Mitologia vs Arqueologia

Aigai

Variante de Aigaion (o mar Egeu), era onde Poseidon vivia, numa região submarina, então chamada Aigai, lugar tranqüilo, onde ele sabia tudo que se passava na superfície.

Talvez fosse o próprio mar Egeu, mas tudo indica que se tratava de seu palácio localizado no fundo do mar ou no golfo Sarônico, entre a Etólia e o Peloponeso. Não se sabe ao certo, porém foi citada por Homero e tem um diferencial na forma original em relação ao Egeu. De qualquer forma, assim como Zeus e Hádes, Poseidon também construiu um palácio onde passou a reinar com sua consorte Anfitrite.

Empíreo

“Empíreo”, é palavra oriunda da mitologia grega, fala de fogo que queima em si mesmo, e da mais alta esfera das moradas celestes, onde moravam os deuses e imperavam as suas vontades, portanto, na sutileza do termo esconde-se a ideia de império auto gerado, fonte de energia, poder, isolamento, origem em si mesmo.

Se levarmos bem a fundo o que foi citado acima e, consultando outras fontes, de modo geral, o Empírio seria o palácio onde moravam os principais deuses da Mitologia Grega, enquanto que o Olimpo era somente o monte sobre o qual ficava a morada celestial. E, indo mais a fundo, na concepção antiga dos povos, acima do Olimpo só haviam mesmo nuvens e o Céu, pois os gregos não conheciam monte mais alto que o Olimpo.

Santuário de Delfos

Zeus, deus supremo do Olimpo, desejando encontrar o centro da Terra, largou duas águias das extremidades do mundo; as duas aves sagradas encontraram-se em Delfos, determinando assim o "umbigo" da Terra.

Conta-se também que o deus Apolo teria fundado o seu primeiro templo em Delfos, no mesmo lugar, após aniquilar a serpente Píton, guardiã do Oráculo de Géa, a mãe dos deuses e sua primeira adivinha.

Nos seus arredores teria ocorrido o duelo entre Héracles e o deus Apolo pela posse do tripé da Pitonisa, já que a mesma havia se negado em purificar o semideus.

Sem contar a envolvência turística e comercial a que o sítio arqueológico está sujeito, hoje o local é inteiramente sagrado, em meio à Natureza e de uma importância sem igual para a arquitetura... Em ruínas, está situado na encosta do monte Parnasso e debruçado sobre o majestoso vale do rio Pleistos, a poucos quilômetros do Golfo de Corinto.

Tartessis

Região antiquíssima que mais ou menos abrange hoje a região espanhola de Andaluzía.

Os gregos a chamavam de Tartessis, habitada pelos tartessos, e passou a ser chamada durante a dominação romana de Turdetania, habitada então por bastetani, turdetani, beturii, ileates, etmaneos e bastuli, de origem fenícia. Logo, toda a região passou a ser chamada de Bética ou Ispania Betica, futuramente Hispania Ulterior, depois Vandalitia, habitada pelos vândalos silings. Mouros e árabes chamaram-na de al-Andalús, de onde deriva o nome atual.

A relação que teve esse grande reino com a Mitologia Grega, foi que aí governou Crisáor, filho de Poseidon e de Medusa. Seu filho Gérion teve seu "palácio" na ilha de Irítia (hoje península de Cádiz), na foz do rio Tartessos (Guadalquivir). Gérion, todo-poderoso, subjugou os povos vizinhos e apossou-se de seus bens, acumulando em seus estábulos uma manada de bois, que Héracles, depois de matá-lo, roubou e conduziu para Micenas.

Acarnânia

A Terra dos Curetes, tal qual a Etólia, foi habitada por Eólios, Curetes e Teléboas.

Hoje equivale à prefeitura de Akarnanía, ao sul do Épiro.

Acarnanes era filho de Alcméon e neto de Anfiaraus. Sua mãe chamava-se Calírroe (filha do deus-rio Áquelous), seu irmão era Anfóteros e seu meio-irmão chamava-se Clítios (filho de Alcméon e Arsínoe). Com Anfóteros, vingou a morte do pai, matando Fegeus (rei de Psófis) e seus dois filhos, Prónous e Agenor (ou Têmenos e Áxion), que se encontravam na casa do rei Agápenor, na Arcádia. Para a realização dessa vingança, os deuses tiveram que fazê-los crescer vários anos da noite para o dia. Em seguida, foram a Delfos, a fim de entregar a Apolo o colar de Harmônia, que muitos transtornos havia causado em sua família. Acarnanes colonizou uma parte do Épiro, que lhe tomou o nome: Acarnânia, onde até então era conhecida unicamente por Terra dos Curetes.

Fócida

Originalmente chamada de Phyto (Pito), habitada pelos Léleges, o atual departamento de Fokís ou Fokhída abrange uma região que antes dividia-se em Fócida (Phôkís) ao norte e Lócrida (Lokris Ozolis) ao sul.

A origem da Fócida pertence a Fócos, filho de Éacos e da nereida Psâmate. A ninfa, para escapar às seduções de Éacos, transformou-se numa foca, do que nada adiantou. Éacos segurou-a e a ela se uniu. Nasceu o menino que então foi chamado de Fócos. Ao tornar-se adulto, deixou a Salamina e foi para o centro da Hélade, onde desposou Astéria (filha de Déion e Diómeda) e teve dela os filhos Panopeus e Crisos. Aquela região, mais tarde, levou o nome de Fócida, em sua honra. Antes, Fócos foi para Égina, onde foi morto pelos irmãos ilegítimos, Peleus e Télamon.

Acaia

Antigamente chamada de Jônia, originalmente habitada por jônios, ou Aegialea, foi futuramente chamada de Akhaía, e hoje equivale à prefeitura de Akhaïa, no norte do Peloponeso.

Seu nome originou-se de Aqueus (Acaeus), irmão de Lácon (o herói epônimo da Lacônia, segundo uma versão menos conhecida). Recebeu de Lápatos o território do Peloponeso que denominou Acaia.

Há ainda, o que parece possível, a versão de que os aqueus dessa região descendiam do Aqueus (Acaeus) filho de Xutos e neto de Hélenos. Sua mãe seria Creúsa, filha de Erecteus, e seu meio-irmão seria Íon, o ancestral dos jônios.

Houve outra região de Acaia, correspondente à parte da Grécia Central, cujo herói-epônimo foi Aqueus (Acaeus), filho de Poseidon e Lárissa, e seus irmãos foram Pelasgos e Ftios. Ele e seus irmãos conquistaram a Tessália, baniram os habitantes que se rebelavam e dividiram o país em Acaia (o sul), Pelasgiótis (o centro-norte) e Ftiótida (o leste).

Magnésia

A antiga Magnêsía, habitada por Magnetos, hoje praticamente equivale ao leste do cabo de San Jorge (a prefeitura de Magnisía).

A parte oeste do cabo pertencia à Ftiótida, habitada pelos Pítios.

O herói-epônimo desse país era Magnes, filho de Éolos e neto de Hélenos. Sua mãe chamava-se Enárete, e seus irmãos, Déion, Creteus, Átamas, Salmoneus, Perieres, Macareus, Sísifos, talvez Tríopas, e ainda Pisídia, Cânace, Cálice, Perímede e Alíone. Caso fosse filho de Zeus e da ninfa Tíia, seu irmão seria Macédon, o herói-epônimo da Macedônia. Magnes casou-se com Naís e teve os filhos Díctis e Polidectos, que reinaram na ilha de Sérifos. Teve filhos com Melibéia: Píeros, Eineus, Aléctor e Eurínomos.

Os Magnetos alinharam-se aos Pítios, Mirmidões e Dólopes na luta contra os troianos.

Trácia

A Trácia era uma região enorme que limitava-se com a Dácia (Rumânia) ao norte, com a Macedônia e a Grécia ao sul, com a Ilíria (ex-Iugoslávia) a ocidente e com o Ponto Euxinos (mar Negro) a oriente. Abrangia praticamente o que é hoje a Bulgária, a Turquia Européia (Istanbul) e a região de Thráki (na Grécia).

O setor pertencente à Grécia era habitado por Bístones, Macedônios e Odrísios. Rei famoso dos Bístones foi Diómedes, proprietário de quatro éguas carnívoras que Héracles foi incumbido de capturar e levar até o rei Euristeus, de Micenas.

Na Turquia Européia, de modo geral, viviam populações jônicas e a população mítica dos Cícones, e tinha como principal área o Quersoneso ou Helesponto (hoje Gelibolu Yarimadasi). Na ponta oriental ficava Byzántion (Bizâncio), que mais tarde se tornou sede do Império Romano do Oriente. Entre os Cícones, eternizou-se o nome de Orfeus, o maior de todos os menestréis.

Na Bulgária, os Trácios eram compostos de Tríbalos e Moésios a oeste e noroeste, Crobixos a nordeste, Macedônios e Odrísios a sul e Citas ao norte. Os personagens míticos mais famosos dessa região foram Hémos e Ródope. A região de Macedônia, na Bulgária, hoje chama-se província de Blagoevgrad. A Moésia Inferior, hoje, equivale ao estado de Ludogorie. A Trácia Menor, hoje, equivale ao estado de Rumélia.

Origem do nome: Trácia era uma oceânide, filha de Océanos e Partênope, e sua irmã chamava-se Europa. Unindo-se a Zeus, teve o filho Bítinos (ou Bítis, herói-epônimo da Bitínia). Era uma feiticeira e tornou-se a heroína-epônima da Trácia.

Macedônia

Esta Macedônia, dentro do território grego — já que não me refiro à região hoje transformada em República Autônoma da ex-Iugoslávia —, originalmente se deteve à pequena região equivalente a Emátia (hoje prefeitura de Imathía), mas Édones e Dórios ampliaram seu território, transformando-se na Macedônia, com Almópia a sul-sudeste, Orestis a norte-noroeste, Eordéa a norte e centro, e Eliméa a sul e oeste, chegando a atingir algumas regiões da Trácia.

Origem: Macédon era filho de Zeus e Tíia (filha do deus-rio Céfisos), sendo talvez irmão de Magnes. Porém, há outras versões que lhe dão outras origens: seria filho de Osíris (deus-rei do Egito) ou de Éolos (filho de Hélenos). Como filho de Osíris, este o havia estabelecido como rei de uma região que levou o nome de Macedônia, quando Osíris partiu para a conquista do mundo (Dionisos?). Atribui-se-lhe a paternidade de Pindos, Píeros e Europos.

Historicamente, dois reis se destacam: Felipe II e Alexandre o Grande, e ambos se diziam descendentes tardios de Héracles. Alexandre passava por intitular-se "filho de Zeus" e a encarnação de Aquiles.

Messênia

A atual região de Messénia, em tempos remotos, foi chamada de Messinía, habitada por Epeus e Dórios.

Messena era filha de Tríopas (rei de Árgos), e sua mãe chamava-se Sósis. Seus irmãos eram Erisícton, Agenor, Pelasgos, Íasos e Ifiomédia. Foi desposada por Policáon (filho mais novo de Lélex, o ancestral dos Léleges). Com a ascensão de seu cunhado Miles (ou Bias) ao trono da Lacedemônia, Messena conseguiu convencer Policáon a tornar-se rei de uma região que se chamou Messênia. E assim se fez, com a ajuda dos guerreiros Léleges e Argivos. Após sua morte, recebeu honras divinas na região.

Os semideuses mais famosos da Messênia foram Ídas e Linces, que foram Argonautas e rivalizaram com Cástor e Polideuces, através dos quais atingiram a morte.

Tróia-Ílion e Trôade

Tróia, também conhecida por Ílion, entre os antigos gregos, era a cidade mais poderosa da Míssia, a noroeste da atual Turquia, conhecida anteriormente por Ásia Menor e Anatólia. Ela, juntamente com outras aldeias e cidades menores formavam a pequena região de Trôade, formada basicamente por teucros e dárdanos, povos assim chamados de seus primeiros reis fundadores. A denominação mais antiga de Trôade foi Têucria. Unidas, essas famílias deram origem aos troianos propriamente ditos.

Tróia, que primeiramente chamou-se Têucris e Dárdanos, foi denominada depois Tróia e, mais tarde, Ílion, e passou a ser conhecida por ambos os nomes. Os hititas a chamaram de Taroisa, e os romanos de Troja ou Ilium.

Hoje, Tróia é um monte de ruínas, e se encontra sobre a colina de Hissarlik, na Turquia, próximo da aldeia de Hissarlik e pertencente ao valiato de Çanakkale.

Mais detalhes, a respeito da origem de Tróia, acesse o tópico A Guerra de Tróia.

Dolópia

A antiga Dolópia localiza-se hoje na maior parte da prefeitura de Kardhítsa, na Tessália. A parte oeste era tomada pela Atamânia.

Os Dólopes destacaram-se ao lado dos Mirmidões no cerco de Tróia, e seu comandante chamava-se Fênix, o mentor de Aquiles.

Arcádia

Habitada por acaios árcades, era uma região de pastores, e hoje equivale à prefeitura de Arkadhía.

Arcádia era uma ninfa, mãe de Filónome, que teve de Níctimos, filho do rei Licáon.

Porém, Arcas foi seu verdadeiro herói-epônimo. Filho de Zeus e Calisto, filha de Licáon, rei da região dos Pelasgos. Durante a caçada a uma ursa, sem saber tratar-se de sua mãe anteriormente transformada, foi também transformado em urso, e ambos foram postos entre as estrelas, surgindo assim a Constelação da Ursa Maior e Ursa Menor. Então, Arcas foi sucedido por Licastos e Parrásios, que dividiram o trono da Arcádia, nome que passou a se chamar.

Agápenor foi um de seus reis mais famosos, comandando um contingente bélico ao cerco de Tróia. E foi na Arcádia onde nasceu o deus Hermes, onde vivia Ártemis e seu séquito de Ninfas, onde se escondia o deus Pan, e onde se passou a maior parte das tarefas impostas pelo rei Euristeus ao semideus Héracles.

Etólia

Aitolía, entre os gregos, hoje equivale à prefeitura de Aitolía, na Grécia Central.

No início, foi habitada pelos Eólios.

Houve um herói chamado Étolos, filho do deus Áres, cujo pai mortal foi Endímion, e sua mãe, Míia. Seus meio-irmãos chamavam-se Péon, Epéios, Eurídice, Pisa e Náxos. Sucedendo a Epéios, que morreu, ocupou o trono da Élide. Mas, por ter matado Ápis, filho de Foroneus, acidentalmente, durante os jogos em honra de Azan (filho de Árcas), teve que abandonar a Élide e exilar-se no país dos Curetes. Depois de tirar a vida de Dóros, Laódocos e Polípoetes (filhos de Apolo e Ftia), passou a reinar no país a que deu o nome de Etólia. Com Prónoe (filha de Forbas), teve os filhos Cálidon, Plêuron e Pálemon.

Foi na Etólia que se passaram a caçada ao Javali de Cálidon e o nascimento dos filhos de Zeus e Leda, quando Tíndaros e Icários estavam exilados em Cálidon, do rei Téstios.

Hemônia ou Tessália

Antes chamada de Hemônia ou Aiolís, habitada pelos Eólios e Léleges, foi futuramente chamada de Thessalía.

Hoje equivale à grande região de Thesalia, dividida em prefeituras, compreendendo o norte da Grécia, exceto Macedônia e Trácia.

A região de Aiolís (Eólia) teve sua origem em Éolos (filho de Hélenos e neto de Deucálion). Xutos era seu irmão legítimo. Seduziu a ninfa Hipe (filha do centauro Quíron) e teve dela a filha Melânipe. Teve inúmeros filhos famosos com sua mulher Enárete, como Átamas, Salmoneus, Macareus, Perieres, Magnes, Sísifos, Déion e, talvez, Tríopas e Macédon. Depois da morte de seu pai, tornou-se rei da Ftiótida e da Magnésia, e seus súditos, os Helenos, passaram a chamar-se Eólios. Em seguida, toda a região passou a ser conhecida por Eólia.

Já o nome Hemônia teve sua origem através de Téssalos, cujo pai chamava-se Hémon. Ele mesmo mudou o nome da região para Tessália. Outras versões apontam para Téssalos (filho de Grecos, herói-epônimo dos Gregos), oriundo da Tesprótia, no Épiro.

A Tessália passou a designar toda a parte norte da Hélade (Grécia), compreendendo também a região dos Lápitas, perto de Iolcos. Foi a última resistência a integrar-se às forças do rei Agamémnon.

A Tessália foi palco da batalha entre os deuses e os Gigantes, que tentaram escalar e dominar o Olimpo. Nessa região ficava o Olimpo, as famosíssimas cidades de Iolcos, Féres, Ftia, Fílace e Lárissa, era onde residiam os Centauros, os Lápitas e os Mirmidões de Aquiles.

Cólquida

Antiga região a oriente do Ponto Euxinos (Mar Negro), famosa no mito de Frixos e Héle e pela expedição dos Argonautas, que partiram de Iolcos, na Hélade, para conquistar o Tosão de Ouro que continha o espírito de Frixos, sepultado longe de sua Pátria. O país era governado pelo rei Eétes, que outrora reinara em Corinto. O rei que obtivesse o Tosão de Ouro, tinha em suas mãos o poder sobre todos os reinos vizinhos, motivo pelo qual Pélias gananciosamente o desejava. Tanto que, assim que os Argonautas se apossaram do Tosão de Ouro, o poder de Eétes foi ameaçado, e o país conquistado.

Tudo indica que os colcos falavam uma língua estranha e tinham costumes bárbaros, diferentes dos gregos, mas adoravam o deus Áres como sua divindade principal, provavelmente uma influência de seu rei Eétes, de origem grega. Os gregos chamavam aquele reino distante e místico de Kolkhís e seu povo Kolkhú, enquanto os urartus e assírios chamavam-nos de Khulkha. Foi mencionada em pergaminhos romanos com o nome de Colchidea, Colchis e Pactica, futuramente chamada de Acaia, Abasgia ou Abascia. Os catalões, mais tarde, a chamaram de Albaschia, e, até o século passado, foi conhecida por Circássia e Abcásia.

Hoje, trata-se da região de Abkhaz ou Abkhazkaia, na Geórgia, ao sul da Rússia. Abrange as comarcas de Imereth, Laket, Guriel, Karduel e Mingrélia e a região de Gurgistân. Curiosamente, a antiga capital Eéa ou Kitaea — chamada Cyta ou Custasium ou Aeaopolis pelos romanos —, hoje chama-se Kutaisi, e o sítio mais preciso para a localização da antiga cidade é a aldeia de Medea (uma alusão à feiticeira Medéia?).

Trifília

A Triphylía dos gregos, habitada pelos paroreatas e caucones da Messênia, era uma região da Élide.

Hoje trata-se da região de Triphylia ou Belvedere.

Éfira ou Corinto

A velha Éfira foi construída pelo famoso Sísifos, filho de Éolos, que conseguiu ludibriar a Morte e prolongar sua vida por algumas gerações. Viu surgir vários heróis, como Cadmos, Arcas, Perseus, Édipos, Belerofonte, Éacos, Bias, Melampos, Laertes e Héracles. E sua vida atingiu o termo ao conhecer Teseus e tentar barrar sua passagem quando o herói cruzava o Istmo em direção de Atenas. Talvez não tivesse sentido o efeito da Morte, já que levou por surpresa a hora em que Hermes foi buscá-lo para levá-lo ao Mundo das Sombras.

Corintos era filho de Zeus, ou melhor, de Marátonas, filho de Epopeus e neto do famoso rei Aloeus. Seu irmão chamava-se Sícion. Casou-se com Gorge, filha de Megareus. Teve que fugir da Ática com seu pai e, com a morte do avô, Epopeus, foi para Éfira, entre a Ática e o Peloponeso, onde passou a reinar, e a cidade passou a ser chamada de Corinto, e toda a região do Istmo e arredores, antes chamada de Egiálea, chamou-se Coríntia.

Hoje a região equivale à comarca de Korinthía, e eterniza a cidade de Corinthos.

Orcômenos

Houve uma Orcômenos localizada na Arcádia, cujo fundador chamou-se Orcômenos, um dos cinquenta filhos do rei Licáon. Hoje, a Orkomene ou Orkhomenós, está em ruínas.

Mas houve também uma Orcômenos localizada no país dos Minuanos, na Beócia, cujo rei-fundador foi Mínias, filho de Poseidon. Nessa época, a cidade chamava-se Andréis e a região que a circundava era conhecida como Minuai. Mínias casou-se com Eurianassa, filha de Hiperbas, e teve as filhas Alcítoe, Lêucipe, Ársipe, Elara, Aretiréia e Clímene, e dois filhos, Cipárissos e Orcômenos. Este último tornou-se rei de Andréis e passou a chamá-la de Orcômenos. O mito de Frixos e Héle iniciou-se em Orcômenos, quando o rei da cidade era Átamas, filho de Éolos. Os romanos, mais tarde, a conheceram pelo nome de Orchomeno Miniameana, e hoje suas ruínas ficam próximas de Levádhia.

Ática e Atenas

Hoje é a região Attiki.

Primeiramente chamava-se Ogygía, nome antigo comum a outras regiões por seu maior rei (Ógiges), depois chamou-se Mopsópia (no tempo do rei Mopsopos), Akté (cujo rei era Actaios) e Cecrópida, quando reinava Cécrops, filho de Géa. Depois chamou-se Kranaia, com o rei Crânaos, depois Athis, Possidônia e, então, Jônia ou Ias, quando seu rei era Íon, o filho de Apolo e Creúsa. Mais tarde, Teseus assumiu o trono de seu pai Egeus, e deu-lhe o nome de Attiké (a Ática), em homenagem à deusa Atena, com Atenas por sua sede.

Atenas foi a cidade mais moderna de sua época, um modelo para todas as outras cidades gregas e também fora de suas fronteiras. Foi lá que começou a Democracia, especialmente através de seus maiores reis, Cécrops e Teseus.

Foi em Atenas que os Heráclidas pediram asilo quando começaram a ser perseguidos pelo rei Euristeus. E só permaneceram ali porque assim o povo quis, mediante voto, e não somente pela vontade de seu rei. Foi em Atenas que Orestes, filho de Agamémnon, foi julgado e absolvido diante de um tribunal, com o derradeiro "voto de Minerva" da deusa Atena. Foi aí, na antiga Cecrópida, que ocorreu a disputa entre Poseidon e Atena pela posse da Ática, e só se decidiu frente a um juri formado pelos deuses. Foi também em Atenas que se deu a disputa entre Atena e Aracne para decidir "a melhor bordadeira", e Atena só venceu mediante o julgamento dos deuses. E foi em Atenas que Áres foi julgado pelo assassinato de Halirrócios, por este ter violentado Álcipe, filha do deus. O local do julgamento passou a ser conhecido como Areópago.

Lacedemônia (Lacônia) e Esparta

Originalmente pertencente aos Léleges, chamou-se Lakedaímôn (Lacedemônia), pelo seu herói-epônimo, Lacedémon, depois foi habitada pelos Aqueus e Dórios.

Hoje, trata-se da prefeitura de Lakonía.

Sua origem vem de Lacedémon, filho de Zeus e da plêiade Taígete. Seu irmão chamava-se Taígetos. Desposou Esparta (filha do rei Eurotas). Eurotas, por não ter filhos varões, passou seu reino para as mãos de Lacedémon, que fundou uma cidade, onde passou a reinar, e deu-lhe o nome da esposa: Esparta. Teve os filhos Âmiclas, seu sucessor, Eurídice (que foi desposada pelo rei Acrísios), Asine e Hímeros.

Foi a pátria de Cástor, Polideuces (Pólux), Helena e Clitemnestra. E a partir de sua sede, Esparta, que Helena decidiu seguir Páris e com ele viver em Tróia, dando origem a uma guerra de dez anos. Os mais famosos reis de Esparta, segundo a Mitologia Grega, foram Lacedémon, Ébalos, Tíndaros, Menelaus e Orestes.

Micenas

Micenas foi a segunda cap. dos Argivos, depois de Árgos, e tornou-se a mais poderosa das cidades da Hélade (Grécia) no tempo dos reis Euristeus, Atreus e Agamémnon, passando a tornar-se quase que um reino independente.

Hoje está em ruínas e ocupa o sítio onde se ergue a aldeia de Charvati.

Origem: Perseus e Andrômeda voaram montados em Pégasos até a Hélade, enquanto Dânae era conduzida por um barco de Sérifos. E, sobrevoando uma pequena aldeia do interior da Hélade, Andrômeda segurava com curiosidade o Herpé do deus Hermes, que se encontrava na bainha, e, ao retirar a espada, deixou a bainha cair e se perder em algum lugar que não mais conseguiram encontrar. O próprio deus-mensageiro aquietou o coração aflito de Perseus, devido a irresponsabilidade, e demonstrou que havia um propósito do Destino para ter-se perdido a bainha do Herpé. Então, mais conformados, Perseus e Andrômeda continuaram o seu caminho no lombo de Pégasos. Fazendo isso, Perseus demonstrou ter muito bom senso e devolveu a liberdade ao fabuloso corcel Pégasos, que, muito satisfeito com a decisão de seu dono, voou direto para o Olimpo.

Havia um homem daquelas paragens, chamado Gorgófonos, que reinava em Epidauros. Banido de seu reino, havia recebido de um Oráculo a ordem de fundar uma cidade no lugar em que encontrasse uma bainha de espada, e, casualmente, encontrou a mesma que caiu das mãos de Andrômeda quando acompanhava Perseus no lombo de Pégasos. E então, para cumprir as ordens proféticas do Oráculo, iniciou, ali mesmo, próxima da aldeia, a construção de uma grande cidade, e resolveu dar-lhe o nome de Micenas, nome relacionado a mykes, a “bainha” que encontrara. Por coincidência, essa era a mesma aldeia que há muitos e muitos anos foi erguida por um neto de Foroneus, um homem chamado Miceneus, filho do rei Ínacos, e a nova cidade foi fundada em sua honra.

Reis e heróis mais famosos: Perseus, Eléctrion, Anfitríon, Estênelos, Euristeus, Atreus, Tiestes e Agamémnon.

Épiro

A região de Épiro (Êpeiros dos gregos) era habitada pelos ilíricos tésprotes, helenos, dríopes e molossos, e também pelos gregos dórios.

Hoje é chamada de Ípiro e está dividida entre a Grécia (parte ocidental) e a Albânia (boa parte do país).

Épiro era filha de Equíon, um dos Spartoi, companheiros do herói Cadmos na construção e no desenvolvimento de Tebas. Sua mãe chamava-se Agave, filha de Cadmos, e o rei Penteus era seu irmão. Acompanhou os avós a uma região estranha que mais tarde tomou seu nome: Épiro. Ela morreu onde, depois, surgiria o reino de Caônia, e foi enterrada num bosque sagrado.

Mecone ou Sícion

Sícion, filho de Marátonas e neto de Epopeus, era irmão de Corintos. Aliou-se a Lámedon, rei de Mecone, para combater os argivos. Desposou sua filha Zêuxipe e teve com ela a filha Ctonófile. E acabou por suceder ao sogro no trono da cidade, mudando seu nome para Sikyón (Sícion), e essa região habitada pelos jônios passou a ser conhecida por Siciônia, hoje Sikionía.

Futuramente, os romanos a chamaram de Sycione e, depois, Demetria.

Nos dias atuais, Sícion se encontra em ruínas, próxima da cidade de Kiáton ou Basílica.