Aviação, tudo sobre!

Alquimista escreveu:

Paranhos escreveu:
Quem inventou o defletor...

... foi um piloto francês em 1915, Roland Garros (ele mesmo do torneio de tênis). Ele percebeu que em torno de 10% das balas atingiam as pás da hélice. Ele adaptou defletores de aço nas pás da hélice de madeira do seu Morane Salnier L, com uma metralhadora do tipo Hotchkiss colocada sobre o capô. Desta maneira, em abril de 1915, Garros atingiu a condição de ás (5 vitórias).

ROLAND ADRIEN GEORGES GARROS  (1888 - 1918)

Um dos maiores pilotos da história da aviação!

Morreu jovem, um dia antes de completar 30 anos. Depois de dois anos preso, fugiu e voltou à luta. Morreu logo depois.
O grande aviador também foi o iniciador da Força Aérea Brasileira, pois era muito amigo de Ricardo Kirk. Isso lá por 1912.

Roland Garros é o meu aviador favorito. Quando todos que entravam em parafuso tinham morte certa, ele e Leon Morane fizeram cálculos, decolaram, colocaram o avião em parafuso e souberam retirá-lo. O que era morte certa tornou-se uma acrobacia. Gênio!!!!

E pra vocês... QUAL TEU AVIADOR FAVORITO?

O meu aviador preferido é o ás Manfred von Richthofen, o ás que mais acumulou vitórias na primeira guerra mundial.

O irmão de MvR.

Lothar von Richthofen: Em apenas 77 dias de combate efetivo, fez 40 abates. E ainda sobreviveu a IGM. Isto é eficiência e sorte...

Paul Bäumer, a "Águia de Ferro" com 43 abates...

... por ser dentista antes da guerra... Como um cara tem uma profissão tão pacata como dentista e encara combates aéreos como ele fez, é de admirar (aí admito que estou sendo corporativista   ...)

Aliás, vale uma biografia...

Paul Bäumer - o piloto dentista

Paul Bäumer foi o 9° maior ás alemão da WWI com 43 vitórias. Apelidado "Águia de Ferro", foi assistente odontológico antes da guerra. Depois dela, já como civil, concluiu a faculdade de odontologia e como dentista, teve entre seus pacientes Erich Maria Remarque, autor do livro "Nada de Novo no Front", a história de um jovem alemão Paul Bäumer (uma homeagem do paciente ao seu dentista) que adolescente, entra para o exército e vai lutar como soldado nas trincheiras no front belga. O livro retrata o amadurecimento "na marra" do rapaz pelas crueldades da guerra. Foi feito um filme deste livro estrelado por Richard Thomas (para os mais velhos - o John Boy do seriado "Os Waltons").
Voltando ao Paul Bäumer - piloto, este sempre continuou a voar, até que um dia, aos 31 anos, durante uma exibição aérea na Dinamarca, sofreu um acidente aéreo e seu avião caiu invertido na água, matando o piloto afogado...

Eddie Rickenbacker e Manfred von Richthofen.

Voss, Guynemer, Richthofen, Boelcke, Bishop, Ball...

Olha, vocês vão me desculpar, mas cada um tinha sua característica que de qualquer forma, tenho admiração por todos! Guynemer, por ser carismático, franzino e pelo duelo que ficou conhecido como CAVALHEIRO DO AR! Boelcke, pela experiência e ser o pioneiro em ditar as regras para que os pilotos pudessem "viver mais tempo" do que as 3 semanas em média de vida de um piloto, que ficou conhecida como "DICTA BOELCKE", até após a morte dele, foi nomeado o JASTA 2 de JASTA BOELCKE! Bishop, canadense que sobreviveu a Guerra com 72 vitórias! Ball, que ficou conhecido como "The Crazy Ace", pois sempre jogava seu avião de frente ao inimigo e não alterava o percurso do avião até o inimigo desviar dele! Foi Ball também quem criou a tática de mergulhar abaixo do inimigo e depois se posicionar com o nariz para cima para abatê-lo!!! Immelman, o criador da curva de Immelman. Mas o piloto que mais me marcou, além do Barão Vermelho pelas impressionantes 80 vitórias, era o jovem Werner Voss. McCuden relatou naquele 23 de Setembro de 1917 que jamais vira um piloto tão habilidoso, onde antes de enfrentar 6 caças S.E.5a's, havia abatido as vítimas 47 e 48, e num duelo que parecia que seria fácil, Voss demonstrou toda sua habilidade e coragem em enfrentar 6 contra 1!!! Creio que se Voss saísse com vida naquele dia, acho que quem seria a lenda hoje, este era Werner Voss, pois McCuden em seu relato dizia que o avião de Voss parecia que fazia parte de seu corpo, onde tirava todas as vantagens que uma avião poderia fornecer, prova disto que acertou todos antes de ser abatido e ser morto!

Sem contar no "Louco" Frank Luke...

Americano e filho de alemães, Frank Luck, piloto que abatera vários balões, e pior, em 18 dias abateu 18 balões!!!
Tenho orgulho em ter nascido no dia 19 de maio, pois tanto Boelcke como Luke nasceram neste dia também!!!

Manfred von Richtofen - Sempre!!!!
Oswald Boelcke

Manfred von Richthofen é claro, pela sua estratégia esportiva nos céus em batalha, ele via a guerra no ar como um esporte tanto que o alvo dele eram os motores de aviões inimigos, não os pilotos, e sem dúvida pelas ordens de pintura do seu avião; ele disse a Reuber (mecânico chefe da esquadrilha): Não quero surpreender a ninguém. Quero que me temam! (Manfred von Richthofen, O Barão Vermelho)

Sobre a pintura do avião do Barão:

Diz a história que o Barão pintou o avião para que os adversários soubessem quem estava dentro daquele avião. E uma de suas vitórias, onde derrubou o avião mas não sacrificou o piloto, pousou próximo a sua vítima, e sabendo dos apelidos que havia recebido por parte dos ingleses, de que poderia ser um piloto mulher, ele tirou a capa de proteção de sua cabeça e disse:

- Agora você pode ir e dizer quem de fato pilota este avião vermelho! Agora sabe que não é uma mulher!

Era comum o Barão tirar fotos com suas vítimas, onde há até um vídeo quando ele derruba um Sopwith Pup, e o piloto inglês, que agora não lembro o nome, se sente orgulhoso por ter sido abatido pela lenda, o Barão!!!

Sobre o dia de sua morte, dizem que o canadense Roy Brown só foi saber que era o Barão após regressar à sua base, ou seja, mesmo sendo o triplano vermelho 425/17 (pois eram 2 triplanos vermelhos, o outro era de nº 417/17), o canadense que supostamente teria derrubado Richthofen no dia 21/04/18, não sabia que era mesmo o Barão Vermelho.

Depois do barão, eles eram feras...

WERNER VOSS (1897-1917). Alemão, era um piloto hábil e corajoso. Obteve 48 vitórias. Um dos 40 maiores ases alemães, na guerra disputou o ranking alemão com o Barão Vermelho. Não conseguiu superar o mito. Morreu em combate, em 23 de setembro de 1917, quando digladiava simultaneamente contra sete aviões britânicos. Morreu destroçado, junto com a sua aeronave;

EDWARD MANNOCK (1887-1918). Britânico. Maior ás do Reino Unido, com 73 vitórias, odiava tanto os alemães que quando soube da morte de Richthofen, comentou: "Espero que o desgraçado tenha se queimado todo a caminho do inferno". Liderou voos de patrulha e foi instrutor de tática aérea. Produziu a frase: "Sempre no topo, raramente no mesmo nível e nunca por baixo". Seus ataques eram calculados e certeiros. Mirava o inimigo antes de disparar a metralhadora, sempre pretendendo causar o máximo de dano com custo mínimo de munição. Morreu na guerra, em 26 de julho de 1918;

JAMES THOMAS BYFORD MCCUDDEN (1895-1918). Britânico. 54 vitórias. Juntou-se ao Royal Flying Corps em 1913, como mecânico. Morreu em acidente aéreo, no dia 9 de julho de 1918. Nos últimos meses de vida, publicou suas memórias (Five Years in the Royal Flying Corps), uma história interessante e reveladora. Recebeu todas as condecorações de guerra;

OSWALD BOELCKE (1891-1916). Alemão. Considerado por muitos como um dos pais do combate aéreo, ao lado de Immelmann foi um dos principais ases da Alemanha, com 40 vitórias. Era hábil e campeão de tiro. Foi um dos primeiros estudiosos de táticas aéreas. Concebeu manobras operacionais com base na formação em voo. Corajoso e humilde, morreu na colisão de seu avião com outro aparelho alemão, em 28 de outubro de 1916. Sua morte foi muito sentida na Alemanha.

Também não podemos esquecer, já na WWII, do alemão Erich Hartmman, com seus 352 abates (maioria da frente russa), o ás dos áses do Me 109 (Messerschmitt Bf-109).

"Eu não me considero o melhor de todos, Marseille (Hans-Joachim Marseille) sim, o era."
Erich Hartmann, 352 vitórias

...e ele só pilotou 109's.

Voss no dia de sua morte enfrentou 8, porém quando enfrentou os 6 caças S.E.5.a e tendo McCuden como líder dos ingleses ele já havia abatido 2 bombardeiros alemães, portanto ele enfrentou no dia de sua morte 6 de uma vez, e não 8 e muito menos 7.

Georges Marie Ludovic Rules Guynemer - líder da esquadrilha das "Cegonhas"

É mesmo interessante, além do combate entre o LE VIEUX CHARLES e o alemão Ernst Udet (62 vitórias e sobreviveu à WWI), que ficou conhecido como o "CAVALHEIRO DO AR", onde relatos de Udet diz que o francês o deixou ir embora após perceber que ele estava com problemas em suas metralhadoras, Guynemer mesmo não sendo o francês que mais derrubou aviões inimigos (53 no total), ainda assim era o piloto mais carismático que o francês lendário que sobreviveu à WWI e abateu 75 aeronaves, isto porque René Fonck diz que derrubou muito mais, porém 75 foram as vitórias confirmadas!
Eu mesmo acho o francês Guynemer mais carismático conforme relatos entre os 2 pilotos franceses, até porque, mesmo não sendo o maior ás em nº de vitórias, Guynemer teve em suas vitórias o registro de ter derrubado o temível bombardeiro GOTHA, o que não era fácil derrubar por ter 2 artilheiros e no artilheiro atrás do piloto, era o único dos bombardeiros que NÃO TINHA PONTO CEGO, ou seja, quem tentava como ALBERT BALL fazia, que mergulhava e depois erguia o nariz do caça abaixo dos bombardeiros, mesmo assim levava chumbo quando este era o GOTHA.

René Fonck

Nasceu em 27 de março de 1894. Participu com Georges Guynemer da esquarilha das Cegonhas. Depois da Segunda Guerra continuou sua amizade com Ernst Udet e parecia simpatizar com o regime de Vichy. Foi inclusive preso, mas liberado por falta de provas.
Dedicou-se à indústria e morreu em Paris em 1953.

Barão Vermelho

Manfred Albrecht Von Richthofen nasceu em 02/05/1892, segundo de 4 filhos do barão Albrecht e de Kunigunde von Richthofen. A primeira filha fora uma menina Ilse nascida em 1890. Seguiu-se a Manfred, Lothar Siegfried (1894), outro bem sucedido piloto, e Karl Bolko, o terceiro filho homem. Manfred nasceu em uma família abastada e de privilégios. Richthofen era um nome prussiano cujas origens remontam Bernau em Brandemburgo. Em meados da metade do séc XVII, a família se fixou em Breslau na Silésia. Seu pai serviu como capitão no primeiro regimento de cavalaria. A mãe de Manfred também possuía ascendência nobre dos Falkenhausen - ramo da família de Hohenzollern. Manfred entrou cedo na escola militar como cadete em 1903 aos onze anos de idade. Bom aluno, ele passou 6 anos de treinamento militar prussiano e em 1911 foi designado como aspirante no regimento dos Uhlans (regimento Kaiser Alexander - III regimento). Completou a escola em 1912 e foi comissionado. Quando a guerra começou, foi designado para o front russo onde ganhou sua primeira condecoração. Devido a guerra de trincheiras que logo se instalaram em diversos fronts, a carga de sabre e lança tão comum na cavalaria foi logo abandonada, obrigando os regimentos de cavalaria a longos períodos de inatividade e tédio. O reconhecimento que antes era feito pela cavalaria agora era feito por aeroplanos e isso o fez pedir transferência para o serviço aéreo imperial alemão. Submeteu-se a treinamento em Colonha e depois de breve período no front russo, foi transferido para a França e a partir daí todos conhecem bem a sua incrível história...

11ª vítima de Manfred von Richthofen

Era o ano de 1916, o barão vermelho com seu Albatros D.II encontra um DH2, o piloto, Lanoe Hawcker, um piloto inglês famoso pelos alemães. Começa o Dogfight acima do front (terra de ninguém). Mas com a passar do tempo, onde ambos não estavam conseguindo entrar na calda do avião inimigo (e por isto o nome dogfight), o inglês Hawcker percebe que o vento está conduzindo o seu avião para as linhas alemãs. Mas Lanoe Hawcker tem outro problema, seu combustível está acabando. Hawcker se sente obrigado a voltar depois de quase 20 minutos de dogfight. Então ele direciona seu avião para retornar fazendo evasivas, ou seja, direcionado para uma rota, porém fazendo evasivas (que seria fazer o avião ir para esquerda e direita na mesma direção). Mas o Barão, que se tornaria o MAIOR ÁS DA GUERRA, mesmo estando distante para disparar contra Hawcker, naquele mesmo combate descobrira que se ele não fizesse as mesmas manobras, seguindo as mesmas manobras do inglês, ele conseguiria diminuir a distância que havia entre eles. E foi isto que aconteceu, para a infelicidade do inglês, o alemão diminui a distância e dá o disparo. Apenas um projétil foi o suficiente, acertando seu crânio! Seria a 11ª vítima do Barão Vermelho.

Lanoe George Hawker

Era um herói nacional por ocasião de sua morte aos 26 anos em 23/11/16. Filho de um oficial da marinha, foi considerado inapto nesta arma e de maneira bem sucedida obteve seu brevê em 04/03/13. Em 24/08/15 foi convidado a receber a Cruz da Vitória diretamente das mãos do rei George V. Lanoe Hawker era também muito conhecido pelos alemães, pois era um ás com 7 vitórias no seu currículo. Sua morte foi usada como propaganda pelos alemães.
A perda do primeiro ás inglês causou grande comoção nacional na época...

Esse aí não é o pai de Suzane von Richthofen?

Não, não é...

O pai da "meliante operante" é homônimo do barão e descendente do irmão mais novo do barão. O piloto seria tio avô do pai da moça...
Gostaria de que o tópico fosse mantido na linha original do proposto pelo nosso colega Alquimista...
Esse assunto da Suzane já cansou...

Grato!

O irmão mais novo do Barão Vermelho se chamava Bolko von Richthofen, se aliou ao Partido Nazista e fez carreira como empresário. Suzane von Richthofen é descendente dele e não do Barão Vermelho (Manfred von Richthofen).

NÃO ESQUECER...

LOTHAR VON RICHTOFEN, que sobreviveu a guerra e morreu num acidente aéreo, e WOLFRAM VON RICHTOFEN, alto - comandante da Luftwaffe...

EM TEMPO...

... este último era primo do barão vermelho...

Geômetra escreveu:
E pra vocês... QUAL TEU AVIADOR FAVORITO?

CHARLES LINDBERGH

Nasceu em Detroit em 1902. Travessia do Atlântico: Decolou de Roosvelt Field em direção ao Le Bourget em seu Ryan NX-21, o Spirit if Saint Louis, em 20 de maio de 1927, a 160 km/h. Lutou contra o sono e o cansaço por 33 horas e 30 minutos. Tinha 25 anos. Vale a pena ver o filme ''A Águia Solitária''.

Alguém assistiu o filme The Red Baron?

O filme é interessante, mas meia dúzia de cenas a mais ficaria ótimo, uma linha do tempo para se situar no contexto da guerra e os outros acontecimentos (algo como Brothers in Arms ou The Pacific) deixaria o filme melhor.