Mulheres mais poderosas da História

Imhotep escreveu:
Mas Infelizmente os juristas ressuscitaram o Direito Romano na Renascença, que modificou a estrutura social. A mulher foi uma das mais afetadas, pois a influência e o uso do direito romano foram minando a liberdade feminina, o que conduziu a um declínio de sua ocupação social na Era Moderna. O direito romano foi bastante estudado e utilizado pelos que detinham propriedade e poder. A liberdade feminina vai se restringindo na medida em que o direito romano, na figura do ''pater familias''. A Mulher perdeu sua autonomia na legislação por causa de renascentistas idiotas completamente iludidos que queriam ressuscitar uma cultura que já havia morrido há muito tempo de um povo rude e desdentado como os romanos.

Imhotep, explica melhor isto porque o Direito Romano que sobreviveu e chegou até os juristas da primeira universidade ocidental (Bolonha) foi a versão do Codex Justinianus, e quem ajudou fortemente a edita-lo foi Teodora, outra mulher medieval incrível que partiu da posição socialmente mais frágil , mas chegou a imperatriz. Teodora impôs, neste código, leis que protegiam meninas virgens, prostitutas, viúvas e previam abortos legais e dissociavam a estuprada da culpa do estupro. A divergência entre lei da família e lei da cidade não existia mais ou não era prevista por Lei no mundo romano oriental. O poder do Pater familias não era prevista neste Código e sua situação já estava socialmente muito desgastada na prática pelo cristianismo. Portanto, não há como atribuir uma ressurreição do machismo na Europa Ocidental por causa de Direito Romano. Além disso, de onde você tirou que os dentes medievais estavam em melhor estado que dos romanos? É certo que com maior prosperidade, maior o consumo de doces, pelo menos entre elite, mas quais seriam suas fontes? Não há certo celtismo exagerado em suas afirmações a respeito do machismo ou da igualdade de gênero?? A Europa Ocidental Medieval tem 3 raízes que a influenciaram pesadamente: Celto-germânica, greco-romana e judaico-cristã, duas delas extremamente machistas. Casos como Eleonor eram exceção e não a regra. E por incrível que pareça a situação da mulher frente ao homem era mais igualitária e era justamente no povão e não na elite feudal nobre, tanto em Roma imperial quanto na Europa Medieval. Uma serva ralava tanto quanto um servo, ou até mais porque muitas vezes trabalhava grávida na lavoura. Uma mulher da taverna urbana ou a burguesa tinha tanta preocupação em fechar balanços positivos e vigiar tratos com agiotas ou com a guilda, quanto seu marido. Não administrava só o lar. Muitas vezes ela possuía a loja ou as ferramentas da manufatura. Uniões estáveis, para horror da ICAR, às vezes eram preferidas a casamentos legitimados por igreja, para que credores pusessem as mãos apenas nas posses do marido endividado. E os ganhos conseguidos somente por ela, certamente a tornavam uma voz a ser ouvida na família durante discussões.

Vlad Tepes III escreveu:
Cintos de castidade se não fossem fraudados, também eram anticoncepcionais.

Imagino as damas fogosas, com seus maridos há dois anos nas Cruzadas... a pulsão do sexo pode ser incontrolável. E à prova de chaves.

E se o maridão morresse e levasse a chave pro túmulo???

Alguém sabe informar como agiam os hackers desses cintos?

O Cinto de Castidade era pra evitar estupro.

Muitas pessoas juravam ter visto Leonor montada em um cavalo manejando uma espada de aço como se estivesse indo para a guerra, acho que ela talvez tivesse indo à caçada ou algo parecido, mas quem sabe...

Sobre as três influências culturais na Idade Média

No judaísmo, a mulher era quase totalmente subordinada ao marido, típico das sociedades patriarcais clássicas do Oriente Médio e África. No paganismo romano, porém, o sistema era um pouco mais complexo: anterior ao modelo cristão, e precedeu o rito medieval, visto que as Mulheres da Antiga Roma tinha o ''status'' de uma ''menor'', não podendo participar e cumprir determinados atos jurídicos sem a permissão do marido. Todavia, a civilização romana desenvolveu um conceito igualitário para essa união com a designação "Ubi tu Gaius, ibi ego Gaia", ''onde sou Gaius, tu és Gaia''.

Outra influência marcante e talvez a mais forte, foi as culturas Celto-germânicas ou ''bárbaras'' da Europa Ocidental que eram mais favoráveis a mulher, pois nessas antigas sociedades bárbaras, as mulheres tinham grande prestigio, é só lembrarmos de Boudica, guerreira e rainha soberana dos bretões. A situação da mulher frente ao homem era igualitária nas classes populares como o camponeses, sim. Como o Vlad já disse aqui, uma serva trabalhava tanto quanto um servo e uma mulher da taverna urbana ou a burguesa tinha tanta preocupação em fechar balanços positivos e vigiar tratos com agiotas ou com a guilda, quanto seu marido. Vivem dizendo que a Idade Média foi uma ''Civilização Bárbara'', pois é, e Leonor uma Mulher Bárbara.

Quando digo que Leonor era uma mulher bárbara, digo que, como ela era poderosa e totalmente independente, então seria uma típica, e quando digo que a Idade Média foi uma civilização bárbara, é porque os outros também dizem.

Retiro o que eu disse sobre o Direito Romano. Depois da postagem do Vlad, eu achei o texto um pouco inadequado, mas que fique sobre a Mulher na Idade Média.

Agora os dentes, é mais um estereótipo ruim, sinceramente não sei de onde surgiu, pode ter sido inventado, mas daí não tenho a mínima ideia!

Uma parte do que conhecemos sobre a Idade Média veio através da boca do povo ou histórias que o povo conta (através de fuxico), mas uns acabaram no esquecimento da memória popular ao longo dos séculos. Por exemplo, muitas cantigas camponesas e folclores se perderam, infelizmente. Informações sobre a vida íntima de alguém importante foi esquecido. hahahaha
O preconceito com o Medievo é tão grande que as pessoas de hoje acabam não acreditando em absolutamente nada, acabando no esquecimento para sempre. Pesquisem sobre ''Leonor e seus amantes'' ou ''Leonor e seus bichinhos'', não encontraremos nada, para a minha eterna indignação. E se for verdade? O povo daquele tempo não tinha motivos para inventar histórias enganosas, quem se arriscaria a uma fofoca dessas?! Aquelas pessoas não sabiam mentir!  Que historiador vai se interessar em uma conversa informal da Alta Idade Média?

Um grande exemplo de esquecimento foi o caso da Papisa Joana XX (853-856), até meados do século XVII, o papado dela era universalmente conhecido e aceito como verdadeiro. Nesse mesmo século, a Igreja Católica, sob crescente ataque do protestantismo incipiente, deu início a um esforço orquestrado para destruir os embaraçosos registros históricos sobre Joana. Centenas de manuscritos e livros foram confiscados pelo Vaticano. O desaparecimento quase absoluto de Joana na consciência moderna atesta a eficácia de tais medidas, infelizmente.

Pra quem gosta de fuxicos, aqui tem um prato cheio sobre a Papisa Joana!

https://mestredoconhecimento.forumeiros.com/t16-lendas-interessantes#187

Há até um filme, de 2009, com boa avaliação:

Sinopse: No ano 853 D.C., após ter-se tornado um estudioso, curandeiro e professor de renome, João Anglicuse ascendeu à posição mais elevada da terra: Papa da Igreja Católica. Dois anos depois, foi apedrejado até à morte por um segredo que se tornaria uma lenda. João Anglicus era, na verdade, uma mulher – a única mulher alguma vez ordenada Papa, o único Papa que alguma vez concebeu um filho.
FONTE: http://franciscotrindade.blogspot.com/2010/09/um-filme-sobre-uma-mulher-notavel.html

A misoginia abraâmica era forjada pelos diatribes do apóstolo Paulo e de padres apostólicos como Tertuliano contra o sexo feminino. Vejam só:

''E vocês não sabem que são Eva? [...] Vocês são o portão do diabo, o traidor da árvore, a primeira desertora da Lei Divina; vocês são aquela que instigou aquele a quem o diabo não ousou abordar [...] por causa da morte que vocês merecem, até o 'filho' de Deus teve de morrer''

Acreditava-se que o sangue menstrual azedava o vinho, arruinava as colheitas, tirava o fio das lâminas, enferrujava os metais e infectava as mordidas dos cães com veneno incurável. Os monges incentivaram os maridos a espancar as esposas com madeira seca. Pelo menos a mulher não estava proibida de revidar cacete. hahaha Creio que as brigas de casal eram muito comum nessa época!

Por outro lado, cada um cuidava do seu nariz e trabalhava para o seu próprio sustento. As famílias daquele tempo certamente não eram patriarcais. Muitos camponeses artesãos foram aos Burgos e enriqueceram através do comércio, entre eles estavam também mulheres.

Esta misoginia toda não está presente na Torah. E o Cântico dos Cânticos, atribuído a Salomão, também não é sexofóbico. Platão valorizava o espírito em detrimento da matéria, mas não dizia que a matéria era maligna.
O Saulo de Tarso (São Paulo) tinha opiniões pessoais sobre o assunto que não era partilhada pela maioria dos judeus ou cristãos da época. Um movimento religioso nascido no Egito nesta época com origens cristãs, e não-cristãs (incluindo Platão), o gnosticismo, tinha bronca do sexo porque ele perpetuava a obra do Demiurgo, o deus que, segundo eles, era o Criador e malvado. Logo, a matéria era filha do erro e, para alguns, também era malvada. O gnosticismo era sexofóbico, mas não era misógino. O mainstream da Igreja Cristã sempre condenou o gnosticismo, mas adotou algumas de suas ideias, mais tarde. Talvez por motivos bem mundanos. O gnosticismo perseguido em todos os países para onde foi, conseguiu sobreviver aos trancos e barrancos até seculo XIII no sul da França (seita dos Puros = Cátaros). Por motivos políticos o superpapa Inocentius III os esmagou em uma Cruzada (contra cristãos? Muitos cátaros se consideravam cristãos, muitos de seus perseguidores também). O rei francês lucrou a região sul, rica e que se desafrancesava rápido e o papa lucrou a vassalagem do rei francês. A adoção do celibato, coisa comum entre os monges dos cátaros, só se tornou a regra dentro da Igreja cristã católica romana a partir daí, como forma de que seus feudos não fossem atomizados pelos vários filhos legítimos dos bispos casados. Após adoção do celibato obrigatório, as terras de um senhor feudal clérigo voltava automaticamente para o papa dar a que outro membro da igreja ele quisesse e todos os filhos daquele bispo seriam considerados bastardos que nem deveriam ter nascido. Enquanto os feudos do feudalismo fora da Igreja, diluíam cada vez mais a autoridade central; dentro do âmbito papal, só concentravam cada vez mais poder, ainda mais que muitos senhores feudais seculares doavam terras a Igreja como forma de penitência ou deixavam a Igreja como sua herdeira após sua morte sem filhos. Curiosamente os senhores feudais cátaros e monges cátaros, sobreviventes desterrados, formaram os primeiros trovadores que exaltavam um amor platônico a uma Senhora inatingível (possivelmente a Redentora ou a Sofia da mitologia gnóstica), combinados à antiga tradição dos bardos celtas e aedos germanos.

Vlad Tepes III escreveu:
Esta misoginia toda não está presente na Torah.

Mas Eva está, ela não foi ''o traidor da árvore'', ''desertora da Lei Divina''?!! Era esse o motivo... Essa misoginia toda também não está na Bíblia, mas a história de Adão e Eva está. Adão e Eva estão na Torá e também no Alcorão, então logo os judeus eram misóginos, a diferença é que a alma da mulher bárbara europeia nunca aceitou tais condições, exemplo extremo disso foi a Papisa Joana.

Bom, em Genesis, Adão também pisou na bola com Deus, tinha como recusar a proposta sedutora da fêmea e não fez, a mensagem não é de misoginia, mas de censura à arrogância da criatura, um aviso do castigo que é reservado aos jovens que atentam contra ancestrais, isto é o pilar das sociedades clânicas. Eva só foi a primeira a cair no conto da serpente. No mito gnóstico, a coisa é até mais clara, foi uma deusa, Sofia, que se por um lado permitiu que o mal se instalasse na criaçao, foi ela que permitiu que a consciência se instalasse no Universo e as criaturas humanas pudessem ESCOLHER amar o Criador ao invés de ter um amor automático ao Criador. Em Genesis, como em vários trechos da Torah/Bíblia houve uma ediçao:
Note como a criaçao do homem é contada duas vezes. Na primeira, diz que Deus (ou os deuses, porque Elohim é plural), fez (fizeram) o casal de cada animal, inclusive o humano, depois a historia é recontada com Eva surgindo do corpo do Adão. Estas edições são criadas pela elite e levam muito tempo para "colarem" entre o povão. Há muitas interpretações:

a) A primeira mulher era Lilith, mas esta não obedeceu a Deus e Deus fez outra mulher a partir da carne de Adam/Edom/Adão.

b) Só houve um detalhamento da criaçao da fêmea humana na segunda passagem e a palavra aramaica foi mal traduzida para costela quando deveria ser LADO do homem. Ela viria nem dos seus pés nem de sua cabeça, ou seja nem inferior e nem superior ao homem.

c) Interpretações mais literais: Eva (Sheva, vulva) foi criada do lado do Adam (Vermelho, pênis, senhor).

A religião inicial dos hebreus era clânica, monólatra (admite a existência de vários deuses, mas só um seria digno da adoração daquele povo, o ancestral) e com um casal-criador divino ou que foi divinizado pós-morte. Como em quase todos os povos antigos, dos romanos aos chineses, dos maias aos bantus. Yahweh não seria exceção, sua esposa seria Astarte/Aset/AAttar/Afrodite/Asherah (o nome hebreu foi perdido) e depois somente ela seria referida a boca pequena como rainha (shekinah) e finalmente suprimida na época do cativeiro babilônico. De toda forma o povo hebreu seria bem parecido como todos os outros povos antigos diferindo em intensidade: o macho, 90% das vezes, governa, lidera exército e é mais ouvido. Mesmo entre celtas, egípcios e germanos que vocês teimam que tinham uma igualdade de gêneros, mesmo entre elite destes povos. Isto não é exatamente misoginia. A mulher poderia ser superrespeitada dentro de seu papel diferente. Claro que entre judeus, romanos e principalmente entre gregos, o patriarcado era muito mais forte, e a mulher da elite era considerada eternamente um menor, sob seu pai, sob seu marido e sob seu filho. No cristianismo medieval, é que surge a verdadeira misoginia, especialmente dentro do clero, como forma de preservar poder, como já disse. Aos noviços era garantido que as vulvas tinham dentes, que Jesus náo tinha tido irmãos por parte de mãe. Interessante que após Renascença e Grandes Navegações com todo potencial de esclarecimento, a ICAR radicalizou ainda mais, dizendo que até Maria não foi produto de sexo, ou reativando um órgão que foi específico para detectar hereges cátaros (Inquisição).

Uma coisa é a sociedade ser patriarcal, outra é ser misógina.

O Islam é a caçula das "Grandes Religiões". Se por um lado é mais materialista, por outro lado, é mais patriarcal que as outras. Mas note que ele derivou quase diretamente das tradições clânicas, de regiões mais afeitas à pecuária que a agricultura e de "colar" do monoteísmo judeu e cristão. Não teve um tempo de urbanização da religião ou mesmo tempo de criar seus próprios filósofos em cidades. A filosofia árabe nasce depois da religião islâmica. A religião cristã nasce depois da filosofia grega. Mas o Islam, a princípio, não é misógino. Práticas do tipo arrancar clitóris e suturar vaginas são localmente bem restritas dentro do mundo Islâmico. O Islam não é misógino e muito menos sexofóbico (lembra das 1001 noites? lembra onde vão parar os mortos na djihad?).

[quote="Martinho Lutero"]

Vlad Tepes III escreveu:
a diferença é que a alma da mulher bárbara europeia nunca aceitou tais condições, exemplo extremo disso foi a Papisa Joana.

Quantas papisas existiram? A condição da mulher só melhorou mesmo após as Guerras Mundiais, como dos jovens, como dos não-brancos habitantes da colônias europeias na África e Ásia.

Mas voltando ao assunto...

Outra fofoca de Eleonor da Aquitânia, ela era apaixonada pelo tio. Quando ela e seu marido de então, o rei francês, foram para as Cruzadas, passaram pelo território do tio no Oriente Médio. O rei francês se mordeu de ciúmes dele. Quando o tio foi capturado pelos islâmicos, se recusou a pagar resgate por ele. Os islâmicos levaram a cabeça embalsamada do tio de presente para o califa em Bagdá. Eleonor ficou furiosa. O seu marido a prendeu e partiu do Oriente para Europa com ela. Eleonor então se "divorciou" (o papa anulou o casamento) dele e se casou com o Henrique de Anjou, que se tornaria rei da Inglaterra. Ela também "perturbaria" o segundo marido e ele também a prenderia. Seu filho favorito, Ricardo Coração de Leão, quem a soltaria. E quando foi a vez de Ricardo apodrecer em uma prisão austríaca, foi a vez dela levantar a grana do resgate de Ricardo, convencendo seu outro filho João, o sem terra.

Qual foi a relação de Leonor da Aquitânia com Inocêncio III? A anulação de seu casamento com o rei beato francês foi conseguida por ela alegando consanguinidade, mas ela lidou com outro papa, não?

Vlad, mas o Martinho Lutero tem razão, houve retrocesso nas Eras Moderna e Contemporânea, principalmente nos séculos XV e XVI e no tempo do Iluminismo e Napoleão, o bufão. Revertendo logo a seguir com a generalização do movimento feminista em várias partes da Europa, a partir 1850, elas já votavam em muitos países europeus após proclamações de Repúblicas ou Monarquias Parlamentaritas como Dinamarca, Noruega e Holanda.

Vou repetir umas coisas e incluir outras que o Martinho citou aqui só para esclarecer sobre as mulheres na Idade Média, corrigido.

As mulheres na Idade Média ocupavam diversos papéis sociais. Algumas mulheres descendentes de camponeses libertos conduziam alguma forma de negócio sem a tutela de seus maridos e ainda tinham aquelas que exerciam seu negócio completamente autônoma, também havia mulheres poderosas nos burgos medievais, enriquecidas, algumas até passaram a viver na vida intelectual como Cristina de Pisano, grande autora, é considerada a primeira feminista da história. Há registros documentais de Paris do século XIII que apresentam mulheres professoras de escolas e universidades, médicas, boticárias, tintureiras, copistas, miniaturistas, encadernadoras, arquitetas e outras, também alguns papéis de liderança importantes, tais como abadessas e rainhas soberanas como, por exemplo, Urraca I de Castela. Muitas camponesas solteiras ou casadas, eram chefes ou anciãs de suas aldeias, além disso, as mulheres tinham direito de voto nas comunas burguesas e plenos direitos políticos. Havia muitas mulheres nas Universidades e ainda tinha as mulheres guerreiras; Joana D'Arc ficou conhecida porque foi chefe militar. Quantos camponeses foram chefe militar? Só ela!

Lembrando que as mulheres do Burgo eram descendentes de camponeses libertos ou que migraram e que não tem nada a ver com a Aristocracia Rural, mesmo algumas burguesas eram ex-camponesas.

Vlad Tepes III escreveu:
Claro que entre judeus, romanos e principalmente entre gregos, o patriarcado era muito mais forte, e a mulher da elite era considerada eternamente um menor, sob seu pai, sob seu marido e sob seu filho.

Entre os celtas, algumas famílias eram realmente matriarcais. Já entre os romanos, o patriarcado era bem menos intenso do que entre os judeus, árabes e gregos. Os romanos eram um pouco mais próximos dos celtas e germanos.

No cristianismo medieval, é que surge a verdadeira misoginia, especialmente dentro do clero, como forma de preservar poder, como já disse.

Eu até sei porque: os monges sabiam que na Europa a mulher tinha vez, então fizeram. Mas nem isso impediu o reinado de Joana 853 - 856. hehehehe

Mas, quantas Joanas papisas houve? Quantas Hatshepsuts, Boudicas ou Zenobias? E elas jogavam nos termos dos homens, algumas tinham que por roupas e barbas e fingir que eram homens!
Houve algumas que jogavam nos seus próprios termos (como sedutoras ou mães ou eminências pardas): Lívia do Augusto, Olímpia do Epiro, Cleópatra do Egito, Dido (se for histórica), Agripina, Justina/Gala Placídia/Honória (mulheres da dinastia valentiniana), Pulqueria, Eudoxia II e III, Teodora. Mas para cada uma delas quantos líderes eram homens?

Leonor era fantástica, mas era uma gema rara.

Aproximar-se de uma mulher poderosa como Leonor é uma arte para poucos. Assim, era comum que os homens próximos a ela se vassalizem (rei francês, primeiro marido, ou Ricardo, seu filho preferido bissexual ou João) ou tentem domina-la de maneira bruta (segundo marido, Henrique). Talvez o coração dela só estivesse espontaneamente com o tio, governante da oriental Edessa.

Mas Joana D'Arc foi uma exceção, todos sabiam que ela era mulher, principalmente seus companheiros, e a cabeça dela valia muito.

Quando ela ordenou uma retirada para as fortificações vizinhas de Compiègne, após o avanço de uma força adicional de 6.000 borguinhões, ela assumiu o lugar de honra como o último a sair do campo. Os borguinhões cercaram a retaguarda, e ela foi desmontada por um arqueiro, ferida, e foi obrigada a se render. Foi executada pelos borguinhões em 1431, esses que eram aliados ferozes dos ingleses.

Anos mais tarde, foi elaborado um resumo, que descreve Joana como um mártir e acusava Pierre Cauchon de heresia por ter condenado uma mulher inocente em busca de uma vingança secular. A razão técnica para a sua execução foi uma lei bíblica que não existia. O julgamento anulou a condenação em parte porque o processo não tinha considerado as exceções doutrinárias que a estenose. O Tribunal declarou sua inocência em 7 de Julho 1456. O próprio papa reconheceu que Joana morreu por motivos políticos.

Sim, sim ela foi exceção. Joana não se "travestiu" como homem nem usou os poderes tradicionais de mulher mãe ou amante, mas para cada exceção que você citar, quantas mulheres incríveis não puderam prosperar? E quantos homens meia-boca foram tidos como líderes? Um detalhe não relacionado a esta discussão: Joana foi capturada pelos borguinhões e inicialmente foi pedido resgate por ela ao rei frances que muito devia a ela antes dela ser entregue ao tribunal inglês em Paris. E o rei francês ingratamente não mexeu um dedo.