Mitologia vs Arqueologia

Rio Flégeton ou Piriflégeton

O Phlegéthôn, "rio ardente", ou Pyriphlegéthon, "rio ardente de fogo", nascia na Tesprótia, Épiro, e dava acesso aos Infernos, onde circundava o Tártaros, prisão profunda e tenebrosa, cingida de tríplice muralha. Unida ao Cocitos, formava o Aqueronte. Na confluência dos dois rios havia uma grande cascata. Suas águas eram ardentes e sulfurosas.

Não se conhece o rio equivalente nos dias de hoje.

Rio Létes

Léthe ou Léthê era o "rio do esquecimento", e equivale hoje ao Trikkalinos, na Beócia.

Filha de Éris, a deusa da discórdia, há ainda uma versão que faz dela filha de Nix, a Noite, passando por ser uma divindade alegórica.

Presidia o rio Létes, nos Infernos. Os mortos bebiam que sua água esqueciam-se das coisas do mundo dos vivos. Isso acontecia em seguida à sua morte e sempre antes de voltarem de novo à terra, depois de 1000 anos de espera.

Sua fonte ficava próxima da cidade de Trofônios, na Beócia: a fonte Létes (o Esquecimento), perto da fonte Mnemósine (a Memória).

Rio Áquelous

O atual Akhelóôs ou Ajeloos, formado pelos afluentes Aspropotamos e Megdova, originalmente chamava-se Toas, depois Forbas, até que um jovem lápita chamado Áquelous nele se afogou. Dali em diante, chamou-se Akhelóôs ou Akhelôos, também conhecido como Peiros.

Deus-rio da Etólia, suas águas limitavam-se com a Acarnânia. Era o mais velho dos 3.000 filhos de Océanos e Tétis, e o mais célebre e mais venerado dos rios da Grécia, passando a ser invocado nos juramentos solenes, assim como o Estige.

Unindo-se à musa Melpómene, teria sido pai das Sereias, transformadas em monstros por Deméter no episódio do rapto de sua filha Core. Ou então, a mãe foi Astérope. Em outra versão, teria sido a musa Terpsícore.

Amou Perímele, filha de Hipódamas, e teve o filho Hipódamos. Foi pai também de muitas fontes, tais como: Pírene, Castália, Dirce, Calírroe e Coríntia.

Ousou disputar a bela Dejanira com o herói Héracles e foi vencido. O filho de Zeus arrancou-lhe um dos chifres, pois havia-se transformado em touro, e o deus, envergonhado, foi esconder-se nas suas águas. Áquelous, refazendo-se, implorou a Héracles que lhe devolvesse o chifre em troca da Cornucópia, que foi entregue em seguida às Náiades, que a encheram de flores e frutos.

Rio Alfeus

Conhecido antigamente como Erymanthos ou Alpheiós (Alfeus), hoje equivale ao rio Alfiós ou Ruphias.

Seu nome significa "branco", "alvo", tanto que os romanos conheciam-no como Albus.

Alfeus era, inicialmente, um caçador profissional. Desposou a ninfa Telégone, filha do deus Hermes, que lhe deu o filho Orsílocos e, talvez, Fegeus.

Como um deus-rio, perseguiu, por longo tempo, a ninfa Aretusa, por quem se apaixonara. Ela o evitou, pois pertencia ao séquito das Ninfas virgens de Ártemis. A deusa, então, metamorfoseou-o em rio e Aretusa em fonte, e pôs o mar entre eles, separando-os. Mas Alfeus transbordou e alcançou o mar Jônio, conseguindo misturar suas águas com esse mar, até alcançar Aretusa, na Sicília. Então, suas águas passaram a banhar o Peloponeso, entre a Élide e a Arcádia, e passou a ser considerado um dos 3.000 filhos de Océanos e Tétis.

Héracles desviou o seu curso para limpar os estábulos do rei Áugias.

Rio Céfisos

O antigo Kêphissós ou Kêphisós, que os romanos chamavam de Cephisus, hoje divide-se em dois: o Kifissós ou Podonifti, que banha a Ática, e o Kifissós Voiotikós ou Mavronero, que banha a Beócia.

Deus-rio do norte de Atenas, suas águas também banhavam a Fócida e a Beócia, e desembocava no porto de Fáleros. Em suas margens ficava uma das passagens que dava para os Infernos.

Tinha um altar, que partilhava com Áquelous, Pan e as Ninfas, consagrado pelos habitantes de Óropos.

Com a ninfa Liríope, teve um filho chamado Narcisos, famoso por ter-se transformado em flor depois de ter visto a própria imagem no reflexo de uma fonte. Foi pai ainda de Tíia e Dáulis.

Rio Estige

É hoje o Mavro-nero ou Drako-nero, no Peloponeso.

Chamado Styx pelos romanos, o Stýks ou Stýx dos gregos, era a mais velha das Oceânides, filha de Océanos e Tétis. Vivia numa gruta da Arcádia, onde presidia uma fonte de águas sombrias e espessas que desagrava sob a terra e ia ter às regiões infernais, onde era conhecida como o Rio dos Horrores. Era uma ribeira do Peloponeso, que se lançava no Crátis, rio do golfo de Corinto. Porém, antes de se lançar ao Crátis, passava pelos Infernos através de uma fenda com acesso às regiões subterrâneas. Suas águas tinham propriedades mágicas, mas venenosas e corrosivas, um veneno mortal para seres comuns. Só não corroía os cascos dos cavalos.

Com Pálas, teve os filhos Zelos, Crátos, Niqué e Rome (ou Bia). Há uma versão que a faz mãe de Ascálafos, depois de ter-se unido com Aqueronte.

Foi Estige quem em primeiro lugar ofereceu ajuda a Zeus, acompanhada de seus filhos, na luta contra os Titãs. Por isso, foi recompensada, e seu nome passou a ser obrigatoriamente invocado nos juramentos solenes.

Tétis teria utilizado um pouco de suas águas corrosivas para mergulhar seu filho Aquiles numa ânfora e torná-lo imortal, exceto no calcanhar direito por onde ela o segurou.Ainda que fosse costume na época o ritual do fogo, a invulnerabilidade de Aquiles seria possível desta forma.

Rio Évenos

Este rio, conhecido pelos romanos como Euenus ou Evenus, inicialmente foi um rei da Etólia, filho do deus Áres e Demônice, filha de Agenor e neta de Anfíon e Níobe. Seu pai mortal foi Sélepos.

Unindo-se a Álcipe, filha do rei Enômaus, teve os filhos Mimes, Epístrofos e Marpessa. Adquiriu o horrendo costume de matar os pretendentes de sua filha Marpessa e depositar seus crânios no Templo de Poseidon, por isso o herói Ídas resolveu raptá-la. Évenos, aborrecido, atirou-se nas águas do Licornas e se afogou, e o rio passou a levar o seu nome: Évenos.

Foi às margens desse rio que o centauro Nessos tentou raptar e violentar Dejanira. Héracles, ouvindo os gritos da esposa, tomou uma de suas flechas envenenadas e o matou.

Rio Eurotas

Formado atualmente por duas nascentes, o Iri e o Basilipótamos, o hodierno rio Evrótas coincide com o antigo Marátonas, depois chamado Hímeros e, em seguida, Eurôtas ou Eurótes, conhecido como Eurotus pelos romanos.

Filho mais velho de Lélex e Pericléia, Eurotas tinha três irmãos: Bias, Cléson e Policáon. Ele, como primogênito, tornou-se rei do país dos Léleges (a Lacônia).

Deu sua filha Esparta em casamento ao herói Lacedémon. E, não tendo filho varão, entregou a ele o trono, que por sua vez passou a reinar sobre os Lacedemônios.

Muitos anos depois, quando conduzia seus guerreiros, quis fazer guerra aos inimigos sem esperar a lua cheia. Foi vencido. Desesperado, atirou-se no Hímeros, o qual levou o nome de Eurotas. E acabou sendo admitido no rol dos deuses, como deus-rio, e passou a ser considerado filho de Océanos e Tétis.

Mar Egeu

O Egeu atual outrora chamou-se Aigaion pélagos (ou mar Egeus). Antes, era somente chamado Arquipélago devido a quantidade de ilhas que o compunham, conhecido também por mar de Micenas, quando esta cidade dominava, ou Minous, quando dominava o exército cretense do rei Minos. Os romanos chamaram-no Aegaeum ou Aegeum mare.

Nono rei de Atenas, Egeus sucedeu a Pandíon, seu pai. Pélia, filha do rei Pilas, era sua mãe, e seus irmãos chamavam-se Nisos, Pálas e Licos.

Desposou Meta e depois Calcíope, filha de Rexénor, dos feaces, e não teve filhos. Só então conheceu e desposou Aetra, a filha única de Piteus. Encorporado por Posseidon, teve de Aetra um filho chamado Teseus.

Quando Licos, expulso da Ática, foi refugiar-se na Messênia, na corte do rei Afareus, Egeus abandonou Aetra para assumir o trono de Atenas, e introduziu no reino o culto de Afrodite-Urânia. Então, casou-se com Medéia, filha do rei Eétes, e teve com ela o filho Medos.

Acusado injustamente de ter causado a morte de Andrógeo, filho de Minos, o rei de Creta, sofreu intença invasão e cercos sucessivos em seu país, e os atenienses tiveram que pagar tributos a Creta: anualmente jovens seriam sacrificados ao Minotauro, monstro aprisionado no Labirinto de Knossos. E Teseus resolveu merecer o trono e foi dar cabo do monstro.

Ao retornar Teseus para Atenas, Egeus avistou ao longe o navio cretense de velas negras, e pensou na morte de seu filho, por isso atirou-se do penhasco para a morte. Teseus, após o funeral do pai, tornou-se o novo rei e deu ao mar Minous novo nome em sua honra: Egeu.

Mar Mediterrâneo

O mar "entre terras", em tempos mais antigos, tal como hoje, estava dividido em inúmeros mares rodeados de ilhas e regiões continentais. De modo geral, foi chamado de "Grande Mar", "Mar Ocidental", "Mar Oriental", "Mar Setentrional", "Mar Meridional", de acordo com as diversas línguas dos povos que o circundavam, ou de acordo com a sua posição geográfica. Em especial, os romanos, conquistadores da totalidade desse mar, ousaram denominá-lo Mare Intestinum ou Internum, "mar interior" ou "mar interno", ou Mediterraneum Mare, "mar entre terras", ou Mare Nostrum, "nosso mar", pela sua dominação completa, além de Mare Magnum, "grande mar".

Golfo Sarônico

Hoje chamado golfo de Áiyina ou Éghina ou Engía, chamou-se primeiramente de Troizenia, depois Febe, e só então Saronikós Kólpos. Os romanos denominaram-no Saronicus ou golfo de Athenae (Atenas).

Antigo rei de Troézen, na Ática, Sáron era um excelente caçador e sucedeu ao rei Áltepos no trono. Construiu para Ártemis, à beira-mar, um templo tão magnífico que o golfo de Troézen (Troizenia) passou a chamar-se golfo de Febe.

Um dia em que perseguia uma corça, o animal saltou no mar. Sáron atirou-se atrás e nadou por tanto tempo que suas forças o abandonaram, e ele se afogou. Seu corpo foi rejeitado pelas ondas, nas proximidades do templo. Então, tomou daí em diante o nome de Sarônico, e Sáron foi posto no rol dos deuses marinhos.

Rio Haliácmon e/ou Ínacos

Haliácmon era um habitante de Tirinto. Um dia, num acesso de loucura, suicidou-se, atirando-se no rio Carmánor. Esse rio, então, passou a chamar-se Haliakmón (Haliácmon).

Por outro lado, houve um homem chamado Ínacos, filho de Océanos e Tétis, que reinava na aldeia de Ápia ou Egiálea. Foi considerado o primeiro civilizador da raça humana e pertenceu à raça dos Titãs de segunda ordem. Logo após o Dilúvio mandado por Zeus, Ínacos reuniu todos os sobreviventes num só lugar, em torno daonde muito tempo depois surgiria a cidade de Árgos. Teve com a oceânide Mélia, sua irmã, os filhos Foroneus (o primeiro ser humano), Egiáleo (do nome de sua aldeia), Pelasgos e duas filhas, Io e Filódice. Io foi amada por Zeus, e Ínacos tentou castigar o deus, mas foi perseguido pela erínis Tisífone, e, enlouquecido, atirou-se no rio Haliácmon, o qual daí em diante tomou o nome de Ínakhos (Ínacos).

Possivelmente os casos acima não se relacionam com o mesmo rio, mesmo que ambos estejam localizados na Argólida. De qualquer forma, tanto o Haliácmon quanto o Ínacos hoje são igualmente chamados de Panitsa ou Planitza ou Planizza.

Rio Haliácmon

Grande rio de águas violentas, hoje chamado Aliákmon ou Inye Kara-su ou Vistritza ou Vistritsa, localiza-se na Tessália e na parte macedônica da Grécia.

Haliácmon era filho de Palestrinos, rei da Trácia e filho de Poseidon. Afogou-se no rio Erigon, que passou a levar o seu nome, e acabou por entrar no rol dos deuses como filho de Océanos e Tétis.

Rio Ásopos

Houveram três rios com esse nome na Grécia. Um deles, na Tessália, se desconhece algum mito a ele relacionado.

O atual Oropos (ou Turieni ou Vuriendi) banhava a Beócia e a Ática. Este Ásopos, no início, foi rei dos fliásios, habitantes de Fliunte, na Acaia. Depois tornou-se rei de Platéia, na Beócia, sucedendo ao rei Citéron. Confundido com o homônimo da Argólida, provavelmente tinha uma filha chamada Tebe (ou Platéia). Ao tornar-se um deus-rio, suas águas tiveram sua nascente no monte Citéron e desembocavam no mar da Eubéia.

Porém, o mais famoso, mencionado na Mitologia Grega, banhava a Argólida e chama-se hoje Hagios Georgios. Talvez tenha sido filho de Poseidon e Pero, ou de Zeus e Eurínome. Com Métope, teve os filhos Pelasgos e Ismenos, e também doze filhas Ninfas, entre as quais Sínope, Cércira, Sálamis, Ismênia, Tânagra, Hárpine, Combis, Pírene, Égina, Antíope e, talvez, Tebe. Rebelou-se contra Zeus, por ter sabido que o deus violentara e raptara sua filha Égina. Zeus, porém, transformando-se em fogo, secou suas águas.

Rio Peneus

O famoso rio Peneus da Mitologia Grega era aquele do país dos Mirmidões, que banhava o Épiro e a Tessália, e hoje é conhecido pelos nomes de Piniós, Salavriás, Salamvria, Ababa ou Titarísios.

Esse deus-rio era filho de Océanos e Tétis. Suas águas atravessavam o Vale do Tempe e lançavam-se no golfo Termaicos. Foi também conhecido por Titarésios, nome encontrado na Ilíada, de Homero.

Com Géa, a terra, teve uma filha chamada Dafne, e com Creúsa, filha de Géa, teve os filhos Hipseus, Andréia e Estilbe. Através de seus filhos, tornou-se o tronco dos Lápitas.

Rio Peneus

Houve um rio, Pêneiós, assim chamado pelos gregos, que banhava a Élide, e hoje corresponde ao rio Piniós ou Gastoúni ou Gastonê.

Junto com o Alfeus, Héracles abriu um canal para desviar o curso de ambos os rios a fim de limpar os estábulos do rei Áugias.

Rio Espérquios

O rio Esperkheíos dos gregos era representado por um deus-rio belíssimo, que uniu-se a Polidora, filha de Peleus, e teve o filho Menóstios e, talvez, Dríops.

Hoje, equivale ao Sperkhíos ou Hellada ou Agriomele. Os romanos chamaram-no de Sperchius.

Lago Estínfalos

Hoje Stimfalías ou Stymphala ou Zaraka, na Arcádia, próximo das ruínas da antiga cidade de Estínfale.

Ficou famoso pelo rei da cidade, Estínfalos, filho de Élatos e neto de Arcas, e pelas aves que lá habitavam. Sua mulher chamava-se Ôrnis, "ave", que lhe deu várias filhas, as mesmas que foram transformadas em aves monstruosas, as Estinfálides, que Héracles recebeu a incumbência de matar. Elas foram amestradas pelo deus Áres numa ilha do Bósforo: Arítia ou Ilha de Áres. Com frequência migravam para o sul indo instalar-se no lago Estínfalos. Alimentavam-se de carne humana e usavam suas próprias penas como dardos para fazerem suas vítimas. Foram, em grande parte, abatidas por Héracles, na Arcádia, e combatidas pelos Argonautas no Bósforo.

Rio Estrímon

O Strymón dos gregos tinha Canosos como nome original. Mudou seu nome devido ao rei Palestrinos, filho de Poseidon, que nele se afogou por ter perdido seu filho Haliácmon. Teve uma filha, Evadne, gerada pela ninfa Neera. O deus-rio tornou-se pai de Olintos, Brangas e Ródope. Mais tarde, já conhecido como Estrímon, uniu-se à musa Clio e teve o filho Resos, que se tornou rei dos trácios e participou da guerra de Tróia em favor dos troianos.

Com águas violentas, dificultou a passagem de Héracles que vinha conduzindo os Bois de Gérion em direção de Micenas.

Atualmente chama-se Strimón ou Karasu.

Rio Hébros ou Euros

Chamado Évros ou Eúros pelos gregos, ou Hebrus pelos romanos, hoje equivale ao Évros ou Maritza, que banha a região da Trácia.

Foi considerado filho de Océanos e Tétis. Originalmente, foi um príncipe, filho de Hémos e Ródope, reis da Trácia. Era meio-irmão de Cícon, filho de Apolo e Ródope.

Por algum motivo, Hébros também foi conhecido pelo nome de Eágrios, podendo ser relacionado a Éagros, o pai mortal de Orfeus.

Lago Cópais

Equivalente aos atuais pântanos de Levádhia ou Levádhia Topoglia ou simplesmente Topolias, o Kôpais dos gregos foi palco da primeira grande inundação da Grécia, conhecida como "Dilúvio de Ógiges", talvez coincidindo com a inundação ocorrida no Oriente Próximo, o "Dilúvio de Noé". Suas águas deveriam ter encoberto basicamente a região da parte central da Grécia Arcaica, bem ao sul do Pindos e da Tessália.

Muito tempo depois deveria ter ocorrido a segunda inundação, o "Dilúvio de Deucálion", cujas águas teriam encoberto quase toda a Grécia, modificando parcialmente o seu litoral.

Ilha de Égina

Zeus apaixonou-se por Égina, uma das filhas do deus rio Ásopos. Pretendeu raptá-la. Esse ato foi testemunhado por Sísifos, o rei de Corinto. E só revelou o raptor com esta condição:

— Ásopos, vou ajudar-te a encontrar tua filha. Primeiro faze aparecer uma fonte na colina sobre a qual estou construindo minha cidadela, em Corinto!
O deus-rio, mesmo conhecendo a fama de embusteiro daquele homem sem escrúpulos, sabia também que era um rei justo e pacífico. Por isso, sem ter o que perder, concordou:

— Está bem, farei brotar uma nascente na tua cidade! Mas isto somente se tu jurares que me dirás o paradeiro de minha filha.

— Juro pelas águas negras do Estige.

Ásopos, então, acompanhado pelo rei até o alto da colina (o Acrocorinto), perto da estrada de Licáon e do Templo de Poseidon. bateu no chão com a sua clava mágica e fez aparecer uma fonte dupla, que haveria de se chamar Pírene.
Então, Sísifos revelou:

— Zeus se apaixonou por tua filha. Vi os dois passando pelo bosque que fica no vale perto daqui.

Ásopos, muito zangado, saiu a procura de Zeus, que deixara seus raios descuidadamente pendurados em uma árvore. Quando Ásopos correu na direção dele, armado com a sua clava, Zeus fugiu e se transformou em uma rocha pela qual Ásopos passou correndo sem notar. Zeus, então, readquiriu sua verdadeira forma, pegou seus raios e atirou um em Ásopos, que daí em diante passou a mancar da perna em que foi ferido.

Tendo estranhado a rapidez com que o seu crime havia sido descoberto e desconhecendo o seu delator, correu até Égina, que estava no vale, e imediatamente levou-a para longe de onde a havia deixado, temendo também a ira de sua esposa Héra. Zeus transportou Égina para uma ilha deserta que levava o nome de Enone, ou Enópia, “a ilha do vinho”, que ficava no mar de Troézen, que dava acesso às ilhas Cíclades. A união entre Zeus e Égina deu nascimento a um menino de nome Éacos, que futuramente se tornaria rei, em cujo lugar haveria de ser civilizado.

Hoje chama-se Áiyina ou Éghina, no Pireu, mar Egeu.

Ilha de Tásos

Tásos era filho de Agenor e irmão de Cadmos. Em busca de Europa, parou pelo caminho e decidiu residir na ilha de Crise (também chamada de Etnia, Éria, Étria ou Odonis). Tornou-se rei e mudou o nome da ilha para Tásos.

Hoje chama-se Tháso e fica no mar da Trácia, norte do mar Egeu.

Ilha de Rodes

Hoje chamada de Rhódo, fica nas Espórades Meridionais.

O nome mais antigo foi Étria ou Ofiúsa, logo chamada de Telkhinía, a ilha dos deuses Télquines. Depois foi chamada de Rodes ou Atabyria, devido a Rode, ninfa que lá vivia. Era uma filha de Posseidon e da ninfa Hália. Foi desposada pelo deus Hélios e teve os filhos Helíacos e uma filha, Electríone.

Na ilha reinou Tleopólemos, filho de Héracles, que lutou em Tróia apoiando seus compatriotas gregos.

Ilha de Mélos

Hoje Milo, no arquipélago das Cíclades.

Mélos era filho de outro Mélos e Pélia (filha do rei Cíniras). Foi criado no templo de Afrodite, na ilha de Cipros (Chipre). Seus pais suicidaram-se logo depois que Adônis foi morto por um javali. Então, passou a ser o único representante vivo da raça de Cíniras. Ao tornar-se adulto, recebeu de Afrodite ordem de voltar a Delos, a pátria de seu pai. Lá chegando, apoderou-se do trono. A ilha vizinha de Mélos tomou o seu nome.

Há hoje uma estátua famosa da "Vênus de Milo", versão latina para "Afrodite de Mélos".