos embebedou-se com seu próprio poder.

— Aqui é assim; mando eu e ninguém mais.

Cronos gabava-se de seu poder o tempo todo, a ponto de suas palavras reverberarem noite e dia pelos céus.

Na tentativa de punir Cronos, a deusa Nix, a Noite, teve uma porção de filhos medonhos: Tânatos (a Morte) e seu irmão Hipnos (o Sono), a Mentira, os Íncubos (Pesadelos), a Guerra, Nêmesis (a Vingança), Guéras (a Velhice), Ftonos (a Inveja), as terríveis Queres (Kéres, os maus espíritos), entre muitos outros. Por isso, sentado no trono de seu pai, Cronos passou a reinar em um mundo dominado pelo terror, pela falsidade, pelo ódio, pela angústia, pela vingança e pela destruição. Foi a partir desses acontecimentos que tanto os homens quanto os deuses passariam a ser castigados por causa do crime cometido por Cronos.

Cronos, querendo ser respeitado pelas demais divindades do Universo, resolveu ter uma rainha, e tomou por esposa a Réia, sua irmã.
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 14:01

Cronos e Réia reinavam sob vaga perdição, duvidosa profecia que consumava e assim dizia que Cronos, o senhor do tempo, governaria sem filhos, devorando, um a um, todo filho que nascesse. Com crença em outra verdade, isto se dava por temer, o duro rei, ser um dia destronado pela devida ambição de qualquer descendente, acontecendo com Cronos o que fizera a Úranos, seu pai e senhor do Céu. Constando que o mesmo Cronos, para subir ao trono, com a ajuda da mãe, havia castrado o pai, se casado com a irmã e dividido os poderes com os terríveis Titãs, seus irmãos, abocanhando vantagem. Daí, a maldição. Tal tragédia acontecia ainda por juras que o soberano fizera, assegurando aos irmãos que não deixaria herdeiros.

Sendo o deus do tempo, decidiu que seu reinado como senhor do Universo seria eterno. Adivinhando que Géa, sua mãe, não concordaria com sua resolução, resolveu agir sozinho. Ele sabia que Géa não acreditava no poder supremo de um único governante. Ela acreditava na mudança de épocas, no eterno movimento da vida; pensava que os jovens precisavam assumir o lugar de seus pais para renovar o mundo. Certamente, Cronos teria que ceder seu trono a um filho seu.

Certa feita, sua esposa, Réia, achegou-se lhe deu a notícia:

— Abraça-me, querido Cronos, pois serei mãe!

O velho Cronos, que estava mergulhado nos seus pensamentos, interrompido de repente pela alegria perturbadora de Réia, e encanecido no mando, esboçou um simples sorriso e resmungou:

— Muito bonito. Mas e daí?

— Ora, querido, daí que tu, meu esposo, será pai!

Esta última palavra despertou a fúria de Cronos. Pondo-se em pé, com os olhos acesos, esbravejou:

— Não quero ouvir falar mais nisso! Sai da minha frente, pois quero reorganizar meus pensamentos!

A praga que seu pai lhe lançara no dia em que o mutilara com a alfange de diamante ainda ecoava em seus ouvidos:

— Que a minha maldição caia sobre ti, filho mau! Que um dia teus filhos façam a ti o que acabas de fazer a teu próprio pai!
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 14:02

Géa havia afirmado a Cronos que um de seus filhos o mataria e tomaria seu lugar. Até mesmo o todo-poderoso Cronos começava a ficar amedrontado. Ele já não tinha mais tanta certeza que seu reinado duraria para sempre, pois, horrorizado, lembrava-se da maldição do pai e temia que os próprios filhos se voltassem contra ele, conforme ele próprio havia feito contra Úranos, e teria que tomar uma horrível decisão.

— Nada de filhos! Réia, vem aqui!

— Sim, meu esposo?

— Quando nascerá esta criatura que estás carregando? Vamos, diz!

— Nos próximos dias, Cronos querido...

— Pois assim que nascer, traze-o a mim.

Um sorriso saiu dos lábios de Cronos; Réia teve um temor em seu coração. Mas passou logo, convencendo-se que o esposo havia mudado de ideia e aceitado ser pai.

— Assim será, meu esposo.

Réia, correndo os dedos pelas madeixas, sorria candidamente, e não via a hora do dia de dar à luz o seu primeiro filho. De fato, como era comum entre os Olímpicos, a gravidez era breve, e muitas vezes indolor. Alguns dias depois, com efeito, nasceu o primeiro bebê. Réia deu-lhe o nome de Héstia. E Réia levou a criança recém-nascido diante do marido, que sussurrou com voz de mel:

— Deixa-me vê-la.

— Vê, querido, não é linda?

— Encantadora!

— Vamos, dá-lhe um beijo!

O velho deus tomou, então, a criança, envolta nos panos, e aproximou-a de seu rosto e de seus lábios.

— Dá mesmo vontade de engoli-la inteira.

E uma lágrima de ternura rolou pela face de Réia.

Num segundo Cronos abriu a bocarra, como duas portas do abismo, e engoliu inteira a pobre criança, que não teve nem mesmo tempo de soluçar. Réia deu um grito de horror.

Sem dar explicações, Cronos tomou a cabeça da esposa em suas mãos e exclamou:

— Nada de choros, hein? Nada de vinganças.
Depois, despediu-a, não sem antes adverti-la:

— E já sabes: nascendo outro, quero o bebê logo aqui. Vai!
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Mensagem por Hermes Trismegistus 22/3/2021, 14:03

Cronos dava tapinhas na sua barriga cheia, como que parabenizando-se pelo engenhoso estratagema. Depois retomou o seu eterno refrão, agora com renovado prazer:

— E tu aí dentro, já sabes: aqui é assim, mando eu e mais ninguém!

O mesmo destino teve Deméter, que foi logo devorada. Foi entregue por Réia ao marido, que amedrontada obedecia. Réia estava tumultuada, vivendo seu desespero, tendo que parir alimento para o marido.

O NASCIMENTO DE ZEUS
Mas havia chegado o momento de Réia ter outro filho, e ela não sabia mais o que fazer, para salvar a criança, pois pressentia ser esse o último que teria. Resolveu, então, pedir ajuda a seus pais, Úranos e Géa, que aconselharam-na a deixar a criança nascer. E assim fez. Desceu ao monte Liceus, na terra dos pelasgos, onde nenhuma criatura projetava sombra, e, deu à luz um menino. E, logo que ouviu os gemidos de Réia, Cronos deu novos tapinhas na barriga e disse consigo mesmo:

— Temos nova peste.

O menino foi banhado no rio Neda. Encantada com o neto que nascia, a avó Géa foi até o lago de Móros, cujas águas previam o futuro, e observou seus reflexos, procurando descobrir o que a vida reservava ao último filho de Cronos e Réia. A face oculta do menino surgiu através da transparência das águas e, aos poucos, Géa notou que a cena ali estampada mostrava o pequeno como o futuro senhor do Universo.

Certa de que seu filho Cronos ficaria feliz em saber que seu poder seria herdado pelo próprio filho, comunicou-lhe o que o Destino lhe traria. Cronos enfureceu-se. Fez as horas começarem a correr e os homens a envelhecer, já que na Terra, nessa época, não existiam mulheres, só Ninfas. Para ele, desfrutar de um poder eterno era mais importante do que a vida de Zeus.
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