Mitologia vs Arqueologia

Cálidon

Filho de Étolos e Prónoe, seus irmãos chamavam-se Plêuron e Pálemon. Desposou Eólia, de quem teve duas filhas: Epicasta e Protogênia. E deu seu nome à cidade de Kalydôn (Cálidon).

Muitos mitos incluíram esta cidade, entre os quais a caçada ao Javali de Cálidon, a luta entre Meléagros e seus tios, a conspiração de Ágrios, Dionisos e Altéia, o exílio de Tíndaros e Icários, Zeus e Leda, Dionisos e Oineus, o nascimento de Tideus, Héracles e as filhas de Téstios, entre outros.

Hoje em ruínas, foi construída uma nova cidade nas proximidades: Kurtaga.

Beócia e Tebas

Antigamente chamada de Ogygía, ou pelo nome poético de Aônia, foi habitada pelos Eólios vindos da Tessália e pelos Mínios (Minuanos) vindos da Ilíria.

Hoje, equivale à prefeitura de Voiotía.

Uma tarde, caminhando por entre um rebanho, Cadmos, vindo das terras da Síria em busca de sua irmã Europa, avistou uma vaca malhada muito formosa. Parou a contemplá-la. A vaca olhou-o também, como se Cadmos fosse um velho conhecido. E, erguendo-se, sempre a olhá-lo, como se o chamasse, começou a caminhar vagarosamente. Foi então que viu em suas ancas duas luas cheias estampadas, e Cadmos se lembrou, pela primeira vez, do último conselho ouvido no Oráculo de Delfos, que deveria segui-la. Por isso, em agradecimento, ergueu uma prece ao deus Apolo, a primeira vez que fazia isso a um deus estrangeiro. Mais do que depressa, pagou um alto preço pelo animal ao rei daquele país e, em seguida, resolveu segui-lo. Imaginava que seria curta a jornada. Não foi. A vaca malhada parecia incansável. Abaixava-se às vezes para abocanhar uma relva mais tenra e marchava de novo, assim dia e noite, em direção do Oeste. Cadmos já estava cansado, mas continuava, agora já convencido de que aquele era o animal anunciado pelo Oráculo. Cruzou toda a região de Pito (mais tarde Fócida), sem parar para descansar, depois prosseguiu rumo à região de Ogígia (mais tarde Beócia, a “terra da vaca”), onde a vaca finalmente parou, e Cadmos acabou por fundar uma cidade, Cadméia (que mais tarde deu lugar a Tebas).

Segundo uma tradição pouco conhecida, Ógiges foi o primeiro rei da Grécia, e reinava em solo tebano, quando a região chamava-se Ogígia. Em sua época teria ocorrido o primeiro Dilúvio

A Beócia tinha como cidades principais Tebas e Orcômenos, palcos de batalhas famosas e reinados importantes da Grécia Arcaica. Além de Cadmos, os mais famosos personagens tebanos da Mitologia Grega foram Penteus, Anfíon, Zétos, Lábdacos, Tirésias, Créon, Laios, Jocasta, Édipos, Atalanta, Héracles, Polínices, Etéocles, Antígone e Tersandros.

Iolcos

Iolcos era uma cidade da Tessália, próxima ao Golfo de Pagásai e o mar Egeu. Seu fundador foi Creteus, filho de Éolos e neto de Hélenos.

Uniu-se com sua sobrinha Tiro, filha de Salmoneus, com quem casou e teve os filhos Féres, Amitáon e Aéson. Depois adotou os filhos de sua mulher Tiro, Pélias e Neleus, que tivera de Poseidon.

Seu filho Aéson sucedeu-o no trono, mas Pélias expulsou-o e tomou-lhe o poder. O filho de Aéson, Jáson, foi ocultado para não ser morto durante uma conspiração chefiada por Pélias, e muitos anos depois retornou para reclamar o seu direito ao trono. Para merecê-lo, Pélias prometeu fazê-lo rei se lhe trouxesse o Tosão de Ouro oculto num lugar sagrado da longínqua Cólquida, na intenção de afastá-lo para sempre. Jáson, a frente de um contingente de heróis, os Argonautas, regressou vitorioso, mas teve que lutar para se apoderar do trono. Pélias morreu, mas Jáson não governou, pois Acastos, filho do rei, impediu que o fizesse e passou a reinar em seu lugar. Mais tarde, Téssalos, filho de Jáson, ocupou o poder de Iolcos.

A grande cidade de Vólos ocupa hoje o sítio da antiga Pagásai, na Magnésia. Iolcos, a capital dos mínios da Tessália, deu lugar a atual Yakós, localidade pertencente a Vólos.

Epidauros

Filho de Árgos e neto de Zeus, sua mãe chamava-se Evadne, uma filha do deus-rio Estrímon. Foi o herói epônimo de Epidauros, na Argólida. Habitada também pelos lócrios, deu lugar a Lepanto, e hoje chama-se Návpaktos.

Houve outra cidade de mesmo nome, a Epidaurus romana, anteriormente conhecida pelos gregos pelo nome de Náuplia, e ficava na Lacônia. Hoje, chama-se Návplion ou Napoli de Molvoisia.

Peônia

Péon era filho de Endímion e neto de Étlios. Sua mãe era a ninfa Míia. E diziam que Posseidon era seu verdadeiro pai.

Vencido na corrida por seu irmão Epéios, cedeu-lhe a coroa da Élide, conforme combinado, no lugar de seu pai. Então, foi residir num cantão da Macedônia, ao norte da Grécia, ao qual deu o nome de Peônia.

Os peônios, contrariando sua própria origem, apoiaram os troianos a defender sua cidade contra o avanço das hostes gregas.

Hoje, o local da antiga Peônia está tomada pela atual República Autônoma de Macedônia e regiões circunvizinhas.

Elêusis

Filho do deus Hermes e da oceânide Daíra, Elêusis foi o herói epônimo e primeiro rei dessa cidade, na Ática, no lugar da antiga Triásios, tornando-a próspera e um reino independente de Atenas.

Segundo uma versão menos usada, Elêusis era o pai de Triptólemos, que teve de sua mulher Híone (ou Cotónoe). Em outras fontes mais seguras, a paternidade de Triptólemos coube a Céleos, rei de Elêusis.

O mito mais célebre da cidade de Elêusis foi em respeito a Deméter, que por duas vezes visitou Céleos e sua família, como deusa e como uma pedinte idosa que serviu de ama ao príncipe Demófon.

A antiga Elêusis perdeu seu esplendor e elegância, e hoje é apenas a aldeia de Levsina ou Lepsina.

Tégea (ou Tegéa)

Tegéates era filho de Licáon, o rei dos pelasgos, na região futuramente chamada de Arcádia. Fundou uma cidade a que deu nome: Tégea.

Tégea ou Tegéa ou Tegéê, palco de acontecimentos dramáticos, transformou-se numa cidade em ruínas, e seu sítio atual, Mukli, é ocupado por quatro aldeias: Piali, Palaeo-Episcopi, Hagios Sostis e Ebrahim Effendi.

Pilos

Pilas, filho de Cléson e neto de Lélex, rei fundador de Nisa (Mégara), comandou um grupo de léleges e dirigiu-se para o Peloponeso, onde ergueu a cidade de Pilos, na região de Messênia. Banido, por Neleus, foi para a Élide, onde fundou uma nova cidade de nome Pilos, no lugar da antiga Koryphasion.

Porém, a esta segunda cidade de Pilos, atribui-se também à sua fundação um herói chamado Pilos, filho do deus Áres e Demônice, cuja fama obteve durante a caçada ao Javali de Cálidon.

A antiga cidade de Pilos, no sul da Messênia, dá lugar hoje a Neo-Kastro ou Pylos. E a nova Pilos, na Élide, foi substituída por Navarinon, depois chamada Chastel de Port deu Jnch, pelos francos, e hoje chama-se Zuchio.

A Pilos mencionada na Ilíada localiza-se na Messênia, e ficou famosa por ter sido a cidade governada por Neleus e Nestor.

Que tópico interessante! Sempre é bom postarmos conhecimentos históricos sobre a Grécia, por ser o berço da mitologia estudada nesse tópico.
Podemos reunir informaçãoes diversas sobre essa majestoza nação.

Os períodos da história grega.

Desde o surgimento das primeiras comunidades ao sul da península balcânica, o desenvolvimento da civilização grega, seu auge, a decadência e a incorporação ao domínio dos romanos, passaram-se quase 2000 anos de história.


Grandes filósofos do mundo antigo os dividiam em cinco períodos :

I. Período pré homérico (Séc XX a.C - Séc XII a.C)

Começa com o processo de ocupação da península balcânica, com chegada de povos provenientes de regiões mais frias do norte da Europa. Nessa fase, ocorre o domínio da civilização cretense (Até 1400 a.C), uma sociedade mais complexa, originária da ilha de Creta e com forte influência egípcia. Mais tarde, a cidade de Micenas, importante centro comercial e militar no sul da península Balcânica, impôs-se sobre o restante da Hélade, como os gregos, ou helenos, chamavam sua terra.
O marco cronólogico do fim do período é a chegada dos dórios, povo também originário do norte da Europa, que invadiu de modo violento a península, provocando a dispersão de grandes contigentes populacionais, processo conhecido como a primeira diáspora.

II. Período Homérico (Séc XII a.C - Séc VII a.C)

O nome desse período, como o anterior é uma referência a Homero, o primeiro grande poeta grego (Cuja a existência muitas vezes é contestada). Ele teria vivido no século VII a.C e é universalmente considerado o autor da Ilíada e da Odisséia, que narram a famosa Guerra de Tróia (Ìlionem em grego).
A volta de Odisseo para casa deu início à pólis grega, que seria o início da colonização grega, conhecida como segunda diáspora.


III. Período Arcaico (Séc VIII a.C - Séc V a.C)

Época de transferência econômica e social que definem a evolução da organização política. Cresce a escravidão que se torna a base da vida econômica da Grécia e se estabelece um regime político original criado pelos gregos: a democracia.


IV. Período clássico (Séc V a.C - Séc IV)

Corresponde tanto ao apogeu quanto ao início da decadência do mundo grego.
Foi a época em que os gregos se envolveram em guerras internas e externas, o que acabou por enfraquecê-los.


V. Período Helenístico (Séc IV a.C - Séc II a.C)

Os gregos ficam sob domínio dos macedônios, um povo resultante da colonização grega do norte da península balcânica. A Macedônia estendeu seu império ao norte da África, Mesopotâmia, Pérsia, até o norte da Índia.
Dessa maneira, a cultura grega foi disseminada por todo o Oriente. Fundiu-se com valores culturais de outras civilizações e produziu o helenismo.

O povo grego.

A península balcânica começou a ser ocupada aproximadamente entre os séculos 2000 a.C.
Esses povos eram;

Aqueus: Foram os primeiros a habitar a península balcânica, se concentraram na região do Peloponeso, submeteram a população local e fundaram várias cidades, entre as mais famosas, Micenas e Tirinto.

Eólios: Atingiram várias regiões, entre elas a Tessália.

Jônios: Estabeleceram-se na região da Átrica, onde mais tarde foi fundada a cidade de Atenas.

Dórios: Ocuparam a região do Peloponeso por volta de 1200 a.C, provocando a depressão de parte de sua população para o interior e para as ilhas do mar Egeu e a costa da Ásia menor.
Esse episódio é conhecido como a primeira diáspora.

Atenas.

Atenas seria o berço da democracia.

A Democracia foi resultado das reformas políticas por artesões, comerciantes e agricultores que começaram a ter mais consciência.


As mulheres Atenienses, e espartanas.

Há tempos na antiga Atenas as mulheres eram posse do pai, criadas para servir, amar e respeitar.
Mesmo com o surgimento da democracia, as mulheres não tinham a decisão do voto, e não possuíam a liberdade de expressão.
Sendo assim, ficava nas mãos de apenas 10% da população de Atenas votar em seus líderes a serem escolhidos. Os escravos também não tinham o direito ao voto.
Apenas os homens que tinham mais de 21 anos podiam votar.
As mulheres apenas tinham os deuses para se apegar. Péricles disse: "As mulheres devidamente devem limpar e servir, e pedir pelos seus maridos e filhos."

As mulheres de Esparta, ao contrário, tinham direito ao voto e desde crianças eram criadas para assumirem cargos públicos.
Em caso da falta de militares em guerras, as mulheres de Esparta passavam a defender seu rei como se fosse um homem.
Eram também, como os homens, treinadas desde pequenas para a guerra.

Gostaria de acrescentar que tanto ÍLION como TRÓIA foram denominações gregas. Criei um tópico (A Guerra de Tróia) que fala exatamente sobre isso, a origem da cidade e seus nomes. Os romanos adotaram o nome TRÓIA (Troja) para referir-se a essa cidade da Ásia menor, tanto que foi fundada uma cidade com esse nome na Itália. Também foi chamada de PÉRGAMOS por ter sido construída sobre a colina desse mesmo nome, não devendo ser confundida com a cidade de Pérgamos, ao sul, na Míssia.